Trabalho 1 – Aluna Maria Trindade Gago Guimarães Gonçalves
Parte 1: Audiência pública sobre células embrionárias
Essa audiência existiu para discutir uma contestação ao artigo 5° e paráfrafos da lei da Biossegurança. Esse dispositivo se refere à utilização de células-tronco de embriões humanos em pesquisas e terapias. O primeiro a comentar foi o próprio relator, o ministro Carlos Ayres Britto, que votou pela improcedência da ação. Para ele, a lei da Biossegurança é um “bloco normativo” e disse que para que haja vida humana, é necessário que o embrião tenha sido implantado no útero humano. Além disso, reportou a diversos artigos da Constituição que tratam do direito à saúde e à obrigatoriedade do Estado de garanti-la, defendendo assim a utilização de células tronco para o tratamento de doenças. A segunda a comentar foi a ministra Ellen Gracie que concordou com o relator, dizendo que não há constatação de inconstitucionalidade na lei da Biossegurança. A mesma afirma que se o embrião não está no útero, não se classifica como pessoa. O terceiro foi o Carlos Alberto Menezes Direito que julgou a ação parcialmente procedente, pois para ele, as pesquisas com as células-tronco podem ser mantidas desde que não haja prejuízo aos embriões humanos viáveis. Também propôs mais restrições ao uso dessas células e uma maior fiscalização em procedimentos, considerando as células vida humana. A quarta a se pronunciar foi a ministra Cármen Lúcia que concordou integralmente com o relator, comentando que concorda que células-tronco embrionárias não violam o direito à vida, e sim contribuem para dignificar a vida humana. Logo após, o ministro Ricardo Lewandowski considerou a ação parcialmente procedente, concordando com as pesquisas com as células-tronco mas restringe a realização das pesquisas a diversas condicionantes. O ministro Eros Grau apresentou três ressalvas: a criação de um comitê no Ministério da Saúde para controlar as pesquisas, que sejam fertilizados apenas quatro óvulos por ciclo e que a obtenção dessas células seja realizada a partir de óvulos inviáveis sem danificação dos viáveis. O ministro Joaquim Barbosa ressaltou que a permissão para a pesquisa com células embrionárias não recai em inconstitucionalidade e citou alguns países com restrições semelhantes. O ministro Cezar Peluso também defende às pesquisas com célula tronco e chamou atenção para a importância de que essas pesquisas sejam fiscalizadas. Logo após, o ministro Marco Aurélio também acompanhou o voto do relator e advertiu o risco do Supremo Tribunal Federal assumir o papel de legislador, ao propor restrições a uma lei. O ministro Celso de Mello citou que o Estado não pode ser influenciado pela religião e concordou com o relator. Por último, o ministro Gilmar Mendes concordou com o relator e ressalvou a necessidade do controle dessas pesquisas. Dessa maneira, tem-se que todos os ministros foram a favor da utilização de células embrionárias em pesquisas científicas, sendo que alguns apontaram a importância de uma fiscalização. Parte 2 - Transposição do Rio São Francisco
A transposição do rio São Franscisco é um projeto do governo federal, sob
responsabilidade do Ministério da Integração Nacional. É uma obra que prevê a construção de mais de 700 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos, ao longo de quatro Estados: Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Além disso, prevê a construção de nove estações de bombeamento de água. O principal argumento sobre a sua aprovação ou não, ocorre pela destinação do uso da água, pois alguns críticos alegam que a água será retirada de regiões onde a demanda por água é maior do que a demanda na região de destino e que a finalidade na verdade, seria disponibilizar água para a agroindústria e a carcinicultura. O relatório de impacto ambiental propôs 24 programas ambientais a serem implementados, com o objetivo de prevenir e corrigir impactos nessa região. Dessa maneira, para a tomada de uma decisão, teriam que ser chamados ambientalistas, empreendedores, moradores locais e representantes locais para se ter uma visão melhor do que a transposição melhoraria ou pioraria a qualidade de vida dessas pessoas. Em minha opinião, é fundamental se pensar em algo para diminuir o período de seca da região nordeste, nas quais pessoas de origem humilde do interior, ficam sem acesso a água tratada e adequada. Além disso, deve-se respeitar a marcação indígena, já que um dos pontos de captação se situa em um deles. Porém, considero ser uma obra importante e que trará benefícios para a população, desde que seja fiscalizada do início ao fim, e de que não sirva para o mau uso da água e destruição do meio ambiente.