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Já se foi o tempo em que havia um sexo frágil.

Nesta era da modernidade,


homens e mulheres, meninos e meninas, rapazes e moças estão cada vez
mais parecidos em termos comportamentais. E o pior é que as garotas estão
reproduzindo atitudes antes restritas ao universo dos rapazes, como a
agressividade, a impetuosidade sexual e o abuso no uso do álcool. Por isso
mesmo, especialistas como o pastor e educador cristão James Dobson andam
preocupados. Tendo dedicado sua vida à família – não apenas à sua própria,
mas no sentido mais amplo do termo, a ponto de fazer disso seu ministério –,
ele tem muito o que ensinar. E a aprender, também. Tanto, que se diz cada
vez mais surpreso com o comportamento das garotas. "Em idade escolar,
muitas já usam roupas provocantes, colocam piercings e se envolvem com
álcool e drogas", diz. Basta olhar à volta para perceber como tem razão.

(...)

O surgimento do feminismo tornou mais difícil a educação das


meninas para os pais?Nunca houve um momento em que foi fácil criar os
filhos, mas hoje é mais difícil. As meninas de hoje são muito experientes se
as compararmos com a geração de suas avós. A cultura mudou totalmente.
As meninas estão crescendo muito rápido. As influências exercidas pela
indústria da moda e do entretenimento são muito grandes. Recentemente,
um fabricante de roupas lançou biquínis com sutiãs acolchoados para
meninas com 7 anos de idade. Em idade escolar, muitas já usam roupas
provocantes, colocam piercings e se envolvem com álcool e drogas. Elas já
igualam os meninos no consumo exagerado do álcool e há um nível elevado
de violência entre elas. Isso as impulsiona muito cedo para uma experiência
adolescente e as induz a pensar sobre sexualidade em idade precoce,
criando uma enorme pressão.

Em seu livro, o senhor escreve sobre mulheres famosas que dizem


lutar com a autoestima. No entanto, estamos em uma cultura que
também promove material de autoajuda. Como estimular alguém a
manter a autoestima elevada sem resvalar no narcisismo?
Minha preocupação é o modelo que a indústria do entretenimento impõe.
Vivemos em um sistema de valor que mede o ser humano a partir da beleza.
Meninas em sua adolescência, no ensino médio, estão atravessando a
puberdade, e essa fase traz naturalmente acnes e corpos desengonçados.
Mas elas olham para modelos como Britney Spears, Paris Hilton e Lindsay
Lohan. Se ousarem estar um pouco acima do peso – não muito, mas apenas
levemente acima –, ouvem falar disso o dia todo. Isso entristece o coração e
a dignidade de uma garota que só quer ser uma princesa e ser amada por
alguém. Se o pai não está envolvido com esta situação, se ele não a aceita,
não a ama, não diz que ela é bonita e não põe o braço em torno dela, se não
lhe dá atenção, muitas vezes ela olha para outro lado. A única coisa que terá
a oferecer é a sua sexualidade e pensará que, usando-a como forma de
atração, será amada.

Existem estereótipos nocivos e que não deveriam ser reforçados?


Sim. Nos últimos anos – e talvez isto seja um produto do movimento
feminista –, as meninas têm sentido a necessidade de imitar os meninos,
mesmo os meninos predadores. Eles são resistentes, grosseiros, brutos,
profanos e sexualmente agressivos. Muitas vezes, as garotas são as únicas a
tomar a iniciativa em direção aos meninos, o que tira a necessidade destes
de serem os iniciadores. Tal característica tem extrapolado esse movimento
relacionado com alguns ideais feministas que são prejudiciais às meninas.
Elas são mais vulneráveis, se ferem mais facilmente e são sensíveis de
muitas maneiras. Por isso, é tão importante que os pais orientem suas filhas,
construindo a compreensão de sua identidade e ajudando-as a lidar com a
cultura.

Como sugere que os pais lidem com as atividades de seus filhos em


sites de relacionamento como o Facebook e o Twitter?
Os pais têm que conhecer a tecnologia que seus filhos estão usando. A
pornografia está generalizada e os pais precisam acompanhar os processos
virtuais que a trazem para dentro de casa, e assim proteger seus filhos. Essa
é uma tarefa difícil, porque as crianças estão à frente deles. Os pais, muitas
vezes, têm carreiras extremamente exigentes e, quando chegam em casa,
não possuem mais nada a oferecer. É por isso que digo que a cultura, muitas
vezes, nos leva para o inferno.

FONTE: http://guiame.com.br/v4/53344-1695-Pastor-americano-diz-que-
educar-meninas-mais-dif-cil-hoje.html

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