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Linux, Entendendo o Sistema
Linux, Entendendo o Sistema
Entendendo o Sistema
Carlos E. Morimoto
Muita gente usa Windows sem utilizar nada muito além das funções básicas. Da
mesma forma, muita gente usa Linux sem entender como o sistema funciona, sem
saber como resolver problemas comuns e sem usar mais do que alguns dos
programas pré-instalados.
Até certo ponto, é mais difícil ensinar Linux, pois existem muitas distribuições
diferentes, com conjuntos diferentes de programas e utilitários de configuração.
Existem também as diferenças entre o KDE e o Gnome e as diferenças na instalação
dos programas, só para citar alguns fatores.
Mas, na minha opinião, não existe sistema difícil, existem livros e tutoriais mal
escritos ;). Este é um livro dedicado a mostrar como o Linux funciona, que explica
as diferenças entre as principais distribuições e se aprofunda em duas delas: O
Kurumin e o Ubuntu. A maior parte das dicas também se aplicam ao Debian e a
outras distribuições derivadas dele, dando-lhe uma boa base para utilizar também
outras distribuições.
Hoje em dia isso não é mais correto em todos os casos. Já existem distribuições
muito fáceis de usar, embora distribuições "difíceis" como o Debian (puro) e o
Slackware ainda continuem bastante usadas. O caminho natural é começar usando
o Kurumin, Slax, Knoppix ou outro live-CD e, a partir de um certo ponto, começar a
testar as distribuições mais tradicionais.
Este é um livro para iniciantes, no sentido de que você não precisa de muitos
conhecimentos prévios para acompanhá-lo, mas sem cair no erro de se limitar
apenas a explicações superficiais. Este não é um livro que se destina a fazer
propaganda ou mostrar como é fácil usar Linux, mas que mostra o sistema como
ele é, lhe oferecendo uma curva acentuada de aprendizado.
O sistema operacional é o responsável por "dar vida" ao PC, fazer a placa de vídeo
mandar imagens para o monitor, a placa de rede enviar e receber dados e assim
por diante. Ele é o responsável por fazer as coisas funcionarem e rodar os
programas da forma mais estável e rápida possível.
Quem precisava de um sistema robusto e confiável para seus servidores optava por
uma das várias versões do Unix, profissionais da área gráfica usavam Macs e o
resto convivia com os problemas do Windows.
Tudo começou em 1983, pouco depois que a IBM lançou seu primeiro PC e a
Microsoft sua primeira versão do DOS. Richard Stallman criava a Free Software
Fundation, que ao longo da década produziu a licença GNU e toda a base filosófica
relacionada a ela e, mais importante, um conjunto de ferramentas, como o editor
Emacs e o compilador GCC.
O fato do código fonte estar amplamente disponível e poder ser utilizado de forma
muito liberal permitiu que muitos desenvolvedores passassem a trabalhar no
sistema ainda em sua fase embrionária, adicionando novos recursos num ritmo
muito rápido. Mas, durante os primeiros anos, o Linux ficou restrito a este círculo
técnico, muito longe de ser usado em larga escala.
Pouco tempo depois veio o servidor Samba, que permitia compartilhar arquivos
numa rede Windows, de forma mais estável e mais barata que usando um servidor
Windows. Novamente, o Linux tornou-se a opção preferida. Depois, vieram os
bancos de dados e muitas outras aplicações, mas todas tinham algo em comum:
sempre falávamos de servidores.
Por volta do final de 1994 foi lançada a primeira versão for Linux do Xfree. Ele é um
"servidor gráfico", uma interface gráfica usada em vários sistemas Unix. Antes do
Xfree, o Linux tinha apenas a velha interface de modo texto, o que explicava o fato
de ele ser popular apenas entre programadores e administradores de sistemas. Em
2004, o Xfree passou a ser gradualmente substituído pelo X.org.
Uma coisa interessante sobre o X é que ele fornece a fase para o funcionamento da
parte gráfica, incluindo o suporte à placa de vídeo e mouse, mas não inclui a
interface em si. Graças a isso, não existe uma interface gráfica padrão como temos
no Windows, por exemplo.
O Red Hat trouxe uma idéia nova, que foi rapidamente adotada em todas as outras
distribuições: um sistema de gerenciamento de pacotes. Cada programa incluído
era transformado num pacote compactado, que podia ser instalado através de um
único comando. O sistema guardava as informações dos pacotes instalados
permitindo que você pudesse removê-los depois. Não era tão amigável quanto
clicar num executável e ter um instalador gráfico e, existiam problemas com
dependências (um pacote precisa do outro, que precisa do outro, que precisa do
outro...), mas já era muito melhor que sair compilando as coisas na unha.
Nesta época algumas empresas passaram a portar seus sistemas e utilizar o Linux
como uma forma de reduzir seus custos com licenciamento e manutenção
(imunidade a vírus, menos travamentos, menos reinstalações do sistema; quem já
usou o Windows 3.11 ou o 95 sabe do que estou falando...). O Linux dava seus
primeiros passos no desktop, mas ainda existiam poucos aplicativos que
rivalizassem em recursos e facilidade de uso com os do Windows.
Nos anos seguintes houve um crescimento espantoso. Aquele sistema feio, difícil de
usar, famoso apenas por ser estável e bom para servidores ganhou o KDE e o
Gnome, finalmente duas interfaces bonitas e fáceis de usar, ferramentas de
configuração automática e um grande número de aplicativos, incluindo
compatibilidade com alguns programas e jogos do Windows através do Wine, o que
levou a um número cada vez maior de desenvolvedores e usuários.
Isto cresce em escala geométrica, como uma bola de neve que vai crescendo e
passando por cima de quem se atrever a oferecer resistência.
1- Você tem o direito de usar o programa para qualquer fim. Não existe
discriminação. Um exemplo é que ninguém pode impedir que um programa GPL
seja usado numa clínica de aborto ou numa instalação militar, por exemplo.
Você pode também usar algum software GPL em conjunto com o seu aplicativo
comercial, desenvolvendo um aplicativo qualquer que utiliza o Postgree SQL (um
servidor de banco de dados), por exemplo. O Postgree SQL continua sendo GPL e o
seu aplicativo continua sendo fechado; qualquer um pode usar e tirar cópias do
Postgree SQL, mas você controla a distribuição do seu aplicativo. Uma coisa não
interfere com a outra.
Muitas pessoas que utilizam o Kurumin acabam contribuindo com soluções para
problemas e melhorias diversas. Para eles é interessante fazer isso, pois os
problemas são resolvidos nas novas versões, evitando que eles precisem ficar
corrigindo manualmente os novos problemas indefinidamente.
O Linux hoje
Existe ainda suporte à quase todo tipo de hardware: mesmo softmodems, scanners
e câmeras digitais não são um problema se você pesquisar um pouco antes de
comprar.
É comum ouvir notícias de servidores Linux que estão ligados há vários anos, de
forma contínua, sem nunca serem reiniciados ou invadidos. Ao usar um micro com
componentes de boa qualidade, é possível ter uma amostra desta estabilidade
mesmo num desktop. Uma instalação bem feita pode durar meses ou até anos.
Mesmo muitas pessoas leigas, que usam o micro apenas para navegar e ler e-mails
estão migrando para o Kurumin ou outras distribuições fáceis de usar, a fim de
fugir dos travamentos e vírus.
Neste livro abordo três distribuições: o Kurumin, que apesar de ser um projeto
pessoal acabou se tornando uma das mais usadas no Brasil; o Ubuntu, outra
distribuição com foco na facilidade de uso que vem crescendo rapidamente; e o
Slax, uma distribuição derivada do Slackware, que é uma forma mais fácil e
agradável de aprender a trabalhar com ele.
Este é um livro para quem está interessado em entender como o sistema funciona,
aproveitar melhor os muitos recursos disponíveis e aprender a resolver problemas.
É um livro para iniciantes, mas que oferece uma curva acentuada de aprendizado
abordando muitos aspectos avançados e macetes do sistema.
Como um PC funciona
O sistema digital, por sua vez, permite armazenar qualquer informação na forma de
uma seqüência de valores positivos e negativos, ou seja, na forma de uns e zeros.
O número 181, por exemplo, pode ser representado digitalmente como 10110101.
Qualquer tipo de informação, seja um texto, uma imagem, um vídeo, um
programa, ou qualquer outra coisa, será processado e armazenado pelo
computador na forma de uma grande seqüência de uns e zeros.
Quando o computador trava significa justamente que chegou a uma situação onde
ele não sabe o que fazer. O programador estava com sono e esqueceu de fechar
alguma função ou de verificar alguma variável. Como disse, o computador não sabe
lidar com situações inesperadas: quando não sabe o que fazer, simplesmente
empaca.
Sempre que alguém lhe disser que "não entende nada de computadores", explique
que é impossível ser mais burro que eles. Lembre-se de que você é o ser pensante
que está no comando.
Mas, por outro lado, é justamente o uso do sistema binário que torna os
computadores confiáveis, pois a possibilidade de um valor 1 ser alterado para um
valor 0, o oposto, é muito pequena. Lidando com apenas dois valores diferentes, a
velocidade de processamento também torna-se maior, devido à simplicidade dos
cálculos.
O número 1024 foi escolhido por ser a potência de 2 mais próxima de 1000. É mais
fácil para os computadores trabalharem com múltiplos de dois do que usar o
sistema decimal como nós. Seja compreensivo com as limitações de nossos pobres
serviçais: lembre-se de que você é mais inteligente do que eles, então como todo
ser superior é seu dever fazer algumas concessões de vez em quando ;).
Não se sabe se algum dia todos estes múltiplos chegarão a realmente ser usados.
Para armazenar um Yottabyte inteiro, usando tecnologia atual, seria necessário
construir uma estrutura colossal de servidores.
Imagine que, para manter os custos baixos, fosse adotada uma estratégia estilo
Google, usando PCs comuns, com HDs IDE. Cada PC seria equipado com 4 HDs de
250 GB, o que resultaria em aproximadamente 1 Terabyte por PC. Estes PCs são
então organizados em enormes racks, onde cada rack tem espaço para 1024 PCs.
Os PCs de cada rack são ligados a um conjunto de switchs e cada grupo de switchs
é ligado a um grande roteador. Uma vez ligados em rede, os 1024 PCs são
configurados para atuar como um enorme cluster, trabalhando como se fossem um
único sistema.
Você tem uma boa chance de ficar rico (e ter que fugir pouco tempo depois ;),
anunciando pendrives de 4 Gb (Gigabits), pentes de memória de 8 Gb e HDs de
2000 Tb (Terabits), por preços pouca coisa maiores que os de 512 MB, 1 GB e 250
GB dos concorrentes :-p.
Os componentes básicos
Dentro do mundo PC, tudo começou com o 8088, lançado pela Intel em 1979 e
usado no primeiro PC, lançado pela IBM em 1981. Depois veio o 286, lançado em
1982, e o 386, lançado em 1985.
O 386 pode ser considerado o primeiro processador moderno, pois foi o primeiro a
incluir o conjunto de instruções básico, usado até os dias de hoje. O 486, que ainda
faz parte das lembranças de muita gente que comprou seu primeiro computador foi
lançado em 1989, mas ainda era comum encontrar micros com ele à venda até por
volta de 1997.
Depois entramos na era atual, inaugurada pelo Pentium, que foi lançado em 1993,
mas demorou alguns anos para se popularizar e substituir os 486. Em 1997 foi
lançado o Pentium MMX, que deu um último fôlego à plataforma. Depois, em 1997,
veio o Pentium II, que usava um encaixe diferente e por isso era incompatível com
as placas-mãe antigas. A AMD soube aproveitar a oportunidade, desenvolvendo o
K6-2, um chip com uma arquitetura similar ao Pentium II, mas que era compatível
com as placas antigas.
A partir daí as coisas passaram a acontecer mais rápido. Em 1999 foi lançado o
Pentium III e em 2000 o Pentium 4, que trouxe uma arquitetura bem diferente dos
chips anteriores, otimizada para permitir o lançamento de processadores que
trabalham a freqüências mais altas.
O último Pentium III trabalhava a 1.0 GHz, enquanto o Pentium 4 atingiu
rapidamente os 2.0 GHz, depois 3 GHz e depois 4.0 GHz. O problema é que o
Pentium 4 possui um desempenho por ciclo de clock inferior a outros
processadores, o que faz com que a alta freqüência de operação sirva
simplesmente para equilibrar as coisas. A primeira versão do Pentium 4 operava a
1.3 GHz e, mesmo assim, perdia para o Pentium III de 1.0 GHz em algumas
aplicações.
Quanto mais alta a freqüência do processador, mais ele esquenta e mais energia
consome, o que acaba se tornando um grande problema. Em 2003 a Intel lançou o
Pentium M, um chip derivado da antiga arquitetura do Pentium III, que consome
pouca energia, esquenta pouco e mesmo assim oferece um excelente desempenho.
Um Pentium M de 1.4 GHz chega a superar um Pentium 4 de 2.6 GHz em diversas
aplicações.
Para efeito de comparação, entre os chips antigos e os atuais, um 486 tinha cerca
de 1 milhão de transistores e chegou a 133 MHz, enquanto o Pentium MMX tinha
4.3 milhões e chegou a 233 MHz. Um Pentium 4 (Prescott) tem 125 milhões e
chega a 4.0 GHz. O transistor é a unidade básica do processador, capaz de
processar um bit de cada vez. Mais transistores permitem que o processador
processe mais instruções de cada vez enquanto a freqüência de operação
determina quantos ciclos de processamento são executados por segundo.
A AMD, por sua vez, começou produzindo processadores 386 e 486, muito similares
aos da Intel, porém mais baratos. Quando a Intel lançou o Pentium, que exigia o
uso de novas placas-mãe, a AMD lançou o "5x86", um 486 de 133 MHz, que foi
bastante popular, servindo como uma opção barata de upgrade. Embora o "5x86" e
o clock de 133 MHz dessem a entender que se tratava de um processador com um
desempenho similar a um Pentium 133, o desempenho era muito inferior, mal
concorrendo com um Pentium 66. Este foi o primeiro de uma série de exemplos,
tanto do lado da AMD, quanto do lado da Intel, em que existiu uma diferença
gritante entre o desempenho de dois processadores do mesmo clock. Embora seja
um item importante, a freqüência de operação não é um indicador direto do
desempenho do processador.
Uma analogia poderia ser feita em relação aos motores de carro. Os motores de 1.6
do final da década de 70, usados nas Brasílias e Fuscas, tinham 44 cavalos de
potência, enquanto os motores 1.0 atuais chegam a mais de 70 cavalos. Além da
capacidade cúbica, existem muitos outros fatores, como a eficiência do sistema de
injeção de ar e combustível, taxa de compressão, refrigeração, etc.
Depois do 5x68 a AMD lançou o K5, um processador similar ao Pentium, mas que
não fez tanto sucesso. Ele foi seguido pelo K6 e mais tarde pelo K6-2, que
novamente fez bastante sucesso, como uma opção barata, e ao mesmo tempo
como uma opção de upgrade para quem tinha um Pentium ou Pentium MMX.
Esta era do K6-2 foi uma época negra da informática, não pelo processador em si
(que excluindo o desempenho em jogos, tinha um bom custo-benefício), mas pelas
placas-mãe baratas que inundaram o mercado. Aproveitando o baixo custo do
processador, os fabricantes passaram a desenvolver placas cada vez mais baratas
(e de qualidade cada vez pior) para vender mais oferecendo PCs de baixo custo. A
época foi marcada por aberrações. Um certo fabricante chegou a lançar uma família
de placas sem cache L2, que pifavam em média depois de um ano de uso.
As coisas voltaram aos trilhos com o Athlon, que foi o primeiro grande processador
(tanto em desempenho, quanto em tamanho :) da AMD. A primeira versão usava
um formato de cartucho (slot), similar ao Pentium II, mas incompatível com as
placas para ele. Ele foi sucedido pelo Athlon Thunderbird, que passou a usar o
formato de soquete utilizado até os dias de hoje pelo Sempron.
Memória
Depois do processador, temos a memória RAM, usada por ele para armazenar os
arquivos e programas que estão sendo executados. Funciona como uma espécie de
mesa de trabalho. A quantidade de memória RAM disponível tem um grande efeito
sobre o desempenho.
Existem basicamente dois tipos de memória em uso: SDR e DDR. As SDR são o tipo
tradicional, onde o controlador de memória faz apenas uma leitura por ciclo,
enquanto as DDR são mais rápidas, pois fazem duas leituras por ciclo. O
desempenho não chega a dobrar, pois o acesso inicial continua demorando o
mesmo tempo, mas melhora bastante.
É fácil diferenciar os pentes SDR e DDR, pois os SDR possuem dois chanfros e os
DDR apenas um. Essa diferença faz com que também não seja possível trocar as
bolas, encaixando por engano um pente DDR numa placa-mãe que use SDR e vice-
versa (a menos que você use um alicate e um martelo, mas a placa provavelmente
não vai funcionar mais depois ;).
Algumas poucas placas possuem os dois tipos de soquete, permitindo usar os dois
tipos de acordo com a conveniência, mas sem misturar os dois.
Em seguida vem o cache L2, que é mais lento tanto em termos de tempo de acesso
(o tempo necessário para iniciar a transferência) quanto em largura de banda, mas
é bem mais econômico em termos de transistores, permitindo que seja usado em
maior quantidade. Um Pentium 4 possui (de acordo com o modelo) 512 KB, 1 MB
ou 2 MB de cache L2, enquanto o Sempron tem 256 KB.
Disco rígido
No final das contas, a memória RAM funciona como uma mesa de trabalho. Os
dados mesmo são armazenados no disco rígido, também chamado de hard disk (o
termo em Inglês), HD ou até mesmo de "disco duro" pelos nossos primos lusitanos.
É nele que ficam guardados programas e dados enquanto não estão em uso, ou
quando o micro é desligado.
Na verdade, os discos magnéticos dos HDs são selados, pois a superfície magnética
onde são armazenados os dados é extremamente fina e sensível. Qualquer grão de
poeira que entrasse iria começar a riscar os discos por causa da velocidade em que
eles giram (7200 ou 10000 RPM nos atuais) o que faria com que em poucas horas
quase todos os dados armazenados fossem destruídos. Fotos em que o HD aparece
aberto são apenas ilustrativas, no mundo real ele é apenas uma caixa fechada sem
tanta graça.
Mas, voltando à função do HD, imagine que, como memória RAM é cara, você
compra sempre uma quantidade relativamente pequena, geralmente 512 MB ou 1
GB, de acordo com o seu bolso. Por outro lado, você dificilmente vai encontrar um
HD de menos que 80 ou 120 GB à venda. Ou seja, temos centenas de vezes mais
espaço no HD do que na memória RAM.
Lembre-se de que o computador é burro, quando ele fica sem memória RAM,
simplesmente trava. Não existe negociação com quem só entende uns e zeros.
Bem antigamente, nos anos 80, época dos primeiros PCs, você só podia rodar
programas que coubessem na memória RAM disponível. Naquela época, a memória
RAM era muito mais cara que hoje em dia, então o mais comum era usar 256 ou
512 KB (sim, kbytes, duas mil vezes menos que usamos hoje, tempos difíceis
aqueles, nem existia Linux... :). Os mais abonados tinham dinheiro para comprar
um megabyte inteiro mas parava por aí.
Se você quisesse rodar um programa com mais de 256 KB, tinha que comprar mais
memória, não tinha conversa. Os programadores, coitados, tinham que deixar seus
programas o mais compactos possíveis para que eles rodassem nos micros com
menos memória.
Mais tarde, quando a Intel estava desenvolvendo o 386, um dos engenheiros bem
pagos da empresa, num momento de criatividade despertada por iluminação divina,
teve a idéia de criar um recurso chamado de memória virtual.
O Linux sabe como usar memória virtual desde o comecinho, quando um russo
pediu encarecidamente que Linus Torvalds incluísse o recurso para que ele pudesse
rodar o Linux no seu 386 com 2 MB de RAM (não tente fazer isso em casa! :-).
O problema é que o HD é muito mais lento que a memória RAM. Se você for numa
loja de informática qualquer e perguntar sobre os tipos de pente de memória que
estão à venda, vai encontrar pentes de memória DDR de 2100, 2700 ou até 3200
MB/s (a memória conversa com o processador a até 3200 megabytes por segundo).
Na pior das hipóteses, você vai encontrar um pente antigo de memória PC-100, que
transmite a 800 MB/s.
$ hdparm -t /dev/hda
/dev/hda:
Timing buffered disk reads: 158 MB in 3.03 seconds = 52.20
MB/sec
Ou seja, enquanto na memória RAM falamos de 2 ou 3 gigabytes por segundo, no
HD falamos em algumas dezenas de megabytes. Para piorar as coisas, o tempo de
acesso do HD (o tempo necessário para localizar a informação e iniciar a
transferência) é absurdamente mais alto, em torno de 10 milessegundos, enquanto
na memória RAM falamos em nanossegundos.
Agora você entende por que o Kurumin roda tão lento naqueles micros velhos com
apenas 64 MB. O sistema até consegue trabalhar, com a ajuda da memória virtual,
mas como uma grande parte das coisas acaba indo para o HD, tudo fica leeeeento,
independentemente do clock do processador.
A fórmula é simples: quanto menos memória RAM, mais memória swap (memória
virtual) é usada e mais lento o sistema fica. O processador, coitado, não pode fazer
nada além de ficar esperando a boa vontade do HD em mandar à conta-gotas os
dados de que ele precisa para trabalhar. Ou seja, quando você compra um micro
com um processador de 3 GHz e 256 MB de RAM, você está literalmente jogando
dinheiro no lixo, pois o seu processador super ultra rápido vai ficar boa parte do
tempo esperando pelo HD.
Vender micros novos com 256, ou pior, apenas 128 MB de RAM, é uma atrocidade
que deveria ser classificada como crime contra a humanidade ;).
Por outro lado, quando você tem instalado mais memória do que o sistema
realmente precisa, é feito o inverso. Ao invés de copiar arquivos da memória para o
HD, arquivos do HD, contendo os programas, arquivos e bibliotecas que já foram
anteriormente abertos é que são copiados para a memória, fazendo com que o
acesso a eles passe a ser instantâneo. Os programas e arquivos passam a ser
abertos de forma gritantemente mais rápida, como se você tivesse um HD muito
mais rápido do que realmente é.
A resolução máxima suportada pela placa de vídeo era limitada pela quantidade de
memória de vídeo. Na época, memória era um artigo caro, de forma que as placas
vinham com apenas 1 ou 2 MB. As placas de 1 MB permitiam usar no máximo
800x600 com 16 bits de cor, ou 1024x768 com 256 cores. Estavam limitadas ao
que cabia na memória de vídeo.
Finalmente, as placas deram o passo final, passando a suportar recursos 3D. Uma
placa 3D é capaz de gerar, processar e renderizar imagens em 3D, que por sua vez
são formadas por uma quantidade gigantesca de polígonos, posicionados no espaço
tridimensional e texturas aplicadas sobre eles, que os transformam em objetos
mais semelhantes aos reais.
Junto com as placas 3D, surgiu a febre dos games de primeira pessoa, começando
com o Quake 2 e Quake 3 e depois chegando ao Counter Strike, Doom 3 e
companhia. Muitos destes games (incluindo todos os títulos da ID e a série Unreal
Tournament) possuem versões Linux nativas. Em geral você baixa um instalador na
página do desenvolvedor, que instala a partir do CD com a versão Windows.
Outros podem ser executados no Linux usando o Cedega (chamado de WineX nas
versões anteriores), que simula um ambiente Windows, incluindo o DirectX e outros
recursos usados pelos games. Já existem até casos de LanHouses onde todas ou
quase todas as máquinas (os desktops mesmo, não apenas os servidores) rodam
Linux. Você pode ver mais detalhes sobre o projeto aqui:
http://www.guiadohardware.net/artigos/309/.
A ATI também desenvolve um driver próprio, mas que não possui uma qualidade
tão boa. O desempenho é inferior ao do driver for Windows e o driver não instala
em todas as distribuições. Como o custo das placas não é tão diferente assim, dê
preferência às placas da nVidia ao comprar uma placa 3D para uso no Linux.
Lembre-se de que o driver influencia diretamente o desempenho da placa: uma
placa rápida no Windows pode ser muito lenta no Linux se o driver não tiver
qualidade.
Entre as placas onboard, as com melhor suporte são as com chipset Intel, tanto as
encontradas em notebooks, quanto as usadas em placas para desktop.
Praticamente todas são suportadas no Linux e o driver oferece um bom
desempenho (dentro das limitações do hardware, claro). Alguns dos chipsets
recentes passaram a ser suportados apenas no Kernel 2.6.12, por isso dê
preferência às últimas versões das distribuições.
Por último, temos as placas SiS (tanto onboard quanto offboard), que são as pior
suportadas no Linux. O fabricante simplesmente não desenvolve nenhum driver,
nem abre as especificações das placas, que permitiriam que outras pessoas o
fizessem. Não apenas as placas de vídeo, mas também as placas-mãe com chipset
SiS de uma forma geral (independente do fabricante da placa-mãe) são as mais
problemáticas no Linux, novamente pela questão da falta de drivers, por isso é
recomendável deixá-las em último na lista de compra. Só considere comprar uma
se a diferença de preço for realmente grande e você achar que a economia
compensa a falta de suporte e dor de cabeça.
Embora funcionem no Linux, o driver "sis" do X.org (que dá suporte às placas com
chipset SiS) não oferece desempenho 3D para nenhum dos modelos, limitando
bastante seu uso. Um número relativamente grande de placas não possui sequer
aceleração 2D, fazendo com que o desempenho fique comprometido mesmo em
tarefas básicas, como assistir vídeos ou usar o VMware. Existe um projeto para
oferecer suporte 3D a algumas placas (embora sem nenhum apoio do fabricante),
mas que não tem feito muito progresso nos últimos tempos, disponível no:
http://www.winischhofer.at/linuxsisvga.shtml.
No caso de uma placa onboard, o chipset de vídeo é bem mais simples e incluído
diretamente no chipset da placa-mãe. Para reduzir ainda mais o custo, o vídeo não
possui memória dedicada, simplesmente compartilha a memória principal com o
processador.
Mesmo uma placa relativamente barata atualmente, como a GeForce 4 Ti4600 tem
10.4 GB/s de barramento com a memória de vídeo, enquanto ao usar um pente de
memória DDR PC 3200, temos apenas 3.2 GB/s de barramento na memória
principal, que ainda por cima precisa ser compartilhado entre o vídeo e o
processador principal. O processador lida bem com isto, graças aos caches L1 e L2,
mas a placa de vídeo realmente não tem para onde correr. É por isso que os
chipsets de vídeo onboard são normalmente bem mais simples: mesmo um chip
caro e complexo não ofereceria um desempenho muito melhor, pois o grande
limitante é o acesso à memória.
De uma forma geral, as placas de vídeo onboard (pelo menos os modelos que
dispõe de drivers adequados) atuais atendem bem às tarefas do dia-a-dia, com a
grande vantagem do custo. Elas também permitem rodar os games mais antigos
com um bom desempenho, apesar de naturalmente ficarem devendo nos
lançamentos recentes.
Placa-mãe
Quanto aos conectores, temos na placa-mãe dois conectores IDE para conectar o
HD e o CD-ROM, um slot AGP (o marrom) para a placa de vídeo, vários slots PCI
(os brancos) para o modem, placa de som e outras placas, soquetes para conectar
a memória, o soquete para o processador, o conector para a fonte de alimentação e
o painel traseiro, que agrupa os encaixes dos componentes onboard, incluindo o
vídeo, som, rede e portas USB.
Evite comprar fontes muito baratas e, ao montar um micro mais parrudo, invista
numa fonte de maior capacidade.
Não se esqueça também do fio terra, que é outro componente importante, mas
freqüentemente esquecido. O fio terra funciona como uma rota de fuga para picos
de tensão provenientes da rede elétrica. A eletricidade flui de uma forma similar à
água: vai sempre pelo caminho mais fácil. Sem ter para onde ir, um raio vai torrar
o estabilizador, a fonte de alimentação e, com um pouco mais de azar, a placa-mãe
e o resto do micro. O fio terra evita isso, permitindo que a eletricidade escoe por
um caminho mais fácil, deixando todo o equipamento intacto.
O fio terra é simplesmente uma barra de cobre com dois a três metros de
comprimento, que é cravada no solo, no meio de um buraco de 20 cm de largura,
preenchido com sal grosso e carvão. Naturalmente, instalar o terra é trabalho para
o eletricista, até porque cavar o buraco e cravar a barra não é um trabalho nada
fácil :-). Sem o terra, o estabilizador perde grande parte de sua função, tornando-
se mais um componente decorativo, que vai ser torrado junto com o resto, do que
uma proteção real.
Nas grandes cidades, é relativamente raro acontecer dos micros queimarem por
causa de raios, pois os transformadores e disjuntores oferecem uma proteção
razoável. Mas, pequenos picos de tensão são responsáveis por pequenos danos nos
pentes de memória e outros componentes sensíveis, danos que se acumulam,
comprometendo a estabilidade e abreviando a vida útil do equipamento.
Toda esta parte física, as coisas tangíveis, que você pode tocar é chamada de
hardware. A parte mais importante vem depois, o Software, os programas que
permitem que o computador faça coisas úteis. É aí que entra o sistema operacional
e, depois dele, os programas que usamos no dia-a-dia.
O driver é como se fosse a chave do carro, sem ela você não entra no carro nem dá
a partida e ele não serve para nada. Comprar uma impressora ou scanner que não
possua driver para o Linux, ou outro sistema operacional que você pretende
utilizar, é como comprar um carro sem a chave. Pesquise antes para não levar gato
por lebre.
Arquiteturas
No início da década de 80, a concorrência era mais acirrada e muitos achavam que
o modelo da Apple poderia prevalecer, mas não foi o que aconteceu. Dentro da
história da informática temos inúmeras histórias que mostram que os padrões
abertos quase sempre prevalecem. Um ambiente onde existem várias empresas
concorrendo entre si favorece o desenvolvimento de produtos melhores, o que cria
uma demanda maior e, graças à economia de escala, permite preços mais baixos.
Montar uma rede já foi complicado e caro. Hoje em dia, as redes são algo
onipresente, uma forma barata de trocar arquivos, compartilhar a conexão com a
internet, compartilhar impressoras, CD-ROM e outros periféricos e assim por diante.
O uso mais corriqueiro é compartilhar a conexão com a internet. Você tem apenas
uma linha ADSL ou apenas uma assinatura do serviço de acesso via cabo e pode
acessar, ao mesmo tempo, a partir de todos os micros que tiver em sua casa ou
empresa. Neste caso um dos micros atua como um ponto de encontro, enviando os
pedidos de todos para a internet e devolvendo as respostas. Além de compartilhar
a conexão, este servidor pode compartilhar arquivos, servir como firewall
(protegendo a rede de acessos externos), rodar um proxy (que permite criar um
cache de arquivos e páginas acessados, melhorando a velocidade da conexão),
além de outros serviços.
As placas de rede já foram componentes caros, mas como elas são dispositivos
relativamente simples e o funcionamento é baseado em padrões abertos, qualquer
um pode abrir uma fábrica de placas de rede, o que faz com que exista uma
concorrência acirrada que obriga os fabricantes a produzirem placas cada vez mais
baratas e trabalhem com margens de lucro cada vez mais estreitas. As placas de
rede mais baratas chegam a ser vendidas no atacado por menos de três dólares. O
preço final é um pouco mais alto naturalmente, mas não é difícil achar placas por
20 reais ou até menos.
Lembre-se de que a velocidade das placas é calculada em bits e não em bytes. Uma
rede de 100 megabits permite uma taxa de transmissão (teórica) de 12.5 MB/s.
Como além dos dados são transmitidas outras informações (a estrutura dos
pacotes, retransmissões, códigos de correção de erros, etc.), a velocidade na
prática fica sempre um pouco abaixo disso. Normalmente é possível transferir
arquivos a no máximo 10.5 MB/s, com a taxa máxima variando sutilmente de
acordo com a placa e o sistema operacional usado.
A opção para quem precisa de mais velocidade são as redes Gigabit Ethernet, que
transmitem a até 1000 megabits (125 megabytes) por segundo. As placas Gigabit
atuais são compatíveis com os mesmos cabos de par trançado categoria 5, usados
pelas placas de 100 megabits, por isso a diferença de custo fica por conta apenas
das placas e do switch. Elas ainda são muito mais caras, mas pouco a pouco o
preço vai caindo.
Você pode comprar quantos metros de cabo quiser, junto com os conectores e fazer
crimpar os cabos você mesmo, ou pode comprá-los já prontos. É no caso dos cabos
já crimpados que o preço começa a variar. Algumas lojas chegam a crimpar os
cabos na hora cobrando apenas o valor do material, enquanto outras vendem os
cabos por preços exorbitantes.
Não é incomum ver gente usando cabos fora do padrão, com 120, 150 ou, em
alguns casos até 200 metros. Dependendo da qualidade das placas de redes, cabos,
conectores, crimpagem e do nível de interferências do ambiente, o sinal pode se
propagar por distâncias bem acima dos 100 metros, mas neste caos sem garantia
nenhuma de estabilidade. Até 100 metros você pode ter certeza de que a rede
funcionará, acima disso começa a depender da sorte.
Existem dois tipos de cabos de rede: os cabos retos (straight), que são os cabos
"normais", usados para ligar os vários micros ao hub ou switch, e os cabos cross-
over, que utilizam um padrão diferente, que permite ligar diretamente dois micros,
sem precisar de um hub.
Todas as placas são ligadas ao hub ou switch, que serve como uma central, de
onde os sinais de um micro são retransmitidos para os demais. Todas as placas de
rede são ligadas ao hub ou switch e é possível ligar vários hubs ou switchs entre si
(até um máximo de 7) caso necessário, formando redes maiores.
A diferença entre um hub é um switch é que o hub apenas retransmite tudo o que
recebe para todos os micros conectados a ele, é um tagarela. Isso faz com que
apenas um micro consiga transmitir dados de cada vez e que todas as placas
precisem operar na mesma velocidade (sempre nivelada por baixo, caso você
coloque um micro com uma placa de 10 megabits na rede, a rede toda passará a
trabalhar a 10 megabits).
Os switchs, por sua vez, são aparelhos mais inteligentes. Eles fecham canais
exclusivos de comunicação entre o micro que está enviando dados e o que está
recebendo, permitindo que vários pares de micros troquem dados entre si ao
mesmo tempo. Isso melhora bastante a velocidade em redes congestionadas, com
muitos micros.
Tudo o que vimos até agora, sobre placas e cabos representa a parte física da rede,
os componentes necessários para fazer os uns e zeros enviados por um computador
chegarem ao outro. O TCP/IP é o protocolo de rede, o conjunto de regras e padrões
que permite que eles realmente falem a mesma língua.
Pense nas placas, hubs e cabos como o sistema telefônico e no TCP/IP como a
língua falada que você usa para realmente se comunicar. Não adianta nada ligar
para alguém na China que não saiba falar Português. Sua voz vai chegar até lá,
mas ela não vai entender nada. Além da língua em si, existe um conjunto de
padrões, como por exemplo dizer "alô" ao atender o telefone, dizer quem é, se
despedir antes de desligar, etc.
Ligar os cabos e ver se os leds do hub e das placas estão acesos é o primeiro
passo. O segundo é configurar os endereços da rede para que os micros possam
conversar entre si, e o terceiro é finalmente compartilhar a internet, arquivos,
impressoras e o que mais você quer que os outros micros da rede tenham acesso.
- Endereço IP:
Os endereços IP identificam cada micro na rede. A regra básica é que cada micro
deve ter um endereço IP diferente e todos devem usar endereços dentro da mesma
faixa.
Quando quiser configurar uma rede local, você deve usar um dos endereços
reservados, endereços que não existem na internet e que por isso podemos utilizar
à vontade em nossas redes particulares. Algumas das faixas reservadas de
endereços são: 10.x.x.x, 172.16.x.x até 172.31.x.x e 192.168.0.x até
192.168.255.x
Você pode usar qualquer uma dessas faixas de endereços na sua rede. Uma faixa
de endereços das mais usadas é a 192.168.0.x, onde o "192.168.0." vai ser igual
em todos os micros da rede e muda apenas o último número, que pode ser de 1 até
254 (o 0 e o 255 são reservados para o endereço da rede e o sinal de broadcast).
Se você tiver 4 micros na rede, os endereços deles podem ser, por exemplo,
192.168.0.1, 192.168.0.2, 192.168.0.3 e 192.168.0.4.
- Máscara de sub-rede
Ao contrário do endereço IP, que é formado por valores entre 0 e 255, a máscara
de sub-rede é formada por apenas dois valores: 0 e 255, como em 255.255.0.0 ou
255.0.0.0, onde um valor 255 indica a parte endereço IP referente à rede, e um
valor 0 indica a parte endereço IP referente ao host.
Lembra que disse que quando você se conecta à internet através de um provedor
de acesso qualquer, você recebe apenas um endereço IP válido? Quando você
compartilha a conexão entre vários micros, apenas o servidor que está
compartilhando a conexão possui um endereço IP válido, só ele "existe" na
internet. Todos os demais acessam através dele.
Por exemplo, se você montar uma rede doméstica com 4 PCs, usando os endereços
IP 192.168.0.1, 192.168.0.2, 192.168.0.3 e 192.168.0.4, e o PC 192.168.0.1
estiver compartilhando o acesso à internet, as outras três estações deverão ser
configuradas para utilizar o endereço 192.168.0.1 como gateway padrão.
- Servidor DNS
Para tanto, o servidor DNS mantém uma tabela com todos os nomes fantasia,
relacionados com os respectivos endereços IP. A maior dificuldade em manter um
servidor DNS é justamente manter esta tabela atualizada, pois o serviço tem que
ser feito manualmente. Dentro da internet, temos várias instituições que cuidam
desta tarefa. No Brasil, por exemplo, temos a FAPESP. Para registrar um domínio é
preciso fornecer à FAPESP o endereço IP real do servidor onde a página ficará
hospedada. A FAPESP cobra uma taxa de manutenção anual de R$ 30 por este
serviço.
Servidores DNS também são muito usados em intranets, para tornar os endereços
mais amigáveis e fáceis de guardar.
O ideal é informar dois endereços, assim se o primeiro estiver fora do ar, você
continua acessando através do segundo. Também funciona com um endereço só,
mas você perde a redundância. Exemplos de endereços de servidores DNS são:
200.204.0.10 e 200.204.0.138.
IP: 192.168.0.2
Máscara: 255.255.255.0
Gateway: 192.168.0.1 (o endereço do micro compartilhando a
conexão)
DNS: 200.204.0.10 200.204.0.138
O micro que está compartilhando a conexão por sua vez vai ter duas placas de
rede, uma para a internet e outra para a rede local, por isso vai ter uma
configuração separada para cada uma. A configuração da internet é feita da forma
normal, de acordo com o tipo de conexão que você usa, e a configuração da rede
interna segue o padrão que vimos até aqui.
É possível usar também um servidor DHCP para fornecer as configurações da rede
para os micros, de forma que você não precise ficar configurando os endereços
manualmente em cada um. O configurador do Kurumin pergunta sobre isso logo na
primeira opção: "Configurar a rede via DHCP"?
Redes wireless
Finalmente, temos o 802.11g, o padrão atual. Ele junta o melhor dos dois mundos,
operando a 54 megabits, como no 802.11a e trabalhando na mesma faixa de
freqüência do 802.11b (2.4 GHz), o que mantém o alcance inicial. Para que a rede
funcione a 54 megabits, é necessário que tanto o ponto de acesso, quanto todas as
placas sejam 802.11g, caso contrário a rede inteira passa a operar a 11 megabits,
a fim de manter compatibilidade com as placas antigas. Muitos pontos de acesso
permitem desativar este recurso, fazendo com que as placas de 11 megabits
simplesmente fiquem fora da rede, sem prejudicar o desempenho das demais.
Existem ainda as placas dual band, que são capazes de transmitir simultaneamente
usando dois canais diferentes, dobrando a taxa de transmissão. Uma placa de "108
megabits" é na verdade uma 802.11g dual-band.
As redes wireless também são redes Ethernet e também usam o TCP/IP. Mas, além
da configuração dos endereços IP, máscara, gateway, etc., feita da mesma forma
que numa rede cabeada, temos um conjunto de parâmetros adicional.
Em seguida temos o canal que, novamente permite que vários pontos de acesso
dentro da mesma área trabalhem sem interferir entre si. Temos um total de 16
canais (numerados de 1 a 16), mas a legislação de cada país permite o uso de
apenas alguns deles. Nos EUA, por exemplo, é permitido usar apenas do 1 ao 11 e
na França apenas do 10 ao 13. Esta configuração de país é definida na configuração
do ponto de acesso.
O ESSID sozinho provê uma segurança muito fraca, pois qualquer um que soubesse
o nome da rede poderia se conectar a ele ou mesmo começar a escutar todas as
conexões. Embora o alcance normal de uma rede wireless, usando as antenas
padrão das placas e pontos de acesso normalmente não passe de 30 ou 50 metros
(em ambientes fechados) usando antenas maiores, de alto ganho e conseguindo
uma rota sem obstáculos, é possível captar o sinal de muito longe, chegando a 2 ou
até mesmo 5 KM, de acordo com a potência do seu ponto de acesso.
Como é praticamente impossível impedir que outras pessoas captem o sinal da sua
rede, a melhor solução é encriptar as informações, de forma que ela não tenha
utilidade fora o círculo autorizado a acessar a rede.
Embora nenhum dos três seja livre de falhas, elas são uma camada essencial de
proteção, que evita que sua rede seja um alvo fácil. É como as portas de uma casa.
Nenhuma porta é impossível de arrombar, mas você não gostaria de morar numa
casa sem portas.
Ao usar WEP, você define numa chave de 10 (WEP de 64 bits) ou 26 (WEP de 128
bits) caracteres em hexa, onde podem ser usados números de 0 a 9 e as letras A,
B, C, D, E e F. Também é possível usar caracteres ASCII (incluindo acentuação e
todo tipo de caracteres especiais); neste caso as chaves terão respectivamente 5 e
13 caracteres.
A regra básica é que os micros precisam possuir a chave correta para se
associarem ao ponto de acesso e acessarem a rede. Em geral os pontos de acesso
permitem que você especifique várias chaves diferentes, de forma que cada micro
pode usar uma diferente.
Acesso Remoto
Eu, por exemplo, uso um modem ADSL Parks 600, que pode ser configurado como
roteador ou bridge, através de uma interface de administração simples, que acesso
via telnet, a partir de qualquer micro da rede.
$ telnet 192.168.0.1
O grande problema é que o telnet não oferece nenhum tipo de segurança. Todas as
informações, incluindo as senhas são transmitidas em texto puro, de forma legível
pela rede e são fáceis de interceptar. É como se você fizesse suas transações
bancárias gritando pela janela.
Hoje em dia poucas empresas hospedam seus websites "in house" ou seja, em
servidores instalados dentro da própria empresa. Quase sempre os servidores ficam
hospedados em data centers, complexos que oferecem toda a estrutura necessária
para que os servidores fiquem no ar de forma confiável, incluindo links redundantes
(se o link principal cai, existe um segundo de reserva), nobreaks de grande porte,
geradores, refrigeração (a temperatura ambiente mais baixa ajuda os componentes
a trabalhar de forma mais estável) e assim por diante.
Isto significa que, apesar do servidor ser "seu", você não tem nenhum tipo de
acesso físico a ele. Não pode usar o teclado ou mouse por exemplo, tudo precisa
ser feito a distância.
Para acessar uma máquina remotamente via ssh, você deve informar o login que
você usará para se conectar, seguido do IP da máquina, que pode estar tanto na
rede local quanto na internet. Se o seu amigo criou o login "suporte" para que você
acesse o micro dele remotamente e o IP é 200.221.34.32, o comando seria:
$ ssh suporte@200.221.34.32
O ssh pede a senha (tudo feito através da conexão segura) e depois você já vê o
prompt da outra máquina:
Embora o uso mais comum seja rodar comandos de modo texto, o ssh também
permite rodar aplicativos gráficos. Se você estiver se conectando a partir do Linux,
geralmente não precisará fazer nada além de chamar o programa pelo nome, como
em:
$ konqueror
Outro programa interessante para acessar outros micros remotamente é o VNC. Ele
permite ver uma extensão do desktop da outra máquina, incluindo o KDE ou outra
interface gráfica. O VNC é dividido em dois módulos, um cliente e um servidor. O
servidor VNC é instalado na máquina que será acessada remotamente, enquanto as
que vão acessar precisam apenas do cliente, um programa pequeno que já vem
pré-instalado na maioria das distribuições. Os dois estão disponíveis tanto para
Linux quanto para Windows, de forma que você pode acessar um micro com o
Windows a partir do Kurumin ou vice-versa.
Finalmente, temos as interfaces de administração via web. Como disse, elas são
usadas por muitos modems ADSL (são mais fáceis de usar que a interface de modo
texto do meu Parks) e também por programas de configuração destinados a
servidores Linux, como o Swat e o Webmin.
Nas reportagens sobre o Linux você lerá muito sobre Linus Torvalds, o criador do
Kernel do Linux. Ele (o Kernel) é a peça fundamental do sistema, responsável por
prover a infra-estrutura básica para os programas funcionarem. O Kernel é algo
comum em todas as diferentes distribuições; muda a versão, mas o Kernel do Linus
está sempre ali.
O Kernel é o responsável por dar suporte aos mais diferentes periféricos: placas de
rede, som, e o que mais você tiver espetado no micro. Uma nova versão sempre
traz suporte a muita coisa nova, o que faz diferença principalmente para quem
pretende trocar de PC em breve ou está de olho em algum handheld ou mp3player
exótico. É por isso que o lançamento de uma atualização importante, como o Kernel
2.6, é sempre tão comemorado.
Uma distribuição Linux é como uma receita, ao invés de ficar compilando o Kernel e
os programas como faziam os pioneiros, você simplesmente instala um conjunto
que uma equipe desenvolveu e disponibilizou. O bom dos softwares é que uma vez
criados eles podem ser distribuídos quase sem custo. Ao contrário de um objeto
material, que se quebra ao ser dividido, quanto mais pessoas copiarem e usarem
sua distribuição melhor: seu trabalho terá mais reconhecimento e apoio.
Alguns exemplos de distribuições são o Debian, Mandriva, Fedora, SuSE, Slackware
e Gentoo.
Pouco depois, em novembro de 1994, foi lançado o Red Hat, que foi desenvolvido
com o objetivo de facilitar a configuração e automatização do sistema, incluindo
várias ferramentas de configuração. Apesar de sua alma comercial, todas as
ferramentas desenvolvidas pela equipe do Red Hat tinham seu código aberto, o que
possibilitou o surgimento de muitas outras distribuições derivadas dele, incluindo o
Mandrake (França) e o Conectiva (Brasil). Devido à sua origem comum, estas
distribuições preservam muitas semelhanças até hoje, sobretudo na estrutura do
sistema e localização dos arquivos de configuração.
A partir de 2003, a Red Hat mudou seu foco, concentrando seus esforços no público
empresarial, desenvolvendo o Red Hat Enterprise e vendendo pacotes com o
sistema, suporte e atualizações.
O Red Hat Desktop foi descontinuado em 2004, pouco depois do lançamento o Red
Hat 9. A partir daí, passou a ser desenvolvido o Fedora combinando os esforços de
parte da equipe da Red Hat e vários voluntários que, com a maior abertura,
passaram a contribuir com melhorias, documentações e suporte comunitário nos
fóruns. O Fedora herdou a maior parte dos usuários do Red Hat Desktop e é
atualmente uma das distribuições mais usadas.
Em 2003, a SuSE foi adquirida pela Novell, dando origem ao Novell Desktop (uma
solução comercial) e ao OpenSuSE, um projeto comunitário, que usa uma estrutura
organizacional inspirada no exemplo do Fedora.
Finalmente, temos o Debian, cuja primeira versão oficial (chamada Buzz) foi
lançada em 1996. O Debian deu origem a uma grande linhagem de distribuições,
que incluem de produtos comerciais, como o Linspire e o Xandros a projetos
comunitários, como o Ubuntu, Knoppix, Mephis e o próprio Kurumin.
Você pode ver uma tabela mais completa com as origens de cada distribuição neste
link do Distrowatch:
http://distrowatch.com/dwres.php?resource=independence
Os live-CDs
Para quem já se acostumou com a idéia, pode parecer natural rodar o sistema a
partir do CD e até mesmo instalar novos programas, sem precisar modificar as
informações salvas no HD, mas o aparecimento do Knoppix foi um verdadeiro
marco dentro do mundo Linux.
A base de tudo é um módulo de Kernel chamado cloop, um hack que permite que
o sistema rode a partir de um sistema de arquivos compactado, gravado no CD-
ROM. Os dados são descompactados "on-the-fly", conforme são necessários. É algo
que funciona de forma similar às partições compactadas pelo smartdrive no
Windows 95/98 (ainda lembrado pelos saudosistas :), mas com um desempenho
melhor e otimizado para CD-ROMs.
Graças à compressão, uma distribuição como o Kurumin pode incluir cerca de 1.2
GB de programas, em uma imagem com pouco mais de 400 MB. Além de reduzir o
tamanho do sistema, comprimir os arquivos melhora também a taxa de
transferência do CD-ROM, diminuindo a perda de desempenho causado pela baixa
taxa de leitura.
A idéia é que um CD-ROM de 40X é capaz de ler a em média 4 MB/s, pois como o
CD gira sempre na mesma velocidade, as informações gravadas nas trilhas da parte
externa do CD (mais longas), são lidas a mais ou menos o dobro da velocidade das
do centro (que são mais curtas). Um CD-ROM de 40x lê a 6 MB/s nas trilhas
externas mas a apenas 3 MB/s nas internas. Como o CD-ROM é gravado a partir do
centro, na maior parte do tempo ele lê os dados a 3, 4 ou 5 MB/s.
Mas, ao ler 4 MB/s de dados compactados a uma razão de 3x, ele estará lendo na
prática a quase 12 MB/s, quase a mesma taxa de transferência de um HD de meia
década atrás. Naturalmente ainda existem outros problemas, como o tempo de
busca, que é muito mais alto num CD-ROM, mas o problema principal é bastante
amenizado.
A primeira etapa do boot é a tela de boas-vindas e uma linha onde você pode
fornecer parâmetros para o boot. Logo depois é carregado o Kernel, que por sua
vez inicializa o hardware, cria um ramdisk usando uma parte (pequena) da
memória RAM onde são armazenados arquivos de configuração e outros dados que
precisam ser alterados durante o uso. Depois disso entra em ação o hwsetup, o
programa de detecção que se encarrega de detectar a placa de vídeo, som, rede,
modem e outros periféricos suportados, desenvolvido por Klaus Knopper com base
no Kudzu do Red Hat.
Este trabalho de detecção é justamente o grande trunfo. Em poucos segundos o
sistema é capaz de detectar, configurar e ativar todos os periféricos suportados na
máquina, baseado nos códigos de identificação dos dispositivos, sem nenhuma
intervenção do usuário.
A memória swap (ou memória virtual) é um recurso usado por todos os sistemas
operacionais atuais quando não existe memória RAM suficiente. Ele passa a
armazenar os dados que não "cabem" na memória num arquivo ou partição swap
criada no HD. É o uso da memória swap que permite que o sistema continue
funcionando, mesmo quando não existe memória RAM suficiente.
Ou seja, para rodar o Kurumin em micros com pouca memória RAM, você deve
preferencialmente usar um programa de particionamento qualquer para criar uma
partição Linux swap ou pelo menos certificar-se de que o HD está formatado em
FAT32 e não em NTFS, caso contrário ele não terá para onde correr quando a
memória RAM acabar ;-).
No Nero Burning Rom, clique em File > Burn Image, aponte o arquivo que será
gravado e clique em "Write" para gravar o CD.
Ao usar o K3B (no Linux), clique em Ferramentas > Gravar Imagem ISO (ou
Queimar imagem de CD), aponte o arquivo, escolha a velocidade de gravação e
clique em "Gravar".
Procure pela seção "Boot" e coloque o CD-ROM como dispositivo primário. Tudo
pronto, agora é só salvar a configuração acessando o menu exit, escolhendo a
opção "Save & Exit setup".
Ao reiniciar o micro sem o CD no drive, ele volta a carregar o Windows ou outro
sistema que estiver instalado no HD. Esta alteração apenas faz com que ele passe a
procurar primeiro no CD-ROM.
11479ced7eea505506b5a3314d33ee70 kurumin-5.0.iso
$ md5sum kurumin-5.0.iso
Se o número retornado for igual, você pode gravar a imagem sem medo, o arquivo
está ok. Caso o número seja diferente, então o arquivo chegou corrompido ou
incompleto. Uma dica nesta caso é que é possível corrigir arquivos corrompidos
usando o bittorrent (se o arquivo estiver disponível para download através dele).
Para isso, baixe o arquivo .torrent para a mesma pasta do arquivo corrompido e
inicie o download. O bittorrent usa um algoritmo próprio para verificar cada pedaço
do arquivo, descartando os pedaços corrompidos. Isso permite que ele baixe
novamente apenas os pedaços corrompidos, sem precisar baixar novamente todo o
arquivo.
Uma última dica é com relação aos famosos "Cloop Errors", erros de leitura que
aparecem ao tentar rodar qualquer live-CD (que usa o módulo cloop para
compactar os dados) a partir de uma mídia ruim. O cloop possui um sistema
próprio para verificar as integridade dos dados no CD, detectando e avisando sobre
os erros de leitura.
Nestes casos você verá vários "CLOOP READ erros" durante o boot, que indicam
justamente que o sistema não está conseguindo ler os dados corretamente. Veja
um exemplo:
c) O próprio leitor CD-ROM ou o cabo IDE podem estar com problemas e por isso os
dados não estão sendo lidos corretamente, embora a mídia esteja em bom estado.
Prefira usar mídias CDR normais e depois doar suas cópias antigas para amigos que
ainda não conheçam o sistema, assim você estará evitando dor de cabeça e ainda
fazendo uma boa ação :).
Linguagens de programação
No Windows não temos muito contato com código fonte, pois os programas são
quase sempre distribuídos apenas em formato binário, que você não tem como
alterar. Mas, no caso do Linux, temos a possibilidade de baixar o código fonte de
praticamente todos os programas que usamos no dia-a-dia. Muita gente aprende a
programar fuçando no código fonte de algum programa que conhece bem,
começando com pequenas traduções e mudanças, e acaba entendendo bem a
sintaxe da linguagem e vários dos truques usados. Depois de cada rodada de
alterações, é possível compilar todo o código, abrir o programa e verificar de que
forma elas alteraram o programa final.
Para começar, existe uma linguagem "básica" para quem quer aprender a
programar, ensinada nos cursos de lógica da programação, o pseudocódigo. Ele não
é uma linguagem "de verdade", mas sim uma maneira mais simples para aprender
os fundamentos usados em todas as linguagens de programação.
Este programinha perguntaria a nota e, com base no número que for digitado,
avisaria se o aluno passou ou não.
Ele poderia ser escrito em qualquer linguagem, mas a lógica seria a mesma. De
acordo com os recursos oferecidos pela linguagem escolhida, ele poderia ter uma
interface simples em modo texto, uma interface gráfica mais trabalhada, aparecer
no meio de uma pagina web e assim por diante. O mesmo programinha escrito em
shell script, a linguagem mais elementar que temos no Linux, onde utilizamos
comandos de terminal, poderia ficar assim:
Em se tratando de programação, o fato de uma linguagem ser "de baixo nível", não
significa que ela é ruim, mas apenas que ela manipula diretamente as instruções e
endereços de memória e, por isso, é mais trabalhosa e voltada para o
desenvolvimento de aplicativos otimizados.
- Fortran: O Fortran foi uma das primeiras linguagens de alto nível da história.
Enquanto o Assembly é chamado de linguagem de baixo nível, por nele utilizarmos
diretamente as instruções e endereços do processador e memória, numa linguagem
de alto nível temos várias funções prontas, o que facilita muito a programação, mas
em compensação torna em muitos casos o programa maior e mais pesado, já que o
compilador jamais conseguirá gerar um código tão otimizado quanto um
programador experiente conseguiria.
- Pascal: O Pascal é outra linguagem de alto nível, criada durante a década de 60.
O Pascal é uma linguagem bastante estruturada, com regras bastante rígidas, o
que a torna difícil de usar. Hoje em dia o Pascal original é pouco usado, mas seus
descendentes diretos como o Free Pascal evoluíram muito. O próprio Kylix (junto
com o Delphi) é uma evolução do Pascal.
- Cobol: Cobol significa "Common Business Oriented Language". Esta linguagem foi
desenvolvida no final da década de 50, com o objetivo de ser uma plataforma de
desenvolvimento para aplicações bancárias e financeiras em geral. Comparado com
o Pascal e o Assembly, comuns na época, o Cobol é uma linguagem relativamente
amigável, o que garantiu uma grande aceitação. Até hoje esta linguagem é usada
em muitos sistemas bancários, o que explica a grande procura por programadores
experientes nesta linguagem na época do bug do ano 2000.
A maior parte dos programas Linux e quase todo o Kernel foram escritos em C, o
que explica o porquê do sistema ser tão rápido em algumas tarefas.
- C++: O C++ mantém os recursos do C original, mas traz muitos recursos novos,
como recursos orientados a objetos, sendo também bem mais fácil de utilizar. O C+
+ é bastante usado atualmente para desenvolver muitos programas para várias
plataformas. Ele é, por exemplo, a linguagem oficial do KDE e da maioria dos
programas para ele.
A maior parte das distribuições instalam o Python por default. Basta abrir um
terminal e chamar o comando "python". Existe também uma versão for Windows
que pode ser baixada no: http://www.python.org/download/. Ao abrir um
programa, você verá um prompt como este:
Vamos começar com uma coisa simples. Que tal ouvir um bom dia? Para isso
podemos usar o "print" que é o comando para escrever coisas na tela. Este
comando é simples de usar, basta escrever a frase entre aspas: print "Bom Dia!".
Isso faz com que ele pergunte o seu nome e fique esperando você digitar alguma
coisa e dar Enter. Em seguida ele armazena o texto digitado na variável "nome" e
volta para o prompt. O texto entre aspas pode ser substituído por outra coisa se
quiser.
Como disse, a variável armazena dados que podem ser usados mais tarde. Como
agora já temos o seu nome armazenado na variável "nome", podemos completar
nosso bom dia, fazendo com que ele escreva junto o seu nome (ou o que for que
você tenha digitado no passo anterior :-):
Ele escreve a frase "Bom Dia" que está entre aspas e em seguida completa com o
texto armazenado na variável "nome". Não se esqueça da vírgula, ela indica que
além de escrever o texto armazenado na variável, o interpretador deve adicionar a
palavra "nome" em seguida.
Experimente agora abrir o kedit (ou outro editor de textos qualquer) e salvar nosso
pequeno programa num arquivo de texto. Ele pode se chamar, por exemplo,
"programa.py" (.py de python). Eu enfeitei um pouco mais o meu. Os "\n" no meio
do texto são quebras de linha:
Este arquivo pode ser executado usando o interpretador do Python. Para isso, abra
um terminal e chame o comando:
$ python programa.py
O programa vai fazer o mesmo que no prompt do Python, a diferença é que agora
ele executa os comandos escritos no arquivo de texto ao invés de ir perguntando.
Podemos agora fazer algo usando uma instrução de tomada de decisão. Que tal
perguntar a idade e com base nela decidir qual será a próxima frase do diálogo? Se
o interlocutor responder que menos de 18 anos, ele pode receber um "Beleza, tem
aula hoje?" e se tiver 18 ou mais recebe um "Ei, você não vai trabalhar hoje?".
Veja que mudamos o "raw_input" para apenas "input". A diferença entre os dois é
que o raw_input pode ser qualquer tipo de dados (letras, números, binários),
enquanto o "input" serve para armazenar números.
Caso o número seja maior que 18, então o primeiro if não faz nada e ele passa
para o elif que vai verificar se o número é maior ou igual (>=) a 18. Caso seja, ele
imprime a frase "Ei, você não vai trabalhar hoje?". Veja que eu aproveitei pra
colocar mais quebras de linha, que servem para deixar a saída de texto do
programa mais legível.
Como vimos, o Python pode trabalhar com expressões aritméticas, usando números
e os operadores:
+ (mais)
- (menos)
* (multiplicação)
/ (divisão)
== (igual a)
!= (diferente de)
> (maior que)
>= (maior ou igual a)
< (menor que)
<= (menor ou igual a)
** (exponenciação, elevado à)
Podemos usá-los para resolver aquele problema clássico de tirar a média das notas
do aluno e dizer se ele passou de ano. Digamos que sejam 4 provas e a média para
passar seja 7. Precisaríamos perguntar as notas das quatro provas, tirar a média e
depois usar o if e o elif para descobrir se a média é maior ou menor que 7.
Para isso precisamos usar a instrução "while" (enquanto), que repete uma
seqüência de instruções até que uma condição seja atingida. Podemos começar o
programa perguntando o número de alunos na sala e criar uma variável
"contagem" com o valor zero. Cada vez que são dadas as notas de um aluno, a
variável "contagem" aumenta em 1. Quando ela chegar ao número de alunos da
sala, sabemos que todos foram contados. O programa ficaria assim:
Este já ficou um pouco mais complexo que o anterior. Temos três novas variáveis.
A variável "alunos" armazena o número de alunos da sala. A variável "contagem"
começa com zero mais vai aumentando em 1 a cada vez que o programa roda. O
while vai perguntando as notas e vai somando tudo na variável total. Quando
finalmente o número de alunos é atingido, vamos para a parte final do programa,
onde a média é calculada e escrita na tela.
A idéia é criar aplicativos que possam ser escritos uma vez e a partir daí serem
executados em qualquer plataforma, reduzindo os custos de desenvolvimento.
Apenas o software da máquina virtual é que precisa ser reescrito para cada
plataforma, mas isso é problema dos desenvolvedores da linguagem, não do
programador.
Um exemplo de shell script, que serve só para mostrar uma janelinha dando olá na
tela seria simplesmente: kdialog --msgbox "Olá, tudo bem?"
Não escrevi errado, ele só tem uma linha mesmo. Na verdade, quando você
escreve um shell script, você simplesmente usa funções de outros programas que
estão instalados, por isso ele é tão simples se comparado às linguagens de
programação "de verdade" que vimos acima.
#!/bin/sh
rsync -av /mnt/hda6/ARQUIVOS/ /mnt/hdb6/ARQUIVOS
Todo shell script deve começar com a linha "#!/bin/sh" (ou "#!/bin/bash", que tem
exatamente a mesma função), que indica quem irá executar os comandos a seguir,
neste caso o próprio bash, o interpretador de comandos do Linux. Na verdade,
estas linhas não são realmente necessárias, pois o bash é o padrão de qualquer
forma, mas não custa nada fazer as coisas de forma elegante ;-).
O rsync é eficiente para este tipo de tarefa, pois ele sincroniza o conteúdo das duas
pastas transferindo apenas as modificações e não os arquivos completos, como
aconteceria se você fizesse uma cópia simples. Para que este arquivo de texto vire
um script, é necessário que ele tenha permissão para ser executado, o que é feito
usando o comando "chmod +x", como em "chmod +x script".
Este é um exemplo de script bem mais complexo, que faz parte do ícone mágico
para instalar o VMware Player no Kurumin. Ele faz download do arquivo, verifica se
foi baixado corretamente e, se necessário, remove o arquivo e começa de novo, até
ter certeza de que ele está ok. Depois, são executados os passos necessários para
instalar o programa via linha de comando. No final, ele verifica se o programa foi
mesmo instalado e exibe a mensagem apropriada. Este exemplo é mais complexo
que os anteriores, pois minha idéia é dar um exemplo de script que é usado na
prática:
#!/bin/sh
cd /packages
md5sum=`md5sum vmware-player-distrib.tar.bz2`
while [ "$md5sum" != \
"9e41fed4b2d15d3f44522e5861b4bf5a vmware-player-distrib.tar.bz2" ]
do
cd /packages
rm -f vmware-player-distrib.tar.bz2
wget -c http://downloads-guiadohardware.net/vmware-player-
distrib.tar.bz2
md5sum=`md5sum vmware-player-distrib.tar.bz2`
done
if [ -e /usr/bin/vmplayer ]; then
kdialog --msgbox "O VMware Player foi instalado com sucesso. Você pode
criar novas máquinas virtuais e alterar suas configurações usando o
Kurumin-EMU, encontrado no Iniciar > Escritório e Utilitários."
else
kdialog --msgbox "Aparentemente houve algum problema durante a
instalação. Verifique se está conectado à Internet. Se o servidor do
arquivo estiver fora do ar, espere alguns minutos e tente novamente."
fi
À primeira vista, o script não parece tão simples assim, mas sem dúvida é bem
mais simples que programas escritos em outras linguagens. Dentro do código,
podemos notar algumas funções lógicas, como o while (enquanto), o "if" (então) e
o "else" (senão).
Hoje em dia, muitos programas gráficos podem ser controlados via linha de
comando. Graças a isso, um script pode fazer coisas como abrir e fechar
programas, criar novas janelas, minimizá-las ou maximizá-las, alterar seu conteúdo
e assim por diante. Via script também é possível acessar bancos de dados,
modificar arquivos de configuração de outros programas ou alterar a configuração
do sistema e assim por diante. Você pode ler mais sobre o desenvolvimento de
shell scripts no meu livro Linux, Ferramentas Técnicas.
Capitulo 2: Entendendo o Sistema
Apesar das distribuições estarem cada vez mais fáceis de instalar e existir a opção
de rodar o sistema direto a partir do CD-ROM, o "modus operandi" do sistema é
bem diferente que o do Windows, o que faz com que muitas vezes mesmo tarefas
simples, como instalar novos programas ou configurar a rede, pareçam
complicadas. Existe ainda a famosa linha de comando, um recurso extremamente
poderoso, que não encontra similar no Windows (o prompt do DOS não passa de
uma sombra ridícula e subnutrida que nem entra na conta ;).
As interfaces e programas
A vantagem é que você pode escolher qual gerenciador de janelas usar. O KDE,
usado por padrão no Kurumin e muitas outras distribuições, tem um visual mais ou
menos parecido com o do Windows. Se você quiser alguma coisa mais parecida
com o MacOS, pode experimentar o Gnome (usado por padrão em muitas
distribuições, como o Ubuntu); se quiser algo mais geek, pode tentar o Fluxbox, e
assim por diante.
Claro que o Kernel, o X e o KDE são importantes, eles são a base, mas o que
interessa mesmo são os programas. Aqui cai bem uma frase interessante do Linus:
"Uma coisa interessante sobre os sistemas operacionais é que ninguém realmente
usa um sistema operacional, as pessoas usam os programas instalados nele". De
que adiantaria um Kernel rápido e estável e uma interface bonita se você não
pudesse navegar na internet, assistir filmes nem ouvir música?.
Por serem dois sistemas operacionais muito diferentes, não existe a princípio
qualquer compatibilidade entre os programas escritos para o Linux e o Windows.
Disse "a princípio", pois hoje em dia existem alternativas para quem precisa rodar
programas do Windows no Linux, o que acho muito positivo já que aumenta nossa
liberdade de escolha. Não seria muito agradável se você encontrasse vários
recursos interessantes no Linux, mas ficasse preso ao Windows por causa de algum
programa que você não pode viver sem.
Temos ainda o VMware, que permite rodar o Windows inteiro dentro de uma
janela e conseqüentemente todos os programas que quiser. A grande diferença
entre o Wine e o VMware, é que o Wine executa os programas Windows
diretamente, com compatibilidade limitada, enquanto o VMware permite que você
execute diretamente uma instância completa do Windows dentro de uma janela, e
rode os programas dentro dela.
Mas, voltando ao ponto principal, aqui vai uma pequena amostra de alguns dos
programas incluídos nas distribuições atuais, que dão conta das tarefas mais
comuns. Mais adiante teremos um capítulo inteiro dedicado a mostrar e analisar os
programas disponíveis.
O Konqueror é o navegador incluído no KDE. Ele é bastante rápido e serve
também como um excelente gerenciador de arquivos. O Konqueror é bastante
versátil, pois pode ser usado para acessar compartilhamentos de rede, ripar CDs,
acessar as configurações do KDE e muitas outras funções. Concorrendo com ele
temos o Firefox, que se tornou uma espécie de navegador padrão, roubando até
mesmo o espaço do IE no Windows. O Firefox deu origem a outros navegadores,
como o Epiphany e o Galeon, encontrados em algumas distribuições.
Para assistir filmes e DVDs, você pode contar com o Kaffeine, Xine (e suas
variantes, como o gXine e o Toten) e o Mplayer. O suporte a formatos de vídeo
diversos já foi um problema no Linux, mas hoje em dia a situação é muito mais
confortável que no Windows, com suporte inclusive a vídeos via streaming através
do navegador.
A maior parte dos codecs disponíveis já vem incluídos no sistema, e o suporte aos
formatos de vídeo mais "complicados", como o QuickTime e o WMF, é adicionado
instalando um pacote adicional, o "w32codecs". Para assistir DVDs protegidos, você
precisa do pacote "libdvdcss2". Existe ainda uma versão Linux do RealPlayer, que
completa o time.
Existem algumas exceções a esta regra, como o Fedora, OpenSuSE e o Ubuntu, que
vem por padrão com um conjunto capado de codecs, com o objetivo de eliminar
qualquer possibilidade de problemas relacionados a licenças ou patentes. Nestes
casos, você tem suporte apenas aos formatos mais básicos (muitas vezes sequer a
arquivos MP3) e precisa adicionar os demais manualmente.
Para ouvir música temos o clássico XMMS, que oferece um conjunto de funções
similar ao WinAmp, o próprio Kaffeine e um conjunto de players de "nova geração",
como o Amarok, que seguem a tendência de organizar as músicas na forma de
coleções, inaugurada pelo iTunes da Apple.
Existem muitos jogos que rodam nativamente no Linux, como o Unreal (2003 e
2004), toda a série Quake (incluindo o 4), vários jogos próprios para a plataforma e
muitos que rodam através do Cedega.
Mas, as diferenças não param por aí. Para onde vão os programas que são
instalados se não existe uma pasta central como a "Arquivos de programas"? E
para onde vão os arquivos de configuração se o Linux não possui nada semelhante
ao registro do Windows?
A primeira coisa com que você precisa se habituar é que no Linux os discos e
partições não aparecem necessariamente como unidades diferentes, como o C:, D:,
E: do Windows. Tudo faz parte de um único diretório, chamado diretório raiz ou
simplesmente "/".
Dentro deste diretório temos não apenas todos arquivos e as partições de disco,
mas também o CD-ROM, drive de disquete e outros dispositivos, formando a
estrutura que você vê no gerenciador de arquivos.
O diretório "/bin" armazena os executáveis de alguns comandos básicos do
sistema, como o su, tar, cat, rm, pwd, etc. Geralmente isto soma de 5 a 7 MB,
pouca coisa.
O grosso dos programas ficam instalados dentro do diretório /usr (de "Unix
System Resources", ou recursos de sistema Unix). Este é de longe o diretório com
mais arquivos em qualquer distribuição Linux, pois é aqui que ficam os executáveis
e bibliotecas de todos os principais programas. A pasta "/usr/bin" (bin de binário),
por exemplo, armazena cerca de 2.000 programas e atalhos para programas numa
instalação típica. Se você tiver que chutar em que pasta está o executável de um
programa qualquer, o melhor chute seria justamente a pasta /usr/bin :-).
Logo abaixo temos o diretório "/dev", que é de longe o exemplo mais exótico de
estrutura de diretório no Linux. Todos os arquivos contidos aqui, como, por
exemplo, "/dev/hda", "/dev/dsp", "/dev/modem", etc., não são arquivos
armazenados no HD, mas sim ponteiros para dispositivos de hardware. Por
exemplo, todos os arquivos gravados no "arquivo" "/dev/dsp" serão reproduzidos
pela placa de som, enquanto o "arquivo" "/dev/mouse" contém as informações
enviadas pelo mouse.
Esta organização visa facilitar a vida dos programadores, que podem acessar o
hardware do micro simplesmente fazendo seus programas lerem e gravarem em
arquivos. Não é preciso nenhum comando esdrúxulo para tocar um arquivo em
.wav, basta "copiá-lo" para o arquivo "/dev/dsp", o resto do trabalho é feito pelo
próprio sistema. O mesmo se aplica ao enviar um arquivo pela rede, ler as teclas do
teclado ou os clicks do mouse e assim por diante. O Kernel se encarrega da parte
complicada.
O diretório "/mnt" (de "mount") recebe este nome justamente por servir de ponto
de montagem para o CD-ROM (/mnt/cdrom), drive de disquetes (/mnt/floppy),
drives Zip e outros dispositivos de armazenamento. O uso do diretório /mnt é
apenas uma convenção. Você pode alterar o ponto de montagem do CD-ROM
para /CD, ou qualquer outro lugar se quiser. Isso é configurável através do arquivo
"/etc/fstab", onde vai a lista de todos os dispositivos usados pelo sistema e as
pastas em que cada um é montado.
Nada impede que você crie mais pastas no diretório raiz para armazenar seus
arquivos. Apesar de ser recomendável em termos de organização e segurança, você
não é obrigado a concentrar seus arquivos dentro do seu diretório de usuário. Nada
impede que você abra o gerenciador de arquivos como root (kdesu konqueror), crie
uma pasta /MP3, abra o menu de permissões para que seu login de usuário tenha
permissão para acessá-la e a utilize para guardar suas músicas, por exemplo.
Usando o terminal
A diferença é que no Linux a interface de modo texto evoluiu junto com o restante
do sistema e se integrou de uma forma bastante consistente com os aplicativos
gráficos. Quanto mais você aprende, mais tempo você acaba passando no terminal;
não por masoquismo, mas porque ele é realmente mais prático para fazer muitas
coisas.
Você pode chamar qualquer aplicativo gráfico a partir do terminal; na maioria dos
casos o comando é o próprio nome do programa, como "konqueror" ou "firefox".
Durante o livro você vai notar que, em muitos exemplos, ensino os passos para
executar tarefas através da linha de comando, pois os atalhos para abrir os
programas, itens nos menus, etc., podem mudar de lugar, mas os comandos de
texto são algo mais ou menos universal, mudam pouco mesmo entre diferentes
distribuições. Esta mesma abordagem é adotada de forma geral dentro dos livros
sobre Linux.
Por exemplo, para descompactar um arquivo com a extensão .tar.gz, pelo terminal,
você usaria o comando:
Aqui o "tar" é o comando e o "-zxvf" são parâmetros passados para ele. O tar
permite tanto compactar quanto descompactar arquivos e pode trabalhar com
muitos formatos de arquivos diferentes, por isso é necessário especificar que ele
deve descompactar o arquivo (-x) e que o arquivo está comprimido no formato gzip
(z). O "v" é na verdade opcional, ele ativa o modo verbose, onde ele lista na tela os
arquivos extraídos e para onde foram.
Você poderia também descompactar o arquivo clicando com o botão direito sobre
ele numa janela do Konqueror e usando a opção "Extrair > Extrair aqui". Para quem
escreve, é normalmente mais fácil e direto incluir o comando de texto, mas você
pode escolher a maneira mais prática na hora de fazer.
Existem duas formas de usar o terminal. Você pode acessar um terminal "puro"
pressionando as teclas "Ctrl+Alt+F1", mudar entre os terminais virtuais
pressionando "Alt+F2", "Alt+F3", etc. e depois voltar ao modo gráfico pressionando
"Alt+F7", "Alt+F5" ou mesmo "Alt+F3", dependendo do número de terminais de
texto usados na distribuição em uso.
No KDE, procure o atalho para abrir o Konsole. Ele possui várias opções de
configuração (fontes, cores, múltiplas janelas, etc.). Se você preferir uma
alternativa mais simples, procure pelo Xterm.
O Xterm é o mais simples, que abre quase instantaneamente. O Konsole por sua vez
é bem mais pesado, mas oferece mais recursos, como abrir vários terminais dentro
da mesma janela, fundo transparente, etc. Dê uma olhada rápida em cada um e
veja qual lhe agrada mais. Além destes dois, existem vários outros, como o Gnome
Terminal, Rxvt e Eterm, incluídos ou não de acordo com a distribuição.
$ kedit /etc/fstab
$ gimp imagem.png
É mais rápido digitar "kedit /etc/fstab" do que abrir o kedit pelo menu, clicar no
"Arquivo > Abrir" e ir até o arquivo usando o menu. É uma questão de costume e
gosto. O importante é que você veja o terminal como mais uma opção, que pode
ser utilizada quando conveniente, e não como algo intimidador.
$ md5sum kurumin-6.0alpha1.iso
Um pouco desconfortável de digitar não é mesmo? Nem tanto. Com a ajuda da tecla
tab, você pode digitá-lo com apenas 8 toques: md5<tab> kur<tab>. Prontinho, fica
faltando só dar o enter :-).
Se por acaso houver outro comando começado com "md5" ou outro arquivo na
mesma pasta começado com "kur", então o Tab completará até o ponto em que as
opções forem iguais e exibirá uma lista com as possibilidades para que você
termine de completar o comando. Por exemplo, se tivesse os arquivos kurumin-
5.1.iso e kurumin-6.0alpha1.iso na mesma pasta, ele completaria até o "md5sum
kurumin-", onde os nomes diferem e deixaria que completasse o comando.
Pressionando <tab> duas vezes, ele exibe uma lista das opções disponíveis. Por
exemplo, digitando: apt-get remove<tab><tab>, ele pergunta:
Continuando, ele exibe uma lista de todos os pacotes (atualmente instalados), que
poderiam ser removidos usando o comando. O autocompletar é bem inteligente,
entendendo a sintaxe dos comandos usados e exibindo apenas as possibilidades
que se aplicam a eles.
Comandos do prompt
Apesar da interface gráfica ser muito mais fácil de usar, é bom você ter pelo menos
uma boa noção de como as coisas funcionam pelo prompt de comando, isso vai lhe
dar um domínio muito maior sobre o sistema.
Em vários pontos deste livro, sem falar de outros tipos de documentação sobre
Linux, você verá receitas com longas listas de comandos que devem ser dados para
configurar ou alterar algo. Na grande maioria dos casos, existe algum utilitário
gráfico que permite fazer o mesmo, mas os autores geralmente preferem dar a
receita de como fazer via linha de comando, pois nem todo mundo terá os utilitários
à mão e muitas vezes existem diferenças entre as opções disponíveis nas diferentes
distribuições. Dar simplesmente uma lista de comandos torna a dica utilizável para
um número maior de pessoas.
Outro ponto é que muitas vezes é realmente mais fácil simplesmente dar um
comando para abrir um arquivo e descomentar algumas linhas do que abrir um
utilitário que demora 10 segundos para carregar, navegar por um monte de menus
diferentes e marcar algumas opções escondidas. Uma coisa interessante no Linux é
que você não precisa realmente digitar os comandos, basta selecionar a linha e
usar o botão do meio do mouse para colá-la na janela do prompt.
O modo de comando é uma forma de "conversar" com o sistema, com mais opções
do que seria possível através de um utilitário gráfico e obtendo respostas mais
rápidas. É claro que o modo de comando pode assustar no início, mas um pouco de
insistência vai facilitar bastante sua vida daqui em diante. Não seja apressado, o
legal é justamente ir aprendendo comandos novos conforme os problemas forem
aparecendo.
Aqui estão alguns comandos básicos:
cd: Serve para navegar entre os diretórios. Ao abrir o terminal, você começa dentro
do seu diretório home (como "/home/kurumin"). Para acessar um diretório
específico, especifique-o como parâmetro, como em "cd /etc". Para subir um
diretório use "cd .." e, para voltar ao home, digite simplesmente "cd", sem
parâmetro algum. Sempre que quiser confirmar em qual diretório está, use o
comando "pwd".
ls: Serve para listar os arquivos e diretórios dentro da pasta atual. Na maioria das
distribuições, a listagem aparece colorida, permitindo diferenciar as pastas e os
diferentes tipos de arquivos. As pastas aparecem em azul, os links em azul claro, os
arquivos compactados em vermelho, as imagens em rosa, os executáveis em verde
e os arquivos de texto e outros formatos em preto.
Para incluir os arquivos ocultos (que no Linux começam com "."), use "ls -a". Para
ver mais detalhes sobre cada arquivo, incluindo o tamanho, permissões de acesso e
dono, use "ls -lh". Para incluir os ocultos, adicione o "a", como em "ls -lha".
A ordem dos parâmetros não altera o resultado do comando. Tanto faz digitar "tar
-zxvf arquivo.tar.gz", quando "tar -xzfv arquivo.tar.gz". Acostume-se a sempre usar
a tecla Tab para completar os comandos (principalmente os nomes de arquivos),
assim, além de digitar mais rápido, você diminui a possibilidade de erros.
man: Como disse, ninguém pode dizer que sabe tudo sobre todos os comandos do
terminal. Para facilitar as coisas, cada comando possui um manual, onde são
citados todos os parâmetros e vários exemplos. Todos estes manuais são acessados
através de um comando único, o "man". Para ver as (muitas) opções do "ls", por
exemplo, use "man ls". Use as setas para rolar a tela e, para sair do manual,
pressione a tecla "q".
O man acaba sendo um componente essencial para quem usa muito a linha de
comando, pois mesmo comandos simples, como o ls, cat, grep, tail, usados no dia-
a-dia possuem mais parâmetros do que é possível memorizar (pelo menos para
uma pessoa normal ;), de forma que o man acaba servindo como um guia de
consulta rápida.
Se você quiser apenas uma descrição rápida do que um determinado comando faz,
experimente o comando "whatis" (o que é), como em: "whatis ls".
Mais uma variante do man é o comando "info", que contém manuais alternativos
para muitos comandos. Enquanto os manuais do man são técnicos, desenvolvidos
para serem manuais de referência, os do info normalmente utilizam uma linguagem
mais simples, abordando apenas as opções mais comuns. Nem todos os comandos
possuem uma página info, mas o número vem crescendo. Para usá-lo, basta digitar
"info comando", como em "info lsmod".
cp: Este é o comando usado para copiar arquivos de uma pasta a outra. Inclua o
nome do arquivo e a pasta para onde ele vai, como em "cp arquivo.tar.gz
/mnt/sda1". Se você quiser copiar um arquivo que está em outra pasta para o
diretório atual, inclua a localização completa do arquivo e em seguida o "./" (que
representa o diretório atual), como em "cp /mnt/cdrom/video.avi ./".
Para copiar toda a pasta, você precisaria incluir o comando "-r", que explica que ele
deve copiar recursivamente, incluindo todos os arquivos e subdiretórios.
Um parâmetro bastante útil é o "-a", que faz com que o cp sempre copie
recursivamente, mantenha as permissões do arquivo original e preserve os links
simbólicos que encontrar pelo caminho. Em resumo, faz o cp se comportar de uma
forma mais simples e lógica. Para copiar a pasta do exemplo original, experimente
usar "cp -a /mnt/cdrom/musicas ./".
Você pode ainda usar o "*" e a "?" como curingas quando quiser copiar vários
arquivos. Para copiar todos os arquivos da pasta atual para a pasta "/mnt/hda6", por
exemplo, use "cp * /mnt/hda6".
A "?" por sua vez é mais contida, substituindo um único caractere. Por exemplo, "cp
arquivo?.txt /mnt/hda6", copia o "arquivo1.txt", "arquivo2.txt" e o "arquivo3.txt",
mas não o "arquivo21.txt".
Lembre-se da diferença entre usar a barra ou não no início do arquivo. Uma barra
especifica que você está dando o caminho completo a partir do diretório raiz, como
em "/mnt/cdrom/musicas", por exemplo. Ao dar o nome de uma pasta ou arquivo,
sem a barra, o sistema entende que ele está dentro do diretório atual. Por exemplo,
se você está no diretório /home e quer acessar a pasta "/home/kurumin/arquivos",
você precisaria digitar apenas "cd kurumin/arquivos".
Outra dica é que existem no shell algumas variáveis de ambiente que podem ser
usadas para abreviar comandos. Por exemplo, o caractere "~" representa seu
diretório home (como "/home/kurumin"). Você pode usá-lo para abreviar comandos:
para copiar a pasta "/mnt/cdrom/musicas" para o home, você pode usar "cp -a
/mnt/cdrom/musicas ~", ao invés de digitar "cp -a /mnt/cdrom/musicas
/home/kurumin", por exemplo.
mv: O mv serve tanto para mover arquivos de um lugar para o outro quanto para
copiar arquivos. Para mover o arquivo foto.png para a pasta "/mnt/hda6/", o
comando seria "mv foto.png /mnt/hda6". Você pode usar o mv também para mover
e renomear pastas. A diferença entre o mv e o cp é que, ao mover, o arquivo
original deixa de existir.
rm: O rm serve para remover tanto arquivos quanto diretórios, de acordo com os
parâmetros usados. Para remover um arquivo simples, basta usá-lo diretamente,
como em "rm arquivo". Para que ele remova sem pedir a confirmação, adicione o
parâmetro "-f", como em "rm -f arquivo". Para remover uma pasta e todos os
arquivos e diretórios dentro dela, adicione o parâmetro "-r", como em "rm -rf
arquivos/".
Tome cuidado ao usar o "-rf", pois ele não pede confirmação, deleta os arquivos
diretamente, sem escalas. Respire fundo e verifique se realmente está deletando a
pasta certa antes de pressionar Enter.
mkdir: Este serve para criar novos diretórios, como em "mkdir /mnt/hda6/arquivos".
É possível também criar pastas recursivamente, criando se necessário todas as
pastas necessárias até chegar a que você pediu, adicionando o parâmetro "-p"
como em "mkdir -p /mnt/hda6/arquivos/novos/2006". Mesmo que a pasta "novos"
não exista, ela será criada.
rmdir: Esta é uma variação do mkdir, que permite remover diretórios. A diferença
entre ele e o "rm -rf" é que o rmdir só remove diretórios vazios. Acostume-se a usá-
lo no lugar do "rm -rf" ao deletar uma pasta que acha que está vazia, assim você
evita acidentes.
locate: Este é um dos comandos mais úteis na minha opinião; ele permite
encontrar arquivos de forma instantânea. Assim como mecanismos de busca, como
o Google, o locate não sai procurando em todo o HD até achar o arquivo que pediu.
Ele procura apenas dentro de uma base de dados, que contém os nomes de todos
os arquivos. Esta base é gerada ao rodar o comando "updatedb", sua cara metade.
Note que além do diretório onde ele vai procurar (/etc no exemplo), você deve usar
o parâmetro "-name" antes de indicar o nome do arquivo que está procurando.
Omitindo o diretório, ele simplesmente procura dentro do diretório atual. Você pode
também fazer buscas por todos os arquivos com uma determinada extensão, como
em "find /mnt/hda6 -name *.mp3".
su: No Linux, existe uma separação clara entre o root e os demais usuários do
sistema. O root é o único que pode alterar a configuração do sistema e usar a maior
parte das ferramentas de configuração. Os usuários normais, por sua vez, podem
usar os programas instalados e modificar arquivos dentro do seu diretório home.
Esta organização permite que várias pessoas usem o mesmo micro (o que é vital no
caso dos servidores), sem que um possa alterar as configurações do outro, nem
muito menos mudar as configurações do sistema.
Por um lado, isso torna o sistema muito mais robusto, mas por outro faz com que
algumas tarefas sejam mais complexas, pois você precisará primeiro se logar como
root, para depois executar o comando. O su permite que você "vire" root a qualquer
momento, passando a abrir os programas, modificar arquivos e usar todas as
ferramentas sem limitações.
Digite "su" e forneça a senha de root. O "$" do terminal vira um "#", alertando que
a partir daí você tem plenos poderes. Se ao tentar abrir arquivos gráficos você
receber uma mensagem dizendo que não é possível se conectar ao X, experimente
usar o comando "sux" no lugar do su. Ele configura as permissões corretamente.
cat: Serve para ver o conteúdo de um arquivo. Por exemplo, "cat carta" mostra o
conteúdo do arquivo "carta". Este comando serve bem para ver o conteúdo de
arquivos de texto pequenos, sem precisar abrir um editor mais sofisticado. Ele
também pode ser combinado com outros comandos para realizar tarefas mais
complexas. Por exemplo, se você tem um arquivo "boot.img" com a imagem de um
disquete de boot, não bastaria simplesmente copiar o arquivo para o disquete com
o comando cp; você precisaria fazer uma cópia bit a bit. Existem várias formas de
fazer isso, mas uma solução simples seria usar o comando "cat boot.img >
/dev/fd0".
Neste caso, ele lista o conteúdo do arquivo, mas ao invés de mostrar na tela ele o
escreve no disquete (/dev/fd0). No shell existem alguns caracteres especiais, como
o ">", ">>" e o "|", que permitem enviar informações e o texto de resposta de
comandos de um lugar para o outro. Você verá muitos usos úteis para estes
recursos especiais ao estudar sobre shell script.
clear: Limpa a tela, uma forma de colocar a ordem na casa antes de executar
novos comandos. Ao invés de digitar, você pode pressionar "Ctrl+L", que é o atalho
de teclado para ele.
head: Este é um dos primos do cat, ele permite ver apenas as primeiras linhas do
arquivo, ao invés de exibir a coisa inteira. Basta especificar o número de linhas que
devem ser exibidas, como por exemplo "head -20 texto.txt".
Outro parente distante é o tail (cauda), que mostra as últimas linhas do arquivo. O
uso é o mesmo, basta indicar o número de linhas que devem ser mostradas e o
nome do arquivo, como "tail -12 meu_longo_texto.txt".
du: O du permite ver uma lista com o espaço ocupado por cada pasta dentro do
diretório atual. É uma forma rápida de encontrar grandes arquivos ou pastas que
estão consumindo muito espaço. Em geral usamos "du -h", onde o -h faz com que
ele exiba o tamanho dos arquivos de forma "humana", escrevendo "2,8G" ao invés
de "2876322", por exemplo.
Por exemplo, imagine que você quer imprimir o manual de algum dos comandos, ou
mandar por e-mail para alguém que não tem Linux instalado. Uma forma de fazer
isso seria usar o comando "man comando | col -b > arquivo.txt", que copia toda a
saída do comando man para o arquivo.txt, mantendo a formatação e as quebras de
linha. Aqui usamos o pipe para enviar a saída do man, que originalmente seria
mostrada na tela, para ser reformatada pelo comando "col -b" e, a partir daí, para
o arquivo. O pipe é um componente de muitos comandos que veremos ao longo do
livro.
Um exemplo simples: sua placa de rede não está funcionando e você quer saber se
o módulo de kernel "sis900", que dá suporte a ela, está carregado. Você pode ver
os módulos que estão carregados usando o comando "lsmod", mas a lista é um
pouco longa. Você poderia completar o lsmod com "| grep sis900", que vai filtrar
usando o grep, mostrando na tela apenas as linhas contendo "sis900". O comando
ficaria então "lsmod | grep sis900".
Se não aparecer nada na tela, você sabe de antemão que o módulo não está ativo,
Neste caso, você poderia tentar carregá-lo manualmente usando o comando
"modprobe sis900", como root.
split: Esse comando serve para quebrar arquivos em vários pedaços. Muito útil
quando você precisa gravar arquivos grandes em vários disquetes ou CDs, por
exemplo. Imagine que você queira quebrar um arquivo de 3 GB chamado
"tenshi.avi" em vários arquivos de 650 MB cada um, de forma a conseguir gravá-lo
em vários CDs. Poderia usar o comando "split -b 650m tenshi.avi".
O "650m" é o tamanho de cada pedaço, no caso 650 MB. Você precisa apenas
trocar o tamanho dos pedaços e o nome do arquivo. Esse comando vai gerar vários
arquivos: xaa, xab, xac, xad, etc. que podem ser transportados. Para juntá-los
depois, usamos o comando cat que vimos acima. Basta reunir todos na mesma
pasta novamente e rodar o comando "cat x* > tenshi.avi".
Isso junta todos os arquivos (na ordem) restaurando o arquivo original. Isso funciona
porque os fragmentos de arquivo gerados pelo split sempre começam com "x".
Outro truque é que você pode usar o cat também para juntar diversos arquivos,
formando um só. Isto funciona para músicas e vídeos, por exemplo. Para juntar
vários vídeos curtos, num único maior, use "cat video1.avi video2.avi video3.avi >
videozao.avi".
&: Este é um parâmetro que permite rodar aplicativos mantendo o terminal livre. No
Linux, todos os aplicativos, mesmo os gráficos, podem ser chamados a partir de
uma janela de terminal. O problema é que, ao chamar algum aplicativo, o terminal
ficará bloqueado até que o aplicativo seja finalizado, obrigando-lhe a abrir um para
cada programa.
Acrescentar o & no final do comando, como em "konqueror /etc &" resolve este
problema, mantendo o terminal livre. Se você esquecer de acrescentar ao "&" ao
abrir um programa, ainda pode "destravar" o terminal pressionando "Ctrl+Z" (que
paralisa o programa e te devolve o controle do terminal) e depois "bg", que reinicia
o programa em background.
Note que alguns aplicativos exibem mensagens diversas e avisos depois de serem
abertos, o que "suja" o terminal, mas sem comprometer o que você está fazendo.
Se isto te incomodar, você pode adicionar um "&>/dev/null" ao comando, o que
descarta todas as mensagens, como em "konqueror /etc & &>/dev/null".
startx: Serve para abrir a interface gráfica a partir do prompt, caso você tenha
escolhido inicializar o sistema em modo texto.
Ponto e vírgula: Você também pode executar uma fila de comandos de uma vez.
Basta separá-los por ponto e vírgula, como em "ls; pwd" ou "cd /mnt/arquivos;
ls"
shutdown -h now: Também serve para desligar o sistema, mas permite que você
especifique um horário. É muito útil se você deixar o micro ligado à noite fazendo
alguma coisa ou baixando um arquivo, mas quiser que ele desligue sozinho depois
de um certo tempo. Substitua now (agora) por um tempo em minutos que o sistema
esperará antes de desligar, usando o parâmetro "+" como em shutdown -h +60.
Você pode ainda especificar um horário, no formato hh:mm como em shutdown -h
+06:00 (para desligar às 6:00 da manhã).
Não é realmente necessário que você estude cada um destes arquivos (a menos
que você esteja estudando para alguma prova de certificação), mas é importante
ter pelo menos uma idéia geral sobre a função de cada um, pois ao pesquisar sobre
instalação de drivers e programas, pesquisar soluções para problemas diversos, ou
mesmo receber ajuda de alguém através dos fóruns, você vai ver muitas
referências a arquivos de configuração diversos. Eles são o denominador comum
entre as diversas distribuições, por isso a única forma de escrever algum artigo ou
howto explicando sobre como instalar um driver de um modem ou placa wireless,
por exemplo, em diversas distribuições diferentes, é explicar o caminho das pedras
através dos arquivos de configuração, que é justamente a abordagem que a maioria
dos autores acaba adotando.
Ou seja, gostando ou não, muitas vezes você precisará editar algum arquivo de
configuração, ou talvez prefira fazer isso algumas vezes para ganhar tempo ou para
ter acesso a opções que não estejam disponíveis nos utilitários de configuração.
Tanto o kedit quanto o gedit são editores relativamente simples, que lembram até
certo ponto o notepad do Windows. O kwite já é um editor mais avançado, voltado
para quem escreve scripts ou mesmo programa em linguagens diversas. Ele é
capaz de realçar a sintaxe de várias linguagens, diferenciando os comandos,
condicionais, comentários, etc., através de cores. Isso ajuda muito a entender o
código e permite identificar erros muito mais rápido.
Nos editores de modo texto as coisas são um pouco mais complicadas, já que eles
são controlados através de atalhos de teclado, mas você acaba precisando deles
para resolver problemas em situações onde o modo gráfico não está mais abrindo,
ou ao usar outras máquinas remotamente, via SSH.
O mais simples é o mcedit. Ele faz parte do pacote "mc", que é encontrado em
todas as distribuições. Se ele não estiver instalado, você resolve o problema
instalando o pacote. Nele, as funções são acessadas usando as teclas F1 a F10, com
uma legenda mostrada na parte inferior da tela. Para salvar você pressiona F2 e
para sair, F10.
O joe é um meio termo. Ele é muito parecido com o antigo Wordstar do DOS e usa
as mesmas teclas de atalho que ele. Para salvar o arquivo e sair, você pressiona
Ctrl+K e depois X. Para salvar e sair no nano, pressione Ctrl+X, depois S e Enter.
Finalmente, temos o vi, que por algum motivo conquistou um grupo de usuários
fiéis ao longo de seus quase 30 anos de vida e, graças eles, continua vivo até hoje,
muito embora seja um dos editores menos amigáveis.
Resumindo, o Esc faz com que o vi volte ao modo de comando, o ":" nos coloca no
modo ex, onde podemos salvar e fechar, entre outras funções. O "q" fecha o
programa, o "w" salva o arquivo e o "!" é uma confirmação.
Embora não seja exatamente pequeno (se comparado a editores mais simples,
como o joe ou o nano), muito menos fácil de usar, o vi é praticamente o único editor
que pode ser encontrado em qualquer distribuição. Em muitos casos é usado o
elvis, uma versão simplificada, mas que funciona mais ou menos da mesma forma.
O pequeno grupo de usuários forma um bando bem organizado, que urra, balança
os galhos das árvores e atira cocos nas cabeças dos desenvolvedores, sempre que
uma distribuição se atreve a removê-lo :-P.
Ao sair do editor, volta para o terminal. Você pode verificar se o arquivo realmente
foi salvo corretamente usando o cat, como em "cat /etc/fstab". No caso de arquivos
longos, acrescente "| more", que permite ler uma página de cada vez, como em
"cat /var/log/syslog | more".
/etc/fstab: Aqui vai uma lista das partições que são acessadas pelo sistema, onde
cada uma é montada e quais delas são montadas automaticamente na hora do
boot. Além das partições, o fstab pode ser usado também para incluir CD-ROMs e
até mesmo compartilhamentos de rede.
/etc/modules: Neste arquivo vão módulos que são carregados durante o boot. Em
geral, usamos este arquivo para ativar o carregamento de módulos para placas
wireless, modems e placas de som que não foram instalados manualmente, ou que
não foram detectados automaticamente durante a instalação. Você vai ver muitas
referências a este arquivo em tutoriais falando sobre a instalação de drivers
diversos.
Criando links
O comando ln permite criar links. Existem dois tipos de links suportados pelo Linux,
os hard links e os links simbólicos. Os links simbólicos têm uma função parecida
com os atalhos do Windows: eles apontam para um arquivo, mas se o arquivo é
movido para outro diretório, o link fica quebrado. Os hard links por sua vez são
semelhantes aos atalhos do OS/2 da IBM, eles são mais intimamente ligados ao
arquivo e são alterados junto com ele. Se o arquivo muda de lugar, o link é
automaticamente atualizado. Isto é possível porque nos sistemas de arquivos
usados pelo Linux cada arquivo possui um código de identificação (chamado de
inode), que nunca muda. O sistema sabe que o arquivo renomeado é o mesmo do
atalho simplesmente procurando-o pelo inode ao invés do nome.
$ ln /home/morimoto/arquivo.txt arquivo
Onde será criado um link chamado "arquivo" no diretório corrente, que apontará
para o arquivo.txt dentro do diretório /home/morimoto.
$ ln -s /home/morimoto/arquivo.txt arquivo
Você pode criar tanto links apontando para arquivos, quanto links apontando para
diretórios. Por exemplo, se você acha muito trabalhoso acessar o CD-ROM através
do diretório /mnt/cdrom, você pode simplesmente criar um link para ele dentro do
seu diretório de usuário, ou onde você quiser. Ao clicar sobre o link no gerenciador
de arquivos, você acessará o CD-ROM.
Para criar um link chamado "CD" dentro do seu diretório de usuário apontando para
o CD-ROM, o comando seria:
$ ln -s /mnt/cdrom ~/CD
O interpretador de comandos se encarregará de substituir automaticamente o "~"
pela localização correta da sua pasta de usuário, não importa qual seja.
Você pode ainda criar links que funcionarão em qualquer parte do sistema. Por
exemplo, imagine que você armazene seus arquivos de trabalho na pasta
/home/seu_nome/trabalho/arquivos. Ao invés de digitar o caminho completo, você
poderia criar um link simbólico "arquivos" que poderia ser acessado a partir de
qualquer pasta do sistema. Para isto, basta acessar o diretório "/usr/bin" e criar o
link por lá, usando os comandos:
$ cd /usr/bin
$ ln -s /home/seu_nome/trabalho/arquivos arquivos
Você verá muitos links espalhados pela estrutura de diretórios do Linux, um recurso
muito usado quando os arquivos de sistemas mudam de lugar numa nova versão.
Mantendo um link na localização antiga, todos os programas antigos continuam
funcionando sem problemas.
A forma mais prática de finalizar aplicativos é usar o xkill. Ao clicar sobre o ícone do
programa, ou chamá-lo pelo terminal (digitando xkill), o cursor do mouse vira um
ícone de caveira e basta clicar sobre o programa travado para matá-lo sem dó. Você
pode também chamar o xkill usando o atalho "Ctrl+Alt+ESC.
Se a coisa for séria e o mouse parar de responder, você pode reiniciar o X, o que
reabre toda a parte gráfica, pressionando "Ctrl+Alt+Backspace". Embora você
possa perder arquivos não salvos, esta é uma solução muito menos radical (e mais
rápida) do que reiniciar o micro no botão.
Para os casos onde você não souber o nome do programa, existe o comando "ps"
que mostra todos os processos abertos. Existem várias opções para este comando.
A que costumo usar mais freqüentemente é "ps -x | more", que mostra todos os
processos iniciados por você, sempre dando uma pausa quando esta encher a tela:
Na coluna direita da lista você verá os nomes dos aplicativos. Veja que em muitos
casos o mesmo programa aparece várias vezes, seja porque você abriu várias
instâncias do programa, seja por ele realmente ser dividido em vários processos
diferentes, mas o killall se encarrega de acabar com todos os vestígios.
Além do ps -x, você pode tentar o "ps -aux", que inclui todos os processos ativos. A
lista é sempre longa, pois inclui todos os serviços e componentes do sistema que
são carregados automaticamente durante o boot. Outro programa de texto com a
mesma função é o pstree. Ele mostra os processos na forma de uma árvore,
permitindo que você veja como eles se relacionam.
Se você estiver no KDE, pode gerenciar os processos de uma forma muito mais
amigável usando o Ksysguard. Basta procurar por ele no iniciar ou pressionar
"Ctrl+Esc" para abri-lo:
Montando e desmontando
Na placa-mãe você encontra duas portas IDE (primária e secundária), que são
usadas para instalar o HD e CD-ROM. Cada uma das duas permite conectar dois
dispositivos, de forma que podemos instalar um total de 4 HDs ou CD-ROMs na
mesma placa. Os drives IDE "tradicionais", que usam os cabos de 40 ou 80 vias são
chamados de "PATA", de "parallel ATA".
Cada par de drives é instalado na mesma porta. Para diferenciar os dois é usado um
jumper, que permite configurar cada drive como master (mestre) ou slave. O mais
comum é usarmos apenas um HD e mais um CD-ROM ou DVD, cada um instalado
em sua própria porta e ambos configurados como master. Ao adicionar um segundo
HD, você poderia escolher entre instalar na primeira ou segunda porta IDE, mas de
qualquer forma precisaria configurá-lo como slave, mudando a posição do jumper.
Independentemente de ser um HD, CD-ROM ou qualquer outro tipo de dispositivo,
os drives são detectados pelo sistema da seguinte forma:
Os HDs Serial ATA (SATA) são vistos pelo sistema da mesma forma que HDs SCSI.
Isso também se aplica a pendrives e outros dispositivos USB. Aqui entra uma
história interessante: como o código é aberto, é muito comum que novos módulos
sejam baseados ou utilizem código de outros módulos já existentes. O suporte a
drives SCSI no Kernel é tão bom que ele passou a ser usado (com pequenas
adaptações) para dar suporte a outros tipos de dispositivos. Na época do Kernel 2.4,
até os gravadores de CD eram vistos pelo sistema como drives SCSI.
A sintaxe básica inclui o dispositivo e a pasta onde ele será acessado, como em:
O mais comum é que as partições "extras" sejam montadas dentro da pasta "/mnt",
que é própria para a tarefa, mas isso não é uma regra; você pode montar as
partições em qualquer pasta vazia. Não se esqueça de criar a pasta desejada, se
necessário, usando o comando "mkdir".
No caso do CD-ROM, citamos apenas o dispositivo, sem incluir a partição (já que um
CD-ROM não pode ser particionado, como um HD). Você pode tanto usar o
dispositivo correto, como "/dev/hdc" ou "/dev/hdd", quanto usar o "/dev/cdrom", um
link que é criado durante a instalação:
Se quiser trocar o CD que está na bandeja, você deve primeiro "desmontar" o CD-
ROM, com o comando "umount /mnt/cdrom". O mesmo se aplica a pendrives e
HDs externos: é sempre necessário desmontar antes de desplugá-los. No caso dos
pendrives e HDs, desmontar é fundamental, pois as alterações não são
necessariamente salvas imediatamente por causa do cache de disco. Removendo
sem desmontar, existe uma probabilidade muito grande das últimas alterações
serem perdidas. É muito comum as pessoas gravarem arquivos no pendrive,
desplugarem logo depois (sem desmontar) e, ao tentar usar de novo, verem que os
arquivos simplesmente não foram gravados.
Se por acaso você tiver um drive de disquetes (em que século você vive? :), o
comando para montá-lo manualmente é "mount /dev/fd0 /mnt/floppy" e, para
desmontar, "umount /mnt/floppy". Assim como no caso dos pendrives, é importante
desmontar antes de remover o disquete do drive.
Muitas distribuições incluem o automount, que faz com que o acesso ao CD-ROM e
disquete seja transparente, como no Windows. Você coloca o CD-ROM na bandeja.
Ao acessar a pasta "/mnt/cdrom" o sistema se encarrega de montá-lo
automaticamente. Quando você pressiona o botão para ejetar o CD, o sinal é
interceptado pelo sistema que se encarrega de desmontá-lo e em seguida ejetar o
CD.
O botão central do mouse, que não tem muita serventia no Windows, permite
copiar e colar entre aplicativos ou até mesmo entre aplicativos gráficos e terminais
abertos dentro da interface gráfica. Isso substitui o Ctrl+C, Ctrl+V, com a
vantagem do comando ser dado com um único clique do mouse. Basta selecionar o
trecho de texto, a imagem, ou o que quiser copiar numa janela e clicar com o botão
central na janela onde quiser colar a seleção. Se você não tiver um mouse de três
botões, pressione simultaneamente os dois botões.
Porém, este modo "padrão" tem algumas deficiências. Ele não funciona muito bem
para copiar grandes quantidades de texto, e o texto a ser copiado precisa ficar
selecionado durante a operação. Basicamente, você consegue copiar o que puder
ser visualizado na tela. Não funciona para copiar 120 páginas de texto do Abiword
para o OpenOffice, por exemplo.
Apesar de toda a evolução em relação aos antigos sistemas Unix, usados nas
décadas de 70 e 80, o Linux mantém suas raízes multiusuário. Isso significa que o
sistema pode ser usado por várias pessoas simultaneamente (imagine o caso de
um servidor de rede), sem que uma atrapalhe o trabalho da outra, nem possa ver e
alterar arquivos que não deveria.
Um argumento comum é que não existem muitos vírus, worms e trojans para Linux
porque o sistema é menos popular. Porém, nos servidores, o Linux já é mais usado
que o Windows e mesmo assim os casos de problemas de segurança continuam
sendo mais raros. Segundo a Netcraft, quase 70% dos sites da internet rodam
sobre o Apache, a grande maioria deles sobre o Linux, enquanto apenas 20%
rodam sobre o IIS da Microsoft. Mas, mesmo assim, é muito mais comum termos
notícias de problemas de segurança no IIS do que no Apache:
http://news.netcraft.com/archives/2005/10/04/october_2005_web_server_survey.
html
Cada um dos campos aceita três possibilidades: "negado", "pode ler" e "pode ler e
escrever". Por default, o dono é o único que pode ler e escrever, os demais (grupo
e outros) podem apenas ler o arquivo, mas sem modificar.
No caso dos arquivos, existe uma quarta permissão que é o campo "É executável".
Esta é uma daquelas diferenças fundamentais entre o Linux e o Windows: o sistema
não decide quais arquivos são programas pela extensão, mas sim pelas permissões.
Isso aumenta bastante a segurança do sistema, mas por outro lado causa um
pouco de dor de cabeça em algumas situações. Sempre que você baixar um
instalador qualquer via web (o driver da nVidia, por exemplo), vai precisar primeiro
marcar o "É executável" nas propriedades do arquivo antes de conseguir instalá-lo.
O "dono" do arquivo é por default o usuário que criou o arquivo. Apenas este
usuário pode alterar as permissões de acesso ao arquivo e pasta. Em seguida vem
a configuração do grupo, que permite que vários usuários tenham acesso a um
arquivo ou pasta, sem ter que apelar para o campo "outros" que daria acesso a
qualquer um.
Você pode criar novos grupos e adicionar usuários a eles através do "users-
admin" ou do "kuser", usando o que estiver disponível na distribuição. Basta
chamá-los pelo terminal ou procurar pelo atalho no menu.
De fato, a configuração default da maior parte das distribuições Linux atuais é dar
acesso de leitura para a maioria das pastas (com exceção, naturalmente, dos
arquivos de senha e outros arquivos críticos) para todos os usuários, mas ao
mesmo tempo dar acesso de gravação apenas para o diretório home de cada um.
Ou seja, por default você, logado como usuário normal, poderá navegar por quase
todos os diretórios do sistema, mas só poderá criar e alterar arquivos dentro da sua
pasta de usuário. Nos outros lugares receberá sempre um aviso de acesso negado.
Isso impede que os usuários possam fazer besteira no sistema, como por exemplo,
tentar deletar a pasta de módulos do Kernel ;-).
Claro, como todas as regras, as permissões de acesso têm sua exceção: o root. Ele
é o único que não possui restrições: pode alterar, executar ou deletar o que bem
entender. Pode alterar o dono das pastas ou alterar as permissões de acesso. O
root é o deus do sistema.
Você precisará usar o root sempre que for alterar as permissões de acesso a uma
pasta do sistema ou criada por outro usuário, mas não use-o regularmente, a
menos que esteja apenas brincando com o sistema e possa reinstalá-lo a qualquer
momento, pois além de poder destruir facilmente arquivos do sistema, usar o root
abre as portas para várias brechas de segurança ao usar programas de IRC, abrir
anexos em e-mails ou mesmo navegar na web.
# adduser manuel
(cria o usuário manuel, já definindo a senha)
# passwd manuel
(altera a senha posteriormente)
Temos aqui o comando chmod propriamente dito, o arquivo ou pasta que terá suas
permissões de acesso alteradas e um número de três dígitos que indica as novas
permissões para o arquivo. Note que o "744" é só um exemplo.
Você deve lembrar que temos três permissões: leitura, gravação e execução. Como
é possível representar estes três atributos através de um único número?
4: Ler.
2: Alterar o conteúdo, criar novos arquivos (no caso de uma pasta).
1: Execução (no caso dos arquivos) ou listar os arquivos (no caso das
pastas).
Você simplesmente soma estes números para ter o número referente ao conjunto
de permissões que deseja:
0: Sem permissão alguma. Se for uma pasta, o usuário sequer pode ver o
conteúdo.
1: Permissão apenas para executar (não é possível ler o arquivo ou alterá-lo,
apenas executar um programa). No caso de uma pasta, 1 permite que se liste os
arquivos dentro dela, mas sem ler ou alterar os arquivos.
4: Apenas leitura.
5 (4+1): Ler e executar (no caso de um arquivo) ou ver os arquivos e abri-los, no
caso de uma pasta.
6 (4+2): Leitura + gravação.
7 (4+2+1): Controle total: leitura + gravação + permissão para executar.
Uma observação importante é que ao configurar as permissões de acesso de uma
pasta, você sempre deve usar 5 (4+1) ou 7 (4+2+1), pois, sem permissão para
listar o conteúdo da pasta, você não consegue ver os arquivos dentro dela.
Engenhoso, não é? Se você quer dar controle total do arquivo ou pasta para o dono
e para o grupo, mas permissão de apenas leitura para os demais usuários, usaria o
número 774; se você quisesse que todos os usuários tivessem permissão de leitura
e gravação, mas sem poder executar nada, usaria o número 666; se quisesse dar
controle total para todo mundo, usaria 777 e assim por diante. Como disse, parece
um pouco complicado, mas depois de usar o comando algumas vezes você não vai
esquecer mais.
Para alterar o dono e o grupo do arquivo, você deve usar o comando chown. O uso
dele é simples, basta indicar qual é o novo dono e em seguida indicar o arquivo ou
pasta que mudará de dono, como em:
Se você quiser alterar também o nome do grupo, acrescente o nome do novo grupo
após o nome do dono, separando ambos por um ponto:
No Linux, o usuário root é o deus do sistema, o único que tem acesso a todos os
arquivos e configurações. Os usuários normais têm acesso apenas a seus arquivos
dentro do diretório /home e outros para os quais você alterar as permissões
manualmente.
Isso torna o sistema bastante seguro contra barbeiragens em geral feitas pelos
usuários. Como eles podem apenas alterar suas próprias configurações, na pior das
hipóteses você pode deletar o usuário e criar outro. Você pode criar uma conta de
usuário separada para cada pessoa que precisar user seu micro e ter certeza de
que eles não destruirão a instalação do sistema e seus arquivos.
Nas versões recentes do KDE, existe uma opção interessante, que permite abrir
uma segunda seção do X, onde é possível se logar com um usuário diferente. Para
usar esse recurso, clique no "Iniciar > Trocar de Usuário > Bloquear a atual & Iniciar
nova sessão".
Para abrir os programas gráficos, a melhor opção é usar o "kdesu", que exibe um
prompt de senha gráfico e ajusta todas as permissões e variáveis do sistema de
forma que o programa possa rodar sem sobressaltos.
Muitas distribuições, como o Kurumin e o Ubuntu, usam o "sudo" como uma forma
de facilitar o uso do sistema. O sudo é uma variante do su, que permite criar
usuários "administrativos", que podem executar comandos como root, sem precisar
fornecer a senha.
... substituindo o "usuário" pelo login desejado. Você pode também comentar a linha
referente ao usuário kurumin para tirar seus superpoderes, ou simplesmente criar
outro usuário com seu nome e passar a usá-lo no dia-a-dia, deixando para usar o
user kurumin apenas quando precisar instalar novos programas ou alterar a
configuração do sistema.
Máquinas virtuais
Quase tudo pode ser simulado via software. É possível até mesmo simular um
computador de arquitetura diferente, para que os softwares escritos pare ele rodem
da mesma forma que rodam dentro do seu sistema nativo.
Assim como é possível emular um videogame para rodar os jogos escritos para ele,
é possível simular um PC completo e rodar outros sistemas operacionais, dentro de
uma janela. Isso permite que você rode o Windows dentro do Linux ou vice-versa.
Esse PC "de mentira" é chamado de máquina virtual.
O sistema principal neste caso passa a ser chamado de host (hospedeiro) e o outro
sistema operacional que está rodando dentro da máquina virtual é chamado de
"guest" (convidado). Ele acha que tem um PC completo para si, enquanto na
verdade está rodando dentro de uma "matrix", na máquina virtual.
O Qemu por sua vez é um emulador. Ele tenta processar todas as instruções, o
que acaba demorando mais tempo e fazendo com que a performance seja menor.
Em geral o VMware (nas versões recentes) consegue fazer com que o sistema guest
rode com 60 a 90% do desempenho que teria se estivesse rodando diretamente,
enquanto o Qemu obtém de 5 a 10%. O Qemu possui um módulo adicional, o
Kqemu, que faz com que ele passe a funcionar de forma mais similar ao VMware,
virtualizando as instruções básicas do processador, ao invés de emular tudo. O
Kqemu melhora consideravelmente o desempenho do Qemu, mas ainda assim o
deixa bem atrás do VMware em questão de desempenho.
No Kurumin (a partir do 5.1) você encontra o VMware Player e um script para criar
e alterar as configurações das VMs, provendo uma solução completa.
Estas máquinas virtuais são extremamente úteis no dia-a-dia, pois permitem que
você rode outros sistemas operacionais dentro de uma janela, tendo acesso a todos
os softwares que precisa. Muita gente utiliza este recurso para manter uma cópia
do Windows à mão para quando precisam de algum programa específico. Muitos
micros (e quase todos os notebooks) vêm com uma licença do Windows de
qualquer forma e esta é uma boa maneira de aproveitá-la sem sair do Linux.
Conforme o Qemu e VMware forem evoluindo e os micros forem ficando cada vez
mais rápidos, a perda de desempenho por rodar o Windows dentro da máquina
virtual será cada vez menos significativo, permitindo que você tenha uma forma
confortável de continuar rodando seus aplicativos antigos mesmo depois de migrar
definitivamente para o Linux.
Outra grande utilidade é que você pode testar outras distribuições e ter um sistema
"sparing", onde você pode testar de tudo sem medo de danificar sua instalação
principal. Todos os arquivos da máquina virtual são salvos num "disco virtual", que
nada mais é do que um arquivo comum, dentro da pasta com a VM, formatado de
uma forma especial. Este arquivo é usado de tal forma que o sistema dentro da VM
realmente acha que está usando um HD real, particionando, formatando e tudo
mais.
A instalação do sistema dentro da máquina virtual é feita de forma normal. Você vai
particionar e formatar o "HD" e tudo mais, só que tudo vai sendo feito dentro do
disco virtual, sem que o Windows dentro da máquina virtual tenha acesso direto
aos demais arquivos no HD. Se ele pega um vírus, apenas o que está dentro do
disco virtual é afetado. Na pior das hipóteses você pode deletar o arquivo e
começar de novo. Para todos os efeitos, a VM funciona como um PC real; você pode
até mesmo instalar Windows e Linux em dual boot, ou experimentar a instalação de
várias distribuições Linux no mesmo HD.
O VMware e o Qemu são os mais usados nos desktops, mas existe uma terceira
opção, muito popular nos servidores, o Xen.
Isto não é um grande problema no caso das distribuições Linux, mas é no caso do
Windows e outros sistemas de código fechado.
Esta abordagem permite um controle maior sobre o que será instalado, mas possui
também algumas desvantagens:
Nos live-CDs temos um sistema "base", já configurado que roda diretamente do CD.
O instalador limita-se a copiar este sistema para o HD e fazer as alterações
necessárias para que ele se adapte ao novo ambiente.
Se você não tem espaço suficiente no HD para criar várias partições, ou não quer
arriscar seus arquivos mexendo no particionamento do HD (lembre-se: Só Jesus
salva, o homem faz backup! ;), você pode ainda treinar usando o VMware Player,
um virtualizador que permite instalar as distribuições dentro de máquinas virtuais,
que abordo no capítulo 5. Embora no livro fale apenas sobre a versão Linux, o
VMware também roda sobre o Windows XP ou 2000, com os mesmos recursos.
Mas, ao contrário do que pode parecer à primeira vista, detectar todo o hardware
de uma máquina atual e configurar o sistema para trabalhar sobre ele sem ficar
perguntando, não é uma tarefa nada fácil.
Logo no início do boot você verá uma tela gráfica que apresenta algumas opções de
boot. Estas opções permitem alterar o comportamento padrão do sistema, fazendo
com que ele dê boot em placas problemáticas ou que utilize a resolução de vídeo de
sua preferência, entre outras configurações, que podem ser usadas em casas onde
o sistema de detecção não dê conta do recado.
O Kurumin é capaz de dar boot diretamente em uns 90% dos micros, enquanto as
opções permitem que ele funcione na maior parte dos 10% restantes. É raro um PC
em que realmente não exista como fazer o Kurumin funcionar. Muitas destas opções
são válidas também no Knoppix e nos outros live-CDs derivados dele, como o
Kanotix e Mephis e também nos live-CDs derivados do Kurumin, como o Kalango e o
Kurumin Games. A única mudança é que neles ao invés das opções começarem
com "kurumin", começam com "knoppix", "kalango", ou o nome da distro.
No canto inferior da tela aparece um prompt (boot:) para digitar as opções. Se você
apenas pressionar Enter, ou esperar 30 segundos, o sistema inicializa no modo
default, tentando detectar tudo sozinho. As opções de boot permitem modificar o
comportamento padrão do sistema, desabilitando algum recurso que está fazendo o
micro travar no boot, alterar a resolução do vídeo e assim por diante.
No screenshot acima, estou usando como exemplo uma opção bem longa para
configurar vídeo, especificando a resolução, taxa de atualização e o driver de vídeo
e desabilitar o ACPI.
Opções de vídeo
1- O driver de vídeo
2- A resolução e profundidade de cor
3- A taxa de atualização.
O driver "sis", por exemplo, dá suporte a todas as placas de vídeo da SiS, o driver
"nv" dá suporte a todas as placas da nVidia e assim por diante. Temos ainda dois
drivers genéricos, o "vesa" e o "fbdev" que funcionam com quase todas as placas
de vídeo. Eles podem ser usados, por exemplo, quando você tiver alguma placa de
vídeo muito recente, que ainda não seja suportada.
Outra coisa que ajuda e muito a diminuir o flicker é diminuir o brilho do monitor. O
ideal é usar a tela o mais escura possível, dentro do que for confortável,
naturalmente. Uma dica é deixar o controle de brilho no mínimo e ajustar apenas
pelo contraste. Quanto maior for a taxa de atualização e quanto menor for a
claridade da imagem menor será o flicker e menor será o cansaço dos olhos.
A placas de vídeo também podem limitar a resolução máxima. Uma placa antiga,
uma Trident 9680 por exemplo, não conseguirá trabalhar com mais de 70 Hz de
refresh a 1024 x 768 (independentemente do monitor, é uma limitação da própria
placa de vídeo). Muitas placas onboard são capazes de exibir 1024x768 com 85 Hz,
mas apenas 70 Hz se você usar 1280x1024. Geralmente, apenas as placas de vídeo
mais caras são capazes de trabalhar a 1600x1200 com 75 Hz de refresh ou mais,
uma possibilidade que é suportada por alguns monitores de 19".
Tudo o que falei até agora sobre taxa de atualização e flicker se aplica apenas aos
monitores de CRT (os grandões que ainda usam tubo de imagem). Hoje em dia
temos um segundo tipo de monitores, os monitores de LCD, aqueles modelos
fininhos e com tela 100% plana, usados desde sempre nos notebooks.
Nos monitores de LCD, cada ponto na tela é como uma lâmpada acesa, eles não
possuem problemas com flicker, a imagem é sólida, independentemente da taxa de
atualização usada. Em geral, os monitores de LCD suportam várias taxas de
atualização, o mais comum é de 56 a até 75 Hz. Isto é feito para permitir que
funcionem em conjunto com qualquer placa de vídeo e em várias configurações.
Porém, neste caso, a taxa de atualização não afeta a qualidade da imagem.
Se você fica muito tempo na frente do micro ou, principalmente, se trabalha com
um, os monitores de LCD são a opção ideal. Eles são mais caros, mas se você dividir
a diferença de preço por 36 meses (a vida útil média de um monitor) vai ver que o
custo mensal não é tão alto assim. Eles também consomem menos energia (35
watts em média, contra 100 watts ou mais de um monitor CRT) o que economizará
alguns trocados todo mês na conta de luz, ajudando a amortizar a diferença de
preço.
fb1024x768: Esta é uma espécie de opção à prova de falhas, que força a resolução
de 1024x768 usando o driver fbdev (frame buffer). O frame buffer é um recurso
suportado pelo kernel que permite exibir imagens manipulando diretamente o
conteúdo da memória de vídeo. A grande vantagem é que não é preciso um driver
de vídeo; este modo vai funcionar mesmo em placas de vídeo que não sejam
oficialmente suportadas pelo Linux. O modo gráfico é aberto a 1024x768 usando 60
Hz de taxa de atualização, o que permite usar esta opção na grande maioria dos
monitores de 14 e 15 polegadas. Funciona em cerca de 90% das placas de vídeo.
kurumin desktop=fluxbox: Esta opção faz com que o Kurumin use o fluxbox
como gerenciador de janelas ao invés do KDE. O Fluxbox é bem mais simples e
menos amigável, mas permite usar o Kurumin em máquinas antigas, onde o KDE
fica muito lento. Usando o Fluxbox o consumo de memória durante o boot (ao rodar
do CD) cai quase pela metade, permitindo usar o sistema em micros com 64 MB de
RAM.
A opção "screen=" pode ser usada para especificar qualquer resolução suportada
pelo monitor, mesmo que fora do padrão. Por exemplo, muitos notebooks usam
telas wide, com resolução de 1280x800 ou 1280x768, por exemplo. Em muitos
deles, o sistema detecta a resolução incorretamente e acaba abrindo sempre a
1024x768. Para que toda a área útil do monitor seja usada, basta especificar
manualmente, como em: "kurumin screen=1280x800" no boot.
Em alguns casos raros, pode ser que o problema seja com a detecção do driver de
vídeo, como, por exemplo, o sistema tentando usar o driver "sis" para uma placa
recente da SiS que ainda não é suportada por ele. Neste caso, você pode usar a
opção "xmodule=vesa" para especificar o driver de vídeo a ser utilizado. Lembre-
se de que o vesa é um curinga, um driver genérico que funciona com praticamente
todas as placas de vídeo. Você pode combinar esta opção com as outras que já
vimos, como em: kurumin screen=1024x768 xvrefresh=60 xmodule=vesa
Aqui você tem acesso às mesmas opções disponíveis na hora do boot. Se não
marcar nenhuma opção, o vídeo simplesmente é redetectado automaticamente. As
opções permitem forçar o uso das configurações desejadas. O utilitário gera o novo
arquivo de configuração, permite que você teste a configuração, para ter certeza
que está realmente funcionando e, no final, confirma se você quer usá-la.
Você pode simplesmente desativar estes recursos (sobretudo o suporte ACPI que é
o mais problemático) no setup da própria placa-mãe. Mas, também é possível fazer
isso na linha de boot do Kurumin:
A opção noagp não desabilita placas de vídeo AGP, apenas o recurso de acesso à
memória RAM que é quem pode causar problemas em alguns casos. Mesmo
usando-o sua placa de vídeo AGP continuará sendo detectada normalmente. O
mesmo se aplica à opção nousb, que faz com que mouses e teclados USB sejam
reconhecidos pelo sistema como periféricos PS/2.
Você pode combinar várias opções na mesma linha, começando sempre com
"kurumin". Você pode começar com a linha abaixo, que vai desativar a detecção
de quase tudo e depois ir retirando algumas opções até descobrir qual é
exatamente o problema com a sua placa, como em: kurumin noapic acpi=off
noagp noscsi noapm nousb
A partir do Kurumin 4.0, existe uma opção nova, necessária em algumas placas-
mãe e notebooks: kurumin pci=bios. Esta é uma opção de compatibilidade,
destinada a burlar problemas com a controladora PCI da placa. Outras opções
menos usadas são:
expert: Esta opção ativa um modo de inicialização alternativa, que vai perguntando
passo a passo o que deve ser detectado ou não pelo sistema durante o boot. Esta
opção permite detectar partes da detecção automática que fazem o sistema travar
em algumas placas-mãe e também configurar manualmente sua placa de vídeo,
som, mouse, teclado e placa SCSI. Esta opção faz com que o boot seja bem mais
demorado; deve ser usada apenas para solução de problemas.
Outra limitação dos live-CDs é que depois do boot, o drive de CD-ROM fica ocupado,
de forma que você não pode ouvir um CD de música ou assistir um DVD, por
exemplo.
É possível evitar isso copiando os arquivos para uma partição do HD. Neste caso, o
drive fica livre o desempenho do sistema fica melhor, já que passa a rodar a partir
do HD, que é muito mais rápido. Para isso, use a opção:
kurumin tohd=/dev/hda1
Onde o "/dev/hda1" é a partição do HD para onde será feita a cópia dos arquivos. É
importante lembrar que a partição não é formatada, o sistema cria apenas uma
pasta "/knoppix" dentro da partição, com uma cópia do conteúdo do CD.
Naturalmente, é preciso existir espaço livre suficiente para receber a cópia do
conteúdo do CD.
Neste caso, o CD é usado apenas na etapa inicial do boot. Depois que o sistema é
carregado a partir dos arquivos na partição, o CD pode ser ejetado. A cópia demora
alguns minutos. Mas, depois de fazê-la pela primeira vez, você pode aproveitá-la
nas inicializações seguintes, usando a opção "fromhd=", como em:
kurumin fromhd=/dev/hda1
Isso fará com que o Kurumin use a cópia já feita, sem precisar ficar copiando de
novo a cada boot.
É possível ainda usar a opção "bootfrom=", que permite dar boot diretamente a
partir do arquivo ISO de uma nova (ou a mesma) versão do Kurumin, sem precisar
queimar o CD. Esta opção funciona de forma muito similar à "fromhd", com a
diferença de que ao invés de procurar pela pasta "knoppix/", o sistema procura pelo
arquivo ISO dentro da partição.
Ao usar esta opção, é preciso indicar a partição e o nome arquivo ISO dentro dela,
como em:
kurumin bootfrom=/dev/hda1/kurumin.iso
Note que esta dica funciona apenas entre versões do Kurumin que utilizam o
mesmo Kernel, pois você está usando o Kernel incluído no CD para inicializar o
sistema dentro do ISO. A versões 3.x usam o Kernel 2.4.25, as versões 4.x usam o
Kernel 2.6.8, enquanto o 5.0 e 5.1 usa o 2.6.11. Você pode usar um CD do Kurumin
5.0 para dar boot usando o ISO do 5.1, por exemplo, mas não vai funcionar se você
tentar usar um CD da série 4.x, por exemplo, que usa um Kernel diferente.
A partir do Kurumin 5.1 foram incluídas duas opções que permitem salvar arquivos
e novos programas instalados, mesmo ao rodar o Kurumin do CD. Estas opções são
destinadas principalmente a quem usa pendrives, mas você pode usar uma partição
no HD, complementando a opção de copiar os arquivos do sistema para a partição.
kurumin home=/dev/hda1/kurumin.img
(para o arquivo com o home), ou:
kurumin union=/dev/hda1/union.img
(para o arquivo com a imagem do UnionFS)
Isto fará com que o arquivo seja montado no diretório apropriado, fazendo com que
as configurações e arquivos salvos fiquem disponíveis. Todas as alterações feitas
são salvas diretamente nos arquivos de imagem, permitindo que você instale novos
programas e salve arquivos, de uma forma similar ao que faria com o sistema
instalado no HD.
Instalando
A opção de instalar o Kurumin está bem visível dentro da tela inicial do Painel de
Controle, você pode também chamar o instalador usando o comando "sudo
kurumin-install" num terminal. No Painel estão organizadas também outras
funções que usamos para configurar o sistema, que examinaremos com mais
cuidado adiante.
As partições no Linux
Temos duas interfaces IDE na placa-mãe, onde cada uma permite a conexão de dois
HDs, configurados como master ou slave. O primeiro HD, conectado à interface IDE
primária e configurado como master, é reconhecido pelo Linux como hda, o
segundo HD, slave da IDE primária é reconhecido como hdb, enquanto os dois HDs
conectados à IDE secundária são reconhecidos como hdc e hdd.
Caso você esteja usando um HD Serial ATA, então ele será visto como sda. Caso
sejam dois, um será o sda e o outro sdb. O mesmo acontece ao usar HDs SCSI.
Ao mesmo tempo, cada HD pode ser dividido em várias partições. Podemos ter um
total de 4 partições primárias ou três partições primárias e mais uma partição
extendida, que pode englobar até 255 partições lógicas. É justamente a partição
lógica que permite a nós dividir o HD em mais de 4 partições.
Esta limitação das 4 partições primárias, é uma limitação que existe desde o
primeiro PC, lançado em 1981. Os projetistas que escreveram o BIOS para ele,
precisavam economizar memória e chegaram à conclusão que 2 bits (4
combinações) para o endereço das partições seriam suficientes, pois na época os
HDs mais vendidos tinham apenas 5 MB e só existia um sistema operacional para
PCs, o PC-DOS, de forma que era raro alguém precisar criar mais de uma partição.
As coisas mudaram um pouco de lá pra cá, mas infelizmente esta limitação
continua até os dias de hoje.
Para amenizar o problema, foi criado o recurso da partição estendida e das
partições lógicas. A partição estendida contém uma área extra de endereçamento,
que permite endereçar as 255 partições lógicas. É possível criar até 4 partições
extendidas, de forma que (em teoria) é possível dividir o HD em até 1020
partições :).
Neste mapa temos a partição primária, montada no diretório raiz (/) e uma partição
extendida, que engloba tanto a partição swap quanto a partição montada em
/home.
Se estiver com dúvidas sobre como o HD está particionado, abra o gparted, que
você encontra no Iniciar > Sistema. Ele mostra um mapa do HD.
Instalando
O cfdisk é mais prático quando você simplesmente quer formatar o HD todo e criar
novas partições, enquanto o gparted permite que você redimensione partições do
Windows e outras distribuições Linux para liberar espaço para instalar o Kurumin.
Dentro do cfdisk, use as setas para cima e para baixo para selecionar uma partição
ou trecho de espaço livre e as setas para a direita e esquerda para navegar entre as
opções, que incluem:
Delete: Deletar uma partição, transformando-a em espaço livre. Use esta opção
para deletar partições já existentes no HD para poder criar novas.
Você pode criar no máximo de quatro partições primárias, uma limitação que vem
desde o PC-XT. Mas, por outro lado pode criar até 255 partições extendidas. Todas
as versões do Windows e do DOS exigem que sejam instaladas numa partição
primária, mas no Linux não existe esta limitação.
Você pode criar quantas partições for necessário e instalar o Kurumin em qual delas
preferir.
Maximize: Redimensiona uma partição, para que ela ocupe todo o espaço
disponível no HD. O processo não é destrutivo, pois o sistema simplesmente
adiciona o espaço adicional no final da partição, sem mexer no que está gravado,
mas de qualquer forma é sempre saudável fazer um backup.
Type: Altera o sistema de arquivos da partição (Linux, FAT, Linux Swap, etc.).
Lembre-se de que você deve ter no mínimo uma partição Linux e outra Linux Swap.
Bootable: Esta é mais uma opção necessária para partições do Windows ou DOS,
mas não para o Linux. Mas a regra básica é que ao usar várias partições, a partição
onde o sistema operacional está instalado seja marcada com este atributo.
Basicamente, ao usar o cfdisk, você deve criar duas partições, uma maior para
instalar o sistema e outra menor, de 500 MB ou 1 GB para a memória swap. Ao
deletar uma partição antiga você seleciona o trecho de espaço livre e acessa a
opção Create para criar uma partição Linux para a instalação do sistema. Para criar
a partição swap, você repete o procedimento, criando uma segunda partição Linux,
mas em seguida você acessa a opção Type e pressiona Enter duas vezes para que
o cfdisk a transforme numa partição swap. Criadas as duas partições, é só salvar e
sair.
O cfdisk não oferece nenhuma opção para redimensionar partições. Para isso você
deve usar o gparted, ou outro particionador com que tenha familiaridade, como o
Partition Magic ou o particionador usado durante a instalação do Mandrake por
exemplo (basta iniciar a instalação até chegar ao particionamento do disco, alterar
o particionamento, salvar e em seguida abortar a instalação).
Lembre-se de que o cfdisk deve ser usado apenas se você deseja deletar ou criar
partições no HD. Se você quer apenas instalar o Kurumin numa partição que já
existe (mesmo que seja uma partição do Windows ou esteja formatada em outro
sistema de arquivos qualquer), pode dispensar o cfdisk, basta sair sem fazer nada.
A formatação propriamente dita é feita mais adiante durante a instalação.
Se você quer apenas usar o cfdisk para reformatar o HD, sem se preocupar com os
dados, você pode fazer o cfdisk eliminar a tabela de partição do HD, criando uma
nova tabela em branco. Esta opção é perigosa (vai apagar todos os dados), por isso
não foi incluída no instalador. Se você quiser usá-la, abra o Root Shell encontrado
em Iniciar > Configuração do Sistema e chame o comando "cfdisk -z" e particione
o disco a seu gosto. Lembre-se, esta opção vai destruir todos os dados do HD.
Na tela principal, você verá um "mapa" do HD, com todas as partições disponíveis e
pode criar, deletar e redimensionar partições a partir dele. Neste exemplo, tenho
uma partição Windows de 6 GB, formatada em NTFS, onde apenas 1.4 GB estão
usados (a parte que aparece em amarelo no "mapa"). É possível redimensionar a
partição reduzindo seu tamanho para algo próximo do espaço ocupado, 2 ou 3 GB
por exemplo.
Depois de concluído, você ficará com um bloco cinza, que representa espaço livre,
não particionado. Para criar uma nova partição, clique com o botão direito sobre ele
e em seguida sobre o botão "Novo". Na tela seguinte você pode escolher o sistema
de arquivos em que a partição será formatada, seu tamanho e também se ela deve
ser criada como uma partição primária, ou uma partição lógica. Lembre-se de que
você só pode criar quatro partições primárias, ou até três primárias e uma
extendida, com várias partições lógicas dentro dela. Ao terminar, clique no
"Adicionar" para concluir a alteração.
Note que as alterações são realmente aplicadas apenas ao clicar sobre o "Aplicar".
Se mudar de idéia, basta usar o botão "Desfazer".
Para instalar, você precisa de uma partição Linux, formatada em ReiserFS, EXT2 ou
EXT3, e uma partição swap. A partição swap não é realmente obrigatória, você até
pode passar sem ela se tiver 512 MB de RAM ou mais. Porém, mesmo com bastante
memória RAM, é recomendável usar uma partição swap, pois ela permite que o
sistema remova bibliotecas e arquivos que não estão sendo usados da memória, em
caso de necessidade, deixando mais memória livre para rodar os aplicativos nos
momentos em que você estiver rodando muita coisa ao mesmo tempo e o PC
estiver sofrendo para acompanhá-lo :-).
Muita gente tem uma imagem errada do uso da memória swap por causa da forma
burra como ela é gerenciada no Windows 98. Nele, mesmo com muita memória
disponível, o sistema insiste em fazer swap, prejudicando o desempenho e tornando
o sistema menos responsivo.
Isto acontece justamente porque na segunda abertura o sistema acessou boa parte
das informações a partir do cache, ao invés de ter de ler tudo novamente a partir do
HD ou CD. O cache de disco é um recurso que acelera absurdamente o tempo de
carregamento dos programas e arquivos. Com mais memória disponível, o sistema
pode fazer mais cache, melhorando perceptivelmente o desempenho.
A terceira questão é que sem swap o sistema não tem para onde correr em
situações onde você precisa abrir muitos programas ou executar alguma tarefa que
realmente use toda a memória disponível. Sem memória, o sistema vai começar a
ficar lento e, em situações mais extremas, os aplicativos começarão a fechar por
falta de memória.
Se você tiver bastante espaço disponível no HD, crie uma partição swap de 1 GB ou
2 GB. Se o espaço estiver racionado, crie uma partição menor, de 300 ou 500 MB. O
ideal é que a partição swap seja maior em micros com pouca RAM e menor em
micros com mais memória.
Uma dica é que o gparted também pode ser usado para criar partições FAT32 e
NTFS do Windows. Ou seja, você pode usá-lo também para particionar um HD para
a instalação do Windows ao invés daqueles ultrapassados disquetes de boot do
Windows 98. Basta dar um boot com o Kurumin :).
Lembre-se de que o Kurumin ocupa cerca de 1.2 GB ao ser instado, mas você
precisará de espaço para guardar seus arquivos e instalar outros programas. O ideal
é reservar pelo menos 2 GB para o sistema e mais uns 500 MB (ou mais) de espaço
para a partição swap.
Se você tiver mais espaço disponível, aproveite para criar também uma partição
extra para armazenar o diretório /home, que veremos como configurar a seguir.
Esta partição separada permitirá reinstalar o sistema posteriormente sem perder
seus arquivos, que ficarão protegidos numa partição separada.
Copiando os arquivos
Muita gente gosta desta simplicidade e por isso continua usando o EXT2 até hoje. O
problema é que, assim como o FAT32, o EXT2 tem uma grande tendência a perder
dados quando o micro é desligado incorretamente (o que num desktop é muito
comum). Nestes casos entra em ação o fsck, que vasculha todos os arquivos da
partição, de forma a detectar e corrigir erros, da mesma forma que o scandisk do
Windows. Os dois problemas fundamentais com o fsck são que:
Ou seja, a menos que você tenha um nobreak e seu micro nunca seja desligado no
botão, não use o EXT2. Ele é um sistema obsoleto, assim com o FAT32 no Windows.
Quando o micro é desligado incorretamente, o fsck consulta este jornal para corrigir
os erros, sem precisar executar o teste completo. Isso diminui bastante o problema,
mas não o corrige completamente, pois o journal é na verdade um arquivo, que
assim como os outros pode ser perdido. Quando isso acontece, o fsck precisa
realizar o teste completo e, caso encontre algum problema, te joga novamente no
estúpido prompt de recuperação. Um terceiro problema é que o journal precisa ser
atualizado conforme as alterações são feitas, um trabalho extra que reduz o
desempenho de leitura e gravação de dados em até 30% em relação ao EXT2.
Finalmente, temos o ReiserFS, que está para o EXT2 e o EXT3 da mesma forma
que o NTFS está para o FAT32 no Windows. Ele é um sistema mais moderno, que
inclui muitos recursos para a proteção dos dados e do próprio sistema de arquivos
no caso de problemas diversos e desligamentos incorretos. O ReiserFS também
aproveita melhor o espaço, agrupando arquivos pequenos, de forma que eles sejam
gravados de forma contínua. Isso acaba fazendo uma grande diferença, pois no
Linux temos uma quantidade muito grande de pequenos executáveis, bibliotecas e
arquivos de configuração.
Problemas de corrupção de dados no ReiserFS são bastante raros. Mas, caso chegue ao ponto do
sistema não dar boot por causa de um problema grave, causado por um desligamento no botão,
é possível reparar a partição dando boot com um CD do Kurumin.
Comece (a partir do CD) abrindo um terminal e logando-se como root, usando o comando "sudo
su". A partir daí, rode o comando:
Ele exibe um aviso: Do you want to run this program?[N/Yes] (note need to type Yes if you do):
Ou seja, você precisa digitar "Yes" para continuar; caso apenas dê Enter, ele aborta a operação.
Ele vai verificar toda a estrutura do sistema de arquivos e indicar os erros encontrados. O
próximo passo é usar a opção "--fix-fixable":
Este segundo comando efetivamente corrige todos os erros simples, que possam ser corrigidos
sem colocar em risco as demais estruturas do sistema de arquivos. Em 90% dos casos isto é
suficiente.
Se for encontrado algum erro grave, ele vai abortar a operação. Estes erros mais graves podem
ser corrigidos com o comando:
Este comando vai reconstruir do zero todas as estruturas do sistema de arquivos, vasculhando
todos os arquivos armazenados. Esta operação pode demorar bastante, de acordo com o
tamanho e quantidade de arquivos na partição. Nunca interrompa a reconstrução, caso contrário
você não vai conseguir acessar nada dentro da partição até que recomece e realmente termine
a operação.
O --rebuild-tree vai realmente corrigir qualquer tipo de erro no sistema de arquivos. Ele só não
vai resolver o problema caso realmente exista algum problema físico, como, por exemplo, um
grande número de setores defeituosos no HD.
Outros sistemas "modernos" são o XFS e o JFS, que são otimizados para uso em
servidores. Eles também são relativamente populares, mas não são usados no
instalador para não aumentar muito o número de opções.
A cópia dos arquivos propriamente dita é muito rápida, de 4 minutos (num PC atual)
a 12 minutos (num Pentium II com 128 MB e um CD-ROM de 32x). Embora o
sistema fique carregado durante a cópia, nada impede que você navegue ou faça
alguma outra coisa enquanto o sistema está sendo instalado. Os dados são
copiados diretamente a partir do CD-ROM (que é somente leitura) para dentro da
partição, de forma que a cópia não é perturbada mesmo que você crie ou modifique
alguns arquivos durante a instalação,
Concluindo a instalação
Uma observação importante é que o nome da máquina não pode conter espaços
nem caracteres especiais. Usar um nome como "Dandão #$@" vai causar sérios
problemas, pois o sistema não conseguirá atualizar o nome da máquina durante o
boot e vários programas deixarão de funcionar corretamente. Use um nome
simples, contendo apenas letras e números, ou mantenha o padrão.
Até o Kurumin 5.0, era perguntado se você queria configurar a rede durante a
instalação. Se você conecta via ADSL com autenticação (Speedy, Velox, etc.)
usando o pppoeconf, você deveria responder "Não" e deixar para configurar depois
de concluída a instalação.
Para simplificar as coisas, a partir do 5.1, a configuração da rede passou a ser feita
no primeiro boot depois da instalação, como parte do assistente de boas-vindas.
Claro, não poderíamos nos esquecer de escolher uma senha para o root e também
para o usuário kurumin, que será usado depois de concluída a instalação. O
instalador não aceita senhas em branco. É importante usar boas senhas ao acessar
a internet, pois a senha é a última linha de proteção caso você mantenha o SSH ou
outros servidores ativos. Senhas fáceis são a principal causa de invasões em
sistemas Linux.
O usuário kurumin (ou knoppix nas versões antigas) é uma espécie de power-user,
criado com o objetivo de facilitar o uso do sistema para novos usuários. Ele tem
acesso aos utilitários de configuração, permissão para instalar novos programas e
configurar programas como o K3B, de modo que você não precise ficar toda hora
fornecendo a senha de root.
O usuário kurumin possui privilégios suficientes para usar o sistema sem
sobressaltos, mas sem abrir as várias brechas de segurança de usar o usuário root
diretamente. É um meio termo entre segurança e praticidade. O Ubuntu adota um
sistema similar, onde a conta de root é desativada e você usa o comando "sudo"
(como no Kurumin) quando precisa executar comandos como root. A principal
diferença é que o Ubuntu confirma a senha (da conta de usuário, não do root)
periodicamente.
Se você é um usuário com mais experiência, pode preferir criar um novo usuário,
este sim um usuário "comum", sem privilégios especiais. Para criar mais usuários
depois da instalação, use o comando "adduser" (como root) como em "adduser
joao". Os novos usuários aparecem automaticamente na tela de login.
Se preferir um utilitário gráfico, você pode usar o "users-admin", que pode ser
executado pelo terminal, ou pelo ícone no "Iniciar > Sistema > Gnome System
Tools". Ele pode ser encontrado também no Fedora (onde se chama "system-config-
users") e no Mandriva (onde se chama "userdrake").
Você pode ativar ou desativar o uso do sudo, que é o responsável pelos privilégios
administrativos a qualquer momento, usando as opções dentro do painel dos ícones
mágicos. Estas opções fazem as alterações necessárias no arquivo "/etc/sudoers"
e a alteração passa a valer imediatamente. Não é preciso reiniciar o KDE.
Naturalmente, para ativar o sudo para um novo usuário, é preciso fornecer a senha
de root.
Configurando o Lilo
Você tem a opção de instalar o Lilo na trilha MBR do HD, fazendo com que o
Kurumin passe a ser o sistema default (respondendo "Sim" à pergunta), ou instalar
o Lilo na partição (respondendo "Não").
Quando você liga o micro, o BIOS da placa-mãe detecta o HD, CD-ROM, disquete e
outros periféricos instalados. Depois de terminar seu trabalho, o BIOS procura por
algum sistema operacional para carregar, seja no HD, CD-ROM, disquete ou mesmo
via rede, de acordo com o configurado no setup.
No caso do HD, o BIOS lê apenas os primeiros 512 bytes, que são justamente a
trilha 0, ou trilha MBR do HD. Neste pequeno espaço vai a tabela de partição e o
gerenciador de boot.
Se o Kurumin for o único sistema instalado, basta responder Sim e seus problemas
acabaram. Se por outro lado você está instalando o Kurumin em dual-boot com o
Windows ou outra distribuição do Linux, siga os seguintes passos para configurar os
dois sistemas em dual-boot:
other = /dev/hda2
label = Mandriva
Uma observação importante: Os nomes não podem ter mais de 14 caracteres e não
podem conter espaços ou caracteres especiais.
A partir daí você tem a opção de escolher qual sistema operacional será carregado
durante o boot. Você pode configurar o lilo do Kurumin para inicializar vários
sistemas diferentes se for o caso, basta ir descomentando os pares de linhas
correspondentes. Para modificar a configuração do lilo depois de concluída a
instalação, abra o arquivo "/etc/lilo.conf" (como root) e, depois de salvar as
alterações, execute o comando "lilo" (novamente como root) para que elas sejam
gravadas no HD.
Depois de instalado no HD, o desempenho do Kurumin fica melhor, pois o
processador não precisa mais ficar descompactando os dados do CD, além de que
um HD sempre oferece um tempo de busca bem menor.
Desde o Kurumin 2.0, existe a opção de instalar o diretório "/home" numa partição
separada do restante do sistema, opção que é dada no final da instalação.
Naturalmente, para usar este recurso, é preciso que você tenha criada uma partição
adicional ao particionar o HD.
O mais comum neste caso é criar uma partição menor, de 4 a 8 GB para instalar o
sistema (de acordo com a quantidade de programas adicionais que você pretende
instalar), uma partição swap de 1 ou 2 GB e uma partição maior, englobando o
restante do HD, para ser usada como "/home". A partição home deve ser maior,
pois é nela que serão guardados seus arquivos, músicas, e-mails, trabalhos, filmes,
etc., coisas que normalmente ocupam bem mais espaço que os arquivos do
sistema.
Usar uma partição separada permite que você possa reinstalar o sistema sem
perder seus arquivos e configurações, o que é especialmente interessante no caso
do Kurumin, que é atualizado freqüentemente.
Cada programa armazena suas configurações dentro de uma pasta oculta dentro do
seu diretório de usuário, como ".mozilla", ".kde", etc. Mesmo ao reinstalar o
sistema, estas pastas são reconhecidas e as configurações antigas preservadas.
Basta tomar o cuidado de guardar também todos os seus arquivos dentro do
diretório home e você não perderá quase nada ao reinstalar.
O primeiro passo é indicar a partição que deseja usar. Como já vimos, no Linux as
partições aparecem como dispositivos dentro do diretório /dev/, como "/dev/hda1"
(para a primeira partição, o C: no Windows) ou "/dev/hda2". Em caso de dúvidas,
você pode ver um mapa mostrando como o HD está formatado dentro do gparted.
Caso você esteja usando uma partição home de uma instalação anterior, responda
"sim" e indique em qual sistema de arquivos a partição está formatada. O
instalador suporta partições home formatadas em ReiserFS, EXT2 e EXT3. Lembre-
se de que o ReiserFS é a opção recomendada.
Em seguida o instalador abre uma janela do kedit com o arquivo "/etc/fstab", onde
vão as informações sobre todas as partições e outros sistemas de arquivos que são
montados durante o boot. Esta janela é apenas "um extrato para simples
conferência"; você não precisa se preocupar em alterar mais nada. As linhas
adicionadas pelo instalador vão no final do arquivo, como em:
Outra opção para usar o diretório home numa partição separada (que muitos acham
mais simples) é simplesmente copiar a pasta home para dentro da outra partição e
criar um link para ela, substituindo a pasta home do sistema.
Imagine que você tem o sistema instalado e algum tempo e agora quer reinstalar
sem perder os arquivos do home. Você tem uma partição livre, a "/dev/hda2"
disponível.
O primeiro passo seria montar a partição livre e em seguida copiar o home atual
para ela. É importante fazer isso como root, usando o comando "cp -a", que faz uma
cópia exata, mantendo todas as permissões dos arquivos. Se a sua pasta home é
"/home/joao", o comando seria:
# cp -a /home/joao /mnt/hda2
# mv /home/joao /home/joao-old
# ln -s /mnt/hda2/joao /jome/joao
Embora possa ser um pouco mais trabalhosa, esta segunda receita tem um efeito
similar à primeira. Você escolhe qual prefere usar ;).
A idéia é que as opções incluídas no Painel sejam auto-explicativas, por isso uma
grande parte do desenvolvimento se concentra em adicionar instruções e textos de
ajuda. O objetivo é criar uma ferramenta simples de usar, mas ao mesmo tempo
bastante poderosa.
Mas, a partir do Kurumin 5.0, esta última limitação foi derrubada, com a inclusão do
UnionFS. Graças a ele, passou a ser possível usar o apt-get e os ícones mágicos
para instalar novos programas e mexer em todos os arquivos de configuração do
sistema, mesmo com o sistema rodando do CD.
Isto permite testar os recursos do sistema com muito mais liberdade, sem precisar
instalar. Você pode dar boot, instalar um servidor Apache e Squid, os drivers da
nVidia, o VMware e outros programas que quiser testar e reiniciar o micro, como se
nada tivesse acontecido.
Para permitir esta "mágica", o UnionFS permite juntar dois (ou mais) diretórios em
um, estabelecendo uma hierarquia entre eles. O "Union" vem justamente de
"união".
No final, você acaba podendo instalar programas e fazer qualquer tipo de alteração
no sistema, da mesma forma que se ele estivesse instalado. As limitações neste
caso são que todas as modificações são salvas no ramdisk. Para conseguir instalar
programas grandes com o sistema rodando a partir do CD, você precisa ter 512 MB
de RAM. Caso contrário, você pode instalar alguns programas pequenos de cada vez
e ir reiniciando o micro para testar outros, conforme a memória for sendo ocupada.
Configuração do som
O utilitário padrão para detectar a placa de som ao usar o Alsa é o alsaconf (que
deve ser executado como root, num terminal). Você pode usá-lo sempre que quiser
redetectar a placa de som, ou em casos em que ela não seja detectada
automaticamente durante o boot. Você pode também acioná-lo usando a opção
dentro da seção "Suporte a Hardware" no Painel de Controle.
O alsaconf roda em modo texto justamente para que seja compatível com qualquer
distribuição independente do ambiente gráfico instalado. Ele é uma das
ferramentas padrão, que você encontra em qualquer distribuição.
Ao ser executado, ele fecha todos os programas que estejam usando o som, por
isso tome sempre o cuidado de salvar seus trabalhos. Depois de ativar a placa,
ajuste os volumes usando o kmix (o ícone do alto-falante ao lado do relógio). Se
preferir, você pode usar também o aumix ou o alsamixer. Em muitas distribuições,
o som fica mudo por padrão, até que você ajuste o volume.
Você pode experimentar mudar para a opção "alsa 1x". Isso faz com que o
programa passe a acessar a placa diretamente, sem passar pelo Arts.
O XMMS oferece uma opção semelhante em Preferências > Plugins E/S de Áudio >
Plugin de saída:
Na maioria das distribuições, o Arts vem desativado por padrão, permitindo que os
programas acessem a placa de som diretamente. Caso você esteja tendo problemas
para usar o som simultaneamente em mais de um aplicativo por vez, ou alguns
programas estiverem "travando" a placa de som, impedindo que outros usem o som
mesmo depois de finalizados, experimente ativar o Arts, marcando a opção
"Habilitar o Sistema de Som", dentro do Painel de controle do KDE, seção "Som
& Multimídia > Sistema de Som":
Configuração da impressora
Hoje em dia, configurar uma impressora no Linux é até mais fácil que no Windows.
O KDE vem com o kaddprinterwizard, um utilitário bem fácil de usar e o
kprinter, um servidor de impressão que unifica os drivers disponíveis e permite
que as impressoras instaladas no kaddprinterwizard sejam usadas em qualquer
programa do KDE.
Você pode abri-lo através da opção "Instalar uma Impressora" dentro da seção
"Suporte a Hardware" do Painel de controle ou chamá-lo diretamente pelo terminal.
Ao contrário da maioria dos programas de configuração, você não precisa abrir o
kaddprinterwizard como root.
Note que no Painel estão disponíveis também opções para compartilhar a
impressora com a rede (as impressoras compartilhadas podem ser instaladas
também nas máquinas Windows), rodar o printconf (um utilitário simples, que
tenta detectar e configurar a impressora automaticamente) e também gerenciar as
impressoras já instaladas.
Como disse no início, existem vários conjuntos de drivers para impressora no Linux,
como o Gimp-Print, Hpijs, Foomatic, etc. O kaddprinterwizard unifica todos estes
drivers, permitindo configurar a impressora num só lugar.
Por exemplo, no Mozilla Firefox vá em Arquivo > Imprimir > Propriedades e coloque
o kprinter como comando de impressão:
O suporte a scanners no Linux, de uma forma geral, é provido por dois programas,
o Sane (a biblioteca que contém os drivers) e o Xsane, a ferramenta que detecta e
configura os scanners conectados. Ele é capaz de detectar scanners USB e alguns
scanners paralelos suportados. Chame-o com o comando xsane, ou use o ícone no
menu.
Depois de configurar o scanner no Xsane, você pode usar o Kooka para escanear
as imagens. Ele inclui também um software de OCR e outros recursos:
O manual do Kooka está disponível no:
http://www.kde.org/apps/kooka/doc/manual.php.
Você pode ver uma lista de scanners suportados pelo Sane no:
http://sane-project.org/sane-mfgs.html
Mais uma observação é que muitos scanners USB utilizam um arquivo de firmware
que deve ser transferido para o scanner antes que ele comece a funcionar. O
firmware é o software responsável por fazer o hardware funcionar. Sem ele nada
funciona.
Estes scanners são suportados pelo snapscan, mais um front-end para o sane, que
pode ser encontrado em: http://snapscan.sourceforge.net/.
Configuração do mouse
Se você está tendo problemas com seu mouse ou teclado USB, reinicie e desative a
opção "USB LEGACY SUPPORT" no Setup do micro. Esta opção ativa uma camada de
compatibilidade, destinada a fazer o teclado e mouse funcionarem no MS-DOS, que
em algumas placas faz com que o sistema deixe de detectar os dispositivos e ativar
os drivers necessários durante o boot. Pressione a tecla "DEL" durante a contagem
de memória para acessar o setup.
O "USB Mouse" indica o tipo de mouse usado. Você pode substituí-lo por "PS/2
Mouse" ou "Serial Mouse", no caso de um mouse serial. Nas versões do Kurumin
que usam o Kernel 2.6 (a partir do 4.0), a opção para mouses USB funciona também
com mouses PS/2 e touchpad, de forma que normalmente você só precisará alterar
esta opção caso use um antigo mouse serial.
Section "InputDevice"
Identifier "PS/2 Mouse"
Driver "mouse"
Option "Protocol" "IMPS/2"
Option "ZAxisMapping" "4 5"
Option "Device" "/dev/input/mice"
Option "Emulate3Buttons" "true"
Option "Emulate3Timeout" "70"
Option "Resolution" "800"
Option "SendCoreEvents" "true"
EndSection
O KDE oferece um utilitário bem prático para configurar o teclado: o kxkb. Ele é o
responsável pelo iconezinho da bandeira do Brasil ao lado do relógio, que indica que
o sistema vem configurado para usar um teclado ABNT2.
Para configurar o teclado, clique com o botão direito sobre o ícone e acesse a opção
"Configurar...". Você também tem acesso à mesma configuração dentro do Painel de
Controle do KDE, na seção Regional & Acessibilidade > Configuração do teclado:
A configuração do teclado é feita pela combinação de duas configurações: o modelo
do teclado e o layout do teclado (as opções na coluna da esquerda), que indica
como as teclas serão mapeadas.
Esta configuração permite que quem tem um teclado US Internacional possa trocar
o layout do teclado no Kurumin com apenas um click na bandeirinha ao lado do
relógio. Não fica perfeito, pois os dois layouts são diferentes (a tecla "\" não
funciona, por exemplo), mas é um quebra galho que poupa tempo em muitos casos.
Para usar as teclas de terceiro nível, ou seja, símbolos como "º", "ª", "£", "¬", "¢"
ou "§", mantenha pressionada a tecla "Alt" direita (Alt GR) e pressione a tecla
desejada. Para o "€", por exemplo, você pressiona Alt e 5. Você pode mudar a tecla
usada para ativar o terceiro nível no Painel de Controle do KDE, em "Regional e
Acessibilidade > Layout do Teclado > Opções Xkb > Terceiro nível".
Section "InputDevice"
Identifier "Keyboard0"
Driver "keyboard"
Option "CoreKeyboard"
Option "XkbRules" "xorg"
Option "XkbModel" "abnt2"
Option "XkbLayout" "br"
Option "XkbVariant" "abnt2"
Option "XkbOptions" "abnt2"
EndSection
Section "InputDevice"
Identifier "Keyboard0"
Driver "kbd"
Option "CoreKeyboard"
Option "XkbRules" "xorg"
Option "XkbModel" "pc105"
Option "XkbLayout" "abnt2"
EndSection
Mais uma dica é que em casos de necessidade é possível usar o teclado como
mouse. Embora seja raro, em alguns casos o Kurumin pode não conseguir detectar
o mouse durante o boot. Pode acontecer ainda do mouse parar de funcionar caso
você tente alterar a configuração e acabe fazendo alguma besteira, ou ainda que o
seu mouse simplesmente pare de funcionar por falta de limpeza :-).
Seja qual for a causa, o KDE oferece um recurso de mouse virtual, que permite usar
o micro mesmo sem o mouse. O movimento do mouse passa a ser controlado pelas
teclas do teclado numérico.
Para ativar o mouse virtual, pressione a tecla Shift junto com a tecla NumLock do
teclado numérico. A partir, daí as teclas 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8 e 9 ficam responsáveis
pela movimentação do mouse, enquanto a tecla 5 simula o clique do botão
esquerdo, pressionando a tecla 5 duas vezes você simula um duplo clique.
Para arrastar arrastar e soltar pressione a tecla 0 para prender e depois a tecla 5
para soltar.
Por padrão a tecla 5 simula o botão esquerdo do mouse. Para simular os outros
botões você usa as teclas / (botão direito), * (botão central) e - (para voltar ao
botão esquerdo), que funcionam como teclas modificadoras.
Usando joysticks
A tendência é que os joysticks USB caiam de preço cada vez mais, se popularizem e
eliminem definitivamente os analógicos. Eles possuem algumas vantagens
importantes: são mais precisos, não precisam ser calibrados e não degradam o
desempenho da máquina ao serem usados.
Os joysticks USB são também os que funcionam melhor no Linux. O joystick é
detectado ao ser plugado na porta USB, graças ao hotplug que fica ativo por
padrão no Kurumin e na grande maioria das distribuições atuais.
Se estiver curioso, rode o comando "dmesg" e você verá uma entrada como esta,
avisando da detecção do joystick:
Você pode checar o joystick na seção "Periféricos > Joystick" do Centro de Controle
do KDE. Ele inclui uma opção para calibrar o joystick, que só é necessária em
joysticks analógicos.
É possível também usar um joystick de Playstation ou Super Nes adaptado para ser
ligado na porta paralela. Esta é a opção preferida por quem gosta de emuladores.
Você já deve ter visto destes pra vender nos sites de leilão e até mesmo em
algumas lojas de informática. Eles não são caros, em média uns 20 reais. Se você
tiver um ferro de solda, pode até mesmo tentar fazer o seu, seguindo as instruções
desta página:
http://www.emulatronia.com/reportajes/directpad/psx/index.htm
Quando você pressionar o botão "X" do controle, o sistema acha que você
pressionou a tecla "3" do teclado numérico, por exemplo. Ele é interessante pois
pode ser usado não apenas nos emuladores, mas também em qualquer jogo que
utilize o teclado. Basta configurá-los para usar as teclas emuladas pelo controle.
O Kurumin já inclui o Xjoypad e um ícone mágico, que você encontra em "Jogos >
Joystick > Habilitar Joystick de Playstation ligado na porta paralela" que cuida de
tudo. Mas, se você precisar habilitar o joystick manualmente em outra distribuição,
os passos são os seguintes:
1- Ativar os módulos "joydev" e o "gamecon", que geralmente já vêm nas
distribuições usando o comando "modprobe". Antes de carregá-los, você deve
verificar também se os dispositivos do joystick já estão criados dentro do diretório
"/dev". A lista completa dos comandos é um pouco extensa, então eu recomendo
que você simplesmente faça um shell script e execute quando precisar.
É bem simples, crie um arquivo de texto e copie os comandos para ele. Depois de
salvar, marque a permissão de execução nas propriedades do arquivo ou use o
comando "chmod +x arquivo". A partir daí é só chamá-lo com o comando
"./arquivo" para que todos os comandos sejam executados de uma vez só.
Normalmente, você precisa executar apenas os últimos três comandos. Os demais
servem apenas para checar se os links dos dispositivos do joystick existem e
apontam para as localizações corretas.
cd /dev
rm js*
mkdir input
mknod input/js0 c 13 0
mknod input/js1 c 13 1
mknod input/js2 c 13 2
mknod input/js3 c 13 3
ln -s input/js0 js0
ln -s input/js1 js1
ln -s input/js2 js2
ln -s input/js3 js3
mknod input/event0 c 13 64
mknod input/event1 c 13 65
mknod input/event2 c 13 66
mknod input/event3 c 13 67
modprobe -r lp
modprobe joydev
modprobe gamecon map=0,7
Ao usar uma distribuição antiga, que ainda use o Kernel 2.4, o comando para
carregar o módulo gamecon é: "modprobe gamecon gc=0,7" (o parâmetro "map"
muda para "gc"). Você pode checar qual é a versão do Kernel usada com o
comando "uname -r".
2- Depois de ativar o joystick, falta ativar o Xjoypad. Você pode baixar o arquivo
no:
http://downloads-guiadohardware.net/xjoypad.zip
Feito isso você só precisa deixar o comando residente. Adicione mais este comando
no seu script:
Configurando a conexão
Hoje em dia é possível acessar a Web de (basicamente) 7 maneiras diferentes:
Você pode ver várias informações sobre os dispositivos da sua máquina, incluindo o
modelo do modem no Centro de Informações do KDE, que pode ser encontrado em
"Iniciar > Sistema > Centro de Informações".
Caso você não faça a mínima idéia de qual é o modelo do seu modem e esteja com
preguiça de descobrir, pode apelar para técnica da tentativa e erro. Simplesmente
vá testando todos os drivers. Clique em um, tente discar com o Kppp, tente outro e
assim por diante, até achar o que funcione no seu modem.
- Intel 537 AC'97: Este é um modem Intel encontrado em muitos notebooks, como
o HP nx6110. Ele funciona graças a uma combinação de um driver open-source, que
faz parte do Alsa e o executável do driver da Smartlink. Ao usar o comando "lspci" o
modem é identificado como "Modem: Intel Corp. 82801FB/FBM/FR/FW/FRW (ICH6
Family) AC'97 Modem Controller".
Note que existe um modelo anterior de modem Intel AC'97, encontrado em alguns
notebooks Toshiba e também em versão PCI que ainda não possui driver no Kernel
2.6.
- Intel 537 e 537ep: Estes são os modems Intel Ambient (geralmente encontrados
em versão PCI) vendidos atualmente. Você pode diferenciar os dois usando o
comando "lspci" que retorna os códigos de identificação dos componentes do micro.
O 537 aparece como "Intel Tigerjet" enquanto o 537ep aparece como "Intel
Ambient".
- Lucent e Agere: Este driver parou de ser desenvolvido em 2002 e não funciona
com os modelos novos, vendidos atualmente, que usam o chipset SV92 (o código
vem decalcado no chip do modem). Estes novos modems não são suportados, por
isso evite comprá-los.
PC-Tel AMR ou onboard: Este driver é uma espécie de "curinga", um driver
desenvolvido pela Smartlink que funciona com os modems PC-Tel onboard (ele
consegue ativar simultaneamente o modem e o som onboard, ao contrário do driver
antigo), Modems PCI LG Netodragon e até mesmo com alguns modelos de modems
Intel.
PC-Tel PCI antigo (HSP Micromodem): Este driver dá suporte aos modems PC-Tel
antigos, encontrado em versão PCI, que não são suportados pelo driver da
Smartlink. É o driver do Jan's PCTel Resources compilado com a opção "pct789".
PC-Tel USB: Esta é uma versão diferente do driver da Smartlink, que dá suporte a
alguns modems PC-Tel USB, vendidos no Brasil pela LG.
Existe ainda um driver para os modems Conexant HCF e HSF. O Conexant HCF é
um modem PCI que foi um dos mais comuns à venda por volta do final de 2001,
mas depois deixou de ser produzido pois era mais caro que os PC-Tel e Lucent. O
Conexant HSF é um modem encontrado onboard em alguns modelos de notebooks
e desknotes, mas não é tão comum quanto os PC-Tel, por exemplo. Estes drivers
não são incluídos no Kurumin, pois são drivers comerciais (e pagos), desenvolvidos
pela Linuxant, que desenvolve os drivers e dá suporte a eles, sem apoio do
fabricante. Honestamente, não acho que vale à pena pagar US$ 19 pelo driver, nem
estimular o desenvolvimento de drivers pagos, mas você pode baixar um trial de 30
dias ou comprar o driver completo no http://www.linuxant.com.
Se você dá valor ao seu tempo, recomendo que troque seu Motorola por um modem
melhor suportado, ao invés de ficar perdendo seu tempo fazendo gambiarras para
tentar fazê-lo funcionar no Linux.
Por outro lado, se você possui um hardmodem o trabalho é bem mais simples,
você precisa apenas indicar a porta do modem na aba "dispositivo" do kppp e
discar. Embora raros, é ainda possível encontrar alguns modems externos, que são
ligados a uma das portas seriais do micro. Estes modens custam normalmente por
volta de R$ 200, mas possuem uma qualidade muito boa. Se você tiver um micro
antigo, é possível ainda usar um hardmodem ISA, que (usados) são muito baratos
hoje em dia.
Os hardmodems são caros, pois são modems completos, que fazem todo o trabalho
de modulação e correção de erros. Eles são controlados pelo sistema operacional
através de comandos AT simples, entregando de volta os dados "limpos", recebidos
através da linha. Os softmodems por outro lado são apenas uma interface entre o
processador e a linha telefônica. Um software de controle que faz parte do driver
fica encarregado de fazer todas as demais tarefas, usando o processador como
burro de carga.
Os modems já foram a forma mais popular de acesso à Web, mas hoje em dia os
serviços de banda larga têm uma relação custo-benefício bem melhor; pois você
não gasta com telefone e, por ser ininterrupta, a conexão pode ser compartilhada
entre vários micros dentro da rede local. O próprio Kurumin permite compartilhar a
conexão muito fácil.
Se a sua rede não possui um servidor DHCP, a configuração manual fica assim:
Endereço IP: Qualquer endereço dentro da faixa de endereços usada na sua rede,
como em: 192.168.0.3.
Nos serviços de acesso via cabo, o modem funciona como um bridge, conectando
seu micro à rede do provedor. Para acessar, você precisa apenas obter o endereço
IP via DHCP. Compre sempre um modem que se conecta diretamente à placa de
rede, isso facilita muito a configuração. Os modems que são ligados à porta USB
precisam de um driver adicional e nem todos os modelos são suportados no Linux.
Os serviços de acesso via rádio usam uma conexão wireless, geralmente uma
placa 802.11b (Wi-Fi) com um servidor, antena e amplificador instalados no topo
dos prédios e cabos de rede tradicionais até os apartamentos e casas próximas.
Este servidor compartilha a conexão e os assinantes precisam apenas configurar a
rede com os endereços fornecidos pelo provedor de acesso.
Nas instalações atuais a conexão é autenticada via PPPoE, uma forma dos
provedores exigirem autenticação, terem controle sobre a banda consumida e
tempo de conexão. Neste caso use a opção: "Configurar ADSL/PPPoE".
Esta opção chama o pppoeconf, o utilitário que permite ativar a conexão com a
Web casa você utilize algum serviço de banda larga que exija autenticação.
Naturalmente, o utilitário só funciona se a sua placa de rede tiver sido detectada
durante o boot. Lembre-se de que você só precisa se autenticar ao manter o
modem configurado como bridge. Configurando o modem como roteador o
problema é resolvido.
Uma última possibilidade são as conexões via ISDN. O Kurumin suporta vários
modems ISDN, através do isdn-config. A lista inclui também alguns modelos
internos. Basta indicar o modelo do modem e fornecer os dados do provedor de
acesso. O ISDN utiliza um tipo especial de modem, que estabelece uma conexão de
64k ou 128k usando uma linha telefônica comum. Porém, além da taxa mensal,
você continua pagando pulsos (conectando a 128k você paga dois pulsos, como se
estivesse usando duas linhas telefônicas simultaneamente) e a mensalidade do
provedor. Embora o ISDN seja um pouco mais rápido e mais estável que o acesso
via modem, ele nunca foi muito popular por causa do custo. Hoje em dia está
caindo em desuso por causa da concorrência do ADSL, cabo, rádio e wireless.
Se o "isdn-config" não estiver disponível na sua instalação, você pode instalá-lo via
apt-get, usando o comando:
As placas Wireless também estão se tornando cada vez mais comuns. Existem
várias placas suportadas no Linux, como por exemplo as Atheros e Orinoco, que são
detectadas automaticamente durante o boot.
Para as placas que ainda não possuem drivers para Linux, existe o ndiswrapper,
um utilitário que permite carregar o driver da placa para Windows. Ele não funciona
com todas as placas, mas oferece bom resultados com a maioria.
O Kurumin inclui um pequeno utilitário para configurar redes Wireless, que você
encontra dentro do "Centro de Controle > Conectar na Internet ou Configurar a
redes > Wireless > Configurar uma placa de rede Wireless". Aqui estão disponíveis
as opções para configurar a rede e também para ativar placas ACX100 ou ACX111,
ADM8211 e Realtek8180, que não são detectadas automaticamente. Lembre-se de
que você pode identificar sua placa Wireless usando o comando "lspci".
O sinal de que a placa foi ativada é o led de comunicação aceso. A partir daí, falta
configurar os parâmetros da rede para que seu micro possa finalmente se conectar
a ela.
Além da configuração com o IP, máscara, gateway, etc., uma rede wireless inclui
mais alguns parâmetros definidos no ponto de acesso, que incluem o ESSID (o
nome da rede), o canal (de 0 a 16) e a chave de encriptação, caso tenha sido
ativado o WEP ou WPA, que são configurados ao clicar sobre o "Configurar os
parâmetros da rede Wireless" ou chamar o "wlcardconfig" (como root) no terminal.
Você pode ver uma lista das redes disponíveis na área clicando sobre o "Verificar
pontos de acesso disponíveis" (que executa o comando "iwlist wlan0 scan") e
monitorar a conexão e a qualidade do sinal usando o Kwifimanager.
Se a sua placa wireless não é suportada, ainda existe uma boa chance de colocá-la
para funcionar usando o Ndiswrapper. Para isso, use a opção "Ativar placa de rede
Wireless usando o Ndiswrapper".
Para usar o Ndiswrapper, você deve fornecer o driver for Windows da placa. O
Ndiswrapper usa uma camada de compatibilidade para que estes drivers possam se
comunicar com o Kernel do Linux. O driver acha que está instalado no Windows e o
Kernel acha que está conversando com uma placa compatível com o Linux. Os dois
lados são enganados, mas no final a placa funciona, que é o que nos interessa. A
cada versão do Ndiswrapper, mais placas são suportadas.
Dentro da pasta com os drivers da placa, você encontrará um arquivo .inf, o mesmo
que você indicaria ao instalar a placa no Windows.
Você pode começar tentando usar o driver para Windows XP que veio no CD de
instalação da placa. Se ele não funcionar, pesquise na lista de placas compatíveis
com o Ndiswrapper disponível no:
http://ndiswrapper.sourceforge.net/mediawiki/index.php/.
Embora na maioria dos casos você possa usar diretamente o driver incluído no CD
de instalação, algumas placas só funcionam com algumas versões específicas do
driver. No site você encontra informações sobre o nível de compatibilidade da sua
placa e links para baixar os drivers que foram testados com ela.
O script mostra uma lista com as placas de rede instaladas e pergunta qual delas
está conectada à internet e se oferece para instalar e configurar os servidores DHCP
e DNS, que são opcionais. O DHCP permite que o servidor forneça a configuração da
rede para os outros micros automaticamente e o DNS permite que o próprio
servidor seja o DNS da rede, dispensando o DNS do provedor.
Ao compartilhar a conexão, o servidor passa a ser o gateway da rede. Ao configurar
os clientes, use endereços dentro da mesma faixa do servidor (como em:
192.168.0.2) e use o IP do servidor como gateway.
No quesito firewall, você tem duas opções, usar o Kurumin Firewall, um script que
faz algumas perguntas e em seguida gera um script com as regras para o IPtables,
que passa a ser carregado automaticamente na hora do boot, ou usar o Firestarter,
um configurador gráfico, estilo Zone Alarm, que monitora as conexões e permite
que você abra ou redirecione portas conforme necessário.
A diferença básica entre os dois é que as regras geradas pelo Kurumin Firewall são
estáticas, ou seja, o firewall é configurado uma vez e fica ativo fazendo o que
mandou sem fazer perguntas. O Firestarter por sua vez fica residente ao lado do
relógio e lhe permite ver as tentativas de conexão ao seu micro e ir alterando a
configuração conforme necessário. Veremos mais dicas sobre o Firestarter no
capítulo sobre o Ubuntu.
Existem duas classe de dispositivos Bluetooth. Os dispositivos "classe 2" (que são
os usados em quase todos os celulares e aparelhos portáteis) trabalham com um
transmissor de apenas 2.5 mW e por isso possuem um alcance de apenas 10
metros (em campo aberto). Na hora de comprar um adaptador Bluetooth para o PC,
você tem a opção de também comprar um transmissor tipo 2 (que são os mais
compactos e baratos), ou comprar um adaptador com um transmissor classe 1, que
possuem um alcance teórico de 100 metros (bem menos na prática, já que você
nunca está num ambiente livre de obstáculos). Atualmente, cada vez mais
notebooks já vem com transmissores Bluetooth de fábrica, dispensando o
adaptador.
A velocidade de transmissão no Bluetooth é de apenas 1 megabit (721 kbits reais),
o que inviabiliza a transmissão de grandes arquivos. Isso faz com que, na prática, o
uso mais comum para o Bluetooth seja transferir fotos, pequenos arquivos e (com
um pouco de paciência) músicas em MP3 entre o PC e o celular ou palmtop.
Fazer isso no Linux já foi uma tarefa ingrata (mesmo no Windows, só existe um
suporte maduro a partir do XP SP2), mas atualmente as coisas estão bem mais
simples :).
# /etc/init.d/dbus restart
# /etc/init.d/bluetooth restart
# hciconfig
Se ele responder algo similar a:
... significa que o adaptador foi detectado, mas está desativado. Neste caso, rode o
comando que ativa o transmissor:
# hciconfig hci0 up
Rode agora o comando "hcitool scan". Ele deverá mostrar o ID do seu celular. Em
caso de problemas neste ponto, verifique se o transmissor do celular está
realmente ativado (acontece nas melhores famílias ;).
$ hcitool scan
Scanning ...
00:07:E0:18:9A:02 treo
passkey "minhasenhasecreta";
name "MeuPC";
# /etc/init.d/dbus restart
# /etc/init.d/bluetooth restart
Depois de fazer o pairing, abra o Kbluetoothd, usando o ícone no menu. Ele ficará
residente na forma de um ícone ao lado do relógio. Ao clicar sobre ele, você abre
uma lista com os aparelhos disponíveis e os recursos suportados por cada um.
Muitos celulares suportam o "Obex File Transfer", que permite transferir arquivos
(incluindo músicas em MP3) diretamente para o cartão de memória.
Ao ser aberto pela primeira vez, o Kbluetoothd sugere que você use o "kbluepin"
como verificador do código PIN, ao invés da configuração manual que usamos até
aqui. Ele é um pequeno programa que abre uma janela no PC sempre que o celular
tenta se conectar, perguntando qual PIN será usado. Na verdade, é uma perfumaria,
que você pode usar ou não.
passkey "minhasenhasecreta";
Por:
pin_helper /usr/lib/kdebluetooth/kbluepin;
Para os casos em que o celular não usa um cartão de memória, ou não suporta a
transferência direta de arquivos, abra o Kbtobexclient (também disponível no
iniciar), que permite transferir arquivos para a memória do aparelho usando o
protocolo padrão.
Para transferir, selecione o seu celular na lista da esquerda e arraste o arquivo a ser
transferido para o campo "file to send". Clique no "Send" e a transferência é
iniciada:
É mostrada uma tela no celular perguntando o que fazer com o arquivo. Os
formatos de arquivos suportados variam muito de acordo com o celular, mas a
maioria suporta imagens em jpg. Você pode começar transferindo uma imagem
pequena para testar.
É possível também transferir arquivos do celular para o PC. No meu Treo 650, por
exemplo, posso transferir desde imagens e músicas, até anotações feitas no
MemoPad, que são recebidas como arquivos de texto. Na maioria dos celulares,
você pode transferir fotos e vídeos gerados com a câmera.
Ele pode ser usado para acessar o celular tanto através de um cabo USB, quanto via
Bluetooth. A configuração para acessar via cabo é mais simples: dentro das
configurações, indique a porta "/dev/ttyACM0" e deixe que ele detecte o celular.
Como o Kmobiletools ainda está em fase de rápido desenvolvimento, aparelhos que
não são suportados, ou operam com recursos limitados numa versão, podem passar
a ser bem suportados na seguinte e também existem casos de regressões, ou seja,
aparelhos que deixam de funcionar numa versão e voltam na seguinte. Segundo os
desenvolvedores, os celulares melhor suportados são os Motorola e SonyEricsson,
enquanto os piores no estágio atual são os Nokia.
Para acessar o celular via Bluetooth, existem alguns passos adicionais. Comece
usando o comando "hcitool scan" para descobrir o endereço do seu aparelho:
$ hcitool scan
Scanning ...
00:07:E0:18:9A:02 treo
rfcomm0 {
bind yes;
device 00:07:E0:18:9A:02;
channel 1;
comment "treo";
}
# /etc/init.d/dbus restart
# /etc/init.d/bluetooth restart
Solucionando problemas
Caso você não consiga criar a associação a partir do celular, também é possível
fazê-lo a partir do PC. Neste caso, use os comandos abaixo. Isso abrirá um diálogo
no celular, pedindo para inserir a passkey do desktop. Note que novamente é
preciso especificar o ID do celular, que você descobre usando o comando "hcitool
scan":
# hcitool cc 00:07:E0:18:9A:02
# hcitool auth 00:07:E0:18:9A:02
Assim como qualquer software, o BlueZ teve seus altos e baixos ao longo de sua
história. Uma das versões mais problemáticas foi a 3.1, com problemas
relacionados à definição do PIN e comportamento errático em muitas situações.
Infelizmente, o 3.1 foi uma versão muito usada. Ele é a versão usada por padrão no
Ubuntu Dapper (e nos primeiros betas do Edgy), no Debian Etch e em várias outras
distribuições. Ou seja, a possibilidade de você estar utilizando-a é bastante grande.
# apt-get update
# apt-get bluez-utils
Como último recurso, você pode experimentar instalar a versão mais atual a partir
do código fonte, disponível no http://www.bluez.org/download.html.
$ cd bluez-utils-3.5/
$ ./configure
$ make
$ sudo make install
(ou su <senha>, make install)
# rm -rf /var/lib/bluetooth/*
Até aqui você está acessando a partição em modo somente-leitura, sem riscos de
danificar qualquer arquivo. Se você quiser ativar a escrita, clique com o botão
direito sobre o ícone da partição e ative a opção "Ações > Mudar para modo de
leitura e escrita ou voltar para somente leitura".
Outra opção é clicar sobre o ícone "Montar as partições em leitura e escrita", que
muda as propriedades de todos os ícones, fazendo com que as partições passem a
ser montadas em modo leitura e escrita por padrão.
Isso faz com que a partição "/dev/hda1" fique acessível na pasta "/mnt/hda1".
Embora a tradição seja montar as partições dentro da pasta /mnt, isto não é uma
regra: você pode montar a partição em qualquer pasta vazia.
A única exceção importante fica por conta do sistema NTFS usado pelo Windows
2000, XP e Vista.
O suporte a escrita em partições NTFS sempre foi um problema no Linux. Por ser um
sistema de arquivos proprietário, não documentado e bastante complexo,
desenvolver um driver capaz de escrever em partições Windows formatadas em
NTFS, sem risco de corromper os dados gravados, é um desafio formidável.
Isto era um grande problema para quem mantinha o Windows em dual-boot, pois
era possível apenas ler os arquivos da partição. Como o Windows também não
suporta nenhum dos sistemas de arquivos usados no Linux, você acabava sendo
obrigado a instalar o Windows em uma partição FAT32 (o que tem suas
desvantagens, já que ele é um sistema muito mais propenso a problemas), ou pelo
menos manter uma partição FAT32 disponível, para servir como uma "área de troca"
entre os dois sistemas.
Até hoje, o driver que havia chegado mais perto era o Paragon, um software
comercial, caro e que ainda por cima tinha a desvantagem de ser bastante lento.
Num distante segundo lugar, tínhamos o Captive, que modificava partições NTFS
usando o próprio driver do Windows, executado sobre uma camada de emulação.
Apesar de ser aberto, o Captive era complicado de instalar, ainda mais lento que o
Paragon e ainda por cima pouco estável, corrompendo com freqüência os dados da
partição.
Mas, felizmente tudo isso é coisa do passado. O NTFS-3g pode ser considerável o
primeiro driver de escrita em partições NTFS for Linux que é realmente utilizável,
finalmente oferecendo uma solução simples para o antigo problema.
Depois desta ladainha toda, você deve estar achando que usar o NTFS-3g deve ser
muito complicado, mas na verdade usá-lo é muito simples.
O Kurumin inclui o suporte ao ntfs-3g a partir dos primeiros betas da versão 7.0.
Ao clicar sobre o ícone "Montar as partições em leitura e escrita", dentro do "Meu
Computador", o script detecta que uma partição NTFS está disponível e pergunta se
você deseja usar o NTFS-3g para acessá-la em modo leitura e escrita:
Como diz o aviso, nunca é possível ter 100% de certeza de que acessar a partição
usando um driver "não oficial" não vai causar problemas (você pode perder
arquivos até mesmo usando o próprio Windows, por panes diversas no sistema),
mas, embora o ntfs-3g ainda seja considerado um software em estágio beta,
problemas de corrupção de dados são bastante raros.
No Kurumin é muito simples usar o NTFS-3g por que ele já vem pré instalado no
sistema e o script de detecção automatiza seu uso. Mas, por ainda ser considerado
um driver experimental, ele não é incluído por padrão em muitas distribuições.
Vamos então ao caminho das pedras de como instalá-lo manualmente em outras
distribuições e também em versões anteriores do Kurumin.
# modprobe fuse
A partir daí, você precisa instalar os pacote "libfuse" (ou "libfuse2") e "fuse-utils",
necessários para que o ntfs-3g funcione. Se você usa uma distribuição baseada no
Debian Etch (incluindo o Kurumin 6.0 e 6.1), ou o Ubuntu 6.6, pode instalar
diretamente via apt-get:
Enquanto escrevo, o ntfs-3g não está disponível nos repositórios do Debian, nem do
Ubuntu, mas é possível instalá-lo (sem precisar recorrer ao código fonte) através do
repositório do Kanotix, que inclui pacotes compilados para o Debian Sid.
Instale agora o pacote "ntfs-3g" via apt-get. Preste atenção neste passo (sobretudo
se estiver instalando sobre o Ubuntu). Caso o apt-get solicite a remoção de outros
pacotes, ou proponha baixar um grande número de dependências, aborte a
operação (pressionando Ctrl+C) e pesquise no google sobre a disponibilidade de
versões atualizadas dos pacotes.
Por padrão, o comando monta a partição com permissão de acesso apenas para o
root, o que leva ao problema clássico de você só conseguir acessar ao abrir o
gerenciador de arquivos como root. Para corrigir o problema, dando permissão de
acesso para todos os usuários, adicione a opção "-o umask=0" ao rodar o
comando:
Agora você consegue acessar e escrever na partição usando seu login de usuário.
Porém, ao copiar arquivos para dentro da partição você recebe uma mensagem
chata (para cada arquivo copiado) dizendo que não é possível modificar as
permissões do arquivo. Isso é perfeitamente normal, já que o NTFS não suporta as
permissões de acesso do Linux, mas é extremamente chato se você precisa copiar
um grande número de arquivos.
Note que a ordem dos parâmetros mudou, mas os argumentos usados continuam os
mesmos. É importante notar que você deve tomar cuidado ao editar o fstab, pois
ele é um arquivo essencial para o carregamento do sistema. Revise a alteração
antes de reiniciar o micro e deixe sempre uma linha em branco no final do arquivo,
caso contrário vai receber uma mensagem de erro chata durante o boot ;). Ao
adicionar esta linha no fstab, você não precisa mais se preocupar com o acesso à
partição, pois ela passará a ser automaticamente montada durante o boot.
Outra opção ao adicionar o ntfs-3g no /etc/fstab é usar a opção "noauto", que faz
com que a partição não seja montada automaticamente durante o boot. Isso seria
mais recomendável do ponto de vista da segurança, pois a partição seria montada
apenas quando fosse realmente acessar, evitando danos acidentais. Para acessar a
partição, você usaria o comando "mount /dev/hda1" (onde o "hda1" é a partição).
No KDE você pode criar ícones para acesso às partições clicando com o botão direto
sobre o desktop e acionando a opção "Criar novo > Link para Dispositivo".
Graças ao NTFS-3g, mais uma grave deficiência do sistema foi corrigida. Agora é só
questão de tempo para que as principais distribuições passem a oferecer suporte de
gravação em partições NTFS por padrão, facilitando a vida de quem mantém o
Windows em dual boot, ou trabalha com manutenção. Imagine a praticidade de dar
boot através de um live-CD, montar a partição do Windows e usar o ClamAV para
remover os vírus ;).
Acesso a redes Windows
O smbclient é uma espécie de biblioteca, que pode ser usada por outros programas.
Existem diversos clientes Samba, escritos nas mais variadas linguagens, mas o
funcionamento de todos é muito similar.
Se você quer uma solução mais completa, a melhor opção é o Smb4K, também
encontrado em diversas distribuições. No Kurumin você encontra o ícone para ele
no "Iniciar > Redes e Acesso remoto > Redes Windows".
Ele usa uma interface bastante simples. O frame do lado esquerdo mostra os
grupos, micros e compartilhamentos disponíveis. Ao clicar sobre um dos
compartilhamentos, ele é montado numa pasta dentro do seu diretório home, de
forma que você possa abrir e modificar os arquivos (e não apenas copiar, como no
Konqueror).
Os compartilhamentos montados são mostrados no frame do lado direito. Clicando
sobre eles, é aberta uma janela do gerenciador de arquivos, exibindo os arquivos.
Na parte inferior da tela, você encontra um conjunto de abas que mostram as
propriedades do compartilhamento.
Se você usa senhas diferentes para acessar diferentes micros da rede, clique com o
botão direito sobre o compartilhamento ou o micro e use a opção "Autenticação".
Isso permite definir e salvar um login e senha distintos para cada um, sem precisar
digitar de novo a cada acesso.
Numa redes Windows, os clientes se comunicam através de pacotes de broadcast
(pacotes enviados simultaneamente para todos os micros da rede), que são usados
para descobrir quais micros e servidores estão ativos e quais compartilhamentos
cada um está disponibilizando. Para agilizar a tarefa, existe o "master browser", um
cargo assumido automaticamente por um dos micros, que passa a escanear a rede
e gerar uma lista dos compartilhamentos ativos, que é enviada aos demais micros
da rede. Quando o master browser está disponível, os clientes Windows pegam a
lista dos compartilhamentos com ele, caso contrário usam os pacotes de broadcast.
Para simplificar ainda mais as coisas, você pode configurá-lo (o Smb4K) para
lembrar os compartilhamentos acessados e montá-los automaticamente ao ser
aberto. Para isso, acesse novamente o menu de configuração e marque a opção
"Remount recently used shares on program start".
Uma terceira opção de cliente é o LinNeighborhood. Ele é um programa bem mais
antigo e menos amigável que o Smb4K, mas ainda assim usado como programa
cliente padrão em muitas distribuições. Já que estamos com a mão na massa, não
custa aprender a trabalhar com ele também.
Ele não vem pré-instalado nas versões recentes do Kurumin, mas você pode instalá-
lo via apt-get:
Na aba "Scan" você pode editar mais algumas opções caso necessário. Você pode,
por exemplo, indicar manualmente o IP ou nome do servidor com a função de
master browser, o que agiliza um pouco a navegação na rede. Se você estiver
tendo problemas para visualizar os compartilhamentos da rede, coloque o endereço
do servidor de arquivos da rede (Samba ou Windows, tanto faz) neste campo e
provavelmente o problema será resolvido.
Criando compartilhamentos
Mas, para não perdermos o fio da meada, vou me limitar a ensinar como criar uma
configuração básica, suficiente para compartilhar arquivos com a rede local, sem
muita segurança. Abordo a configuração do Samba com mais detalhes no livro
Redes e servidores Linux.
Se você quer apenas criar alguns compartilhamentos públicos, para permitir que
outros micros da rede acessem alguns arquivos, sem se preocupar com permissões
e logins de acesso, use a opção "Compartilhamento" (Share), que simplesmente
permite que todos os micros da rede local acessem os compartilhamentos, como se
estivesse usando uma máquina com o Windows 98.
Se quiser mais segurança, use a opção "Usuário" (user), que utiliza um nível de
segurança similar ao do Windows 2000 e XP, onde apenas usuários autorizados
podem acessar os compartilhamentos. Neste caso, você vai ter o trabalho de
cadastrar todos os logins e senhas que serão usados para acessar os
compartilhamentos e depois ativá-los no Samba.
A opção "Público" permite que todo mundo tenha acesso à pasta, o que é o padrão
ao usar o nível de segurança no nível "Compartilhamento". Ao usar o nível de
segurança "Usuário", configure as permissões de acesso na aba "Usuários". Você
pode definir individualmente quem pode acessar, quem não pode e quem pode
acessar em modo somente leitura. Na aba "Segurança" você pode também
especificar individualmente máquinas que terão ou não acesso ao
compartilhamento, baseado no nome ou no endereço IP.
O Samba é um programa que roda com privilégios limitados. Quando alguém tenta
acessar um arquivo, o Samba decide entre autorizar ou não o acesso com base nas
suas configurações, e depois tenta acessar o arquivo no sistema. Como o Samba
está sujeito às permissões de acesso dos arquivos, podem acontecer casos em que
esteja tudo correto nas configurações do Samba, mas você não consiga acessar, ou
não consiga alterar os arquivos num compartilhamento porque as permissões de
acesso da pasta não permitem. Antes de mais nada, experimente abrir as
permissões da pasta compartilhada, dando permissão de leitura e escrita para todo
mundo. Se resolver, vá restringindo novamente as permissões, até que fiquem da
maneira como você quer, mas sem comprometer o acesso do Samba.
# /etc/init.d/samba/restart
Compartilhamentos em NFS
Uma forma fácil de compartilhar arquivos com outras máquinas Linux é utilizar o
protocolo NFS, muito mais simples de trabalhar que o Samba. O Kurumin inclui dois
ícones, para ativar ou desativar o servidor NFS e para acessar compartilhamentos
de outras máquinas, disponíveis no menu "Redes e Acesso Remoto > NFS".
Imagine que você tenha duas máquinas, uma com o IP 192.168.0.1 e a outra com o
192.168.0.2. A 192.168.0.1 tem uma partição no HD cheia de filmes em Divx que
você quer assistir na máquina 192.168.0.2.
Em primeiro lugar você monta a partição com os vídeos, clicando sobre o ícone no
desktop. Depois clica no "NFS (Configurar um servidor de arquivos NFS)".
Ele pode ser usado com o Kurumin rodando direto do CD. O backup com a imagem
da partição pode ser salvo tanto numa outra partição do HD (você deve montá-la
antes, ativando a permissão de escrita) quanto via rede, numa pasta compartilhada
via NFS. São copiados apenas os dados dentro da partição que em seguida são
comprimidos em gzip ou bzip2 (o bzip2 comprime um pouco mais, mas é mais
lento). Uma partição de 5 GB, com 3 GB ocupados vai gerar um arquivo de em
média 1 GB. Não o subestime por causa da interface em modo texto, o Partition
Image é um dos programas mais usados na área, competindo diretamente com o
Norton Ghost.
O Konserve por sua vez é um utilitário bem mais simples, que permite fazer backup
de pastas específicas. Você define as pastas, aonde será feito o backup e sua
periodicidade, e ele faz o resto.
O "Guarda do Sistema KDE" (ksysguard) mostra uma lista com os programas que
estão rodando, junto com a quantidade de memória utilizada por cada um e outras
informações. Você pode usá-lo também para finalizar programas.
Se você quiser ver uma lista dos pacotes instalados no Kurumin, abra o
"Gerenciador de Pacotes" (kpackage). Se o Kurumin estiver instalado no HD e
você já tiver rodando o comando "apt-get update" ou clicado no ícone "Atualizar
lista de pacotes" ele também mostrará uma lista com todos os pacotes disponíveis
no repositório do Debian, que podem ser instalados via apt-get. Outro utilitário útil
para gerenciar os programas instalados é o "kmenuedit", que permite editar o
menu iniciar do KDE.
Na pasta Scripts você encontra um utilitário que pode se revelar o mais útil, o
"remasterizar-kurumin". Ele permite remasterizar o CD do Kurumin, adicionando
mais programas e arquivos, alterando as configurações e assim por diante. Ele é
uma ferramenta valiosa para desenvolver soluções personalizadas utilizando o
Kurumin como base. Que tal um firewall ou um sistema para os quiosques que a sua
empresa vai implantar no Shopping, que roda direto do CD?
Você também pode usá-lo para fazer pequenas modificações no seu CD do Kurumin,
incluindo programas como o Gimp, Mozilla, OpenOffice ou o que mais você precisar
usar no dia-a-dia.
time-admin (data e hora): É uma forma alternativa de ajustar a hora e fuso horário
do sistema. Você pode fazer isso também usando o "kcmshell --clock" do KDE,
clicando com o botão direito sobre o relógio.
Configurando o KDE
O KDE não é apenas uma interface gráfica, mas sim o que podemos chamar de
"desktop", um conjunto de bibliotecas, aplicativos, além de ferramentas de
configuração e desenvolvimento que oferecem um ambiente completo, tanto para
quem quer apenas usar o sistema, quanto para quem desenvolve aplicativos.
Caso tenha dúvidas sobre um determinado módulo, você pode clicar na aba "Help"
que exibe a ajuda. Os módulos mais simples possuem apenas um texto curto
explicando para que servem, mas alguns possuem manuais bem completos. Vale a
pena dar uma olhada.
Este é um tópico "light" dentro deste capítulo, onde vou falar sobre algumas
configurações disponíveis. O Kcontrol tem vários quartos escuros e passagens
secretas, então, mesmo que você já use o sistema a algum tempo, é provável que
você não conheça muitas das opções.
Por exemplo, existem dois modos de exibição para as opções dentro do Painel, em
Árvore ou em Ícones, que você define na opção "Ver > Modo", na janela principal.
Como são muitas opções, muita gente prefere o modo de exibição em ícones, onde
ao clicar sobre uma seção você passa a ver apenas as opções referentes a ela. Você
pode definir também o tamanho dos ícones e definir atalhos de teclado para estas
opções.
Aqui vai um resumo de algumas opções importantes:
A seção "Data e Hora" permite ajustar a hora e o fuso horário do sistema, a mesma
função que pode ser acessada clicando com o botão direito sobre o relógio. O
módulo "Instalador de Fontes" permite que você instale fontes truetype que
passam a ser usadas automaticamente pelos programas instalados. Ele é bem
simples de usar, clique no "Adicionar Fontes", indique a pasta e onde estão as
fontes, selecione os arquivos e clique no botão de ok.
Você pode tanto instalar as fontes logado como usuário normal, de modo que elas
fiquem disponíveis apenas para o seu login, ou como root, tornando-as disponíveis
para todos os usuários. Não é difícil encontrar vários sites que disponibilizam fontes
por aí. Você também pode copiar as pastas de fontes do Windows
(c:\Windows\Fonts) ou de programas como o Corel Draw.
Instalar as fontes do Windows permite que os documentos escritos no Microsoft
Office sejam exibidos com formatação perfeita no OpenOffice, por exemplo, pois
você terá instaladas as mesmas fontes que o autor original usou.
A partir do KDE 3.3 existe uma forma ainda mais simples de instalar novas fontes.
Abra uma janela do Konqueror e digite "fonts:/" na barra de endereços. Você verá
duas pastas: "Pessoal" e "System". Para instalar novas fontes, você só precisa
arrastar os arquivos para dentro de uma das pastas para que elas sejam
automaticamente reconhecidas pelo sistema, como você faz no Windows ao copiar
novas fontes para a pasta "c:\Windows\Fonts".
Copiando as fontes para a pasta Pessoal, você faz uma instalação particular, válida
apenas para o seu usuário. Copiando para a pasta System, você instala de uma vez
para todos os usuários cadastrados no sistema. Neste caso, o Konqueror vai pedir a
senha de root.
Para instalar um conjunto de ícones, baixe o arquivo .tar.gz (neste caso um simples
arquivo compactado contendo os ícones e não um pacote com código fonte), acesse
a seção "Ícones" e clicar no "Instalar Tema". A partir daí você pode escolher qual
tema usar na lista. A maioria das distribuições usa o tema "Crystal SVG", um
conjunto de ícones bonito e neutro, que agrada a maioria. Outros temas populares
são o Crystal Clear, o Nuvola e o Noia. No kde-look existe até um tema que imita
os ícones do Windows 2000 (gosto não se discute, se lamenta ;).
Nos menus Cores, Fontes, Estilo, Painéis e Decoração de Janela, você pode
configurar várias opções relacionadas ao visual do sistema. A "Decoração da Janela"
é a moldura com a barra de arrastar e os ícones para maximizar, minimizar e fechar
usada em todas as janelas abertas. Você pode trocar essa moldura por outra com
ícones parecidos com os do Windows ou MacOS X, por exemplo. O estilo determina
a aparência dos botões, barras de rolagem e outros componentes da tela. Os dois
mais usados são o Plastik e o Lipstik. Existe até um tema particularmente feio, que
tenta imitar o visual do Windows 9x ;).
Por padrão, o Kurumin vem com apenas dois protetores, o Flux e o Show de Slides
(que exibe as imagens de uma pasta escolhida por você), mas você pode obter um
conjunto mais completo instalando o pacote "kscreensaver", pelo apt-get.
A "Tela de Apresentação", aquela tela com o logo do Kurumin que aparece durante a
abertura do KDE, é na verdade um conjunto de imagens que fica na pasta
"/usr/share/apps/ksplash/pics/". Assim como no caso dos ícones, você pode baixar
novos temas no kde-look e instalá-los usando a opção "Tela de Apresentação >
Adicionar".
Veja que você pode definir funções para os outros botões. Na configuração padrão,
o botão do meio serve para minimizar a janela.
Um recurso interessante oferecido não apenas pelo KDE, mas pelas interfaces do
Linux em geral são os desktops virtuais. Cada desktop funciona como uma área
independente e você pode alternar entre eles usando atalhos de teclado.
No KDE você pode alternar entre as áreas de trabalho virtuais pressionando Ctrl +
uma das teclas de função, da F1 à F12, como em Ctrl+F2 (para mudar para o
segundo desktop), Ctrl+F1 (para voltar para o primeiro), etc. Para enviar um
programa aberto para outro desktop virtual, clique sobre a barra com o botão
direito do mouse e use a opção "Para o ambiente...".
Você pode ajustar o número de desktops virtuais através da opção "Múltiplas Áreas
de Trabalho". Uma observação é que cada desktop virtual faz com que o sistema
passe a consumir entre 2 e 4 MB a mais de memória RAM (de acordo com a
resolução de vídeo usada), o que pode ser um problema em micros com 256 MB ou
menos.
Como um complemento, você pode incluir o pager na barra de tarefas. Ele é um
applet que permite alternar entre as áreas de trabalho. Para incluí-lo, arraste o
campo onde aparece a lista de janelas um pouco para a direita e clique com o botão
direito sobre a área vazia. No menu, clique no "Adicionar > Mini aplicativo >
Pager".
O KDE usa o Ispell como corretor ortográfico. O mesmo corretor é usado em vários
programas do KDE, incluindo o Konqueror, Kedit, Kword e outros. O corretor entra
em ação até mesmo ao postar uma mensagem num fórum ou blog, grifando em
vermelho as palavras incorretas.
Se esta opção não estiver habilitada por padrão, clique com o botão direito sobre o
texto escrito, dentro do Konqueror e marque a opção "Verificar ortografia
automaticamente". A grande limitação é que o corretor não é integrado ao
OpenOffice, de forma que você fica com dois corretores diferentes, cada um usando
uma lista de palavras própria.
Na opção "Tela > Tamanho e Orientação", você encontra um pequeno utilitário que
permite alterar rapidamente entre as resoluções e taxas de atualização suportadas
pelo monitor. Esta opção depende da distribuição em uso ter detectado
corretamente o monitor e ter configurado corretamente o arquivo
"/etc/X11/xorg.conf". Na opção "Gama" você pode ajustar via software o brilho do
monitor, complementando as funções dos botões.
O KDE permite associar atalhos de teclados para a maioria das funções do sistema,
o que você configura na seção "Atalhos de Teclado". Se você é da velha guarda e
tem saudades da época do modo texto, onde tudo era feito através de atalhos de
teclado, se sentirá em casa.
Além dos atalhos de teclado relacionados às janelas e ao uso do sistema, você pode
definir atalhos para abrir programas ou executar comandos diversos na seção
"Teclas de Atalho" (ou "Ações de Entrada", dependendo da versão do KDE que
estiver utilizando). Parece estranho ter duas seções separadas para definir teclas de
atalho, mas esta divisão até que faz um certo sentido, separando os atalhos do KDE
dos atalhos "gerais" definidos para outros comandos e programas.
Por exemplo, no Windows a tecla "Print Screen" serve para tirar um screenshot da
tela. No Linux você pode usar o Ksnapshot, que não apenas oferece várias opções,
mas também pode salvar diretamente a imagem no formato de sua preferência,
sem ter que colar num programa de edição de imagens e salvar através dele. Para
configurar o KDE para abrir o Ksnapshot ao pressionar a tecla Print Screen, acesse o
"Teclas de Atalho > Entradas do Editor de Menus > Nova Ação".
Dê um nome à nova ação, como "screenshot". Na aba "Gatilhos", clique em "Novo >
Disparo de Atalho" e, na janela que define o atalho de teclado, pressione a tecla
Print Screen. Na aba "Ações", clique em "Novo > Comando/URL" e coloque o
"ksnapshot" como comando a ser executado.
Som & Multimídia: O KDE possui seu próprio servidor de som, o Arts. Ele
coordena o acesso à placa de som, permitindo que vários programas toquem sons
simultaneamente, mesmo que a placa de som não ofereça esse recurso via
hardware, entre outros recursos.
Apesar de ter sido um "mal necessário" durante muito tempo, o Arts é atualmente
pouco usado, pois o Alsa e consequentemente os drivers de som do Linux de uma
forma geral evoluíram bastante nos últimos anos e passaram a oferecer suporte a
múltiplos fluxos de áudio e outros recursos nativamente. O arts vem desativado por
padrão na maioria das distribuições, deixando com que os programas acessem a
placa de som diretamente. Se você tiver problemas relacionados à reprodução em
alguns programas específicos, experimente ativá-lo e marcar a opção "Suspensão
automática se ocioso por..." (configurada com "3 segundos"). Isso faz com que o
Arts fique ativo apenas quando algum programa tentar usá-lo, sem ficar
bloqueando a placa de som o tempo todo.
Em qualquer um dos dois casos, você pode ajustar a qualidade dos arquivos .mp3
ou .ogg gerados através da opção "CDs de Áudio".
Componentes do KDE
Embora à primeira vista pareça ser um pacote único, o KDE é na verdade composto
por um conjunto de aplicativos mais ou menos independentes. O componente que
mostra a barra de tarefas, onde vai o relógio, iniciar e outros applets é o kicker. O
componente que mostra os ícones, papel de parede e outros componentes do
desktop é o kdesktop, enquanto o kwin é responsável pelo gerenciamento e
exibição das janelas dos programas.
Você pode brincar um pouco com estes componentes experimentando ver o que
acontece ao desativar cada um. Pressione Alt+F2 para abrir o "Executar Comando"
do KDE e execute o comando "killall kicker".
Você vai notar que a barra de tarefas sumiu. Você não tem mais a lista de janelas e
os programas desaparecem ao serem minimizados. Pressione Ctrl+F2 novamente e
execute o comando "kicker". Tudo volta à normalidade.
Existem no mercado muitos teclados com teclas especiais, que permitem abrir o
media player, ajustar o volume, abrir o leitor de e-mails e assim por diante. Estes
teclados quase sempre acompanham algum driver ou utilitário de configuração, que
naturalmente está disponível apenas para Windows. Mas, você pode definir ações
para as teclas especiais do seu teclado também no Linux, com algumas
configurações simples.
A idéia central é que todo teclado utiliza um processador de 8 bits para ler as teclas
digitadas. Ele suporta 256 teclas diferentes, mas os teclados possuem apenas 104
ou 105 teclas, deixando um monte de endereços livres. Os "teclados multimídia"
aproveitam esta característica para adicionar algumas teclas extras. Ao configurar
estes teclados no Linux, você precisa verificar quais são os códigos gerados pelas
teclas adicionais e atribuir funções a elas, usando o Painel de controle do KDE.
Você pode usar o xev, um pequeno utilitário que monitora as teclas digitadas e lhe
mostra todas as informações. Ele permite que você veja a forma como o sistema vê
cada uma.
$ xev
Pressione agora cada uma das teclas especiais. Na saída exibida no terminal, o xev
exibe dois eventos para cada tecla pressionada (um ao pressionar, outro ao soltar).
O volume de informações é grande, mas o que nos interessa é apenas o código
numérico de cada tecla, exibido depois do "keycode" na terceira linha de cada
evento:
Anote o código de cada tecla e abra o arquivo ".xmodmap", dentro do seu diretório
de usuário:
$ kedit ~/.xmodmap
Vamos agora relacionar cada código com uma tecla de função. No teclado temos as
teclas F1 até F12, podemos então relacionar as teclas especiais com, por exemplo,
as teclas F18 em diante (que na verdade não existem), como em:
Aqui eu coloquei todas as teclas, mas você pode adicionar apenas as que for
realmente utilizar :). Para que a alteração entre em vigor sem precisar reiniciar o X,
rode o comando:
$ xmodmap ~/.xmodmap
A partir daí, você pode configurar ações para elas no "Ações de entrada", no "Painel
de Controle do KDE > Regional & Acessibilidade".
Você pode tanto definir ações "simples", para que seja aberto um determinado
programa quando a tecla é pressionada, quanto ações mais complexas. Neste caso
vale a criatividade.
Caso esteja em dúvida sobre qual comando abre determinado programa, clique com
o botão direito sobre o botão "K" na barra de tarefas e acesse o "Editor de menus".
Nele você pode ver o comando correspondente a cada ícone no menu.
Você não está restrito apenas a aplicativos, pode usar qualquer comando de
terminal. Quanto maiores seus conhecimentos sobre o tema, mais coisas
interessantes você vai conseguir fazer. Por exemplo, o KDE oferece um recurso
chamado "dcop", que permite controlar funções dos aplicativos gráficos via linha de
comando. Estas funções podem ser usadas nos atalhos, aumentando brutalmente o
leque de opções. Cada aplicativo suporta um número diferente de funções. Se você
usa o Kmix (o ícone do auto falante ao lado do relógio), pode aumentar o volume
usando o comando "dcop kmix Mixer0 increaseVolume 0" e reduzir usando
"dcop kmix Mixer0 decreaseVolume 0".
Você pode criar dois atalhos, usando os passos normais e usar estes comandos,
criando teclas que ajustam o volume. Mesmo que você não tenha um teclado
multimídia, pode fazer isso usando teclas que não são usadas, como por exemplo as
teclas "Scroll Lock" e "Pause Break".
Para os casos mais complicados, onde a tecla não gere nenhuma resposta no xev,
existe um procedimento um pouco mais trabalhoso, que "ensina" o sistema o que
fazer com cada tecla.
Você verá uma entrada para cada tecla, contendo um código em hexa para cada
tecla, como em:
Precisamos agora achar um código livre para associar a tecla a ele. Isto é bem
simples, pois os códigos de 121 a 255 estão geralmente livres. Para verificar, use o
comando abaixo, substituindo o "122" por um número até 255. Se ele não retornar
nada, significa que o código não vago e você pode utilizar sem medo:
Falta agora associar o código em hexa da tecla com o keycode, o que é feito usando
o comando "setkeycodes", como em:
# kedit /etc/init.d/bootmisc.sh
A partir daí, volte ao arquivo ".xmodmop", associe a nova tecla com o "F18" e
defina uma ação para ela no "Ações de entrada". Repita o processo para cada tecla
que desejar ativar :).
Uma observação é que alguns teclados especiais, como os usados nos notebooks
Toshiba A70 e A75 realmente não funcionam, pois utilizam um sistema proprietário
para o mapeamento das teclas especiais, que não é suportado pelo sistema. Nestes
casos, realmente não existe muito o que fazer.
Os ícones mágicos
Mas, o Kurumin inclui diversas ferramentas que facilitam muitas tarefas, incluindo a
instalação de vários programas comuns e até mesmo de servidores, os "Ícones
mágicos".
Eles nada mais são do que scripts que automatizam os passos necessários para
realizar a instalação e a configuração inicial dos programas.
Estes scripts estão sempre sendo atualizados, já que sempre saem versões novas
dos programas, arquivos mudam de endereço, etc. Use o "Atualizar listas de
pacotes do apt-get" e o "Atualizar scripts de instalação dos ícones mágicos"
disponíveis na aba "Ativar o apt-get" periodicamente para baixar estas
atualizações. É recomendável fazer isso uma vez por semana, ou sempre que for
instalar uma grande quantidade de programas de uma vez.
Se você está curioso para ver como os ícones mágicos funcionam, dê uma olhada
nos scripts que estão dentro da pasta "/usr/local/bin".
Você pode abrir os arquivos num editor de texto, estudá-los, adicionar novas
funções, corrigir eventuais problemas ou adicionar qualquer personalização que
ache interessante.
Instalando servidores
Este é um dos painéis com mais opções dentro do Centro de Controle. Vamos a um
resumo das opções disponíveis.
Numa rede com muitos micros, pode ser útil monitorar o tráfego gerado por cada
um, o que permite descobrir quem está baixando filmes e prejudicando o
desempenho da rede. Você pode fazer isso usando o Netprobe.
Na aba "Web e FTP" você encontra as opções de instalar um servidor Web Apache,
com suporte a PHP e MySQL, que você pode usar para estudar sobre servidores web
e testar os vários chats, fóruns e sistemas de gerenciamento de conteúdo de
páginas que temos disponíveis. O próprio script instala como exemplo o PHPbb, um
script de fórum bastante poderoso. A configuração do Apache vai no arquivo
"/etc/apache/httpd.conf", os arquivos da página vão na pasta "/var/www/" e o fórum
pode ser acessado localmente através do endereço "http://127.0.0.1/forum/".
No mesmo menu está a opção para instalar um servidor FTP, usando o Proftpd. Ele
pode ser utilizado para compartilhar arquivos, dentro da rede ou na internet. É
possível usá-lo para criar um simples FTP anônimo, ou liberar o acesso apenas a
pessoas autorizadas. Para que o FTP fique disponível na internet, é necessário
manter a porta 21 aberta no firewall. Se você acessa através de um modem ADSL
configurado como roteador, é necessário redirecionar (port forwarding) a porta 21
para o seu micro. O Proftpd é configurado através do arquivo "/etc/proftpd.conf" e
os arquivos que ficarão disponíveis para o FTP anônimo (que você pode ativar
descomentando as linhas no final do arquivo) vão na pasta "/home/ftp".
Caso muita gente vá usar o servidor para guardar arquivos, você pode usar a opção
de configurar quotas de disco, limitando o espaço que poderá ser usado por cada
um.
Na aba "Acesso Remoto" você encontra o script para instalar um servidor LTSP,
batizado de "Kurumin Terminal Server". O LTSP combina o NFS, DHCP, XDMCP, TFTP
e um conjunto de scripts próprios para criar um servidor de terminais, que permite
aproveitar micros antigos, ou com processadores lentos como terminais,
executando via rede os aplicativos instalados no servidor.
Na mesma aba você encontra também as opções para ativar o servidor SSH e
instalar o FreeNX e o VNC. Embora sirvam para basicamente a mesma coisa:
acessar sua máquina remotamente, de forma a executar comandos ou rodar
aplicativos pela rede, os três funcionam de forma bem diferente.
O FreeNX usa o SSH como base, mas vai mais longe, implementando várias
camadas de compressão e cache, que permitem rodar aplicativos gráficos com um
excelente desempenho, mesmo via internet. Ao se conectar, você vê o desktop do
servidor e pode usar qualquer aplicativo instalado nele. O FreeNX é composto de
um módulo servidor e um cliente.
Recuperando o sistema
Comece dando boot pelo CD e montando a partição onde o sistema principal está
instalado. Neste caso, precisamos montar usando o caminho completo, incluindo o
sistema de arquivos em que a partição está formatada, pois precisaremos usar o
chroot. Se você vai recuperar a distribuição instalada na partição "/dev/hda2", que
está formatada em ReiserFS, o comando seria:
# chroot /mnt/hda2
A partir daí, você tem um prompt de comando da distribuição instalada, que pode
ser usado para recuperar o sistema. Para trocar a senha de root, por exemplo, use o
comando:
# passwd
Depois, como de praxe, rode o comando "lilo" (como root) para regravar o MBR,
salvando as alterações. Isso faz com o lilo volte a ser aberto durante o boot
(substituindo o bootloader do Windows), permitindo que você escolha o sistema.
O terminal pode ser usado para editar outros arquivos de configuração, desabilitar
serviços que estão sendo carregados durante a inicialização e assim por diante.
Você pode executar praticamente qualquer comando de texto dentro dele, e as
alterações vão sendo feitas no sistema instalado.
Isso é feito em duas partes. Para começar, abra outro terminal de texto, desta vez
como usuário normal (e não como root, como no primeiro) e rode os comandos:
$ xhost +
$ Xnest :1
# export DISPLAY=localhost:1
# startkde
O "export DISPLAY" explica que o sistema deve passar a usar a janela do Xnest para
rodar aplicativos gráficos, enquanto o "startkde" carrega o KDE dentro da janela.
Você pode substituir o último comando por "gnome-desktop" (para abrir o Gnome)
ou por um simples "xterm", para abrir uma janela de terminal e chamar diretamente
os aplicativos através dela.
Mais uma dica é que você pode também copiar arquivos de configuração do live-CD
para a instalação principal, o que é útil sobretudo para solucionar problemas
relacionados à configuração do vídeo. Os arquivos de configuração do X são
praticamente universais; um arquivo gerado no Kurumin vai funcionar
perfeitamente no Mandriva ou Slackware instalado no HD em 98% dos casos,
fazendo com que o vídeo volte a funcionar, usando a mesma configuração que está
sendo utilizada ao rodar do CD.
Neste caso, você precisa apenas copiar o arquivo "/etc/X11/xorg.conf" (ou
"/etc/X11/XF86Config-4", se você estiver usando uma versão antiga do Kurumin),
substituindo o arquivo dentro da partição, como em:
# cp /etc/X11/xorg.conf /mnt/hda2/etc/X11/xorg.conf
Embora o Kurumin possa "dar boot" até mesmo num Pentium 100 com 32 MB (caso
exista memória swap suficiente), esta com certeza não será uma experiência muito
agradável.
Uma dica importante é que o sistema precisa de no mínimo 128 MB de RAM para
dar boot e carregar os aplicativos corretamente. Se você tem menos memória,
apenas 96 MB ou menos, você vai precisar obrigatoriamente ter uma partição Linux
Swap no HD.
Mesmo que você não tenha o Linux instalado no HD, é recomendável deixar uma
partição swap, mesmo que pequena reservada, pois não apenas o Kurumin, mas
também outras distribuições que rodam a partir do CD são capazes de detectar e
ativar a partição swap no boot. Usando swap, o desempenho do sistema fica melhor
(pois ele pode mover arquivos e bibliotecas que não estão em uso para a swap,
mantendo mais memória livre para os programas).
Caso você tenha pouca RAM e ainda por cima não tenha uma partição swap
disponível, o sistema se oferecerá para usar o arquivo de swap do Windows (se o
HD estiver formatado em FAT 32). Esta é uma medida desesperada para permitir
que o sistema pelo menos consiga dar boot, mas como o arquivo de swap do
Windows oferece um desempenho muito inferior ao de uma partição Linux Swap, o
desempenho do sistema ficará muito abaixo do normal.
Apesar disso, mesmo usando a partição swap, o sistema vai ficar bem lento num
micro com 64 MB de RAM ou menos. Existe uma forma mais rápida de dar boot pelo
CD e instalar do que ficar esperando o KDE abrir. Inicie o sistema usando a opção
"kurumin 2" abaixo na tela de boot.
Isso fará o Kurumin dar boot em modo texto (já logado como root), o que consome
cerca de 18 MB de memória, dando boot pelo CD. Isso vai permitir que você consiga
dar boot em um micro com 64 MB, mesmo antes de criar a partição swap.
# cfdisk
Você pode ativar a partição swap sem precisar reiniciar com os comandos:
# mkswap /dev/hda2
# swapon /dev/hda2
(onde o /dev/hda2 é a partição swap criada)
Com a swap ativa, você pode começar a instalação. Ao invés de esperar o KDE
carregar, você pode abrir um X "pelado", sem gerenciador algum e por isso bem
mais rápido de carregar, usando o comando:
# xinit
# kurumin-install
Para fazer isso antes de reiniciar, monte a partição onde o sistema foi instalado e
use o comando "chroot" para abrir um terminal dentro dela:
# wmconfig
Se você precisa de uma interface que, além de leve, seja amigável, adequada para
o usuário final, devo alertar que ela simplesmente não existe. Você pode obter
resultados razoáveis personalizando o IceWM, mas depois de uma boa dose de
trabalho. Uma opção um pouco mais desenvolvida seria o Blanes, que no Kurumin
pode ser instalado através do script "instalar-wm".
Mas, o conselho geral em se tratando de uso de micros muito antigos, para atender
usuários finais, é usar o LTSP, ou outro sistema de acesso remoto, ao invés de
tentar rodar os aplicativos localmente. É possivelmente a única solução que oferece
uma solução realmente utilizável e relativamente rápida de instalar mesmo ao usar
micros Pentium 100 ou 486.
No Kurumin, você pode instalar o LTSP através do ícone mágico do Kurumin Terminal
Server. Ele automatiza a maior parte de instalação, transformando-a em um
procedimento muito simples. Use um micro novo, ou pelo menos um micro com
uma configuração razoável, como servidor e você terá um bom desempenho em
todos os terminais.
Existe uma lenda dentro do mundo Linux, que diz que o Gnome é uma opção mais
leve que o KDE e pode ser usado mesmo em micros antigos. Isto era mais ou menos
verdade na época do Gnome 1.4, mas é completamente falso atualmente. O Gnome
2.10 ou 2.12 consome mais memória que o KDE, a única vantagem é que o
carregamento é um pouco mais rápido.
O Kurumin usa uma configuração bastante otimizada para o KDE, o que aumenta a
diferença. Entre as distribuições atuais, que usam o KDE ou Gnome como padrão, as
únicas que rivalizam com o Kurumin em termos de consumo de memória são o
Slackware (e derivados) e o próprio Debian.
A instalação de novos programas no Linux não é tão complicada como pode parecer
à primeira vista. Pelo contrário, muitas vezes é até mais simples que no Windows,
pois raramente você precisará perder tempo comprando e registrando o programa,
retirando banners de propaganda, desativando spywares, e coisas do gênero. O
tempo de instalação do Office Professional pode chegar a mais de dois meses, se
você incluir o tempo que precisaria trabalhar para comprá-lo ;).
Aplicativos do Linux
O problema é que instalar programas a partir dos fontes é demorado e nem sempre
simples, já que você precisa ter instalados os compiladores e bibliotecas
necessários para compilar muitos programas. Existem incontáveis pequenas
bibliotecas e ferramentas de desenvolvimento por aí e não é muito viável tentar
manter todas elas instaladas.
Alguém chegou então a uma conclusão obvia: ao invés de cada um ter que ter o
trabalho de compilar o programa na sua própria máquina, seria mais simples se
alguém compilasse e distribuísse um arquivo ponto, com os componentes já
compilados, num formato simples de instalar. Nasciam então os pacotes pré-
compilados :).
Os pacotes são uma idéia muito simples. Você cria um arquivo compactado
contendo a mesma estrutura de pastas e arquivos que seria criada ao instalar o
programa manualmente. Ao instalar o pacote, os arquivos são descompactados no
diretório raiz, fazendo com que todos os arquivos sejam colocados nos diretórios
corretos. Ao desinstalar o pacote, os arquivos são removidos, deixando o sistema
da forma como estava inicialmente. Uma forma rápida e limpa de instalar
programas.
Você pode perguntar por que não fazem como no Windows, onde cada programa
tem seu instalador. Na verdade, muitos programas são distribuídos desta forma,
como Java, OpenOffice, Firefox, Thunderbird, VMware e diversos jogos. Nestes
casos, você simplesmente executa o arquivo e o instalador se encarrega do resto
da instalação. O inconveniente é que estes pacotes são desenvolvidos para
funcionarem em qualquer distribuição, por isso incluem todo tipo de bibliotecas e
módulos de que o programa possa precisar, sem reaproveitar os componentes que
você já tem instalados. Isso faz com que os pacotes sejam práticos de instalar, mas
em compensação bem maiores (e mais pesados), assim como muitos dos
programas do Windows.
3- Instalar o programa a partir do código fonte, o que pode ser necessário no caso
de aplicativos pouco comuns, que não estejam disponíveis de outra forma.
Para usar o apt-get, o primeiro passo é rodar o comando "apt-get update", que faz
com que o apt-get verifique todos os repositórios disponíveis e baixe a lista com os
pacotes disponíveis em cada um. Isso permite que ele crie uma espécie de banco
de dados, com os pacotes disponíveis, onde cada um pode ser encontrado e qual
endereço contém a versão mais recente. Este comando deve ser executado
periodicamente. O ideal é que você o use uma vez por semana, ou sempre que for
fazer alguma instalação importante:
# apt-get update
Lembre-se de que para virar root, basta digitar "su" no terminal e fornecer a senha
configurada durante a instalação.
Veja que o apt-get cuida de toda a parte chata. No meu caso, por exemplo, é
preciso instalar também os pacotes "abiword-common", "libenchant1" e
"libmyspell3", que o apt-get instala automaticamente junto com o pacote principal,
depois de pedir uma confirmação.
Terminada a instalação, o Abiword já está pronto para usar. Você vai encontrar o
ícone dentro do menu "Escritório e utilitários" no iniciar. Alguns programas podem
não criar corretamente os ícones no iniciar, mas você sempre pode chamá-los via
terminal, ou criar o ícone manualmente, usando o kmenuedit.
E assim por diante. O comando faz com que ele verifique se existe uma versão nova
do programa e, em caso afirmativo, já a baixa e instalada automaticamente. Caso
contrário, ele simplesmente avisa que a versão mais recente já está instalada e não
faz nada.
$ whereis realplay
realplayer: /usr/bin/realplay
Em muitos casos, o programa pode ser instalado em uma pasta fora do PATH (as
pastas /bin, /usr/bin, /usr/local,bin, etc.), e por causa disso o sistema não encontre o
comando. Nestes casos, chame-o indicando o caminho completo, ou crie um link
para ele (usando o comando "ln -s") dentro da pasta "/usr/bin", ou "/usr/local/bin",
onde o sistema consiga localizá-lo diretamente, como em:
# ln -s /usr/lib/realplayer10/realplay /usr/bin/realplay
O apt-get nunca altera estes arquivos, de forma que sua preferências sempre são
preservadas durante os upgrades.
O apt não apenas torna a instalação de novos programas bem mais simples, mas
diminui também a necessidade de estar sempre instalando versões mais recentes
da distribuição, já que você pode ir atualizando os programas mais usados sempre
que souber de uma versão mais nova.
Normalmente o apt-get avisa que o programa já está em sua versão mais recente e
não faz nada:
Configurando os repositórios
W: Você terá que executar apt-get update para corrigir esses arquivos faltosos
Para:
No Kurumin o arquivo vem comentado, permitindo que você veja a função de cada
linha. O arquivo vai sendo atualizado conforme os endereços mudam ou conforme
aparecem novos repositórios. Você pode baixar estas atualizações atualizando os
scripts dos ícones mágicos, usando a opção "Ícones Mágicos > Ativar o apt-get >
Atualizar scripts dos ícones mágicos".
Normalmente, você não precisa se dar o trabalho de alterar este arquivo, mas não
custa entender melhor como ele funciona. Vamos a um resumo rápido dos
repositórios usados por padrão no Kurumin 5.1 e a função de cada um:
# Testing
deb http://ftp.us.debian.org/debian testing main contrib non-free
# Unstable
deb http://ftp.us.debian.org/debian unstable main contrib non-free
Usar o Stable parece uma boa idéia à primeira vista, afinal, tratam-se de pacotes
"estáveis". Porém, o Stable recebe apenas correções de segurança, os pacotes não
são atualizados, fazendo com que fiquem velhos. Com o tempo, isso começa a
causar problemas, já que você passa a querer atualizar alguns programas e as
novas versões exigem pacotes que só estão disponíveis no Testing. O Stable é uma
opção apenas se você é adepto da filosofia do "se não está quebrado, não mexa" e
realmente não faz questão de instalar versões recentes dos programas.
# Stable
deb http://ftp.us.debian.org/debian sarge main contrib non-free
deb http://security.debian.org/ sarge/updates main
APT::Default-Release "testing";
Para:
APT::Default-Release "stable";
Isso explica ao apt que ele deve passar a utilizar os pacotes do Stable ao invés do
Testing. Não se esqueça de rodar o comando "apt-get update" sempre que fizer
alterações nos dois arquivos.
Esta é uma forma de instalar versões recentes dos programas, a partir do Testing ou
Unstable, sem precisar mudar o repositório padrão, mas nem sempre é uma boa
idéia, já que misturar pacotes das duas versões pode levar a problemas se você não
souber o que está fazendo. Muitos programas, como o OpenOffice, Firefox,
Thunderbird, Java, Skype e outros são relativamente independentes de outros
pacotes instalados e quase sempre funcionam, independentemente da versão. Mas,
os programas do KDE, Gnome e as bibliotecas base do sistema, possuem uma forte
interdependência entre si, fazendo com que, muitas vezes, a única forma de instalar
a versão mais recente de um programa simples, como o kedit ou o ksplash seja
atualizar todo o KDE, como neste exemplo:
Veja que algo aparentemente inocente está prestes a se transformar num desastre
de proporções bíblicas. Neste caso, estou usando o stable por padrão, mas estou
pedindo para que o apt-get instale a versão mais recente do kedit a partir do
unstable. O kedit precisa das novas versões das bibliotecas do KDE, que por sua vez
possuem um conjunto próprio de dependências e conflitos. Para fazer a atualização,
o apt-get precisaria não apenas atualizar todo o KDE e outros pacotes relacionados,
mas também remover um conjunto de programas aparentemente inocentes,
incluindo o Amarok e o OpenOffice.
Como disse, forçar a instalação de pacotes de outras versões nem sempre é uma
boa idéia. Preste atenção nas mensagens do apt-get e aborte em caso de
problemas iminentes.
Outra configuração comum é com relação ao mirror do Debian que será usado.
Existem vários mirrors disponíveis, diferenciados pelo código de país. A linha "deb
http://ftp.us.debian.org/debian testing main contrib non-free", por exemplo,
especifica que deve ser usado o mirror dos Estados Unidos (us.debian.org). Para
usar o do Brasil, você substitui a sigla por "br", para usar o da Alemanha por "de",
para usar o da Inglaterra por "uk" e assim por diante.
Não existe uma regra fixa para qual mirror será mais rápido. Pela lógica, o do Brasil
seria sempre mais rápido, mas isso depende muito do horário, de qual operadora
você usa, e assim por diante. Em muitos casos, o dos EUA ou da Alemanha podem
ser mais rápidos. O melhor é testar os três em diferentes horários e ver qual
apresenta melhores resultados. Não se esqueça de rodar o "apt-get update" depois
de cada alteração.
# Debian Unofficial
deb http://ftp.debian-unofficial.org/debian sarge main contrib non-free
restricted
O Debian Unofficial contém uma grande quantidade de pacotes "não livres", porém
importantes, como o Java, Acrobat Reader, Real Player e outros.
Este repositório contém as versões mais recentes do Wine, que permite rodar
aplicativos do Windows. Em outubro de 2005 ele entrou finalmente em fase beta
(depois de quase 12 anos em estágio alpha! :o), o que marcou uma grande
mudança na qualidade dos pacotes, que passaram a ser mais estáveis e com
atualizações mais previsíveis. Acabaram os tempos em que uma versão funcionava
e a seguinte não.
Usando o dpkg
# dpkg -i skype_1.2.0.18-1_i386.deb
Lembre-se de usar a tecla <TAB> para completar o nome do arquivo depois de
digitar as primeiras letras.
Se você tiver uma pasta com vários pacotes (como o OpenOffice 2.0, por exemplo),
pode instalá-los de uma vez usando o comando "dpkg -i *.deb".
Sempre, depois de instalar qualquer pacote usando o dpkg, rode o comando "apt-
get -f install" para que o apt-get possa verificar o que foi feito e corrigir qualquer
problema que tenha aparecido durante a instalação. Em casos de pacotes
quebrados ou conflitos, o apt-get sempre vai sugerir alguma solução, mesmo que
ela seja simplesmente remover o novo pacote.
Pense no dpkg como uma espécie de ajudante do apt-get. Ele faz o trabalho braçal,
mas não é bom em resolver problemas. É o apt-get que cuida das situações mais
delicadas.
O ideal é que você instale todos os programas através do apt-get. Apele para a
instalação manual de pacotes apenas como último recurso, para o caso de
programas específicos, que não estejam disponíveis no apt-get.
O cache do apt-get
O apt-get salva uma cópia de todos os pacotes baixados, para uso posterior dentro
da pasta "/var/cache/apt/archives/". A lista dos pacotes disponíveis (gerado ao
executar o apt-get update) é salva dentro da pasta "/var/lib/apt/lists/".
No Debian, é muito comum fazer backup destas duas pastas de forma a preservar o
cache do apt-get depois de reinstalar o sistema, ou mesmo instalar os pacotes já
baixados em outras máquinas. Pense no caso de alguém que tem banda larga no
trabalho, mas acessa via modem em casa, por exemplo.
Por outro lado, o cache tende a ficar grande com o passar do tempo e ocupar muito
espaço no HD. Se você acessa via banda larga, este pode ser um gasto
desnecessário. Existem duas opções para limpar a casa. A primeira, mais contida, é
usar a opção:
# apt-get autoclean
# apt-get clean
O Kokar nada mais é do que um arquivo .iso, uma imagem com o conteúdo das
duas pastas (junto com outros arquivos que os scripts dos ícones mágicos baixam
para dentro da pasta "/packages/"), que pode ser gravada num CD ou DVD (de
acordo com o tamanho) e instalada em outros micros.
Uma observação importante é que ao instalar o Kokar ou restaurar o backup do
cache em outro micro, você não deve rodar o "apt-get update" até ter terminado de
instalar todos os programas desejados a partir do cache. O motivo é simples: o apt-
get sempre instala as versões mais recentes dos programas. Ao instalar o Kokar,
são restaurados os arquivos da pasta "/var/lib/apt/lists/" da forma como estavam na
outra máquina, fazendo com que o apt use os pacotes do cache. Ao rodar o apt-get
update, você atualiza as listas, fazendo com que ele volte a baixar os pacotes mais
recentes da Internet.
Documentação
Depois de instalar um pacote que você não conheça, muitas vezes você vai ficar se
perguntando: "o que faço agora"? Afinal, a instalação é feita de uma forma quase
automática pelo apt-get, muitas vezes ele já cuida também da configuração básica,
mas o conhecimento necessário para usar o programa em questão já depende de
você.
Depois de instalar qualquer pacote estranho, a sua primeira parada deve ser a
página do desenvolvedor, onde você geralmente encontrará o manual e instruções
de uso.
Outra opção é a pasta "/usr/share/doc/", onde cada pacote instala uma cópia da
documentação disponível. Por exemplo, ao instalar o pacote raidtools (um
conjunto de ferramentas para configurar um sistema Raid via software), é criada a
pasta "/usr/share/doc/raidtools/" onde fica disponível o howto, um read-me, um
quickstart e alguns exemplos de configuração.
Caso os arquivos estejam compactados, basta clicar com o botão direito sobre o
arquivo e usar a opção "Extrair aqui" do Konqueror.
Aproveite também para fazer uma pesquisa no Google. Como ele indexa vários
grupos de discussão e grupos da usenet, você sempre encontrará uma grande
quantidade de mensagens com problemas e soluções.
Quando qualquer coisa inesperada acontece, ele pára e fica esperando sua
confirmação antes de fazer qualquer outra coisa.
Este tipo de problema é relativamente raro, mas pode acontecer. Veja um caso
particularmente feio que aconteceu certa vez ao tentar atualizar o k3b usando o
comando "apt-get install k3b".
Neste caso ele precisou atualizar algumas bibliotecas do KDE antes de atualizar o
programa, mas uma delas estava com um defeito bobo que fazia ela tentar
substituir duas associações de arquivos do K3B. Isto passaria despercebido se o apt-
get não entrasse em pânico:
A partir daí o apt-get se recusava a instalar qualquer outro pacote, pois sempre
tentava terminar a instalação do pacote "kdelibs-data" o que sempre acabava no
mesmo erro.
Como o tal arquivo a ser substituído não tem importância nenhuma, é apenas uma
associação de arquivos, a solução foi simplesmente forçar a instalação do pacote
kdelibs manualmente, usando a opção do dpkg que ignora erros:
# dpkg -r k3b
a) Rodar o "apt-get update" para ter certeza que a lista de pacotes do apt está
atualizada.
c) Caso ele não resolva, experimente usar o "dpkg -i --force-all" para forçar a
instalação do pacote com problemas, como no meu exemplo, ou use o "dpkg -r
pacote" caso prefira desistir da instalação.
Chaves de autenticação
A partir da versão 0.6, incluída no Debian Etch, o apt-get passou a operar em modo
seguro, onde o desenvolvedor usa sua chave GPG privada para assinar seus
pacotes e o apt-get usa a chave pública para verificar se o pacote que está sendo
instalado não sofreu modificações.
Este processo extremamente seguro, que visa ter certeza de que o pacote que está
sendo instalado na sua máquina é exatamente o mesmo que foi disponibilizado pelo
desenvolvedor, eliminando qualquer possibilidade de alguém de má fé alterar o
conteúdo pelo caminho.
Este é um nível se segurança que não possui similar no mundo Windows. Mesmo
que alguém consiga invadir o servidor onde os pacotes estão hospedados, ou
consiga dar upload de pacotes falsos usando uma senha roubada, não terá como
falsificar também a assinatura dos pacotes, fazendo com que você seja avisado ao
tentar instalar e o problema seja detectado instantâneamente.
A desvantagem é que isto tornou o uso do apt um pouco mais complexo, já que
agora, além de rodar o "apt-get update", para atualizar a lista dos pacotes, você
precisará muitas vezes atualizar também a lista com as chaves públicas, usadas
para verificar os pacotes.
O primeiro passo é instalar o pacote "gnupg", usado pelo apt-get para fazer a
verificação:
Como o sistema de autenticação ainda não está funcionando, ele vai exibir o aviso
padrão, pressione "s" para continuar a instalação:
Com o gnupg instalado, falta baixar as chaves públicas, que serão usadas para
verificar os pacotes. Cada repositório listado no arquivo "/etc/apt/sources.list"
possui uma chave diferente. Sem instalar as respectivas chaves, você continuará
recebendo erros, como em:
Para baixar a chave para o repositório principal, use o comando abaixo (como root):
Esta chave será atualizada anualmente. Em Janeiro de 2007, 2008, 2009, etc.,
atualize-a com o mesmo comando, mudando apenas o ano, como em:
Para baixar a chave do repositório Marillat (de onde são instalados o mplayer, o
w32codecs e vários outros pacotes ligados a multimídia, de uma forma geral), que é
usado por padrão no Kurumin e em diversas outras distribuições, use os comandos:
Estes comandos para baixar as chaves podem ser encontrados nas páginas iniciais
dos respectivos projetos, ou através do Google. Faça uma pesquisa por "gpg", mais
o endereço do repositório dos pacotes, como em "gpg ftp://ftp.nerim.net"
Se você precisar adicionar endereços extras, cujos pacotes não estejam assinados
no "sources.list" e quiser desabilitar os avisos do apt-get, adicione a linha
"APT::Get::AllowUnauthenticated 1 ;" no arquivo "/etc/apt/apt.conf".
Usando o Alien
O driver antigo era distribuído apenas em versão .rpm, muito embora pudesse (com
algumas adaptações), ser usado em outras distribuições.
# alien fglrx_4_3_0-8.10.19-1.i386.rpm
fglrx-4-3-0_8.10.19-2_i386.deb generated
Note que ele gera um arquivo de mesmo nome, mas com a extensão .deb, que
pode ser instalado usando o comando "dpkg -i".
Converter pacotes de um formato para outro é bem mais simples do que pode
parecer à primeira vista. O principal não é o formato do pacote em si, mas o que
existe dentro dele. Atualmente, está em desenvolvimento um gerenciador de
pacotes universal, o "smart", que é capaz de converter e instalar automaticamente
pacotes de diferentes formatos. Ele pode vir a ser o sucessor do apt-get, urpmi,
yum e outros gerenciadores que usamos hoje em dia.
Os pacotes com código fonte, distribuídos na forma dos famosos pacotes .tar.gz
ou .tar.bz2, são o formato mais universal, porém ao mesmo tempo o mais
complicado de instalar, que você deixa como um último recurso a lançar mão
quando não encontrar um pacote atualizado do programa que precisa instalar.
Uma dica é que todos os pacotes cujo nome termina com "-dev" são justamente
bibliotecas de desenvolvimento, que podem ser necessários ao compilar
determinados programas. Quando o instalador reclama da falta de bibliotecas ou
arquivos do X, provavelmente ele está dando falta do pacote "xlibs-dev", quando
reclamar da falta de arquivos do KDE, provavelmente está pedindo o pacote "libqt3-
dev" e assim por diante. A maior dificuldade em compilar programas complexos
está justamente em localizar e instalar o conjunto de bibliotecas de que ele precisa.
$ ./configure
$ make
# make install
Apesar destes três comandos serem um padrão adotado na maioria dos pacotes,
eles não são necessariamente uma regra. Muitos programas usam sistemas
simplificados de instalação ou mesmo scripts próprios, por isso é sempre bom dar
uma olhada no arquivo "INSTALL" ou "README" dentro da pasta, que explica os
passos necessários.
Em geral, os programas instalados a partir dos fontes não criam os ícones no menu.
Você precisa chamar o programa via linha de comando ou criar os ícones
manualmente.
Estes programas quase sempre usam a extensão ".sh" e são fáceis de instalar, já
que basta executar o arquivo num terminal para iniciar a instalação.
Para ativar a permissão de execução, use o comando "chmod +x", como em:
$ chmod +x mohaa-lnx-1.11-beta3.run
Muitos instaladores podem ser executados diretamente com seu login de usuário,
desde que você instale o programa numa pasta dentro do seu home. Outros
realmente precisam ser executados como root.
Você pode executar o programa diretamente pelo Konqueror, clicando sobre ele
(lembre-se de que você pode abrir o Konqueror como root usando o comando "sudo
konqueror" ou ainda "kdesu konqueror"); ou pelo terminal, usando o "./", como em:
# ./mohaa-lnx-1.11-beta3.run
No caso de games compostos por vários CDs, você por usar os comandos
"umount /mnt/cdrom" e "mount /mnt/cdrom" para trocar o CD durante a
instalação. A dica neste caso é que você não pode estar dentro da pasta
"/mnt/cdrom" ao tentar desmontar o CD, caso contrário o sistema percebe que o
diretório está em uso e retorna um erro. Dê os comandos a partir de outro diretório
qualquer e você consegue desmontar normalmente.
O apt-get é atualmente quase que uma ferramenta universal. Além de ser usado
nas muitas distribuições derivadas do Debian (incluindo o Ubuntu), ele foi portado
para distribuições derivadas do Red Hat pela Equipe da Conectiva. Embora ainda
não seja a opção padrão, ele pode ser instalado no Mandriva, Fedora e em outras
distribuições.
Programas de escritório
Ter uma boa suíte de escritório, que ofereça bons recursos e compatibilidade com
os arquivos do Office e ter um bom navegador são pré-requisitos para qualquer
sistema operacional ter condições de competir com o Windows. Felizmente, já
temos no Linux programas tecnicamente superiores tanto ao Office quanto ao
Internet Explorer: o OpenOffice e o Firefox, que inclusive rodam nas duas
plataformas.
OpenOffice
O fato do formato ser legível, organizado e aberto (o que permite que outros
programas incluam suporte, filtros de conversão e outros tipos de ferramentas que
permitam lidar com os arquivos), não existe nenhuma possibilidade real de você ter
documentos corrompidos, "irrecuperáveis" como acontece no MS Office. Mesmo que
uma tragédia acontecesse, ainda seria possível abrir o arquivo e arrumá-lo
manualmente, corrigindo ou removendo a parte danificada usando um editor de
textos.
O OpenOffice é composto pelo Writer, Calc, Draw, Impress e Math, que são
respectivamente o editor de texto, planilha, programa de desenho vetorial, gerador
de apresentações e editor de equações. Naturalmente, o Writer e o Calc são os
mais conhecidos e usados, mas o Draw e o Impress também surpreendem pelos
recursos.
Enquanto escrevo, os manuais do OpenOffice 2.0 ainda não foram traduzidos para
o português. Você pode acompanhar o trabalho de tradução no
http://www.openoffice.org.br/, ou ler os documentos originais, em inglês no
http://documentation.openoffice.org/manuals/index.html.
Configurando o OpenOffice
O OpenOffice é um dos aplicativos mais complexos que temos no Linux, com mais
linhas de código que o próprio Kernel e um sem número de componentes e
bibliotecas diferentes. Ele também inclui suporte a diversas línguas e ao Java, o que
torna o conjunto ainda mais complexo :).
Ao invés disso, a instalação é mais simples se você baixar o pacote com os pacotes
RPM e convertê-los usando o alien. Para isso, comece instalando o alien pelo apt-
get, como em:
# alien *.rpm
Isso vai gerar um conjunto de pacotes com o mesmo nome, porém com a extensão
.deb. Você pode em seguida instalá-los usando o comando:
# dpkg -i *.deb
Na pasta "desktop-integration" você encontra pacotes contendo os ícones do menu
iniciar para várias distribuições. Lembre-se de que você deve instalar apenas um
deles. O arquivo com os pacotes .deb contém o pacote "openoffice.org-debian-
menus", com os ícones para as distribuições derivadas do Debian.
Na verdade, esta parte da instalação não é necessária na grande maioria dos casos,
pois o OpenOffice já vem pré-instalado na maioria das distribuições. O próximo
passo é o corretor ortográfico, uma peça essencial se você realmente usa o
OpenOffice no dia-a-dia.
Você pode verificar o status do seu, em "Ferramentas > Opções > Configurações de
Idioma > Recursos de Correção Ortográfica". Se apenas o "OpenOffice.org MySpell
SpellChecker" estiver disponível, (como neste screenshot do OpenOffice incluído no
Ubuntu 5.10), significa que apenas o corretor está instalado.
Mas, não existe motivo para pânico :). Você pode baixar o restante dos
componentes aqui:
http://guiadohardware.net/kurumin/download/dics-oo2-kurumin.tar.gz
Como o nome sugere, este é o arquivo com os dicionários que reuni para uso no
Kurumin, mas que naturalmente pode ser usado em qualquer distribuição. Para
instalar, descompacte o arquivo e copie seu conteúdo para dentro da pasta
"share/dict/ooo/", dentro do diretório de instalação do OpenOffice, substituindo
os arquivos existentes.
Se você escreve textos técnicos, pode baixar também o meu dicionário pessoal,
que contém uma lista enorme de termos técnicos, que ao ser instalado faz o
corretor deixar de marcar os termos como palavras incorretas. Salve o arquivo na
pasta "share/wordbook/pt-BR/" dentro da pasta de instalação do OpenOffice.
Desculpe pelo link longo ;).
http://www.guiadohardware.net/kurumin/skel/.openoffice.org2/user/wordbook/kur
umin.dic
É quase que um consenso que o OpenOffice é pesado e que demora pra abrir. Mas
grande parte do "peso" é devido à configuração padrão, que está longe de ser
otimizada. A maior parte das configurações é definida durante a compilação e por
isso não podem ser alteradas facilmente, mas existem duas configurações simples
que podem ser modificadas rapidamente pelo "Ferramentas > Opções" e geram
resultados interessantes.
A primeira é desativar o Java na opção "OpenOffice.org > Java > Usar um JRE". Na
verdade, o Java foi integrado artificialmente ao OpenOffice, como uma tentativa da
Sun de integrar os dois produtos, fazendo com que a popularidade do OpenOffice
impulsionasse também o uso do Java de uma forma geral. O Java é usado apenas
em macros, algumas funções dentro do Base (o banco de dados incluído no
OpenOffice 2.0) e os assistentes para criação de documentos.
Koffice
Em resumo, os pontos fortes do Koffice, de uma forma geral, são a leveza (quando
usado em conjunto com o KDE), facilidade de uso e a boa integração entre os
aplicativos. Os negativos são a falta de muitos recursos avançados e a
compatibilidade com arquivos gerados no MS Office e no OpenOffice, que apesar
das melhorias das últimas versões ainda está longe de ser perfeita.
Todos estes pacotes podem ser instalados diretamente via apt-get, como em "apt-
get install kword kspread kpresenter krita koffice-i18n-ptbr". Você encontra a suíte
completa disponível a partir do Debian Sid (o atual testing). Todos os aplicativos do
Koffice compartilham do corretor ortográfico padrão do KDE, configurado no Centro
de Controle.
Abiword
Gnumeric
O Gnumeric faz par com o Abiword, oferecendo uma opção leve (porém poderosa)
de planilha. Ele surpreende pela quantidade de recursos e pela boa compatibilidade
com os arquivos gerados no Excel. Segundo muitos, o Gnumeric supera o
OpenOffice Calc em vários aspectos. Ao instalá-lo via apt-get, instale também o
pacote "gnumeric-plugins-extra".
Scribus
O Scribus se beneficia dos avanços feitos pelo Linux em outras áreas, como no
suporte a fontes truetype, as brutais melhorias no sistema de impressão, as
melhorias nas bibliotecas gráficas e assim por diante. É a combinação de tudo isso
que tem possibilitado o aparecimento de tantos programas profissionais para a
plataforma, que realmente podem ser utilizados em ambientes de produção.
Imagem e desenho
O Gimp é o programa de edição de imagens for Linux mais conhecido, mas ele não
é mais o único. Atualmente temos também programas como o Krita e o
Kolourpaint, que também são editores de imagens, além do Inkscape, Sodipodi e
Karbon, que são editores vetoriais. O Blender e o Blender e o PovRay
complementam as duas turmas, oferecendo opções para modelagem em 3D. Temos
ainda o Tuxpaint, que é um programa de desenho infantil, muito bonito e bem
feito.
Gimp
O Gimp é sem sombra de dúvida o editor de imagens for Linux mais completo e
maduro disponível atualmente. Mesmo se comparado aos programas do Windows, o
Gimp leva vantagem sobre a grande maioria; apenas o próprio Photoshop concorre
diretamente com ele em recursos. Uma das funções mais interessantes são os
scripts disponíveis em "Extras > Script-Fu", que permitem criar logotipos e efeitos
diversos de forma muito simples, como este, criado usando a função "Logos >
Brilhante".
A maior dificuldade tem a ver mais com a disposição das funções e a interface em
geral. Embora o Gimp seja muito similar ao Photoshop em recursos, a interface é
organizada de forma diferente e muitos efeitos são obtidos através do uso de duas
ou mais ferramentas. O Gimp também não é um programa especialmente fácil de
usar para quem não tem uma boa noção sobre o uso de programas gráficos. O
programa exige uma certa curva de aprendizado.
Existem diversos sites em Português com dicas sobre o Gimp, dois dos mais
conhecidos são o http://www.ogimp.com.br/ e o http://www.gimp.com.br/. Você
também vai encontrar uma grande quantidade de tutoriais e exemplos no site
oficial: http://www.gimp.org/docs/.
Se você estiver à procura de um programa mais simples, mais no estilo "paint",
pode experimentar o Kolourpaint, que faz parte KDE e também está disponível via
apt-get, ou mesmo o Krita, que vimos no tópico sobre o Koffice.
Inkscape
Ele utiliza por padrão o formato SVG, uma espécie de padrão entre os programas
vetoriais. Você pode abrir os arquivos criados no Inkscape diretamente no
Illustrator, ou importá-las no Corel. Eles também oferecem a opção de exportar em
SVG, de forma que existe um bom nível de intercompatibilidade.
Clicando em "Ajuda > Tutoriais" você tem acesso aos arquivos de ajuda do
Inkscape, que são documentos editáveis, em SVG. Esta é uma idéia bem
interessante, pois todos os campos e exemplos podem ser editados através do
próprio Inkscape, permitindo que você realmente coloque a mão na massa
enquanto está lendo, editando os exemplos e testando as funções.
Você pode encontrar uma quantidade muito grande de cliparts e desenhos editáveis
e de livre distribuição (a maior parte em SVG), bem úteis para treinar e usar no
dia-a-dia no: http://www.openclipart.org/.
O Inkscape surgiu em 2003 como uma derivação do Sodipodi. Desde então os dois
programas têm sido desenvolvidos de forma mais ou menos separada, mas a maior
parte das funções são muito similares em ambos. A principal diferença é que o
Inkscape utiliza uma interface "estilo corel", com as barras de ferramentas incluídas
na janela principal, enquanto o Sodipodi é baseado em menus flutuantes. O
Sodipodi também pode ser instalado via apt-get: "apt-get install sodipodi".
Blender
O Blender já tinha então muitos fãs. Um grupo se uniu e propôs a compra dos
direitos sobre o Blender por 100.000 euros. A proposta foi aceita e o dinheiro foi
arrecadado através de uma campanha feita via Web. O resultado é que depois de
resolvida toda a papelada, o Blender passou a ser licenciado integralmente sob a
GPL e a ser desenvolvido num ritmo muito rápido.
A instalação via apt-get é bem simples, basta usar o comando "apt-get install
blender".
Ao instalar via apt-get, baixe também o kpovmodeler, que é uma interface para
ele. O comando fica: "apt-get install povray kpovmodeler".
Ksnapshot
Além de tirar screenshots da tela inteira, ele permite também tirar screenshots de
janelas. Para isso, basta marcar a opção "Janela sob o cursor". Você pode
estabelecer também um tempo de espera, 5 segundos, por exemplo, dando tempo
de chegar até algum menu ou opção. Existe também uma função para imprimir
diretamente o screenshot.
Não é preciso dizer que ele é uma ferramenta extremamente prática para quem
deseja desenvolver apostilas e tutoriais. Você pode tirar rapidamente uma grande
quantidade de screenshots mostrando todos os menus de um determinado
programa e já salvá-los num formato compactado, pronto para o uso.
Navegadores
Firefox
É bem provável que você já utilize o Firefox no dia-a-dia, então, ao invés de perder
tempo falando sobre os recursos e a configuração básica, vou aproveitar para falar
sobre a instalação de plugins, um recurso muitas vezes negligenciado na maior
parte das distribuições.
Ao contrário do que tínhamos a alguns anos atrás, atualmente temos plugins para
quase todos os formatos de vídeo, animações e outros tipos de arquivos
encontrados na Web. É possível assistir vídeos via streaming, fazer com que
arquivos PDF sejam abertos diretamente ao clicar sobre um link (com a ajuda do
Acrobat Reader) e assim por diante.
Os plugins que comento aqui já vêm instalados por padrão no Kurumin, mas é útil
conhecer os passos para instalá-los manualmente, tanto para instalá-los em
distribuições que não os tragam por padrão, quanto para corrigir problemas.
Suporte a Flash: Para instalar o Flash no Firefox, baixe o pacote for Linux (o
arquivo "install_flash_player_7_linux.tar.gz") disponível no:
http://www.macromedia.com/go/getflashplayer.
Nestes casos, você tem duas opções. A primeira é baixar a JRE da Sun, que ativará
o suporte não apenas no Firefox, mas também em outros programas, como o
OpenOffice. O primeiro passo é baixar o instalador no: http://java.sun.com/j2se/.
# ln -sf /usr/lib/j2re1.5/plugin/i386/ns7/libjavaplugin_oji.so \
/usr/lib/mozilla-firefox/plugins/
Rode o comando "apt-get update" para que o apt-get atualize o banco de dados
dos pacotes disponíveis e instale o Java com o comando:
RealPlayer: Embora pouco divulgado, a Real mantém uma versão do Real Player
for Linux desde os tempos da versão 7. Você pode baixar o arquivo no
"http://www.real.com/linux?".
# chmod +x RealPlayer10GOLD.bin
# ./RealPlayer10GOLD.bin
Para fazer uma instalação válida também para o root e outros usuários, instale-o
numa pasta de sistema, como a "/usr/local/RealPlayer/".
O pacote usa um instalador da velha guarda, um script com uma interface simples,
em modo texto. No final ele pergunta: "Configure system-wide symbolic links?
[Y/n]:". Esta opção cria links que permitem que você chame o programa pelo
nome, sem precisar dar o caminho completo. A maioria dos instaladores fazem isso
sem ficar puxando sua calça pedindo confirmação, mas no RealPlayer isso exige um
"Y" adicional.
O script é tão chato e detalhista que em seguida pergunta: "enter the prefix for
symbolic links [/usr]:". Responda "/usr/bin/" para que ele crie o link na pasta
correta. A partir daí você pode abrir o programa executando o comando "realplay".
Crie um ícone no menu para facilitar.
O Kghostview, por exemplo, faz parte do pacote KDE e se integra muito bem com o
Konqueror. Ao clicar num link para um arquivo PDF numa página Web qualquer, ele
já o abre automaticamente numa janela dentro do Navegador, como se fosse uma
página html.
Mesmo assim, muita gente prefere instalar o Acrobat Reader for Linux. O principal
motivo é que o Acrobat Reader oferece uma qualidade de visualização melhor que a
dos leitores livres, mantendo a qualidade do texto e imagem ao utilizar vários
níveis de zoom. Alguns arquivos PDF que ficam com as fontes borradas no
Kghostview abrem normalmente no Acrobat Reader for Linux.
# ln -s /usr/local/Adobe/Acrobat7.0/bin/acroread /usr/bin/acroread
Para concluir, você pode aproveitar para associar os arquivos PDF com o Acrobat
Reader, isso fará com que os arquivos sejam automaticamente abertos nele quando
você clicar sobre o arquivo ou link no Konqueror ou outro aplicativo do KDE.
Para que o Acrobat se integre também com o Firefox, você deve criar um link
dentro do diretório de plugins do Firefox para o arquivo nppdf.so, que fica dentro
da pasta "/usr/local/Adobe/Acrobat7.0/Browser/intellinux/", como em:
# ln -s /usr/local/Adobe/Acrobat7.0/Browser/intellinux/nppdf.so \
/usr/lib/mozilla-firefox/plugins/
Estes dois plugins detectam tags de abertura de vídeo ou áudio dentro das páginas
e carregam os arquivos no player. Em ambos os casos, você precisará também do
pacote w32codecs, que contém um conjunto de dlls do Windows, que são
executadas com uma mãozinha da biblioteca do Wine, dando suporte a mais
formatos de vídeo, incluindo vídeos em QuickTime e até no formato do Windows
Media Player.
O Kaffeine pode ser encontrado na maioria das distribuições que utilizam o KDE. O
kaffeineplugin é um programa relativamente pequeno, que apenas direciona os
arquivos para o Kaffeine propriamente dito. Em algumas distribuições, o plugin é
incluído dentro do próprio pacote "kaffeine" e em outras (como no Debian) temos
dois pacotes separados, com o plugin oferecido na forma do pacote "kaffeine-
mozilla", que precisa ser instalado separadamente.
Ao usar outro navegador, como o Firefox, você deve criar um link simbólico dentro
da pasta de plugins do navegador, apontando para a pasta
"/usr/lib/mozilla/plugins/" (assim como no caso do Java) e não tentar copiar o
arquivo diretamente. Para criar o link, use o comando abaixo, prestando atenção na
hora de indicar a pasta onde o Firefox está instalado. Em caso de dúvida, confirme
a localização dos arquivos usando o comando "locate":
# ln -s /usr/lib/mozilla/plugins/kaffeineplugin.so \
/usr/lib/mozilla-firefox/plugins
A solução neste caso é renomear o link para o Kaffeineplugin, de forma que o nome
comece com outra letra. Desta forma, o Firefox primeiro consulta o RealPlayer (que
se oferece para abrir apenas arquivos do seu próprio formato) e consulta o
Kaffeineplugin no caso de outros formatos de arquivos. Um "z" no início no nome
resolve o problema. Para isso, basta remover o link antigo e criar outro, indicando o
novo nome do arquivo:
# ln -s /usr/lib/mozilla/plugins/kaffeineplugin.so \
/usr/lib/mozilla-firefox/plugins/zkaffeineplugin.so
Ao abrir uma página com vídeo, o Kaffeine Starter entra em ação, carregando o
vídeo e abrindo uma janela separada do Kaffeine Player, que se encarrega de exibir
o vídeo.
Em muitos casos, os vídeos são linkados dentro da página usando tags ActiveX que
só funcionam no Internet Explorer (e vão continuar assim, pois o ActiveX é uma
tecnologia insegura e que caminha para se tornar obsoleta). Neste caso é uma
opção do webdesigner, que optou por desenvolver uma página compatível apenas
com um navegador. Você pode retribuir o favor simplesmente acessando outra
página ;).
Konqueror
Clicando com o botão direito sobre um arquivo e indo em "Ações", você abre um
menu de contexto com opções relacionadas ao tipo de arquivo, como gravar um
CD, mandar por e-mail, etc. No caso de uma imagem, aparecem opções para
redimensionar, girar, converter para jpg, gif ou png, entre outras opções.
Opera
Junto com o OpenOffice Writer (usado com a opção de salvar em html), o NVU é
um dos melhores editores html visuais. A longo prazo, a idéia é concorrer com o
Dreamweaver, que apesar das deficiências é um dos programas mais usados. A
Macromedia já anunciou que está trabalhando numa versão nativa do
Dreamweaver, portada através da libwine, mas as versões atuais já rodam de
forma aceitável no Linux, através do Wine ou do CrossOver Office.
O NVU está disponível no apt-get a partir do Debian Etch (ou seja, está disponível
apenas ao utilizar o Testing). Para instalá-lo, use o "apt-get install nvu". Também
existe a opção de baixar um pacote genérico, que funciona em várias distribuições
no: http://www.nvu.com/.
E-Mail
Hoje em dia, a maioria das pessoas simplesmente usa algum webmail, que pode
ser acessado de qualquer lugar, ao invés de um cliente dedicado, como nos velhos
tempos. Um dos fatores que apressou esta mudança foram os inúmeros problemas
de segurança no Outlook e Outlook Express. Felizmente, a Microsoft ainda não
resolveu desenvolver uma versão Linux da dupla, de forma que você pode ter um
ambiente muito mais seguro para ler seus e-mails :). Alguns dos leitores mais
usados no Linux são:
Mozilla Thunderbird
Na aba "Ferramentas > Anti-Spam > Opções" você pode configurar o que fazer
com as mensagens marcadas como spam, onde o padrão é move-las para a pasta
"Spam" e deletá-las depois de alguns dias. É importante que nos primeiros dias
você cheque as mensagens movidas para a pasta e marque manualmente como
não spam qualquer mensagem boa classificada de forma equivocada pelo filtro.
$ ln -s ~/.mozilla-thunderbird ~/.thunderbird
Crie o link, não renomeie simplesmente a pasta, pois na configuração de cada conta
vai o caminho completo até a pasta onde estão os arquivos. Ao renomear a pasta, o
Thunderbird reconhece o profile, mas não consegue encontrar os e-mails. Criando o
link, tudo funciona perfeitamente.
Evolution
Kmail e Sylpheed
Mensagem e Voz
Me lembro que em 98, quando estava dando minhas primeiras cabeçadas no Linux,
a única opção para usar o ICQ era uma versão em Java, pesada e que travava de
vez em quando.
Felizmente estes tempos passaram. Hoje em dia, praticamente usa algum protocolo
de mensagem instantânea. Em número de usuários, o ICQ e o MSN dominam, mas
existem outros muito usados como o AIM e mais recentemente o Jabber, que é
uma tentativa de criar um protocolo de mensagem instantânea open source.
Devem existir hoje em dia de 100 a 200 clientes diferentes, que variam em
recursos, mas, para poupar tempo, vou comentar apenas os relevantes.
Gaim
A interface do novo Gaim é bem simples e intuitiva para novos usuários. A tela de
abertura tem apenas três opções: Contas, Preferências e Conectar.
A tela de adicionar uma nova conta é novamente bem simples, você apenas escolhe
o protocolo que será usado, usuário, senha e apelido. São suportados o ICQ, AIM,
MSN, Yahoo, IRC e Jabber, além de protocolos mais incomuns como o TOC, Zephyr,
Gadu-Gadu e até o protocolo de conversação usado pelo antigo Napster. Uma das
grandes vantagens do Gaim é que você pode configurar várias contas e usar todas
simultaneamente, uma solução para quem usa ICQ, MSN e outros protocolos ao
mesmo tempo. A página do projeto é a http://gaim.sourceforge.net.
Kopete
Uma observação importante, que se aplica tanto ao Kopete quanto ao Gaim, é que
é sempre recomendável manter uma versão recente instalada. Os protocolos de
mensagem usados pelo ICQ e (principalmente) pelo MSN mudam com uma certa
freqüência, fazendo com que versões antigas dos programas comecem a apresentar
erros estranhos, ou simplesmente deixem de conectar na rede quando passa a ser
usada uma nova versão do protocolo.
Para instalar o Kopete use o "apt-get install kopete" (no Debian) ou "urpmi kopete"
(no Mandriva). Muitas distribuições já o trazem instalado por padrão.
Mercury
No site, existem duas versões Linux, a "With JVM" e a "Without JVM". A primeira é
bem maior, mas já vem com o Java incluído, fazendo com que a instalação seja
menos passível de problemas. Basta descompactar o arquivo e executar o
instalador que está dentro. Para usar o segundo arquivo, você deve ter o Java da
Sun instalado. Veja a dica sobre a instalação do Java no tópico sobre a instalação
de plugins no Firefox.
Para o Mercury 1709, o pacote com os arquivos do JMF pode ser baixado via
bittorrent, através do: http://download.mercury.to/torrents/JMF.torrent.
Sim
O Sim é outra opção interessante de mensageiro. Além de ser mais leve que o
Kopete, existem vários detalhes na interface que o deixam mais confortável de
usar.
No Sim é mostrada uma mensagem de texto no lado esquerdo da tela que some
depois de alguns segundos. Ela cumpre o papel de avisar sobre quem mandou a
mensagem, mas de uma forma que não perturba caso você esteja ocupado e
resolva ignorar o aviso.
A equipe do Sim tem feito um trabalho muito legal em implementar as sugestões, o
que tem atraído uma legião de usuários fiéis. O Sim oferece suporte ao ICQ, MSN e
outros protocolos. A principal deficiência é que você só pode usar um de cada vez.
A página é: http://sim-icq.sourceforge.net.
Amsn
O Amsn é um "clone" do MSN Messenger escrito em TK, uma biblioteca gráfica que
é muito usada em scripts, mas que não oferece tantos recursos quanto o Qt e o
GTK2 e não possui um visual muito bonito.
O visual default do Amsn é um pouco estranho, mas você pode ajustar as fontes e
cores a gosto nas preferências do programa. Você pode instalá-lo via apt-get (apt-
get install amsn). Existe ainda uma versão genérica, disponível no
http://amsn.sourceforge.net, que pode ser usada em diversas distribuições. Basta
descompactar o arquivo e executar o "amsn" dentro da pasta criada.
Skype
Naturalmente, além do Skype existem vários outros programas de VoIP for Linux.
Outro bastante usado é o GnomeMeeting, que também suporta o uso de webcam.
Ele utiliza o protocolo do antigo Netmeeting da Microsoft (sem compatibilidade com
o padrão usado pelo MSN), permitindo que você faça contato tanto com outros
amigos usando o GnomeMeeting, quanto com clientes Windows usando o
Netmeeting. Você pode instalar o GnomeMeeting via apt-get (apt-get install
gnomemeeting). A página oficial é a http://www.gnomemeeting.org/.
O Asterix está longe de ser uma solução fácil de usar, mas está crescendo
rapidamente, adotado na infra-estrutura de comunicação de inúmeras empresas.
Você pode encontrar mais informações no http://www.asterisk.org.
O suporte a formatos de vídeo e áudio já foi um problema no Linux. Mas, esta foi a
área que progrediu mais rápido nos últimos dois ou três anos, chegando a um
ponto em que muitos consideram mais fácil assistir a vídeos de formatos variados
no Linux do que no Windows.
Kaffeine
Um pequeno extra é que, ao abrir um MP3 ou outro formato de áudio, ele ativa um
plug-in de visualização, daqueles hipnóticos, algo parecido com o que o Media
Player do Windows faz.
Para ter um suporte completo a formatos de vídeo, você precisa ter instalado o
pacote w32codecs e para ter suporte a DVDs protegidos, o pacote libdvdcss2. Estes
dois pacotes são um pouco problemáticos do ponto de vista legal, pois o w32codecs
é composto por um conjunto de dlls do Windows, retiradas do Windows Media
Player e outros programas e executadas no Linux através da biblioteca do Wine
(incluída no pacote). O libdvdcss2 quebra o sistema de encriptação dos DVDs e é
proibido nos EUA (embora seja perfeitamente legal no Brasil e em outros países).
Estas restrições fazem com que ambos os pacotes não sejam incluídos diretamente
nas distribuições, embora você possa instalá-los manualmente sem muita
dificuldade.
Este repositório possui vários mirrors. Se o endereço principal estiver fora do ar,
você pode encontrar outros pesquisando por "debian-marillat" no Google. Um
exemplo é o:
O Mplayer é famoso por ter sido o primeiro player de vídeo "completo" para Linux,
capaz de exibir vídeos na maioria dos formatos e DVDs protegidos. Muito do que
existe hoje na área de suporte a formatos de vídeo e multimídia em geral, no
Linux, surgiu graças ao trabalho feito no Mplayer.
Ainda hoje ele é um dos players mais usados, embora não venha incluído por
padrão na maioria das distribuições, que preferem usar o Kaffeine, Totem e outros
players da família do Xine. O Kurumin traz o Mplayer pré-instalado, de forma que
as instruções de instalação se aplicam apenas a outras distribuições derivadas do
Debian, onde seja necessário instalar manualmente.
Clique com o botão direito sobre a janela principal e você verá as opções para abrir
vídeos, legendas, DVDs e VCDs:
Acessando o menu "Preferences", você tem acesso a mais algumas opções
importantes. No menu vídeo você escolhe o driver de vídeo que será usado. O
default é o X11, que funciona em todas as placas de vídeo e possui uma qualidade
de imagem muito boa. O problema é que o X11 é todo processado via software, por
isso também é o mais lento, principalmente ao ativar o modo de tela cheia.
A terceira opção é o xvidix que também oferece aceleração via hardware e uma
qualidade de imagem semelhante à do X11, mas em compensação é compatível
com menos placas. Finalmente, temos o xmga, o driver otimizado para placas
Matrox G200, G400, G450 e G550 e o dxr3, que ativa o suporte a placas dxr3,
vendidas em muitos kit's de DVD da Creative.
Na aba Misc você encontra mais algumas opções que podem melhorar a qualidade
ou desempenho do vídeo. Se você tem um processador muito rápido, ative o
"Enable postprocessing", assim os ciclos livres serão utilizados para melhorar a
qualidade da renderização dos vídeos em Divx.
Uma curiosidade é que existe também a opção de chamar o Mplayer via linha de
comando, mesmo a partir de um terminal de texto puro, usando o driver svga,
frame-buffer ou mesmo exibindo o vídeo usando caracteres de modo texto.
Algumas mini-distribuições, como por exemplo o emovix, utilizam estas opções
para exibirem vídeos mesmo sem ter o X instalado. Alguns exemplos de comandos
para assistir os vídeos a partir do modo texto são o "mplayer -vo svga filme.avi"
(usa o driver svga, que funciona na maioria das placas, exibindo o filme em tela
cheia) "mplayer -vo vesa filme.avi" (que funciona em algumas placas onde o
svga não roda), "mplayer -vo fbdev filme.avi" (usa frame-buffer, só funciona se
o frame buffer estiver ativo na configuração do lilo). Abra o arquivo /etc/lilo.conf e
procure pela linha "vga=" deixe em "vga=788" para 800x600 ou "vga=791" para
1024x768) e "mplayer -vo aa filme.avi" (a mais curiosa de todas exibe o filme
usando caracteres de texto. Dá um efeito interessante, mas a qualidade não é lá
essas coisas. O legal é que funciona mesmo usando um monitor CGA ;).
No manual você encontra as opções para ativar legendas, assistir DVDs, VCDs,
frameskipping, etc. ao usar o player de modo texto. São realmente muitas opções,
você pode dar uma garimpada no manual: man mplayer.
K3B
Por ser bastante intuitivo e possuir muitos recursos, o K3B se tornou rapidamente
uma espécie de programa padrão para gravação de CDs e DVDs no Linux. Ele
oferece uma interface bastante prática, com todas as opções para gravar CDs e
DVDs de dados, copiar CDs (incluindo uma função para clonar CDs e DVDs), ripar
CDs de música, ripar DVDs, converter músicas e vídeos em diversos formatos,
limpar CDs regraváveis e até mesmo gravar CDs mistos, onde são misturadas
faixas de áudio e dados, como nos CDs de alguns games. A página oficial é a:
http://k3b.org.
A interface lembra a do Nero, com as funções bem acessíveis. O ponto forte do K3B
é que ele tenta ser o mais intuitivo possível. Por exemplo, ao criar um CD de
música, você vai arrastando os arquivos de áudio para a janela de gravação. O K3B
se encarrega de converter arquivos em .mp3 ou .ogg para o formato nativo do CD
automaticamente, durante e gravação.
Existe funções do K3B incluídas no menu de contexto do KDE. Ao clicar com o botão
direito sobre uma pasta ou arquivo, aparece a opção de gravá-los num CD de
dados, dentro do menu "ações":
Caso o K3B exiba um erro, dizendo que não foi possível encontrar um driver
cdrdao, acesse as preferências em Configurações > Configurar K3B... >
Dispositivos e altere o "Driver cdrdao" para Generic-MMC (compatível com a
maioria dos drivers) ou um adequado ao seu gravador:
Uma opção mais antiga de gravação de CDs é o Xcdroast, um programa bem mais
simples, com menos funções que o K3B, mas por outro lado bastante robusto. Ele
pode ser instalado via apt-get (apt-get install xcdroast), ou encontrado no
http://www.xcdroast.org/.
eMovix
Muitos CDs com filmes em Divx que tenho visto ultimamente estão vindo com os
executáveis de algum player ou os codecs de alguma versão do Divx. Muitas
pessoas não possuem estes arquivos instalados, e não saberiam como exibir o filme
sem eles.
O Movix é uma mini distribuição que permite resolver este problema. Ao invés de
ficar adicionando executáveis no CD, você pode transformá-lo num CD bootável,
que inicializa em poucos segundos e já começa a exibir o arquivo automaticamente.
É algo parecido com o que temos no Kurumin, só que menor e otimizado para esta
tarefa específica.
O eMovix é uma variação dele, que possui apenas 8 MB e é usado para criar CDs
"híbridos". Ao abrir o CD no Windows, ou qualquer distribuição Linux, você vê um
CD "comum" com algum filme ou músicas dentro. A única pista de que o CD
contém algo a mais é uma pasta "movix" perdida no raiz. Porém, ao dar boot
através do CD, o eMovix automaticamente detecta o vídeo e placa de som e depois
de alguns segundos começa a exibir os arquivos de vídeo ou áudio que estão
dentro do CD sem que seja necessário fazer absolutamente nada. É uma solução
ideal para poder transportar seus filmes e músicas, sem se preocupar se o PC que
vai usar tem ou não os codecs necessários para exibi-lo e também para quando
você quiser mandar alguma coisa para aquele seu(ua) amigo(a) completamente
leigo(a) que não saberia o que fazer com o arquivo. É um exemplo de aplicação que
transforma o PC numa espécie de eletrodoméstico, que não precisa de muitas
instruções para ser usado.
Originalmente, criar CDs incluindo o eMovix era um processo trabalhoso, mas o K3B
oferece uma opção no menu "Arquivo > Novo Projeto", que automatiza o processo.
Clique no "Novo Projeto de DVD (ou CD) eMovix" e arraste os arquivos com os
filmes ou músicas que quiser, como se estivesse gravando um CD de dados normal.
Para que esta opção funcione, é necessário instalar o pacote com os arquivos do
eMovix. Ele pode ser instalado via apt-get, ou baixado manualmente no:
http://sourceforge.net/projects/movix/.
Enquanto escrevo, a versão mais recente é o arquivo "emovix_0.9.0-1_all.deb".
Depois de baixar o arquivo, instale-o com o comando:
# dpkg -i emovix_0.9.0-1_all.deb
Para usar legendas, inclua o arquivo junto com o filme no CD e ela será aberta
automaticamente. Existem duas pequenas regras aqui:
b) Todos os arquivos que serão exibidos devem ficar no raiz do CD-ROM. Arquivos
dentro de sub-pastas são ignorados pelo eMovix.
DVDrip
Ele é capaz de ripar tanto DVDs sem proteção, quanto títulos protegidos, utilizando
o libdvdcss2 que também deve estar instalado. Ele oferece vários filtros de cor e
som (ajuste de temperatura de cor, filtro de eliminação de ruído e assim por
diante) e é capaz de ripar também as legendas (tanto como arquivos separados
quanto mescladas com o filme).
Muitos destes pacotes fazem parte dos repositórios do Marillat (as duas linhas que
adicionamos no sources.list no tópico sobre o Kaffeine).
Amarok
A interface do Amarok possui muitas funções, por isso demora um pouco para se
acostumar com ele, mas o conjunto de todas as funções faz com que ele seja
atualmente um dos melhores programas da área, embora naturalmente não agrade
todo mundo. A grosso modo, a organização das músicas por artistas e por CD faz
sentido se a sua coleção de músicas realmente é composta predominantemente por
álbums completos, com as tags ID3 dos arquivos criadas corretamente. Se você
tem um monte de arquivos soltos, a coleção dentro do Amarok vira uma bagunça.
Justamente por ser um programa complexo, o Amarok possui uma grande lista de
dependências, que além da versão correspondente do KDE e vários plugins e
bibliotecas, incluem até o pacote "mysql-common", usado para criar a base de
dados local, onde ficam armazenadas as informações sobre as músicas. Isso faz
com que a facilidade de instalação dependa do fato de ele fazer parte ou não dos
pacotes incluídos na distribuição que está usando. No Debian Etch (testing), por
exemplo, você pode instalá-lo simplesmente usando o "apt-get install amarok". O
site oficial é o: http://amarok.kde.org/.
XMMS
O XMMS é um dos players de audio for Linux mais antigos. A primeira versão foi
lançada em 1997 e ele é até hoje o player mais popular. Ele não oferece tantos
recursos quanto o Amarok e está há vários anos numa fase de manutenção,
recebendo apenas pequenas melhorias. Ele oferece uma interface simples, similar à
do WinAMP, onde você adiciona algumas músicas na playlist e escuta, sem rodeios.
Existem alguns plugins, que permitem adicionar recursos extras, como vários tipos
de filtros de áudio e até suporte a alguns modelos de controle remoto (útil para
quem usa o PC como aparelho de som), mas o principal ponto positivo do XMMS é
justamente a simplicidade.
Kaudiocreator
Existem vários programas para ripar CDs de música no Linux, inclusive o próprio
Konqueror. Acessando o endereço "audiocd:/" na barra de endereços, ele exibe um
conjunto de pastas contendo várias opções de formatos para as músicas do CD.
Arrastando qualquer uma das pastas para o HD, o CD é ripado automaticamente, no
formato escolhido.
Para ripar as faixas bastam dois cliques: "Selecionar todas as faixas" e "Ripar faixas
selecionadas" (o botão com o ícone da engrenagem). Os arquivos gerados vão para
a pasta "mp3", dentro da pasta home, já convertidas em MP3 e divididas por artista
e disco. Você pode acompanhar o status da ripagem na aba "trabalhos":
Nas preferências você pode escolher o padrão de compressão dos arquivos. É
possível gerar arquivos MP3, Ogg, Flac ou arquivos Wav sem compressão.
Outra boa opção é o Grip, um programa especializado em ripar CDs, que permite
ripar os arquivos diretamente em MP3 e também serve como CD-player. Você pode
instalá-lo via apt-get (apt-get install grip).
Na tela principal, marque as faixas a serem ripadas clicando sobre elas com o botão
direito. Depois, acesse a aba "Extrair" e em seguida em "Extrair e Codificar" para
ripar direto em MP3 ou Ogg Vorbis ou em "Rip only" para extrair as faixas em
formato Wav. Assim como no caso do Kaudiocreator, as músicas são salvas na pasta
"mp3/", dentro da sua pasta home.
O default do Grip é encodar as músicas no formato Ogg Vorbis, não em MP3. O Ogg
é um formato de áudio com uma qualidade e capacidade de compressão
semelhantes à do MP3, mas que traz a vantagem de ser completamente aberto,
enquanto o MP3 é um formato proprietário, cuja patente pertence ao Instituto
Fraunhofer. Você pode alterar a configuração na "Configuração > Encode >
Codificador". Troque o "oggenc" (que gera arquivos .ogg) pelo "lame" (que gera
arquivos .mp3).
Audacity
Você pode instalar o audacity via apt-get (apt-get install audacity) ou baixá-lo
manualmente no http://audacity.sourceforge.net/download/linux. Ele não tem
muitas dependências externas, por isso é um programa bem fácil de instalar.
Ao começar a usar Linux, a maioria opta por conservar o Windows em dual boot, a
fim de ir se habituando gradualmente ao sistema, sem perder o acesso aos
programas e ao ambiente que está acostumado a usar. Com o passar do tempo,
alguns conseguem passar a usar apenas Linux, com algum sacrifício, enquanto
outros conservam o dual boot, perdendo tempo entre os resets.
Mas, hoje em dia existe uma opção muito mais interessante que o dual boot, que é
a possibilidade de manter o Windows instalado dentro de uma máquina virtual. Isso
permite rodar o Windows dentro de uma janela, usando simultaneamente os
aplicativos dos dois sistemas.
Todos os arquivos referentes à máquina virtual são salvos dentro de uma pasta, de
forma que você não precisa ter uma partição separada. Também é muito mais fácil
fazer backups e reinstalações, já que você só precisa salvar a pasta em outro lugar
e restaurá-la quando qualquer coisa der errado. Usando uma VM, você não precisa
mais perder tempo reinstalando o sistema cada vez que o Windows pegar vírus ou
começar a travar.
O grande problema do VMware era o fato de ser um software caro. Você podia se
cadastrar no site para obter um trial de 30 dias mas, para usá-lo definitivamente
(pelo menos legalmente), você precisava pagar US$ 199 pela versão completa.
Depois de instalado, você pode executá-lo usando o ícone criado no menu, ou via
terminal, usando o comando "vmplayer". Execute-o usando seu login de usuário; o
root só é necessário para a instalação.
Ao abrir, você só precisa indicar a pasta com a máquina virtual que será usada. Se
tiver memória RAM suficiente, você pode inclusive abrir duas ou mais instâncias
simultaneamente, cada uma rodando um sistema diferente.
Aqui chegamos ao primeiro problema: ainda não temos nenhuma máquina virtual
criada :). Você poderia voltar ao http://www.vmware.com e preencher o formulário
para baixar o trial do VMware Workstation, instalá-lo, usá-lo para criar as VMs e,
depois de 30 dias voltar a usar o VMplayer. A segunda opção é usar o próprio
Kurumin-EMU, que oferece a mesma opção de forma bem mais descomplicada.
Ao criar uma nova máquina virtual, você deve definir o sistema operacional que
será instalado, a quantidade de memória RAM que será reservada e o tamanho do
disco virtual.
Se você tem 512 MB, por exemplo, pode reservar 256 MB para a máquina virtual. O
sistema dentro da máquina virtual (chamado de guest) fica limitado a usar a
quantidade reservada, sem prejudicar o sistema principal.
No caso dos discos virtuais, o tamanho definido é apenas uma espécie de limite.
Inicialmente, o disco virtual é um arquivo vazio, que ocupa poucos kbytes. Dentro
da máquina virtual, o sistema guest pensa que está formatando e usando um HD de
verdade, mas todas as mudanças são mascaradas e feitas dentro do arquivo.
Conforme você instala o sistema e outros programas, o arquivo vai aumentando de
tamanho, até o limite definido. Enquanto ele não é atingido, o arquivo do disco
virtual ocupa um espaço equivalente à quantidade de espaço realmente ocupado.
Se você criou um disco virtual de 20 GB, mas apenas 2 GB estão em uso, você verá
um arquivo de apenas 2 GB dentro da pasta da máquina virtual.
Para configurar o "setup" da máquina virtual, pressione a tecla "F2" na tela inicial.
Nele você pode escolher entre dar boot pelo CD-ROM ou pelo HD, e até mesmo
acertar a hora do setup. A máquina virtual tem até mesmo um relógio de CMOS
próprio! :-).
Você pode tanto usar um CD-ROM físico, dentro do drive, quanto usar diretamente
um arquivo ISO, útil para testar outras distribuições Linux sem precisar queimar o
CD. Isso é definido dentro da configuração da máquina virtual:
Depois de instalar o sistema, vem outro passo importante, que é instalar o VMware
Tools, um conjunto de drivers que faz o sistema guest rodar com um melhor
desempenho e de forma mais transparente, sobretudo com relação ao vídeo. Isso é
necessário, pois, de dentro da máquina virtual, o sistema guest não enxerga o
hardware real da sua máquina, mas sim um conjunto de dispositivos virtuais criados
por ele. É por isso que você pode usar a mesma VM em vários micros diferentes,
sem precisar ficar instalando drivers nem modificando o sistema guest.
Outra grande vantagem em instalar o VMware Tools é que o mouse não fica mais
"preso" dentro da janela da VM (normalmente você clica na janela para usar a VM e
pressiona Ctrl+Alt para liberar o mouse), o cursor passa a movimentar-se
livremente, como se a máquina virtual fosse apenas mais uma janela.
Ao usar o VMware Workstation, você pode instalar o VMware Tools dando um boot
na máquina virtual e usando a opção "Settings > VMware Tools Install". Isso simula
a inserção de um CD-ROM dentro da máquina virtual, o que (no Windows) faz com
que o instalador seja aberto automaticamente. O VMware Tools é simplesmente um
conjunto de drivers, instalado de forma rápida.
Naturalmente, também é possível instalar o VMware Tools manualmente. Aqui vai o
caminho das pedras:
Para instalar o VMware Tools no Windows, basta dar boot na VM e abrir o programa
de instalação dentro do CD. Ele detecta a versão do Windows em uso e instala os
drivers adequados.
Será aberto um instalador em modo texto, bem similar ao usado para instalar o
VMware Player. Confirme as pastas de instalação e no final escolha a resolução de
vídeo que deseja usar. Ele oferece instruções para usar um driver de rede
alternativo, mas você não precisa se preocupar com isso, pois a rede virtual do
VMware é bem suportada no Linux. O mais importante é o novo driver de vídeo, que
é muito mais rápido e não prende o cursor do mouse.
Ao instalar o Kurumin como guest dentro da máquina virtual, você pode usar o
script "instalar-vmware-tools", que automatiza o processo.
Este mesmo recurso funciona também com impressoras, scanners, palms e outros
dispositivos USB, que podem ser usados dentro da máquinas virtual, mesmo que
não estejam configurados no Linux. O VMware Player simplesmente permite que o
sistema guest acesse diretamente o dispositivo.
Note que este recurso só funciona com periféricos USB. Não adianta tentar usar o
Windows dentro da VM para ativar seu softmodem que não possui suporte no Linux,
pois o VMware não oferece acesso direto a dispositivos PCI.
Uma última dica é que o vmplayer pode ser chamado via linha de comando,
carregando diretamente a máquina virtual desejada. Basta indicar o arquivo .vmx
dentro da pasta, como em:
$ vmplayer /mnt/hda6/winxp/VM.vmx
Isto permite criar ícones no desktop, ou até mesmo fazer que uma determinada
máquina virtual seja aberta automaticamente durante a inicialização do KDE. Neste
caso você só precisa colocar o ícone com o comando dentro da pasta
".kde/Autostart", dentro do seu diretório home.
Usando o Wine
Enquanto o VMware cria um ambiente virtual, que permite executar uma cópia do
Windows e rodar os programas sobre ela, o Wine usa uma abordagem mais direta:
simplesmente rodar os programas diretamente.
Até então, mudanças estruturais aconteciam a cada novo release, fazendo com que
muitos programas que rodavam em uma versão não funcionassem mais na
seguinte. Isso dificultava muito o uso do wine, pois a única forma de ter certeza que
um determinado software iria funcionar seria usar a mesma versão e distribuição
que o autor da dica estava usando. Você pode ver mais detalhes sobre esta fase
negra neste tutorial que publiquei no Guia do Hardware:
http://www.guiadohardware.net/tutoriais/098/.
A entrada no estágio beta indicou que o software passou a ser muito mais estável e
previsível, fazendo com que as novas versões simplesmente incluam novos
recursos, e não novos problemas. Vale lembrar que mesmo em estágio alpha, o
Wine já rodava uma quantidade muito grande de aplicativos, como o Office,
AutoCAD, Photoshop, IE, Lotus Notes e um sem número de pequenos programas.
Daqui pra frente a lista tende a aumentar.
Note que o Wine não é perfeito. Mesmo programas que são considerados
compatíveis rodam muitas vezes com pequenos defeitos ou pequenas diferenças
em relação ao Windows e muitos programas simplesmente não rodam.
O melhor lugar para baixar a última versão do Wine é na própria página do projeto,
onde você encontra pacotes para várias distribuições:
http://www.winehq.org/site/download.
# Wine
deb http://wine.sourceforge.net/apt/ binary/
$ winecfg
Dentro do painel de configuração, clique em "Drives > Autodect", isso faz o winecfg
criar a configuração que permite que os programas Windows acessem arquivos
dentro do seu diretório home e em outras pastas do sistema. O diretório home é
geralmente visto dentro dos programas Windows com o drive "H:" e o diretório raiz
aparece como o drive "Z:", mas isso pode variar de acordo com a configuração da
sua máquina.
Na aba "Applications" você pode escolher qual versão do Windows será simulada. A
maior parte dos programas roda melhor escolhendo "Windows 98", que é a opção
recomendada. Mas, alguns programas só instalam no Windows 2000 ou XP. Nestes
casos, você pode experimentar abrir novamente o winecfg e trocar a versão.
Se você pretende usar o som dentro dos aplicativos Windows, acesse a aba "Audio"
e marque a opção "Alsa", no lugar do "OSS" que vem marcado por padrão. Se
preferir desativar o som, basta desmarcar ambas as opções.
http://download.microsoft.com/msdownload/dcom/98/x86/en/dcom98.exe
$ wine dcom98.exe
Você pode associar os arquivos ".exe" com o Wine no Konqueror, de forma a
executá-los simplesmente clicando sobre eles no gerenciador de arquivos.
Para isso, clique com o botão direito sobre um arquivo ".exe" qualquer. Nas
propriedades, acesse a opção "Abrir Com" e, no campo para indicar o programa,
escreva "wine" e marque a opção "Lembrar da associação de aplicativo para este
arquivo":
A partir daí, ao clicar sobre qualquer executável do Windows, ele será executado
automaticamente através do Wine.
Para evitar essa possibilidade, você pode executar o Wine usando um usuário
separado. Crie um novo usuário usando o "adduser" ou o "users-admin" e use o
"sux" ou o "su" para logar-se como ele, como em:
$ sux joao
O DVDShrink é um dos programas mais simples de usar. Ele extrai o vídeo, junto
com legendas, menus e faixas de áudio do DVD original e comprime (caso
necessário) de forma que possa ser gravado numa única mídia DVD+R ou DVD-R.
Isso permite inclusive fazer backup de DVDs dual-layer numa única mídia, embora
com uma pequena perda de qualidade. Você pode também remover as faixas extras
de áudio, extras e outros recursos, de forma a deixar mais espaço para o filme.
O único problema é que ele é um programa Windows, um detalhe que o Wine ajuda
a resolver.
O primeiro passo é instalar os pacotes libwine e wine, como vimos a pouco. Ao rodar
o winecfg, não se esqueça de detectar os drives da máquina, clicando no "Drives >
Autodetect". Você precisa ter instalado também o pacote "libdvdcss2", disponível
via apt-get no repositório Marillat ou via urpmi no plf.
$ unzip dvdshrink32setup.zip
$ wine dvdshrink32setup.exe
Aproveite para instalar também o DVD Decrypter, que permite quebrar sistemas
diversos de proteção, gerando um arquivo .iso que pode ser posteriormente
processado através do DVDShrink:
http://www.mrbass.org/dvdrip/SetupDVDDecrypter_3.5.4.0.exe.
Nas versões anteriores do Wine, era necessário copiar manualmente algumas dlls
para dentro da pasta ".wine/drive_c/Windows/System" e criar um link para o CD-
ROM dentro da pasta ".wine/dosdevices", mas atualmente nada disso é necessário.
Basta instala-lo diretamente.
Outra melhoria do Wine 0.98 sobre as versões anteriores é que agora são criados
(corretamente) ícones no desktop para os aplicativos instalados através do Wine.
Isso torna o uso muito mais confortável, pois basta clicar no ícone, como no
Windows.
De qualquer forma, se você tem algum problema pessoal com eles, nada impede
que execute os programas instalados da forma antiga, especificando o executável e
caminho de instalação, como em:
Veja que nas versões recentes, o Wine usa a pasta ".wine/drive_c" como drive C:, ao
invés da ".wine/fake_windows", usada nas primeiras versões.
Para que qualquer aplicativo executado via Wine consiga acessar o DVD ou CD-ROM
no drive, é preciso que ele esteja montado. Ao usar uma distribuição que não faça
isso automaticamente via automount, monte-o usando o ícone no desktop, ou o
tradicional:
$ mount /mnt/cdrom
Uma coisa que me chamou a atenção ao rodar o DVDShrink pela primeira vez foi
definir a região do meu drive de DVD. No Linux, não importa para qual região seu
drive está ajustado, pois os aplicativos lêem o disco usando o libdvdcss2, que
decodifica o filme diretamente, sem utilizar o chip decodificador incluído no drive.
É por isso que usei meu drive por meses, sem sequer perceber que ele não estava
com a região definida:
Ao abrir, clique no botão "Open Disk" para que ele leia o DVD no drive. Se neste
ponto você receber uma mensagem de erro "Failed to open file \d:", abra as
permissões do "/dev/cdrom" e do dispositivo do seu drive de DVD, como "/dev/hdc"
ou "/dev/hdd", usando o comando chmod, de forma que o Wine tenha permissão
para acessar o disco:
No caso de DVDs com algum dos sistemas de proteção recentes (onde o DVD Shrink
reporta um erro similar), existe a possibilidade de usar o Mplayer para quebrar a
proteção, permitindo que o DVD Shrink acesse o DVD já sem a proteção ativa. Para
isso, você precisa ter o Mplayer instalado, junto com o pacote libdvdcss.
Com o DVD no drive, chame o Mplayer (via linha de comando), como se fosse
assistir o DVD:
$ mplayer dvd://1
Ao clicar no "Backup!" você tem a tela final, onde você escolhe em qual pasta salvar
o arquivo final (é preciso ter pelo menos 4.4 GB livres) e mais algumas opções
relacionadas à qualidade do arquivo gerado. No meu caso, estou salvando no
"drive" E:, que corresponde à pasta "/mnt/hda6" no Linux.
Depois de extraídos os arquivos, falta gravar o DVD, usando o K3B. Crie um "Novo
Projeto de DVD de Vídeo", arraste os arquivos das pastas "AUDIO_TS" e "VIDEO_TS"
(de dentro da pasta gerada) para dentro do projeto e clique no "Queimar". Note que
a pasta "AUDIO_TS" fica vazia quando você desmarca as faixas de áudio extras.
Se você prefere utilizar um programa nativo, experimente o k9copy, que embora
não seja tão completo quanto o DVDShrink, é bem simples de usar e oferece os
recursos mais básicos. A página do projeto é a http://k9copy.free.fr/ e você pode
instala-lo via apt-get através do pacote "k9copy", disponível no repositório Marillat.