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São Paulo
2005
Gustavo Sobue
Área de Concentração:
Orientador:
São Paulo
2005
Este exemplar foi revisado e alterado em relação à versão original, sob
responsabilidade única do autor e com a anuência de seu orientador.
FICHA CATALOGRÁFICA
Sobue, Gustavo
Modelagem paramétrica de pórticos rolantes: estabilidade
estrutural e otimização / G. Sobue. – ed.rev. -- São Paulo, 2005.
90 p.
À minha família
Agradecimentos
Optou-se pela utilização do método dos elementos finitos para o cálculo estrutural, pois
se trata de uma ferramenta de cálculo moderna, que permite avaliar soluções para as
processador permite que várias alternativas sejam analisadas para escolha da que melhor
Assim como ocorre com outras estruturas de engenharia, não existe uma equação de
tentativa e erro com base na experiência do projetista. Para facilitar a busca de uma
minimização da massa, o que no caso dos pórticos implica em redução da área da seção
transversal das vigas. Como restrições a esta redução adotaram-se o limite de
(Mathsoft) de maneira integrada a fim de se obter uma interface amigável, uma análise
Parametrização e otimização.
Abstract
The objective of this work is to develop a tool to generate an automatic structural design
of gantry cranes. With an automatic generation of finite element models and also a
design report, this routine allows a fast verification against yield of material and
structural instability.
The use of the finite element method was chosen for the structural design because it is a
modern analysis tool that permits the evaluation of geometric configurations for which
there are no analytical formulations available. However, the time necessary to build
these models may be high, especially if there are changes in the initial geometry and
many load cases. The use of a pre-processor allows the evaluation of a series of
geometric alternatives, within which would be chosen the one with the lowest cost that
Like many other engineering problems, there are no direct equations to find an adequate
structure; there are only verification procedures available; the optimum structures are
searched by trial and error, based on the designers’ experience. To accelerate this search
process, an optimization routine was developed. Mass reduction was adopted as the
objective function, which leads to reduction of the cross section area of the beams.
Excel (Microsoft), Ansys (Ansys Inc) and Mathcad (Mathsoft) software were integrated
generation.
Keywords: Gantry cranes. Transportation and lifting machines. Finite elements.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................15
4.2.5 Carregamentos.....................................................................................44
5 ANÁLISE DE RESULTADOS..........................................................................55
6 OTIMIZAÇÃO ESTRUTURAL.......................................................................63
REFERÊNCIAS ........................................................................................................88
C – Coeficiente aerodinâmico
– Coeficiente de Poisson
– Relação das larguras das abas das secções superiores e inferiores das Pernas
– Relação das alturas das almas das secções superiores e inferiores das Pernas
FIGURA 4.4 – NÓS REFERENTES ÀS SOLDAS NAS UNIÕES ENTRE VIGAS .....................................................34
TABELA 6.8 –3º CASO: RESULTADOS COM ESPESSURA MÍNIMA DE 1MM ...................................................83
TABELA 6.9 –VERIFICAÇÃO DOS VALORES DO PONTO ÓTIMO TENDO ESPESSURA MÍNIMA DE 1MM .............83
TABELA 6.10 –3º CASO: RESULTADOS COM ESPESSURA MÍNIMA DE 1MM E SEM RESTRIÇÃO DE
TABELA 6.11 –VERIFICAÇÃO DOS VALORES DO PONTO ÓTIMO TENDO ESPESSURA MÍNIMA DE 1MM SEM
1 Introdução
cargas envolvidas, assim como as tarefas realizadas. Surgiram no início do século XIX,
elétricos. Entre os tipos mais comuns estão os pórticos rolantes, nos quais o sistema de
levantamento está suspenso por um carro. Este tipo pórtico é recomendado quando a
competitividade.
1.2 Metodologia
1.3 Justificativa
Conforme citado, a geração das rotinas terá como principal benefício a redução do
de uma estrutura que atenda às necessidades do cliente com o menor custo possível.
Porém, não existe um roteiro padrão de cálculo a ser seguido. Normalmente, estima-se
17
uma geometria inicial, verifica-se sua resistência estrutural e determina-se o seu custo.
projeto básico de pontes rolantes, porém, nenhuma referência com a mesma abordagem
2 Revisão Bibliográfica
para o entendimento destes tópicos estão descritos separadamente nos itens 2.1 a 2.5.
conclusões de Freitas [ 2 ].
na NBR 8400 [ 7 ], pôde ser melhor compreendido através da descrição do estudo feito
maneira gradativa uma vez que a metodologia adotada baseia-se na validação de casos
simples para se ter uma aplicação final com maior confiança. Assim, os estudos de caso
Kogan esclarece aspectos de escopo do projeto (como, por exemplo, a escolha do tipo
estrutura e não de todo o equipamento onde se incluem motores, moitão, rodas, esquema
elétrico e etc, o trabalho de Kogan foi útil para o entendimento dos fatores que
projeto.
capacidade do pórtico, velocidade máxima de vento, tensões admissíveis para cada caso
localizada, Pfeil esclarece de maneira mais didática a relação entre as tensões atuantes e
explicação com exemplo de cálculo para casos de tensões críticas acima do limite de
verificadas: uma é o coeficiente de segurança ser maior que 1 e outra é a tensão crítica
3 Modelo de Síntese
solicitantes no centro de área da secção transversal das vigas. Para se obter estes
verificação da estrutura em vários pontos das vigas que são submetidas a vários
carregamentos. Isto faz que o número de nós aumente e torne mais complexa a
parametrização. A função de cada nó e elemento, para este caso, será apresentada mais
pórtico rolante. Porém, cabe lembrar que no projeto de um pórtico rolante tem-se um
fletores. A solução é obtida pela aplicação das equações de equilíbrio estático em vigas.
As vigas das Pernas dos pórticos são aproximadas por vigas em balanço. Neste caso, o
22
carregamento principal é um momento fletor oriundo das reações horizontais nos apoios
do pórtico.
A Viga Principal é a viga que suporta o carro. O carro é uma estrutura de aço que
estrutura do carro e também a carga a ser movimentada. Por isso esta viga é de grande
importância uma vez que recebe as maiores solicitações de flexão. Na Figura 3.1,
Esta viga ainda é dividida em Balanços e Vão Central que podem ser observados na
Figura 3.2 e Figura 3.3 respectivamente. Estas nomenclaturas são úteis para indicar a
3.3 Pernas
As Pernas são as vigas que apóiam o quadro formado na parte superior. Desta maneira,
As Vigas Principais, solicitadas por flexão, transmitem o momento fletor para as Pernas.
próximas ás Vigas Principais, para reduzir as solicitações de flexão e com isso diminuir
É comum adotar-se um par de Pernas com articulações e por conseqüência pelo menos
pelas extremidades superiores, propõem-se vigas com um perfil variando de uma secção
Figura 3.5, ilustram-se as Pernas com articulação (menores) e as pernas sem articulação
A Viga de Ligação tem a função de prover estabilidade às Pernas. Pode ser denominada
3.5 Truques
Os truques são componentes que não são considerados como vigas por tratarem-se de
estruturas pouco esbeltas e rígidas. Porém, neste trabalho, não há interesse na análise
dos truques e, por isso, foram modelados com elementos de vigas com rigidez alta em
momento causado pelo braço formado entre o ponto de apoio do pórtico no truque (eixo
4 Desenvolvimento do programa
análise dos resultados, conforme ilustrado na Figura 4.1. Optou-se por esta divisão
elementos finitos.
SIMULAÇÃO
Modelo De Análise
Elementos Numérica
Finitos
amigável com o programa de elementos finitos para facilitar a entrada dos dados de
função: Ansys (Ansys Inc.) através da linguagem paramétrica UIDL (Ansys Interface
Ansys foi descartada, pois implicaria na ocupação de uma licença para este software
mesmo quando fosse utilizado somente para a entrada e dados. Além disso, o usuário
entrada de dados devido ao seu baixo desempenho quando utilizado com grande número
de variáveis, figuras e tabelas. Assim, optou-se pelo Excel por ser de grande
popularidade, fácil acesso e por apresentar bom desempenho para o envio de dados.
do envio de dados.
Criou-se um arquivo padrão contendo três planilhas para que o usuário digite os valores
formato para preenchimento dos valores das variáveis e foram nomeadas como
por exemplo, a altura das pernas, largura do vão, posição da cabine de comando, etc.
A planilha PROPRIEDADES recebe os valores das dimensões das secções das vigas e
resistência. Na Figura 4.3 estão ilustrados alguns exemplos de cotas especificadas nesta
planilha.
31
vento e acelerações.
módulo de processamento.
Todos os arquivos de texto são gerados por uma sub-rotina (macro) associada a um
finitos de acordo com os dados recebidos pelo módulo de entrada de dados. Para
realizar esta função, utilizou-se o programa de elementos finitos comercial ANSYS, que
destinado à pórticos rolantes. É importante citar que as rotinas desenvolvidas podem ser
As atividades desenvolvidas neste módulo foram divididas em oito partes para facilitar
- Criação da geometria
- Organização em componentes
- Solução
usuário em valores que o programa irá efetivamente utilizar para a geração do modelo.
como por exemplo, a distância entre duas chapas e suas espessuras, ou, se a posição dos
elemento de viga, cujas propriedades reais aplicadas neste modelo são: momentos de
inércia, área de cisalhamento, altura, largura, área e posição do centro de área da secção
transversal.
esforços solicitantes.
Os nós de cada viga do modelo são apresentados mais adiante separadamente, porém, os
nós das intersecções e soldas das vigas são comuns à maioria das partes por isso
Para se determinar as coordenadas de cada nó, assumiu-se que o elemento deve estar
posicionado no centro de área das secções transversais. Nas intersecções das vigas, um
nó é criado na posição da intersecção das linhas de centro das vigas. Além disso, nós
representando as uniões soldadas são definidos no ponto de projeção da solda nas linhas
Considerando que as soldas são os pontos onde as vigas se unem realmente, o elemento
formado pelo nó da interseção das vigas e pelo nó da solda pode ser considerado
somente um artifício para se ter conexões entre as vigas. Dessa forma estes elementos
não tem função estrutural e, por isso, foram definidos como elementos rígidos de viga
(MPC184).
Nó da solda Solda
As posições dos nós dos apoios, assim como as próprias restrições, dependem da
existência de truque no pórtico. Quando há truque, as posições destes nós são definidas
pelo diâmetro da roda, altura do truque e altura da viga de ligação. Além disso, para
Ligação e o apoio para representar a articulação deste mecanismo. Na Figura 4.5 pode-
rotação da estrutura em torno do eixo Z. Para isso, os dois nós coincidentes são
PERNA
VIGA DE LIGAÇÃO
Y
INTERSECÇÃO DAS
LINHAS DE CENTRO
Z X
ARTICULAÇÃO DO TRUQUE
(DOIS NÓS)
APOIOS (PONTO DE
CONTATO DAS RODAS)
Quando não se tem truques, os nós que recebem as restrições são os nós das
PERNA
VIGA CABECEIRA
INTERSECÇÃO DAS
LINHAS DE CENTRO
APOIOS
Em ambos os casos estas vigas são representadas através dos nós apresentados na
Figura 4.7.
INTERSECÇÃO DAS PERNA
LINHAS DE CENTRO
Nós da Perna
Os nós das Pernas foram definidos pelas seguintes posições indicadas na Figura 4.8.
37
INTERSECÇÃO DAS
LINHAS DE CENTRO
SOLDA
PERNA
PARAFUSAMENTO
SUPOTE DA CABINA
ENROLADOR DE CABOS
VIGA DE LIGAÇÃO
PARAFUSAMENTO
SOLDA
INTERSECÇÃO DAS
LINHAS DE CENTRO
Os elementos das Vigas Principais são formados por nós que definem os balanços, vão
central e posição das rodas do Carro. Para a geração dos nós da Viga Principal verifica-
verificado se as posições dos nós do carro são coincidentes com algum outro nó. Os nós
da Viga Principal estão ilustrados nas figuras Figura 4.9 e Figura 4.10.
38
INTERSECÇÃO DAS
LINHAS DE CENTRO
SOLDA
SOLDA
INTERSECÇÃO DAS
LINHAS DE CENTRO
PERNA
VIGA DE LIGAÇÃO
VIGA FECHAMENTO
VIGA PRINCIPAL
INT. DAS
LINHAS DE
CENTRO
SOLDA
SUPORTE DA CABINA
SOLDA
INTERSECÇÃO DAS
LINHAS DE CENTRO
PERNA
VIGA DE LIGAÇÃO
Existem ainda quatro nós referentes à quatro rodas do carro do moitão que ficam em
contato com as Vigas Principais. Estes nós podem estar dispostos em diferentes
Os nós das Vigas de Fechamento são definidos pelas posições das uniões soldadas com
VIGA PRINCIPAL
Tipo de elemento
extremidade inferior das Pernas pode ser menor que a secção da extremidade superior.
é a mesma daquele que tem secções iguais, porém, os valores de área da secção e dos
A1 A1 A2 A2
A (1)
3
I1 4
I 13 I 2 I1 I 2 4
I 1 I 23 I2
I (2)
5
adotada e também pela razão entre as dimensões das secções transversais. Em ANSYS [
41
1 ] aconselha-se manter esta razão menor que 2 (dois), e, cita-se que se ela for maior
que 10 (dez) a solução não será executada. Porém, não existe citações sobre a influência
do grau de discretização nos resultados com este tipo de elemento. Para se avaliar tal
P = 1E6
1.2 m 0.6 m
10 m
incrementaram-se dois elementos iniciando-se com dois elementos até finalizar-se com
cem elementos ao longo da viga esquematizada. Em cada análise foi levantado o valor
da tensão de Von Mises na extremidade menor. Pela Figura 4.14 observa-se que os
resultados praticamente não se alteram quando se tem mais de dez elementos ao longo
cem elementos.
42
Nos pórticos, as Pernas são geralmente as vigas com secção variada de maior
Pernas, foi realizada uma análise de convergência análoga à do teste anterior nas Pernas
Para vigas com seis elementos tem-se uma variação de aproximadamente 2% nos
resultados de tensão. Isto indica que a parametrização feita com sete elementos terá uma
43
engenharia.
De modo a facilitar a geração dos elementos e leitura dos resultados nos nós, adotou-se
uma convenção de sentido de criação dos elementos: todos devem ser criados tal que o
eixo axial do sistema local tenha sempre o mesmo sentido do respectivo eixo no sistema
GLOBAL
1 2
A geração dos elementos deve considerar o posicionamento dos nós (ordem) ao longo
das vigas. Assim, no exemplo anterior deve-se garantir que o elemento nº 1 seja gerado
a partir dos nós 33 e 106 nesta ordem. Para vigas onde a ordem dos nós pode variar,
criou-se uma rotina que armazena os números dos nós com os seguintes critérios:
Com o armazenamento das posições dos nós, foi possível desenvolver uma rotina que,
baseada nas coordenadas, garante a geração de um elemento somente entre dois nós
adjacentes. Esta rotina aplica-se na geração dos elementos da Viga Principal, Viga de
Fechamento e Viga de Ligação que são as vigas onde pode ocorrer mudança na ordem
dos nós. O restante das vigas não tem alteração da ordem dos nós, portanto, não se
44
utilizou tal rotina. Nestes casos, os elementos são sempre gerados com a mesma
entrada de dados.
Para o exemplo anterior, tem-se a tabela seguinte onde é ilustrado o armazenamento das
Posição 1 2 3
Nº do Nó 33 106 1001
Se a disposição dos nós fosse 1001-33-106, a rotina garantiria que o elemento número
um fosse gerado a partir dos nós 1001 e 33 e não mais pelos nós 33 e 106.
4.2.5 Carregamentos
Steps. Desta maneira, é possível obter-se resultados independentes para cada Load Step
e, assim, através de combinações lineares dos resultados de cada Load Step é possível
45
simultaneamente.
na Tabela 4.2.
Load Step 1
a) massa do truque
d) massa da cabina, podendo ser distribuída em até três nós: um nas pernas e dois nas
e) massas dos painéis elétricos e passadiços distribuídas nas Vigas Principais e/ou
Principais
Carregamento a)
Carregamento b)
Carregamento c)
Carregamento d)
Carregamento e)
Carregamento f)
Load Step 2
O Load Step 2 é o carregamento vertical devido à carga principal. Embora seja também
devido ao peso próprio, este carregamento foi definido fora do Load Step 1 por
Load Step 3
vão.
equipamento. O esforço devido à ação do vento em uma viga é a força cuja componente
Fw = C.A.Pa ( 3 )
de entrada de dados.
que o pórtico se movimenta. Como exemplos, têm-se as áreas das almas das vigas, dos
Load Step 4
atuando na área da carga. Foi definido separadamente do Load Step 3 porque existem
Load Step 5
análogo ao Load Step 3. Na Figura 4.19 estão ilustradas as forças referente ao Load
Step 5.
Load Step 6
Load Step 7
O Load Step 7 refere-se às forças estáticas que são equivalentes às forças dinâmicas
destas forças sobre a estrutura obtém-se pela aplicação dos procedimentos comuns de
cálculo de força a partir das massas dos componentes e da aceleração lateral do pórtico.
Load Step 8
O Load Step 8 contempla a força de inércia atuando sobre a carga somente. Esta força é
Os carregamentos descritos na Tabela 4.2 foram definidos pela aplicação dos “Load
todos os Casos de Solicitação segundo a NBR 8400 [ 7 ]. A Tabela 4.4 ilustra como
Combinações
A x x x x x x x
B x x x x
Carregamentos
C x
D x
E x
F x
G x x x
H x x
CASO I II II III III III III
Onde:Caso I - serviço normal sem vento
Caso II - serviço normal com vento limite de serviço
Caso III - solicitações excepcionais
51
Para cada caso de solicitação existem fatores de majoração a serem considerados nos
carregamentos definidos por norma. Estes fatores são fornecidos pelo usuário através da
tabela de combinações conforme indicado abaixo:
Combinações
Desta maneira a tabela fornece a combinação e também os fatores adotados para cada
Como a parametrização adotada abrange pórticos que são construídos com truques e
também sem truques, foram adotadas condições de contorno exclusivas para cada uma
destas configurações.
Nos nós que representam o ponto de contato das rodas foram aplicadas restrições nos
Além disso, no Ansys pode-se garantir que o dois nós distintos tenham os mesmos
deslocamentos em cada grau de liberdade. Para isso, existe um artifício chamado “CP”
Para representar as articulações dos truques, foram criados dois nós distintos, porém,
parte do elemento formado entre a roda e a articulação e o outro faz parte do elemento
Esses nós foram acoplados para representar a rotação do truque em torno do eixo de sua
articulação. Para isso, todos os graus de liberdade dos dois nós coincidentes foram
de liberdade restritos nos apoios (rodas) e também os que foram acoplados na posição
da articulação do truque.
TRANSLAÇÃO EM Y
ROTAÇÃO EM Y
Y Y
Z X
TRANSLAÇÃO EM X
TRANSLAÇÃO EM Z ROTAÇÃO
EM X
TRANSLAÇÃO EM Y
Neste caso considera-se que as rodas estão acomodadas na viga cabeceira. Assim, não
há braço articulado como o truque. As condições foram aplicadas somente nos três
Z X
TRANSLAÇÃO EM X
TRANSLAÇÃO EM Z
TRANSLAÇÃO EM Y
interação com o caminho de rolamento, bem como a interação do eixo das rodas com o
pórtico.
4.2.7 Solução
se por utilizar o “Frontal Solver” (substituição direta) para a solução do problema linear
estático. Embora este método seja o que tenha a menor eficiência computacional,
obtém-se uma solução exata para o sistema de equações lineares. Além disso,
considerando o tamanho do modelo (até 100 nós), tipo de análise (linear estática) e tipo
desprezível.
global). Segundo Freitas [ 2 ] uma viga com três elementos é suficiente para representar
flambagem global são mais críticas nas Pernas, as quais foram modeladas com sete
Para facilitar a leitura dos resultados, geraram-se rotinas no Ansys que selecionam os
nós das secções críticas e exportam os esforços solicitantes para o software Mathcad.
55
5 Análise de resultados
Nas Pernas dos pórticos, adotadas como vigas do tipo caixão, existem diafragmas e
reforços internos que, junto com as abas e almas, determinam painéis que devem ser
verificados quanto à flambagem localizada. Na Figura 5.4 está ilustrada a definição dos
leitura dos arquivos de texto gerados por cada um. Os arquivos gerados pelo Excel
solicitações calculadas no Ansys. O Ansys por sua vez, adota uma convenção de sinais
O Ansys calcula, com o elemento utilizado neste trabalho, as tensões somente nas
extremidades da secção de acordo com a altura e largura da viga conforme a Figura 5.1.
56
Zmax
Y Alma
Ymax
Aba
Z
que não as extremidades. A Figura 5.2 indica quais foram os pontos adotados.
max Y
Z'
Y’max
Calcularam-se as tensões de flexão nos pontos de intersecção entre a alma e aba da viga
Mf y
fy Z max ( 4 )
Iy
Pelo Mathcad é:
Mf y
f 'y Z'
max ( 5 )
Iy
Onde: fy e f '
y são as tensões no Ansys e Mathcad respectivamente
57
Z max e Z '
max são as localizações dos pontos adotados no Ansys e Mathcad
respectivamente
Desta maneira, foi preciso estabelecer uma associação entre os valores das solicitações
de cada nó, com as respectivas características geométricas das secções. Cabe lembrar
é um o exemplo.
Mf I
f'
I Z'
I ( 6 )
II
Considerando que as solicitações são calculadas para cada nó de cada perna em todas as
qual é a combinação crítica, criou-se uma rotina que a identifica automaticamente tendo
t a = .b
POSIÇÃO DO DIAFRAGMA
ABA
PAINÉIS
ALMA
Nas pernas dos pórticos a tensão normal devido à força normal sempre será de
compressão conforme a Figura 5.5. Convencionou-se que esta tensão terá sempre sinal
-
N
y -
N
1 3
z
2
- N
- N
A tensão normal devido à flexão no eixo Z pode variar comforme indicado na Figura
5.6.
N
z
--
N Z
y --
N Z
1 3
z
2
-+ N Z
-+ N Z
OU
N
-+ y
z N Z N Z
-+
2
z
1 3
- - N Z
- - N Z
A tensão normal devido à flexão no eixo Y pode variar de forma análoga à flexão no
posição (1) é o ponto de máxima tensão normal de compressão. A posição (2) é o ponto
de mínima tensão normal na alma com máxima compressão. A posição (3) é o ponto de
--- y
z
--+
N Z Y N Z Y
N
-+- y
N Z Y N Z Y
y z
1 3 y -++
2
z
2 z
1 3
-+- -++
N Z Y N Z Y
--- N Z Y
- -+
N Z Y
N
N
--+ y
z N Z Y N Z Y
--- - + +y
N Z Y N Z Y
z
y
y -+-
3 1
2
z z
2 3
1
-++ N Z Y
-+-
N Z Y
--+ ---
N Z Y N Z Y
Para analisar a flambagem de placa nas pernas dos pórticos recorre-se à formulação do
2 2
1 1 1 3 1
(7)
fl 4 fi 4 fi fi
onde
é relação entre as tensões máx. e mín. no painel;
1 e são as tensões atuantes nos painéis;
fl e fl são as tensões críticas de flambagem para os casos de ocorrência de pura compressão e
puro cisalhamento respectivamente.
Mason [ 5 ] cita que a correlação entre as tensões críticas dos casos elementares de
2 2
E t
e 2
(8)
12(1 ) b
fl e K (9)
fl e K ( 10 )
62
verificar se a flambagem ainda ocorre no regime elástico. Para esta verificação define-se
3
flc fl 1
( 11 )
Caso flc ultrapasse o limite de proporcionalidade do material substitui-se flc por uma
6 Otimização estrutural
Considerou-se a função objetivo como sendo as massas das pernas para simplificação
do problema de otimização. Muitas vezes a real função objetivo é o custo que é função
da quantidade de material (massa) e mão de obra. Uma estrutura esbelta (menor massa)
pode ter um custo de fabricação maior. Como o custo de mão de obra é função do
mercado, optou-se por desconsiderar este valor neste trabalho cujo objetivo é apenas
- Escoamento do material
redução da área da secção transversal das Pernas. Como a área é expressa por um
otimização paramétrica.
de projeto.
como deve ser feita a implementação das rotinas de otimização integrando-as ao modelo
e as principais são:
Foram feitos dois modelos simples de barra descritos nos itens 6.1.2 e 6.1.3.
descrito no Capítulo 4.
A função objetivo é a função, expressa também por parâmetros, que deve ser
minimizada.
65
- Aproximação
Na primeira etapa, o valor da função objetivo é calculado para várias combinações das
interpolada ficando definida pelas aproximações. O levantamento dos pontos pode ser
para um sem restrições uma vez que as técnicas de minimização são mais eficientes para
otimização. Estas penalidades são parâmetros calculados a cada iteração que levam em
ponto ótimo dentro do universo de soluções. Neste caso a otimização é baseada nos
resultados do modelo e nos gradientes calculados a cada iteração. Isto é o que difere este
método do primeiro, pois naquele a otimização é baseada nas curvas aproximadas pelos
P Hv Y
t Z
Assumiu-se, para este caso, que o comprimento não pode mudar. Assim, o menor
espessura da viga.
- A tensão normal tem que ser menor que a tensão de escoamento do material
ad ( 12 )
- A tensão normal tem que ser menor que a tensão crítica de flamblagem
Hv E
1.5 ( 13 )
t
Para validar o procedimento que integra o modelo de elementos finitos com as rotinas
- Analiticamente
P=1
L = 100
E = 100
ad 5
Solução analítica
Sabemos:
Mf z P L Momento fletor ( 14 )
3
t Hv
Iz Momento de Inércia ( 15 )
12
68
2
Hv t
W Módulo de resistência ( 16 )
6
Mf z 6 P L
2
Tensão de flexão ( 17 )
W Hv t
Vv Hv t L Função objetivo ( 18 )
Fazendo Hv(t) a partir da primeira restrição ( 12 ), tem-se:
6 P L 6 P L 1
2 ad Hv ( 19 )
Hv t ad t
2
Hv E Hv t 1
1.5 t 3 ( 21 )
t 6 P L E
1.5
6 P L
Flambagem (15)
Hv
Região viável
Escoamento (13)
Ponto ótimo
t
VOLUME CRESCE
observa-se que o ponto ótimo é o ponto de intersecção das curvas das restrições. Assim,
para calcular o ponto ótimo basta igualarmos as equações das restrições. Fazendo isso,
tem-se:
Hv = 9.3024
t = 1.3867
Vv = 1289.99
uma função dados os valores iniciais das variáveis e restrições. O método utilizado para
Solução do Ansys
Utilizou-se um modelo paramétrico com elementos de viga com três graus de liberdade
em cada nó.
Notou-se que os valores iniciais das variáveis de projeto influem nos resultados da
otimização. Para avaliar a sensibilidade dos resultados, foram realizadas várias soluções
apresentados os resultados.
71
Para diminuir o efeito dos valores iniciais nos resultados da otimização, optou-se, neste
t
0,2 ( 22 )
Hv
Analisando os resultados, observa-se que as soluções pelo Mathcad e Ansys estão bem
Para um problema com mais de duas variáveis é difícil localizar o ponto ótimo
volume de uma barra engastada, porém, com três variáveis de projeto. O esquema do
t
P Hv
L B
Assumiu-se, neste caso, que o comprimento não pode mudar. Assim, o menor volume
- A tensão normal tem que ser menor que a tensão de escoamento do material
ad ( 23 )
- A tensão normal tem que ser menor que a tensão crítica de flamblagem.
tabela 15.1.
73
m EI y KG
P´ P ( 24 )
L2
onde P´ é a carga crítica de flambagem
G é o módulo de elasticidade transversal
m e K são coeficientes que podem ser encontrados em ROARK [ 10 ].
P = 10.000 N
L = 10 m
E = 206.000 MPa
ad 250 MPa
Solução do Ansys
Aproximation” para se verificar a influência dos valores iniciais das variáveis de projeto
Analisando a Tabela 6.3 verifica-se que os resultados têm uma variação de até 34% no
valor da função objetivo (área) e de até 270% na variável Hv. Isto constata uma grande
influência dos valores iniciais nos resultados da otimização. Para tentar diminuir esta
6.4.
76
“Subproblem Aproximation”, Tabela 6.3, confirma-se que o método “First Order” pode
ser mais preciso conforme citado em ANSYS [ 1 ]. Porém, isso ainda não implica que o
método “First Order” podem representar um ponto de mínimo local, e, neste caso,
utilizadas para melhorar a eficiência dos métodos de otimização. Dois exemplos são as
resultados viáveis.
limites das variáveis de projeto. A faixa de valores possíveis para cada variável de
Para verificar se os resultados obtidos com método “First Order” representam um ponto
método “First Order” os resultados podem estar próximos do mínimo global para este
caso. Porém, pela mesma comparação, nota-se que os últimos resultados são menos
sensíveis aos valores iniciais das variáveis de projeto. Sugere-se a utilização das
ferramentas “Random Design Generation” e “Sweep tool” bem como os dois métodos
rolante.
Considerando a boa correlação entre a solução pelo Ansys e Mathcad nos casos de
software, somente a solução pelo Ansys, análoga à última solução do caso anterior, foi
O volume das pernas pode ser alterado através das variáveis indicadas na Figura 6.4.
Porém, algumas destas variáveis não podem ser declaradas como variáveis de projeto,
a) A altura da secção inferior da Perna, Hi, deve ser igual à largura da secção da
b) A largura da secção superior perna, Bs, deve ser igual à largura da Viga
ser movimentada. Não pode ser variável de projeto para que não se alterem as
Desta maneira, apenas as variáveis , , taba e talma foram declaradas como variáveis
de projeto.
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Viga Principal
taba
Hs = Hi
Bs talma
Hs
Bs
Viga Cabeceira
taba
Bi Hi
Hi talma
Bi= Bs
- Escoamento do material: a tensão de Von Mises nas Pernas não deve ultrapassar
dos painéis ilustrados na Figura 6.5, deve ser menor que a tensão crítica
- Deslocamento da Perna: o maior deslocamento das Pernas deve ser menor que
H perna
, onde Hperna é a altura da perna. Este critério é comumente adotado em
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projetos de pórticos para se obter uma estrutura rígida o suficiente para não
oscilações da cabine de comando quando está fixada nas Vigas Principais ou nas
Pernas perto das Vigas Principais. Embora não seja um critério exigido por
norma muitos usuários de pórticos solicitam que essa condição seja observada.
- Limites para e : 1,0< <2 e 1,0< <2. Estes limites garantem que a razão entre
as dimensões das secções dos elementos das pernas sejam sempre menor que 2
pode ser repeitada, porém, devido à ocorrência de maior momento fletor na parte
Painel
Posição do diafragma
Como nos casos anteriores, foram realizados vários cálculos de otimização partindo-se
Os resultados Tabela 6.6 apresentaram variação de até 7%. Esta variação foi
considerada razoável quando comparada com o valor da massa total do pórtico. Além
para o ponto ótimo sempre serão aproximados para os valores de espessuras encontradas
no mercado.
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Adotou-se como valores do ponto ótimo: taba= 8,00, talma = 8,00, = 1,20 e = 1,00.
Para validar esta sugestão, o programa foi alimentado com estes valores e observou-se
que todas as restrições foram respeitadas conforme valores apresentados na Tabela 6.7.
dizer que o projeto ótimo das estruturas das Perna limita-se pelas restrições que não são
exigidas por normas ou outro critério de resistência dos materiais mas sim por restrições
subjetivas que podem variar de projeto para projeto. Desta maneira, foram realizados
dois testes para se verificar alternativas de projetos. Um dos testes foi realizado tendo o
limite inferior da restrição de espessura de chapa igual a um milímetro. O outro teste foi
Adotou-se como valores do ponto ótimo: taba= 5,00, talma = 3,00, = 1,70 e = 1,10.
Tabela 6.9 –Verificação dos valores do ponto ótimo tendo espessura mínima de
1mm
O segundo teste foi executado com espessura mínima de 1mm e também sem a restrição
Tabela 6.10 –3º caso: Resultados com espessura mínima de 1mm e sem restrição de
Adotou-se como valores do ponto ótimo: taba= 5,00, talma = 2,00, = 1,25 e = 1,00.
Tabela 6.11 –Verificação dos valores do ponto ótimo tendo espessura mínima de
Observando os resultados dos dois últimos testes verifica-se que as Pernas podem ter
apresentados nos dois últimos testes são apenas indicativos de que se pode considerar,
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tem a entrada de dados e a análise dos resultados fora do ambiente do Ansys. Esta
estrutura permite que o usuário execute o cálculo sem conhecer (operar) o software de
elementos finitos uma vez que este pode ser acionado remotamente no modo “batch”
dos erros citados anteriormente, que são geralmente, cometidos por usuários pouco
experimentados.
O estudo dos três casos de aplicação do Ansys em otimização mostrou que não existe
projeto.
pórticos rolantes. Os pórticos com talha fixa, pórticos com somente uma viga principal,
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ou aqueles que possuem vigas extras como reforçadores não foram incluídos no escopo
deste trabalho.
Propõe-se também que seja feito um levantamento de custos em função das variáveis de
projeto. Deve-se lembrar que qualquer função expressa por parâmetros pode ser
Referências *
[ 8 ] PFEIL, W.; Estruturas de Aço, 3º edição, Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos
e Científicos Editora S.A., 1982. 584p.
* De acordo com:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação:
referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
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