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Um rabo entre as pernas

Era agosto de 2003 e eu conseguira um emprego de assistente no IML, o


serviço era basicamente auxiliar o perito em exames necroscópicos e a vaga para o
cargo, é claro, não era nada concorrida.

Apesar disso enfrentei rigorosa preleção, disputando a vaga com mais


duas pessoas, quando notei ser o menos débil, ainda na fase de entrevista, percebi que
seria o selecionado.

O emprego em si não era nada tormentoso, com exceção de uma ou outra


cena mais ofensiva aos de estômago fraco, eu tinha apenas de anotar em um relatório
as informações básicas do presunto e alguns termos técnicos sobre a causa mortis e
outros detalhes – algo que não exigia muito esforço, já que o legista passava tudo
mastigado para mim.

Um belo dia fiquei até mais tarde para auxiliar em um laudo de uma
mulher. Meu superior estava de piriri o dia todo e antes mesmo de iniciarmos os
trabalhos ele teve um desses ataques, o infeliz quase se borrou, foi direto ao banheiro
e ali permaneceu por horas. Enfim, resolvi começar o serviço sem ele.

O nome da moça era Fernanda Danúbio, bonita, fornida, cerca de uns 35


anos de idade. Despi a madame para determinar a causa mortis – hemorragia interna
provocada por espancamento. Algum filho da puta tinha batido de verdade na mulher,
o rosto tinha poucas escoriações, foram as pancadas na barriga que causaram o prejuízo.

Virei o corpo de barriga para baixo para verificar a existência de


escoriações nas costas. Meu Deus, que rabo! Não conseguia parar de olhar para aquele
rabo, a moça estava ali, morta, mas eu não tirava o olho da bunda dela, simplesmente
uma rabeta sensacional.

Alguma coisa existe no ser humano, não pode ser deixado sozinho que o
seu pior lado se revela. Tudo que há de mal em um homem se esconde durante o
convívio social, mas deixe-o sozinho e logo verás sua real torpeza.
Não resisti, busquei um gel a base de água junto à gaveta de um dos
rapazes que trabalhavam comigo – aparentemente eu não era o primeiro da turma a
praticar necrofilia – coloquei o líquido naquele rabo maravilhoso e enfiei meu caralho
com tudo no traseirinho dela. A rigidez cadavérica ajudou, cinco minutos depois e já
estava fumando um cigarro.

Quando o supervisor voltou e deu início aos trabalhos ele foi tão
preguiçoso que fez constar em seu relatório a sequência dos danos como sendo estupro
com espancamento seguido de morte. Ora, qualquer novato perceberia o
arrombamento como de natureza post mortem, mas esse infeliz colocou estupro no
relatório!

O resultado óbvio dessa confusão foi um ataque de raiva nos parentes


mais próximos de nossa donzela indefesa. A sociedade tende a aceitar a morte mais
facilmente se ela não é acompanhada de um estupro.

“Ai se eu pego o vagabundo que fez isso...” - gritava o pai.

“Vão comer o cu dele na prisão” - dizia o irmão.

Não tardou muito até chegarem a mim. Os exames modernos de DNA


acusaram compatibilidade com alguém nos registros policiais – eu havia sido fichado por
um pequeno furto quando mais jovem, coisa tola.

Eu era taxado de estuprador pela mídia local, tentei explicar que tudo não
passava de vilipêndio de cadáver, crime de pouca relevância em nosso sistema. A
situação, é claro, desandou para o meu lado. Depois de minhas explicações eu era tido
por um maníaco que estuprava menininhas e comia defuntos.

Ao fim de tudo comeram o meu cu na prisão. Custou caro o traseirinho


de Fernanda, mas que rabo!

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