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Castells (1999) alega que, segundo os historiadores, houve pelo menos duas revoluções
industriais: a primeira iniciou-se pouco antes dos últimos trinta anos do século XVIII e a
segunda, cerca de cem anos depois, cujo destaque é para o desenvolvimento da
eletricidade e do motor de combustão interna. Nesses dois momentos, fica claro um período
de rápidas transformações tecnológicas e sem precedentes. “Um conjunto de
macroinvenções preparou o terreno para o surgimento de microinvenções nos campos da
agropecuária, indústria e tecnologia”
(CASTELLS, 1999, p. 71).
Após a década de 60, durante a revolução tecnológica que se inicia no fim da Segunda
Guerra Mundial, configura-se a Sociedade da Informação, que modifica, em um curto
período, diversos aspectos da vida cotidiana. Werthein (2000, p. 71) salienta que “a
expressão ‘sociedade da informação’ passou a ser utilizada, nos últimos anos desse século,
como substituta para o conceito complexo de ‘sociedade pós-industrial’ e como forma de
transmitir o conteúdo específico do ‘novo paradigma técnico-econômico”.
O sistema tecnológico disponível atualmente teve suas origens na década de 70, período
em que surgiu uma série de inventos e descobertas. O microprocessador, por exemplo,
principal dispositivo de difusão da microeletrônica, foi inventado em 1971 e difundido em
meados dessa década. O microcomputador, por sua vez, apareceu em 1975 e em 1977
foi introduzido o primeiro produto comercial da Apple, o Apple II.
Beal (2001, p. 77) lembra que “por muito tempo a TI foi considerada um “centro de custo”
que a princípio não gerava qualquer retorno para o negócio”, destacando os valores, in
vestindo em equipamentos eletrônicos e pouco uso que se fazia dessas tecnologias.
(GODOI,RIOS;2012)
Com o advento dos computadores, sobretudo no período pós-guerra, o homem
moderno descobriu que poderia revolucionar a maneira de gerar informação. Nesse
âmbito, a vinda dos sistemas de informação foi imprescindível para o avanço do
trabalho humano e, consequentemente, do capitalismo.
No decorrer da sua história, diversos tipos de bens serviram de base para o
desenvolvimento da economia. Propriedade, mão-de-obra, máquinas e capital
são exemplos desses bens. Atualmente, está surgindo um novo tipo de bem
econômico: a informação (...). Nos dias de hoje, a empresa que dispõe de mais
informações sobre seu processo de negócio está em vantagem em relação as
suas competidoras [Bezerra, 2007, p. 13].
(SIILVA,CORREIA,LIMA;2010)
A revolução da tecnologia da informação e a reestruturação do capitalismo introduziram
uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede. Essa sociedade é caracterizada pela
globalização das atividades econômicas decisivas do ponto de vista estratégico; por sua
forma de organização em redes; pela flexibilidade e instabilidade no emprego e a
individualização da mão-de-obra. Por uma cultura de virtualidade real construída a partir de
um sistema de mídia onipresente, interligado e altamente diversificado. E pela
transformação das bases materiais da vida – o tempo e o espaço – mediante a criação de
um espaço de fluxos e de um tempo intemporal como expressões das atividades e elites
dominantes.
O processo de criação e inovação dos conhecimentos possibilitados pelas tecnologias de
informação e comunicação contribuiu para a ampliação do saber humano (em todas as
áreas científicas) nas últimas décadas do século XX.
Em relação a esse novo mundo Lévy (1993) ressalta que: «[...] vivemos hoje em dia uma
destas épocas limítrofes na qual toda a antiga ordem das representações e dos saberes
oscila para dar lugar a imaginários, modos de conhecimento e estilos de regulação social
ainda pouco estabilizados».
Nessa revolução, fica evidente o importante papel da informação digitalizada nos novos
processos socioeconômicos e culturais, podendo-se, ainda, identificar três processos que
estão transformando profundamente a sociedade contemporânea e, por conseguinte, os
modos de ser, pensar, agir e sentir dos homens, são eles: a virtualidade, a interatividade e a
globalização.