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Rap é a abreviação da expressão do inglês "Rhythm and Poetry" que se traduz como
Rítmo e Poesia e é um dos elementos da cultura Hip Hop. No Brasil, é muito difundido
em regiões periféricas urbanas, normalmente de alta vulnerabilidade social e econômica
e como conseqüência, tem a maior parte das produções de letras tratando de problemas
que essas realidades apresentam e dos conflitos que isso gera.
Muito comum o rap ter uma função de politização ou mesmo apontar o dedo pra
problemas ignorados por quem não é afetado, muitas vezes com saudações a lugares
e/ou pessoas das periferias; muito problematizado como incitador da criminalidade e
delinqüência e umas das vertentes que foi muito difundida no início do movimento foi
essa que abordava a criminalidade de forma romantizada, que foi muito criticada até por
rappers ex detentos, que vieram numa corrente de conscientização social.
Apesar de não ser considerado musica por muitos o rap teve muitos defensores do estilo
como arte e se manteve por muito tempo de forma pouco comercial, num ato de
resistência aos grandes veículos de comunicação da época, como a televisão e o radio.
Muito do que foi gravado no fim dos anos 80 e início dos anos 90 teve iniciativa dos
próprios artistas buscando uma maneira independente de produção e comercialização de
mão em mão, alguns tiveram uma ajuda de selos independentes que lançavam
coletâneas para tocar em bailes, com os tempo foram surgindo mais produtoras e
também foi mudando a visão mercadológica e profissional.
Foi um show um tanto quanto atípico para o grupo por alguns motivos:
Em primeiro, o grupo fez o show em frente a estação de trem "Julio Prestes", um dos
locais mais contraditórios do centro da cidade por ter ao lado da própria estação a
grandiosa "Sala São Paulo", uma das maiores salas de concerto da América latina e
também um dos locais mais elitizados da cidade que fica muito próximo a uma das mais
conceituadas escolas de música da cidade, a "EMESP - Tom Jobim"(antiga
Universidade Livre de Música - ULM) e que, por sua vez, ficam a metros da região da
cracolândia;
O segundo foi ter acontecido uma filmagem profissional do show sem ter como fim
uma produção de mídia física para distribuição, que teve os recortes dos melhores
momentos divulgado gratuitamente na internet e ainda com a formação original do
grupo;
O terceiro foi por ter antecipado algumas músicas que seriam estreadas de fato no cd
que eles lançariam no ano seguinte chamado "cores e valores";
A platéia estava repleta de pessoas de muitos tipos e lugares, bem diferente de quando
os shows acontecem nas periferias, que basicamente concentra pessoas do próprio lugar
e/ou de outras periferias, o que causa uma certa divisão entre uma boa porcentagem do
publico que estava lá; uns entendem ou vivem ou viveram um pouco do que as letras
falam(a população periférica), e a outra parte do publico estava no show por razões
distintas, mas que sem dúvidas acabaram sofrendo esse juízo de valores por parte da
população que já viveu muitas das situações citadas nas letras.
O show estava muito cheio e os artistas do palco pregaram para que não houvesse
violência como houve em shows de viradas culturais anteriores. Por fim, houveram
alguns furtos e arrastões, mas isso acaba acontecendo na maior parte dos eventos de rua
na cidade de São Paulo.
No palco, há muitas pessoas também e todas elas cantam, mesmo que sem o microfone,
que é pra mostrar as outras pessoas que fazem parte do grupo e que não são
necessariamente apenas os músicos, deduzo que essa atitude tenha sido tomada em
virtude do publico diversificado que já esperavam e para deixar claro para os que não
estão familiarizados que todos aqueles que ali estão são igualmente importantes.
Na segunda parte o Mano Brown assume o microfone e a história passa a ser contada
em primeira pessoa e em um tom acusativo.
No documentário "Mil Trutas Mil Tretas" dos Racionais MC's é muito bem ilustrado
que o rap acompanhou a comunidade negra e pode-se dizer que Ray Charles foi um
nome significativo pra um início. Seu estilo era conhecido no Brasil como samba rock e
era muito tocado nos bailes freqüentados por negros na década de 60 e se tornou um
símbolo da música negra com nomes brasileiros também muito expressivos mais a
frente como Jorge Ben, Tim Maia, Wilson Simonal e Originais do Samba.
James Brown foi outro nome importantíssimo para a música negra no mundo todo, mas
teve alguma resistência, de início, aqui no Brasil; trouxe com ele as roupas, a dança, as
bandas e o baile da cultura funk. A banda KC and the Sunshine Band trouxe o sucesso
da música disco no meio da década de 70, que foi cultivada tanto pelos negros quanto
pelos brancos.
Bibliografia:
http://www.rapnacional.com.br/especial-o-mercado-fonografico-do-rap-no-brasil/