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SALVAÇÃO IMPLICA OBEDIÊNCIA (Êx 12:1-51)

O evangelho que vem sendo pregado em muitas igrejas e na televisão, certamente não é o evangelho da
salvação de Deus. Este evangelho customizado, ao gosto do freguês, no máximo faz prosélitos que aderem à nova
religião de forma tão fácil quanto equivocada. Na verdade, o evangelho nos ensina que salvação implica obediência.
Nós fomos salvos para a obediência. Por isso, o verdadeiro crente, necessariamente, viverá em obediência a Deus, o
mais distante possível das paixões mundanas que o atraíam antes da conversão (1 Pe 1:14). No trecho acima nós
podemos aprender algumas lições que nos levam à obediência.

A primeira é que o mesmo Deus que salva é também o Deus que julga e condena. O Deus que passou por sobre
as casas dos israelitas protegendo-os da morte é o mesmo Deus que atravessou o Egito matando os primogênitos, e
depois matou todo o exército de Faraó. Portanto, ninguém imagine que é convertido ao Deus que salva, sem tomar
conhecimento do Deus que julga e condena. Estas são duas prerrogativas exclusivas do mesmo Deus eterno. É
exatamente isso que ele diz através do profeta Isaías: “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para
mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Is 55:11). É comum as pessoas,
inclusive pastores, citarem este versículo dando a entender que a Palavra sempre salvará alguém, mas não lembram, ou
não sabem, que ela também julgará. Este é o sentido completo do versículo de Isaías. Quando pregamos a Palavra, ela
nunca voltará vazia, porque alguns virão salvos e outros virão condenados pela mesma palavra (Jo 12:48).

A segunda lição é que a salvação se deu, e ainda se dá por meio de substituição. Ela é de graça para nós, mas
custa a vida de quem morreu em lugar dos escolhidos para a salvação. Para todas as famílias dos israelitas poupados da
morte, um cordeiro perfeito foi sacrificado em seu lugar. De igual modo, o cordeiro sem defeito fui sacrificado em
nosso lugar, para nos livrar da morte eterna, e Paulo faz a associação dos dois eventos em 1 Co 5:7 – “pois também
Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado”. De igual modo, a ordem de não ser partido nenhum osso do cordeiro pascal
(Ex 14:46) foi aplicada pelo evangelista João às circunstâncias da morte de Jesus (Jo 19:36), pelo que também foi
estabelecido um vínculo entre os dois eventos, deixando claro o seu caráter substitutivo e expiatório.

A terceira lição é que precisamos nos apropriar dessa graça. Todas as famílias salvas tiveram que se apropriar
individualmente do sangue do cordeiro e passar nas vergas e nos umbrais das suas portas. Se alguém não obedecesse, se
alguém não se apropriasse dessa provisão de Deus para a sua salvação, certamente não seria poupado da morte. De igual
modo, somente quando nos apropriamos do sacrifício substitutivo de Cristo é que temos a salvação e paz com Deus (Ef
2:13; Hb 9:14; 1 Pe 1:19).

A última lição é que, uma vez resgatadas, as famílias passaram a pertencer a Deus como povo escolhido para
servi-lo de maneira especial, e isso foi feito em obediência, com grande alegria e celebração por tão grande salvação.
Todos eles fizeram exatamente como Deus mandou (Ex 12:50), e depois celebraram. Moisés cantou e Miriam cantou e
dançou de alegria. É assim que devemos viver quando nos alimentamos do Cordeiro através da sua Palavra: obedecendo
e celebrando com alegria e com gratidão, sejam quais foram as circunstâncias, especialmente quando participamos da
Santa Ceia, memorial estabelecido pelo próprio Cordeiro para nos manter lembrados de tão grande salvação.

É por isso que o salmista canta: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de
alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Sl 16:11).

Esta é a minha meta, e deve ser a meta de todo pastor fiel ao evangelho de Deus: fazer com que os irmãos
compreendam a salvação; compreendam o plano de Deus para as nossas vidas, para que vivamos, de fato, para a glória
de Deus, sempre obedientes e alegres, sabendo que estamos fazendo a vontade daquele que nos salvou, para sermos o
seu povo especial e obediente (Dt 10:12-13; Jo 14:21). Lembrem-se! Salvação implica amor obediente.

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