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Assiste-se à fundação da Real Casa Pia de Lisboa, em 1782, que seguindo o modelo
inglês, pretendia acabar com os vagabundos e os pobres. Criação da Junta
Ordinária da Revisão e Censura do Novo Código.
Como podemos verificar, o século XVIII foi uma época de transformações em todos
os aspectos da sociedade portuguesa, chegando alguns autores a mencionar uma
"Revolução da Transição".
Desde logo, Pombal preocupa-se com a codificação do estatuto dos mercadores, com o
objetivo de afirmar na sociedade a diferença entre comerciantes grossistas e retalhistas. Na
sequência destas medidas surge a Junta do Comércio. A Junta do Comércio foi criada em 1755.
Competia a este órgão controlar a saída das frotas, fazer cumprir a proibição dos “comissários
volantes” comerciarem no Brasil e combater o contrabando e o negócio ilegal, fiscalizar os
pesos e medidas e verificar a qualidade do tabaco e açúcar. Em suma, controlava todo o
comércio ultramarino, inclusive a construção naval. A Junta do Comércio vem vincar uma
diferenciação já existente entre comércio de retalho e comércio grossista. A Junta privilegiava e
regulava a atividade dos diplomados da Aula do Comércio. O objetivo era erradicar a ignorância
do meio dos negócios e exaltar o conhecimento, a boa conduta e a experiência. Apenas
aqueles que se encontrassem matriculados na Junta do Comércio poderiam ser denominados
de «homens de negócio».
Bibliografia utilizada:
Estatutos da Junta do Commercio ordenados por El- Rei Nosso Senhor no seu Real decreto de
30 de Setembro de 1755. Lisboa: António Rodrigues Galhardo, 1803.
Na área assistencial, temos a fundação da Real Casa Pia de Lisboa, em 1782, que
pretendia acabar com o banditismo e vagabundagem que grassava pela capital,
tornando-a numa "cidade moderna e civilizada".
A nível jurídico tenta uma reforma e uma nova codificação das leis através da Junta
Ordinária da Revisão e Censura do Novo Código. Para terminar, tenta reformar a
legislação concelhia através da neutralização das jurisdições senhoriais e unificação
da administração régia entre 1790 e 1792.
Para concluir, parecem ser estes os melhores exemplos da chegada de uma nova
época a Portugal ou, pelo menos, as mais sérias tentativas para isso durante o
século XVIII. É óbvio que, no século XIX, a contemporaneidade instalar-se-á
principalmente com a chegada dos ideais da Revolução Francesa, através da
implantação do liberalismo político.
[1] TENGARRINHA, José (org.) – História de Portugal. São Paulo: Fundação Editora
da UNESP, 2000. P. 156.