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Relat - Rio Parcial - CRIA - O DE UM BANCO DE DADOS DE ARGILAS UTILIZADAS EM TIJOLOS CER - MICOS PDF
Relat - Rio Parcial - CRIA - O DE UM BANCO DE DADOS DE ARGILAS UTILIZADAS EM TIJOLOS CER - MICOS PDF
RELATÓRIO PARCIAL
Professor Orientador
JOAQUIM TEODORO ROMÃO DE OLIVEIRA
Título do Projeto de Pesquisa
ENGENHARIA DE
INFRA-ESTRUTURA URBANA
Aluno Bolsista
EUDES LIMA DA SILVA
Título do Plano de Trabalho
CRIAÇÃO DE UM BANCO DE DADOS DE ARGILAS
UTILIZADAS EM TIJOLOS CERÂMICOS
ENGENHARIAS
RECIFE - 2007
IDENTIFICAÇÃO DO TRABALHO
BOLSISTA
EUDES LIMA DA SILVA
RECIFE - 2007
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SUMÁRIO
Página
2
SUMÁRIO
Página
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
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RESUMO
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1. INTRODUÇÃO
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características granulométricas e plásticas que o principal elemento neles utilizado pode
apresentar.
Por exemplo, sabe-se que algumas cerâmicas porosas aquecidas a temperaturas
inferiores a 1000° C, são propensas a expandirem, ocorrendo três tipos de fenômenos:
absorção de água nos poros maiores; adsorção nas superfícies internas e externas dos corpos
cerâmicos com redução da energia superficial que os torna mais deformáveis, resultando em
expansão e perda da resistência mecânica e; combinação química irreversível da água em
condições ambientais, resultando em expansão e perda das propriedades mecânicas.
(CAMPOS, 2002; RAPOSO, 2003).
O fenômeno que surge, então, é chamado de Expansão por Umidade (EPU) e, é
claro, pode acarretar graves acidentes em obras construídas com tijolos cerâmicos. Um caso
muito interessante foi observado em Jaboatão dos Guararapes - PE. O histórico de
desabamentos nesta cidade começou com o Edifício Aquarela, em 1997. No exato dia 22 de
maio, 16 famílias deixaram o prédio tipo caixão antes que a estrutura ruísse. Neste momento
as portas não fechavam mais e os azulejos caiam. Não demorou nem 20 minutos depois da
saída dos moradores para que o prédio afundasse. O edifício precisou, então, ser demolido. O
resultado é que a maioria dos antigos proprietários, hoje, mora de aluguel.
Conforme Oliveira (1997) o colapso se deu em virtude da ruptura brusca dos
embasamentos das fundações. De fato, o laudo do Conselho Regional de Engenharia e
Arquitetura (CREA) apontou que o incidente foi causado por utilização inadequada de
alvenaria e de tijolos de resistência inferior à que era necessária. O conjunto destas paredes de
fundações definia muros sobre os quais se apoiavam as lajes de piso. No espaço delimitado
entre essas lajes e o solo natural, passou a existir um porão que é geralmente designado como
“caixão perdido”. O constante contato das paredes com a água do subsolo e suas flutuações
desenvolveu, justamente, o fenômeno da EPU, reduzindo a capacidade resistente à
compressão ao longo do tempo, resultando no colapso do conjunto após onze anos de
construído. Por esses e outros motivos, é de máxima importância o estudo das propriedades
das argilas plásticas para uso cerâmico a partir de amostras ensaiadas em laboratório
contando, evidentemente, com os ensaios de caracterização, deformação e resistência —
recursos mecânicos ainda indispensáveis à identificação e descrição desse tipo de solo.
A criação de um banco de dados descrevendo alguns resultados já alcançados
neste respeito é, deveras, necessário quando se deseja divulgar e alertar a comunidade técnica
e as próprias indústrias cerâmicas, o quão adequado, ou não, está o material coletado para
fabricação.
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1.2 Composição Genérica da Classificação Argila
Algumas propriedades dos solos são especialmente úteis para sua caracterização.
Os procedimentos usualmente empregados para se analisar a granulometria de um solo,
estudar seus Limites de Consistência (também chamados de Limites de Atterberg) e
determinar o Índice de Plasticidade, serão brevemente descritos nos itens seguintes.
A análise da distribuição das dimensões dos grãos objetiva determinar uma curva
granulométrica. Para tal realização, uma amostra de material granular é submetida a
peneiramento em uma série-padrão de peneiras, cuja abertura de malhas tem a seqüência
apresentada na Tabela 02.
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1.3.2 Estudo da Plasticidade
Esse assunto foi adaptado e padronizado mais tarde pelo professor de Mecânica
dos Solos chamado Arthur Casagrande, que projetou um aparelho para realização do ensaio a
fim de determinar o Limite de Liquidez (LL). O equipamento consiste em um prato de latão,
em forma de concha, sobre um suporte de ebonite. Quanto ao ensaio, esse consta,
primeiramente, do destorroar e homogeneizar a amostra do solo (no caso, argila). Em seguida,
a amostra umidificada é colocada no recipiente do aparelho, faz-se um sulco longitudinal com
a ajuda de um cinzel e, por meio de um excêntrico, imprime-se ao prato, repetidamente,
quedas de altura de 1 cm e intensidade constante. Repete-se a operação com outros graus de
umidade. Os números de golpes necessários para provocar o fechamento do sulco são
registrados. Os resultados são plotados num gráfico (Figura 01). Ao determinar o teor de
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umidade correspondente a 25 golpes, encontra-se, automaticamente, o LL. Este procedimento
é empregado em todo o mundo e normatizado pela ABNT. (Método NBR 6459).
Já o Limite de Plasticidade (LP) — com o ensaio padronizado pela ABNT
(Método NBR 7180) — é definido como o menor teor de umidade com o qual se consegue
moldar um cilindro de 3 mm de diâmetro e cerca de 10 cm de comprimento. A amostra é
rolada com a mão em um movimento de vai-e-vem, então, procura-se determinar a umidade
na qual ela começa a partir. (CAPUTO, 1988, p. 56).
O Índice de Plasticidade de um solo (IP) é definido pela diferença entre os Limites
de Liquidez e Plasticidade:
IP = LL – LP
Ele determina a zona em que certo terreno se encontra no estado plástico,
fornecendo um critério para se ajuizar do caráter argiloso de um solo, ou seja, quanto maior o
IP, mais plástica será a mostra. Sabe-se que uma pequena porcentagem de matéria orgânica
eleva o valor de LP, sem elevar simultaneamente o do LL. Tais solos apresentam, pois, baixos
valores para IP. Conhece-se, também, que as argilas são tanto mais compressíveis quanto
maior for o IP. Segundo Caputo (1998), citando Jenkins, os solos poderão ser classificados
em:
Tabela 03. Classificação Plástica dos Solos. (CAPUTO, 1998).
CLASSIFICAÇÃO INTERVALO DO IP
Fracamente Plásticos 1 < IP < 7
Medianamente Plásticos 7 < IP < 15
Altamente Plásticos IP > 15
Existem solos com elevados teores de argila que podem apresentar Limites de
Atterberg mais baixos do que aqueles com pequenos teores da mesma. Isso acontece por
causa da grande variedade na composição mineralógica dos argilo-minerais. Um fato como
esse, pode indicar que a argila presente na amostra é pouco ativa.
A atividade coloidal das argilas foi estudada por Skempton (1953), que definiu o
Índice de Atividade (IA):
IP
IA =
"FRAÇÃO ARGILA (menor que 0,002 mm)"
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Tabela 04. Atividade das Argilas. (CAPUTO, 1988 apud SKEMPTON, 1953).
IA ATIVIDADE
< 0,75 INATIVA
0,75 – 1,25 NORMAL
> 1,25 ATIVA
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A utilização desta ferramenta é bastante simples: depois de se obter a distribuição
granular da composição do solo em estudo, basta-se apenas plotar os valores (em
porcentagem) seguindo o lado do triângulo que corresponda ao dimensionamento encontrado,
ou seja, se é menor que 0,002 mm, se está entre 0,002 e 0,02 mm ou ainda se encontrar-se
maior que 0,02 mm.
1- Tijolo maciço
2- Tijolo furado
3- Telha
4- Material com dificuldade de produção
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2. OBJETIVOS
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3. MATERIAL E MÉTODOS
A amostra estudada a princípio, foi adquirida de uma forma não tão comum.
Diferente da maioria das pesquisas que relaciona os resultados com o local de extração da
argila, ou seja, com o material que ainda está no seu estado natural, neste relatório analisar-se-
á o exemplar conseguido por meio de blocos cerâmicos mal cozidos e que, em contato com a
água, adquiriram plasticidade ao ponto de se poderem moldar formas com as próprias mãos.
Por questões de ética, não será indicando o local onde foram empregados tais
tijolos. O objetivo aqui é o de alertar as industrias de uma maneira geral, a seguirem
corretamente os procedimentos de fabricação desses blocos como por exemplo o processo de
queima que, segundo a literatura, não deve está a temperaturas inferiores a 1000° C.
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Buenos Aires localiza-se a uma latitude 07°43’32’’ sul e a uma longitude
35°19’38’’ oeste, estando a uma altitude de 149 m. Possui uma área de 87,469 km2 e dista 79
km da capital Recife. Limita-se ao norte com Vicência, ao sul com Carpina, a leste com
Nazaré da Mata e a oeste com Limoeiro. Possui atividades voltadas para o turismo rural. Sua
paisagem é marcada por extensos canaviais, capelas e antigos engenhos com suas construções
coloniais. (http://www.wikipedia.org).
A 44 km do Recife, Paudalho tem como atividade econômica predominante a
agroindústria do setor sucroalcooleiro. O município também está localizado na Zona da Mata
Norte do Estado, que é marcada pela monocultura da cana-de-açúcar, empregando grande
parte da mão-de-obra local. Seus limites são: ao norte com Tracunhaém, ao sul com São
Lourenço da Mata, Chã de Alegria, Glória do Goitá e Camaragibe, a leste com Paulista e
Abreu e Lima e a oeste com Lagoa de Itaenga e Carpina. (http://www.paudalho.pe.gov.br).
Nazaré da Mata, por sua vez, dista 65 km de Recife tendo como principal via de
acesso a BR 408. Tem área igual a 141 km2 e limita-se ao norte com Aliança, ao sul e ao leste
com Tracunhaém e ao oeste com Buenos Aires e Carpina. (http://www.ferias.tur.br). A cidade
tem também no turismo cultural/rural uma das principais atividades econômicas, setor em
plena ascensão. Os visitantes vão a Nazaré da Mata em busca das atrações da cultura popular,
como os famosos maracatus que existem no local.
NAZARÉ DA MATA
BUENOS AIRES
PE
PAUDALHO
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mm para eliminar o material fino. Este procedimento foi executado durante dias, pois o
aglutinamento das partículas argilas já previa um comportamento alterado dos resultados.
Neste caso também se utilizou um aparelho de dispersão.
Para a análise granulométrica foi tomada amostra de peso bruto úmido igual a
470 g, sendo 100 g separadas para determinação, em três unidades, do teor de umidade e 70 g
usadas no método por sedimentação. Esse método requer cuidados especiais, fazendo-se uso
de um béquer de 250 cm3 para misturar o material com solução de hexametafosfato de sódio,
agitando-o e deixando-o em repouso por 12 horas. Passado esse tempo a solução foi
transferida para o aparelho de dispersão durante 15 minutos. Só assim é que o material foi
colocado na proveta para então ser agitado por 1 minuto e logo em seguida iniciar as leituras
em cada intervalo proposto. Um densímetro serve de auxílio para a obtenção de medidas
precisas.
Na análise granulométrica por peneiramento requer separar 120 g de material e
passá-lo na peneira de 2 mm e então pesa-lo novamente. Igualmente ao método por
sedimentação, separa-se 100 g, divididas em três unidades, para determinação do teor de
umidade. Como a amostra pertencia a um bloco cerâmico, bastava-se fazer o peneiramento
fino, que por sua vez, é feito com material retido na peneira n.º 200 (0,075 mm) já secado em
estufa de temperatura entre 105° e 110º C.
Quanto ao estudo da plasticidade, avaliou-se a o comportamento da amostra nos
ensaios de Limite de Liquidez (LL) e de Limite de Plasticidade (LP). A subtração destes dois
limites gera outro conhecido como Índice de Plasticidade (IP). A forma com qual se realizou
tais estudos é muito bem explanada no item 1.3.2 (Estudo da Plasticidade). Demais
comentários serão discutidos nas páginas destinadas aos resultados, neste relatório.
O último índice determinado até o presente momento foi a massa específica dos
grãos do solo. Entre os materiais usados temos alguns em comum com os demais ensaios
feitos como: estufa, balança e aparelho de disperção, sendo agora acrescentados os
picnômetros e a bomba de vácuo. Foram utilizados duas frações de solo com pesos de 10 g
cada.
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4. RESULTADOS
Como este era um material que já havia sido utilizado na fabricação de tijolos,
imagina-se que o mesmo tenha sido anteriormente sido submetido a processos de
peneiramento, porém, embora o pouco grau de cozimento ao qual fora submetido não o tenha
conferido o endurecimento requerido para um bloco cerâmico, este apresentou pequenos
grãos de argila aglutinados o suficiente para caracterizá-lo granulometricamente como areia
(cerca de 90 % das partículas com diâmetro entre 0,05 e 4,8 mm) — ver Figura 05.
O Diagrama de Winckler (Figura 04) também torna possível observar que, no
estado apresentado, o material em estudo estaria longe de oferecer uma granulometria
adequada para algum dos produtos cerâmicos catalogados na Figura 02 (Tijolo maciço, Tijolo
furado ou Telha).
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Figura 05. Curva de Distribuição Granulométrica.
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REFERÊNCIAS
CAPUTO, H. P. (1988) – Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed. Rio de janeiro: LTC.
V.: il;
ORTIGÃO, J. A. R. (1993) – Introdução à mecânica dos solos dos estados críticos. 1. ed.
Rio de Janeiro: LTC. 368 p.: il;
PINTO, C. S. (2000) – Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. 1. ed. São Paulo:
Oficina de textos. 247 p. : il ISBN 85-86238-12-0;
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