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MARÉS

Marés
 Chama-se maré à subida e descida periódica do
nível das águas devida unicamente à ação das
forças gravitacionais e centrífugas entre a Terra e
a Lua, e também, embora com menor
importância, o Sol.
 A influência da Lua é bastante superior, pois
embora a sua massa seja muito menor que a do
Sol, esse facto é compensado pela menor
distância à Terra.

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Marés

Fonte: Instituto Hidrográfico


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Marés

 Se conseguíssemos arranjar um processo para aplicar uma força de


atração em B, o nível da água aumentaria em B e baixaria em A.
 Em C, a água corria de A para B.
 É um fenómeno semelhante que acontece com as marés na Terra.
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Marés

A força geradora da maré é, em cada ponto, resultante de duas


componentes (atração gravítica da Lua/Sol e força centrífuga do
movimento de rotaçõ da Terra)
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Marés
 De um modo geral, podemos dizer que a maré
sobe quando das passagens meridianas superior
e inferior da Lua.
 Isto é, temos preia-mar (maré cheia) quando a
Lua passa por cima de nós e quando a Lua passa
por baixo de nós, ou seja, por cima dos nossos
antípodas.
 Assim, a região mais perto e a mais afastada da
Lua, têm marés cheias, e as outras duas têm
marés vazias.

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Marés

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Marés

Fonte: Instituto Hidrográfico


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Marés
 As preia-mares sucedem-se assim, regularmente, com
um intervalo médio de meio-dia lunar (aprox. 12h
25m) o que corresponde matematicamente à
constituinte lunar semi-diurna;
 Razão de muitas vezes se dizer que “a maré, no dia
seguinte, é uma hora mais tarde” (na realidade aprox.
50m mais tarde).
 Por sua vez, o intervalo de tempo entre uma preia-
mar e a baixa-mar seguinte é, em média, 6 h 13 m.
 No entanto, o mar não reage instantaneamente à
passagem da Lua, havendo, para cada local, um atraso
maior ou menor das preia-mares e baixa-mares.
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Marés
 Outro aspeto importante a ter em conta é o
fenómeno quinzenal da alternância entre marés
vivas e marés mortas;
 Este fenómeno, matematicamente explicado pela
constituinte solar semi-diurna, decorre do efeito
do sol como elemento "perturbador".
 Com efeito, quando o Sol e a Lua estão em
oposição (Lua cheia) ou conjunção (Lua nova), a
influência do Sol reforça a da Lua e ocorrem as
marés vivas (matematicamente as constituintes
somam-se).
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Marés
 Por outro lado, quando o Sol e a Lua estão em
quadratura (Quarto crescente e Quarto
minguante), a influência do Sol contraria a da Lua
e ocorrem as marés mortas (matematicamente as
constituintes subtraem-se).

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Marés

Fonte: Instituto Hidrográfico


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Marés

Influência das fases da lua nas marés


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Marés

A seguir à Lua Cheia e ao Quarto Minguante ocorrem, respetivamente,


águas vivas e águas mortas. Fonte: Instituto Hidrográfico
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Marés
 Regra geral, as amplitudes de marés vivas em
Portugal Continental são cerca de 1,5 m. Isto é, o
mar sobe e desce 1,5m em relação ao nível
médio.
 Em marés mortas, a amplitude da maré é da
ordem dos 70 cm.
 Na Madeira temos uma amplitude de 1 metro em
marés vivas e 50 cm em marés mortas; nos
Açores temos 70 cm em marés vivas e 30 cm em
marés mortas.

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Marés
 Estes valores ilustram um facto conhecido: a
amplitude da maré diminui quando nos
afastamos da costa.
 Com efeito, sabe-se que a maré se torna
praticamente nula nas zonas centrais das grandes
bacias oceânicas.
 A amplitude das marés vivas é ainda maior por
ocasião dos equinócios (marés vivas equinociais).
 Tal facto é matematicamente explicado pela
introdução de uma terceira constituinte que,
perto dos equinócios, reforça o efeito do Sol.
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Marés

Fonte: Instituto Hidrográfico


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Marés
 Até agora falou-se de apenas três constituintes
que afetam as marés (solar semi-diurna, lunar
semi-diurna e a componente solar perto dos
equinócios).
 Na realidade a maré tem ainda muitas outras
constituintes que representam
matematicamente outras irregularidades
astronómicas associadas com os dois astros.
 O programa de previsão de marés utilizado no IH
permite o uso de 62 constituintes.

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Marés
 Tal como já foi referido, os oceanos não reagem
instantaneamente às influências astronómicas
havendo aqui também, para cada local, um
atraso de resposta.
 Neste caso, esse atraso chama-se, em termos
médios, idade da Maré.
 De modo muito grosseiro, pode dizer-se que a
maré viva ocorre no dia seguinte à Lua Nova ou
Lua Cheia.

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Marés
 É também importante referir que o nível da água
do mar depende ainda de outros fatores que não
a maré astronómica, tais como:
 A pressão atmosférica;
 Ventos ;
 Agitação marítima;
 Fundos baixos e configuração das bacias hidrográficas.
 As baixas pressões produzem um aumento do
nível das águas e, inversamente, as altas
pressões estão associadas a uma descida do
nível do mar.
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Marés
 Quando uma onda de maré avança em águas pouco
profundas, sofre uma distorção e um aumento na sua
amplitude, tal como acontece com uma vulgar onda
do mar.
 A onda de maré tende assumir uma frente abrupta,
com a consequente diminuição do período de subida
ou de enchente, que se torna menor do que o
período de vazante.
 Estes efeitos juntamente com as configurações
particulares das bacias hidrográficas, tornam a
previsão de marés bastante complexa nas zonas
costeiras, zonas portuárias e estuários.
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Marés
 Existem portanto, três regimes de marés:
 SEMI- DIURNAS- Quando ocorrem duas preia-mar e
duas baixa-mar por dia.
 DIURNAS- Uma preia- mar e uma baixa- mar por dia
 INTERMÉDIAS OU MISTAS- Quando se verifica uma
periodicidade irregular.
 Em Portugal as marés são do tipo semi-diurnas
e de uma preia-mar a uma baixa-mar seguinte
demora 6h e 12m perfazendo um ciclo completo
em 24Horas e 48Minutos.

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Marés

Tipos de marés em todo o mundo

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Marés
 Como já foi dito, de uma forma geral, a amplitude
da maré diminui à medida que nos afastamos da
costa, tornando-se praticamente nula nas zonas
centrais das grandes bacias oceânicas.
 Contudo existem outras zonas onde a amplitude
de maré é quase nula, como é o caso dos mares
fechados (Mediterrâneo, Báltico, Mar Negro, etc.)
 Por outro lado, em determinadas regiões do
globo, a amplitude de maré chega a atingir os 17
metros.

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Marés

Locais do mundo onde existe maior amplitude de maré

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Marés

Na Baía de Fundy (Canadá) a amplitude de maré chega a atingir 17 metros

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Marés

Também no Mont St. Michel (França) a amplitude de maré atinge os 14 m.

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Marés (Glossário)
 Amplitude de maré – Diferença entre a preia-
mar e a baixa-mar de determinada maré.
 Baixa-Mar (BM.) – Altura de maré mínima
registada após o período de vazante.
 Baixa-Mar de Águas Mortas (BMAM.) – É o valor
médio, tomado ao longo do ano, das alturas de
maré de duas baixa-mares sucessivas, que
ocorrem quinzenalmente quando a amplitude de
maré é menor (próximo das situações de Quarto
Crescente ou Quarto Minguante).

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Marés (Glossário)
 Baixa-Mar de Águas Vivas (BMAV.) – É o valor
médio, tomado ao longo do ano, das alturas de
maré de duas baixa-mares sucessivas, que
ocorrem quinzenalmente quando a amplitude de
maré é maior (Próximo das situações de Lua Nova
ou Lua Cheia).

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Marés (Glossário)
 Corrente - Em termos práticos, designa-se por
«corrente» a componente horizontal da
velocidade da água. No âmbito do estudo das
marés, as correntes podem ser classificadas em
correntes de maré e correntes residuais.
 Corrente de Maré – Corrente devida à atração
exercida pelo Sol e pela Lua sobre a Terra,
associada à maré. As correntes de maré variam
no tempo com as mesmas periodicidades da
maré, as quais são fixadas pelas leis do
movimento do Sol e da Lua.
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Marés (Glossário)
 Corrente Residual – Corrente não associada à
atração exercida pelo Sol e pela Lua sobre a
Terra. As correntes residuais incluem correntes
permanentes devidas à circulação geral,
correntes devidas a efeitos meteorológicos,
descargas de rios, etc.
 Maré Meteorológica – É a variação do nível das
águas associadas a efeitos meteorológicos e
sazonais, tais como variações de pressão, ventos
e alterações do caudal de rios, de periodicidade
mal definida.
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Marés (Glossário)
 Dia Lunar – É o período médio de rotação da
Terra em relação à Lua, ou o intervalo médio
entre duas passagens da Lua pelo meridiano
superior do lugar. dia lunar tem uma duração de
24.84 horas solares médias aproximadamente.
 Macaréu – Fenómeno caracterizado pela
formação de uma frente de onda em rebentação
propagando-se num estuário, da embocadura
para montante, em consequência da subida da
maré. Pode ocorrer junto à embocadura de rios
ou estuários com zonas extensas de fundos
baixos.
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Marés (Glossário)
 Maré Astronómica – É a variação periódica do
nível das águas, devida à atração exercida pelo
Sol e pela Lua sobre a Terra, cujas periodicidades
são rigorosamente conhecidas.
 A maré astronómica é a única componente da
maré que se pode prever rigorosamente. As
previsões de marés apresentadas nas Tabelas de
Marés do Instituto Hidrográfico referem-se
exclusivamente à maré astronómica.

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Marés (Glossário)
 Marés Mortas (ou Águas Mortas) – São as marés
de amplitude mais reduzida que ocorrem
próximo das situações de Quarto Crescente ou
Quarto Minguante, quando as forças atrativas
devidas ao Sol e à Lua se cancelam mutuamente.
 Marés Vivas (ou Águas Vivas) – São as marés de
maior amplitude que ocorrem próximo das
situações de Lua Nova ou Lua Cheia, quando as
forças atrativas devidas ao Sol e à Lua se
reforçam mutuamente.

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Marés (Glossário)
 Nível Médio (NM.) – É o valor médio das alturas
horárias da maré, relativamente a um nível de
referência fixo (e.g. marca de nivelamento),
resultante de séries de observações maregráficas
de duração variável, de preferência igual ou
superior a 19 anos, de forma a englobar pelo
menos um ciclo completo de revolução dos
nodos da órbita lunar. O nível médio varia de
local para local.
 Preia-Mar (PM.) – Altura de maré máxima
registada após o período de enchente.
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Marés (Glossário)
 Preia-Mar de Águas Mortas (PMAM.) – É o valor
médio, tomado ao longo do ano, das alturas de
maré de duas preia-mares sucessivas, que
ocorrem quinzenalmente quando a amplitude de
maré é menor (próximo das situações de Quarto
Crescente ou Quarto Minguante).
 Preia-Mar de Águas-Vivas (PMAV.) – É o valor
médio, tomado ao longo do ano, das alturas de
maré de duas preia-mares sucessivas, que
ocorrem quinzenalmente quando a amplitude de
maré é maior (Próximo das situações de Lua
Nova ou Lua Cheia).
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Marés (Glossário)
 Zero Hidrográfico (ZH.) – Superfície em relação à
qual são referidas as sondas e as linhas
isobatimétricas das cartas náuticas, bem como as
previsões de altura de maré que são publicadas
nas Tabelas de Marés do Instituto Hidrográfico.
 Nas cartas portuguesas, o ZH. fica situado abaixo
do nível da maré astronómica mais baixa, pelo
que as previsões de altura de maré são sempre
positivas.

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Marés (Glossário)
 Altura da Maré – altura da água, do ZH à
superfície.
 Sonda Reduzida (Sr) - altura da água, do ZH ao
fundo.
 Sonda à hora (Sh) – é a soma dos dois valores, ou
seja : Sh = Sr + alt. Maré.
 Elevação da Maré – distância entre o nível médio
e a superfície das águas.

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Marés (Glossário)
 Estofo da maré - Período antes e depois da Preia-
Mar e da Baixa-Mar em que não há correntes de
maré ou em que estas são insignificantes.
 Marégrafo – aparelho que regista os
movimentos do nível do mar sobre uma folha
de papel ou numa escala graduada. Dá a altura
da maré em qualquer momento.

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Marés (planos e referências)

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Marés (planos e referências)

Fonte: Instituto Hidrográfico


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Cálculo da maré

Extratos de uma tabela de marés


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Cálculo da maré

Concordâncias das marés para locais próximos dos portos principais


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Cálculo da maré

Ábaco de interpolação para cálculo de marés


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Dúvidas?

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