lá na sala, pois não encontro a corda para abrir. Adrenalina pura e meu peso como pena. Continuo caindo num súbito segundo. Não consigo ver parada. Desespero, tudo escuro ao meu redor. Me debato contra o ar, mas continuo a cair. Sei que a queda vai ser brusca. Estou imaginando o tamanho da pancada que será. O que eu vou quebrar dessa vez? Me diz? Por que soltou minha mão? Não era inquebrável? Que laço mais mal dado! O ar está percorrendo todos os fios do meu cabelo. Sabe, até que não é tão ruim assim? Uma mistura de liberdade e medo. Vou caindo. Andar por andar. Sentido meu corpo se esvair pouco a pouco. Sentindo minha alma ressoar. Meu coração dispara a cada milésimo de segundo. A queda se aproxima e sei que não há colchões infláveis mais a baixo. Por que soltou minha mão? Será que está me vendo cair com olhar superior? Ah, meu amor. Escuto o quebrar de vários sonhos, planos e sorrisos. Posso escutar até trincar meu coração. Mas sabe, acho que gostei do vento em meus cabelos.