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Instrução Técnica nº 23/2011 - Sistemas de chuveiros automáticos 513

SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Corpo de Bombeiros

INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 23/2015

Sistemas de chuveiros automáticos

SUMÁRIO ANEXOS

1 Objetivo A Passos básicos para cálculos hidráulicos de chuveiros


automáticos
2 Aplicação
B Sinalização do registro de recalque do sistema de
3 Referências normativas e bibliográficas chuveiros automáticos
4 Definições

5 Procedimentos

Texto para consulta pública - 2015

Legenda

Em VERMELHO: novo texto proposto

Em PRETO: texto excluído

Atualizada pela Portaria nº CCB ***/***/**** publicada no Diário Oficial do Estado, nº * * * , de ** de ******* de ****.
514 Regulamento de segurança contra incêndio das edificações e áreas de risco do Estado de São Paulo
Instrução Técnica nº 23/2011 - Sistemas de chuveiros automáticos 515

1 OBJETIVO 5.4 Nas edificações existentes, onde não exista exigência do


sistema de chuveiros automáticos ou quando este for propos-
Adequar o texto da norma NBR 10.897/07 – Sistemas de to como solução técnica alternativa, pode ser utilizada a ins-
proteção contra incêndio por chuveiro automático da ABNT, talação parcial, atendendo-se às demais exigências previs-
para aplicação na análise e vistoria de projetos/processos tas nas normas técnicas oficiais.
submetidos ao Corpo de Bombeiros, atendendo ao previsto
5.5 A critério do projetista, a instalação de chuveiros auto-
no Decreto Estadual nº56.819/11 – Regulamento de
máticos em casa de máquinas, subestações, casa de bom-
segurança contra incêndio das edificações e áreas de
bas de incêndio, sala de gerador e similares onde haja exclu-
risco do Estado de São Paulo.
sivamente equipamentos elétricos energizados, pode ser
substituída pela instalação de detectores, ligados ao sistema
2 APLICAÇÃO
de alarme do prédio ou ao alarme do sistema de chuveiros
2.1 Esta Instrução Técnica (IT) aplica-se a todas as edificações automáticos.
onde é exigida a instalação de chuveiros automáticos, de
acordo com as Tabelas 6B a 6M.3 do Decreto Estadual 5.6 A substituição prevista no item 5.5 fica limitada a compar-
nº 56.819/11. timentos com área máxima de 200 m².
5.6.1 Aplicam-se os mesmos critérios para os CPD localiza-
2.2 Adotam-se a NBR 10.897 – Sistemas de proteção
dos no interior das edificações, sendo que os compartimen-
contra incêndio por chuveiro automático, com as
tos ficam com área máxima limitada a 40 m² desde que exista
adequações constantes no item 5 desta IT.
compartimentação entre CPD e os ambientes adjacentes.
2.3 Nos locais destinados a depósito deve ser aplicada
a IT 24/11 – Sistemas de chuveiros automáticos para áreas 5.7 Nos casos de edificações com ocupação mista, a reserva
de depósitos. de incêndio deve ser calculada em função da vazão de risco
mais grave e do tempo de funcionamento do risco predomi-
3 REFERÊNCIAS NORMATIVAS E nante.
BIBLIOGRÁFICAS
5.8 O dimensionamento do sistema deve ser feito por cálculo
NFPA 13 - Standard for the Installation of Sprinkler Systems. hidráulico.
Data Sheet 3-26 da FM Global. 5.8.1 O dimensionamento por tabelas pode ser utilizado nas
situações de ampliação ou modificações de sistemas exis-
4 DEFINIÇÕES tentes calculados por tabela.
Aplicam-se as definições constantes da IT 03/11 –
5.9 Nos casos em que hidrantes e mangotinhos sejam insta-
Terminolo- gia de segurança contra incêndio.
lados em conjunto com o sistema de chuveiros automáticos,
as vazões e pressões mínimas exigidas na IT 22/11 - Siste-
5 PROCEDIMENTOS
mas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incên-
5.1 Os sistemas de proteção por chuveiros automáticos dio, devem ser garantidas, sendo somadas as reservas efeti-
de- vem ser elaborados de acordo com critérios vas de água para o combate a incêndios, atendendo aos
estabelecidos em normas técnicas brasileiras, sendo aceita requisitos técnicos previstos nas normas técnicas oficiais.
a norma NFPA 13 da National Fire Protection Association,
5.10 Nas edificações elevadas, constituídas de múltiplos
se o assunto não for por elas contemplado. A classificação
pavimentos, serão aceitos os limites d e á r e a m á x i m a
do risco, área de operação, tabelas e demais parâmetros
máximos prevista na NBR 10897 para cada válvula de
técnicos devem seguir os critérios contidos nas normas
governo e alarme, sendo que após a instalação de pelo
técnicas.
menos uma, no pavimento mais baixo, para cada limite de
5.2 Para fins de apresentação junto ao Corpo de área atendida, nos demais pavimentos conter ape- nas as
Bombeiros, deve ser elaborado um projeto técnico com chaves de fluxo secundárias, ficando sob o controle da
simbologia atendendo ao contido na IT 03/11 - respectiva válvula de governo e alarme deverão ser
Terminologia de segurança contra incêndio, devendo ser previstos comandos secundários (Conexão setorial de dreno,
apresentado o projeto preliminar, de acordo com as normas ensaio e alarme) nas respectivas prumadas de cada válvula
técnicas, contendo o esquema isométrico da área de de governo e alarme.
operação e caminhamento da tubulação até o
5.10.1 Caso a reserva e bomba sejam elevadas, não há
abastecimento de água.
necessidade de previsão de Válvula de Governo e Alarme
5.2.1 O projeto executivo do sistema de chuveiros automáti- (VGA) na prumada principal, mantendo-se as Válvulas de
cos não necessita ser encaminhado para análise junto Comando Secundário nos pavimentos.
ao Corpo de Bombeiros, mas deve estar à disposição
5.11 Quando não houver necessidade da instalação de mais
na edificação para suprir possíveis dúvidas do agente
do que uma válvula de governo e sendo a reserva efetiva,
vistoriador.
situada acima do pavimento mais elevado, a instalação desta
válvula de governo pode ser dispensada, substituindo-se por
5.3 Nas edificações onde houver exigência da instalação
válvula de retenção instalada na expedição da bomba e cha-
do sistema de chuveiros automáticos, deve-se atender a toda
ve de fluxo para acionamento do alarme, de modo que aten-
área de edificação, podendo, a critério do projetista, deixar de
da às funções da válvula de governo e alarme.
abranger a casa do zelador, quando localizada na
cobertura.
516 Regulamento de segurança contra incêndio das edificações e áreas de risco do Estado de São Paulo

5.12 O gongo hidráulico, normalmente presente nas 5.21 No sistema de coleta pneumática de resíduos sólidos,
válvulas de governo e alarme, pode ser substituído pelo as salas técnicas de transição e as salas terminais (central
alarme elétrico, interligando a mesma ao sistema de de coleta), devem possuir sistema de chuveiros
alarme principal da edificação, de forma a avisar quando automáticos, podendo estar interligado com a rede de
passar água no sistema a partir do funcionamento de um hidrantes da edificação.
único chuveiro. 5.22 Deve haver, por ocasião da primeira vistoria de
5.12.1 O circuito do alarme de que trata este item deve edificações dotadas de sistema de chuveiros automáticos,
ser supervisionado. comissionamento do sistema conforme anexo “C” da NBR
10.897.
5.13 O registro de recalque para chuveiros automáticos 5.23 Em salas pequenas de risco leve, com teto
deve conter sinalização e indicação claras, de forma a ser desobstruído e área de piso de no máximo 75m², fechada
diferenciado do recalque do sistema de hidrantes, de por paredes e teto incombustíveis, os chuveiros podem ser
acordo com o Anexo B desta IT. posicionados a até 2,70 m de qualquer parede, desde que
toda área da sala esteja protegida, e que sejam atendidas as
5.14 Não são aceitas placas de orifício para
limitações de espaçamento e áreas máximas de cobertura
balanceamento do sistema de chuveiros automáticos.
por chuveiro automático previstas na NBR 10.897.
5.15 Quando for necessária a redução de pressão, em 5.24 Sistema de proteção por chuveiros automáticos para
siste- mas conjugados ou não, devem ser utilizadas edificações sem armazenagem de tetos/telhados altos.
válvulas redu- toras de pressão, aprovadas para o uso
5.24.1 As áreas de cobertura máxima por chuveiro
em instalações de proteção contra incêndios.
automático, e os espaçamentos máximos e mínimos entre
5.16 Nos locais com forros combustíveis, os chuveiros chuveiros automáticos, e entre chuveiros automáticos e
auto- máticos devem ser instalados acima para proteção obstruções, seguem os parâmetros da NBR 10.897.
do espa- ço entre-forro. 5.24.2 Os Critérios de proteção em áreas não utilizadas
para armazenagem com tetos/telhados altos, devem seguir
5.17 Quando houver forros incombustíveis, os chuveiros os seguintes parâmetros:
automáticos devem ser instalados para proteção do
espaço entre-forro somente se houver carga de incêndio.

5.17.1 As eletrocalhas fechadas não caracterizam carga


de incêndio para os critérios de proteção estabelecidas
neste item.
5.18 Serão isentos do Sistema de Chuveiros Automáticos
as varandas permanentemente abertas, desde que não
possua material combustível armazenado.
5.18.1 O material de acabamento e revestimento das
varandas deverá ser incombustível.
5.18.2 Deverá ser apresentado um Termo de
Compromisso, onde seja declarado pelo responsável pelo
uso das salas, que não será realizado nenhum fechamento
parcial ou total nas aberturas das varandas, nem alteradas
as características construtivas.
5.19 O chuveiro automático de janela poderá ser utilizado
de maneira suplementar, ou seja, sem substituir a
compartimentação de área ou outra medida de segurança
contra incêndio, caso seja utilizado em vidros de
segurança comuns (laminados, temperados, ou
aramados).
5.19.1 O chuveiro automático de janela poderá ser
utilizado de maneira a substituir a compartimentação de
área, caso seja utilizado em vidros para chama, desde que
se comprove a resistência mecânica, estanqueidade e
isolamento térmico para o tempo exigido, e desde que haja
sistema de chuveiros automáticos instalado em toda
edificação.
5.20 As edificações de “comércio atacadista”, que
possuam armazenamento superior a 3,70 metros de altura,
devem ser enquadradas como risco misto (comércio e
depósito), sendo as medidas de segurança contra incêndio
determinadas conforme o maior rigor para o edifício como
um todo, e o dimensionamento do sistema de chuveiros
automáticos deve ser feito de acordo com a IT 24.
Instrução Técnica nº 23/2011 - Sistemas de chuveiros automáticos 517

½
Tabela 1 – Fatores K (L/min/bar ) mínimos permitidos por categoria de risco
Altura de Teto (m)
Categoria de Risco Altura de teto entre 9 e
Altura de teto até 9 m Altura de teto acima de 18 m
18 m
½ ½ ½
80 ou 80EC(L/min/bar ) 115(L/min/bar ) 360 ou 360EC(L/min/bar )
Leve ½ ½ ½
5,6(gpm/psi ) 8,0(gpm/psi ) 25,2(gpm/psi )
115 ou ½ ½
Ordinário ½ 115(L/min/bar ) 360 ou 360EC(L/min/bar )
115EC(L/min/bar ) ½ ½
Grupo 1 e 2 ½ 8,0(gpm/psi ) 25,2(gpm/psi )
8,0(gpm/psi )
160 ou ½ ½
Extraordinário ½ 160(L/min/bar ) 360 ou 360EC(L/min/bar )
160EC(L/min/bar ) ½ ½
Grupo 1 e 2 ½ 11,2(gpm/psi ) 25,2(gpm/psi )
11,2(gpm/psi )
Nota: Chuveiro de Cobertura Estendida (EC).

Tabela 2 – Demanda de sistemas de chuveiros automáticos de cobertura padrão para áreas com tetos de até 18 m de
altura
Altura do Teto até 9 m Altura do Teto de 9 a 13,5 m Altura do Teto de 13,5 a 18 m
Categoria Densidade Área de Densidade Área de Densidade Área de
de (L/min/m²) Operação (m²) (L/min/m²) Operação (m²) (L/min/m²) Operação (m²)
Risco
Leve 4 140 8 230 8 230
Ordinário 8 230 8 230 8 230
Grupo 1 e 2
Extraordinário 12 230 12 340 20 280
Grupo 1 e 2

Tabela 3 – Demanda de sistemas de chuveiros automáticos com fator K 160EC e K 200EC de cobertura estendida para
áreas com tetos de até 13,5 m de altura
Altura do Teto até 9 m Altura do Teto Até 13,5 m
Orientação Fator K Área de
Categoria de risco ½ Densidade Densidade Área de
do chuveiro (L/min/bar ) Operação
(L/min/m²) (L/min/m²) Operação (m²)
(m²)
1)
160EC 4 140 -- --
Pendente 2)
200EC 4 140 -- --
Leve 1)
160EC 4 140 8 230
Em pé 2)
200EC 4 140 8 230
1)
160EC -- -- -- --
Pendente 2)
Ordinário 200EC 8 230 -- --
1)
Grupo 1 e 2 Em pé
160EC 12 140 8 230
2)
200EC 12 90 8 230
1)
160EC -- -- -- --
Pendente 2)
Extraordinário 200EC 12 230 -- --
1)
Grupo 1 e 2 Em pé
160EC 12 140 12 230
2)
200EC 12 90 12 230
Nota:
1) Além de atender os requisitos de densidade e área apresentados na tabela, o cálculo de sistemas que com bicos K160EC deve
considerar no mínimo a operação de 6 chuveiros com pressão mínima de 0,8 bar.

2) Além de atender os requisitos de densidade e área apresentados na tabela, o cálculo de sistemas que com bicos K200EC deve
considerar no mínimo a operação de 4 chuveiros com pressão mínima de 1,2 bar.
518 Regulamento de segurança contra incêndio das edificações e áreas de risco do Estado de São Paulo

Tabela 4 – Demanda de sistemas de chuveiros automáticos com fator K 360 de cobertura padrão e K360 EC de
cobertura estendida para áreas com tetos de até 30 m de altura
Altura do Teto até 30m
½ ½
K360 (L/min/bar ) K360EC (L/min/bar )
Categoria de
Cobertura padrão Cobertura estendida
Risco
Pressão Pressão
Nº. de chuveiros Nº. de chuveiros
(bar) (bar)
Leve 12 0,5 6 1,4
Ordinário
12 0,5 6 1,9
Grupo 1 e 2
Extraordinário
12 0,5 6 1,9
Grupo 1 e 2

Tabela 5 – Duração da reserva de água


Duração
Categoria de Risco
(min)
Leve 30
Ordinário Grupo 1 e 2 60
Extraordinário Grupo 1 e 2 90
Instrução Técnica nº 23/2011 - Sistemas de chuveiros automáticos 519

ANEXO A
Passos básicos para cálculos hidráulicos de chuveiros automáticos

A técnica de projeto hidráulico pode ser resumida em 15 pas- Passo 9: Calcular a vazão do segundo chuveiro;
sos básicos. Estes passos podem ser usados como um guia Passo 10: Repetir os Passos 8 e 9 para os chuveiros
para o projeto do sistema ou como um “check list” para a seguintes até que todos os chuveiros do ramal estejam
análise do projeto: calculados;
Passo 1: Identificar a ocupação ou o risco a ser protegido; Passo 11: Se a área de cálculo se estender até o outro
Passo 2: Determinar o tamanho da área de aplicação dos lado do subgeral, os Passos 6 até 9 são repetidos para o
chuveiros automáticos; lado oposto. Os ramais que cruzam deverão ser balance-
Passo 3: Determinar a densidade de projeto exigida; ados com a mais alta pressão de demanda;
Passo 4: Estabelecer o número de chuveiros contidos na Passo 12: Calcular o fator K para a primeira subida, com
área de cálculo; fatores adicionais calculados para as linhas desiguais;
Passo 5: Determinar o formato da área de cálculo; Passo 13: Repetir os Passos 8 e 9 para as subidas (ao
invés de chuveiros) até que todas as subidas da área de
Passo 6: Calcular a vazão mínima exigida para o primeiro
cálculo tenham sido calculadas;
chuveiro;
Passo 14: Computar a perda de carga no ponto de abas-
Passo 7: Calcular a pressão mínima exigida para o pri-
tecimento com as compensações devido a desníveis geo-
meiro chuveiro;
métricos, válvulas e acessórios e diferença de materiais
Passo 8: Calcular a perda de carga entre o primeiro e o da tubulação enterrada;
segundo chuveiro;
Passo 15: Comparar a vazão calculada com o suprimen-
to de água disponível.
520 Regulamento de segurança contra incêndio das edificações e áreas de risco do Estado de São Paulo

ANEXO B
Sinalização do registro de recalque do sistema de chuveiros automáticos

I – REGISTRO DE RECALQUE ENTERRADO E DE PAREDE

OBSERVAÇÃO: O REGISTRO DE RECALQUE DO SISTEMA DE HIDRANTES DEVERÁ SER SINALI-


ZADO DA MESMA FORMA ACIMA, PORÉM SUBSTITUINDO-SE AS LETRAS “SPK” POR “HID”.

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