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A Arte de Resolver Problemas

Profa. Denise de Sena Pinho


Profa. Rejane Conceição S. da Silva

A resolução de problemas é uma estratégia didática/metodológica significativa


no Ensino Fundamental, permitindo o desenvolvimento intelectual do aluno. Dessa
forma, o estudante pode colocar-se diante de questionamentos elaborando soluções
criativas e interessantes para questões do seu dia a dia.

Você gosta de resolver


problemas?
Então visite o ambiente
virtual.
http://cmup.fc.up.pt/cmu
p/polya/polya_home.html

Classificação de Problemas

Existem na literatura diversas formas de classificar problemas, tomamos como


referência a tipificação defendida por Charles e Lester (1984), in Borralho como um
dos instrumentos para seleção de problemas:

1) Problemas de um passo que podem ser resolvidos com a aplicação


direta das operações básicas de aritméticas.
2) Problemas de dois ou mais passos que podem ser resolvidos pela
aplicação direta das operações básicas, mas envolvendo duas ou ou mais
delas.
3) Problemas- processo que não podem ser resolvidos utilizando-se
processos mecânicos, mas utilizando-se uma ou mais estratégias de resolução:
problemas não rotineiros.
4) Problemas de aplicação que, muitas vezes, admitem mais de uma
solução e não são resolvidos pela utilização de uma ou mais operação e de uma
ou mais estratégia de resolução.
5) Problemas tipo puzzle que podem suscitar o interesses e hábito de
olhar para eles sob diversos pontos de vistas diferentes.
Estágio na resolução de Problemas

Assim como na classificação há várias pesquisas que foram realizadas


para analisar o processo de pensamento, procurando determinar fases ou estágio. Em
seu livro “How to Solve” Polya, como professor de matemática, baseado em suas
observações propões o seguinte :

Para saber mais sobre Resolução de


Problemas segundo Polya:
http://www.mat.ufrgs.br/~portosil/resu.h
tml#topo

1) Compreender o problema – Analisar o detalhadamente o enunciado


até encontrar, com precisão, quais são os dados e a sua condição. Nessa fase,
tenta-se perceber claramente o que é necessário, isto é, trabalhar para o fim
que se deseja. Ou seja, determinar:
a ) o que se pede no problema?
b) Quais são os dados e as condições do problema?
c) É possível fazer uma figura, um esquema ou um diagrama?
d) É possível estimar a resposta?

2) Conceber um plano – tentar, usando a experiência passada,


encontrar um plano de ação, um método de solução. Isso pode acontecer
gradualmente, ou, então, após várias tentativas. Ou seja:

a) Qual é plano para resolver o problema?


b) Que estratégia pode-se tentar desenvolver?
c) Lembrar de um problema semelhante que pode ajudar a resolver
este.
d) Tentar resolver o problema por partes.

3) Executar o plano – Experimentar o plano de solução passo a passo.


O plano proporciona apenas um roteiro geral. É preciso examinar e executar os
detalhes um a um até que tudo fique perfeitamente claro. Ou seja:
a ) Executar o plano elaborado, verificando-o passo a passo.
b) Efetuar todos os cálculos, indicados no plano.
c) Executar todas as estratégias pensadas para resolver o mesmo problema.

4) Examinar a solução encontrada – Checar o resultado por outros


caminhos. Efetuar uma revisão crítica do trabalho realizado checando o
resultado e o raciocínio utilizado. Ou seja:

a) Examinar se a solução obtida está correta.


b) Existe outra maneira de resolver o problema?
c) É possível usar este método para resolver outros problemas?
Outros modelos foram elaborados, mas baseados no modelo de Polya, como por
exemplo, as fases propostas por Lester (1980) e por Hayes (1981), conforme citados
por
Borralho.

Exemplos de Problemas Matemáticos

Problema 1: (Adaptado de DANTE, 2004, p.38) A maior parte da


superfície do planeta é coberta por água.
No entanto, mais de 2 bilhões de pessoas no mundo sofrem com escassez
deste líquido.
Você sabia que cerca de ¾ da superfície do globo terrestre são ocupados
por água? O Pacífico é o maior de todos os oceanos e ocupa ⅓ da superfície do globo
terrestre?
Com base nas informações dadas acima, responda:
a) Que fração indica a parte da superfície do globo terrestre que não é
coberta por água?
b) Considerando a superfície do globo terrestre com aproximadamente
510 milhões e 100 mil km2, calcule a área aproximada coberta por água e a área
aproximada do Oceano Pacífico.
c) Sabendo-se que do total de água do planeta, apenas 0,09% está
acessível ao consumo humano (água de rios, lagos e chuva), calcule a área (em km2)
correspondente a esta porcentagem.
Resp.: a) ¼ b) 3/4 de 510.100.00 = 382.575.000 km2 e ⅓ de 510.100.000 =
170.033.333 km2
c) 344.317,5 km2
Problema 2: (ENEM 2004) No verão de 2000 foram realizadas, para análise,
duas coletas do lixo deixado pelos frequentadores em uma praia no litoral brasileiro.
O lixo foi pesado, separado e classificado. Os resultados das coletas feitas estão no
quadro a seguir.

DADOS OBTIDOS (em área de cerca de 1900 m2)


COLETA DE 1ª coleta 2ª coleta
LIXO
PESO TOTAL 8,3 Kg 3,2 Kg
Itens de 399 (86,4%) 174 ( 88,8%)
Plástico
Itens de Vidro 10 (2,1% ) 03 (1,6%)
Itens de Metal 14 (3,0%) 07(3,6%)
Itens de Papel 17 (3,7%) 06 (3,0%)
Nº DE 270 80
PESSOAS NA PRAIA

Adaptado de Ciência Hoje

Embora fosse grande a venda de bebidas em latas nessa praia, não se


encontrou a quantidade esperada dessas embalagens no lixo coletado, o que foi
atribuído a existência de um bom mercado para a reciclagem de alumínio.
Considerada essa hipótese, para reduzir o lixo nessa praia, a iniciativa que mais
diretamente atende a variedade de interesses envolvidos, respeitando a preservação
ambiental, seria:

a)proibir o consumo de bebidas e de outros alimentos nas praias.


b)realizar a coleta de lixo somente no período noturno.
c)proibir a comercialização apenas de produtos com embalagem.
d)substituir a reciclagem de plástico por embalagens de vidro.
e) incentivar a reciclagem de plástico, estimulando seu recolhimento.
Resp.: item e

Referências Bibliográficas

BORRALHO, A.M.A Aspectos metacognitivos na resolução de problemas


de matemática: proposta de um programa de intervenção. Portugal, Associação
dos Professores de Matemática, 1990, p.75.

DANTE, Luiz Roberto. Matemática: 1ª série. 1a edição. São Paulo: Ática,


2004.

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