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AULA 2 – parte 2
COMPRAS
1 – CONCEITO DE LICITAÇÃO
Eu, Cyonil, tenho um livro de licitações, lançado pela Editora
Campus, mas está, hoje, desatualizado. Certamente, a intenção não é
colá-lo aqui. Logo, os amigos não terão que ler tanto quanto lá. Todavia,
adiante que temos bastante trabalho a fazer, e aqui de forma
atualizadíssima.
Inicialmente, vejamos o que diz o art. 3º da Lei 8.666/1993:
Art. 17 (...)
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos
da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e,
para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de
avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência,
dispensada esta nos seguintes casos:
(...)
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade
da Administração Pública, de qualquer esfera de governo;
(...)
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste
artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão
ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação
pelo beneficiário.
Em síntese:
- Os Estados, Distrito Federal e Municípios podem legislar
suplementarmente sobre a matéria no que tange ao interesse peculiar de
suas administrações. Mas não podem contradizer a Lei 8.666/1993,
naquilo que ela seja Lei Geral; e,
- nem toda a Lei 8.666/1993 é norma geral, pois existem
dispositivos aplicáveis apenas à União, por exemplo: contratação
direta para regular os preços e abastecimento.
Poxa, agora já não basta ter de estudar a Lei 8.666/1993, vou ter de
decorar as partes em que ela é lei geral, e em que não é, nossa! Calma aí,
gente! O “lance” é só saber que nem toda Lei 8.666/1993 é Lei Geral.
Mas decorar todos esses detalhes não é muito viável, não! Se der, ótimo.
Se não, podem ficar tranquilos. Dificilmente, “pra” não dizer raramente, o
examinador tem abordado esse assunto em prova.
Olha só que pergunta bacana: há o dever de licitar mesmo por
parte de entidades da Administração Pública que exploram
atividades econômicas?
2 – PRINCÍPIOS DE LICITAÇÕES
Como já vimos, em regra há licitações previamente às contratações
da Administração Pública, tendo por finalidade a obtenção da proposta
mais vantajosa, assegurada a isonomia de tratamento aos
interessados, e proporcionado o desenvolvimento nacional
sustentável.
Todo ato administrativo deve ser cercado de cautelas legais, morais e
éticas. A licitação, como conjunto encadeado de atos, não poderia ser
diferente. Não pode ser realizada “de qualquer jeito”. Contrário disso. A
licitação sujeita-se a um conjunto significativo de princípios e de normas
jurídicas, e, com isso, são evitados (ou reduzidos) desvios,
favorecimentos, além de permitir a utilização boa, regular, adequada, dos
escassos dinheiros públicos. Não há dúvidas em afirmar que a observância
das formalidades inerentes à licitação acarretará a mais aprimorada e
satisfatória realização dos fins buscados pelo Direito.
Exatamente na busca pela regular aplicação das verbas públicas,
os princípios da licitação ganham destaque. Funcionam como vetores de
orientação na interpretação das diversas normas regulamentadoras da
Vamos tratar dos princípios, sem usar muito tempo com aqueles que
já entendemos mais “tranquilos”, por serem do conhecimento mediano (de
quase todos). Vamos começar pelo grupo dos princípios explícitos, então.
O primeiro princípio explícito e do qual se fala bastante é o da
Legalidade. Por este princípio, a Administração só pode fazer aquilo
que a lei determina ou autoriza. Da mesma forma nas licitações. É
necessário obediência às normas.
Vejam que o edital fixará o TIPO, bem como FATORES para serem
utilizados no julgamento de uma licitação, tal como, por exemplo,
garantia do item, prazo de garantia etc. Então, ficamos assim nesta
questão: O TIPO É CRITÉRIO BÁSICO, PORÉM, NÃO ÚNICO, PARA
FINS DE JULGAMENTO.
Pois bem. Finalizados os princípios que são EXPLÍCITOS, tratemos de
alguns que são reconhecidos pela doutrina, como sendo aplicáveis às
3 – MODALIDADES
Finalmente, adentramos o estudo das modalidades de licitação.
A Lei 8.666/1993 prevê cinco modalidades de licitação, conforme
estabelece os §§ 1º ao 5º do art. 22 da LLC: concorrência; tomada de
preços; convite; concurso; e leilão, sendo que o §8º do art. 22 da LLC
proíbe a criaçãode novas modalidades de licitação, bem assim de
combinação de modalidades.
Tanto isso é verdade que a Lei, em seu art. 23, §4º, dispõe:
Compras
Compras
Modalidade Obras e Obras e e
e serviços,
Serviços Serviços serviços,
que não
de de que não
de
engenhari engenhari de
engenhari
a a engenhari
a
a
Regra → 15 dias
Técnica
45 dias
Empreitada Integral
X R$ 100
Y R$ 101
Z R$ 103
W R$ 110
I R$ 120
J R$ 125
X R$ 100
Y R$ 101
H R$ 115
Não participam!
I R$ 120
J R$ 125
4 – TIPOS DE LICITAÇÃO
GABARITA RÁPIDO AÍ: são tipos de licitação– a concorrência e a
tomada de preços.
Tic, tac,tic, tac... PÉÉÉÉM!
Gabarito: ERRADO - Não são tipos, são modalidades, as duas
figuras citadas.
Pois é. Talvez alguém tenha errado esse item, por pura desatenção.
Não pode, gente. Um item em prova de concurso pode ser o paraíso. Ou
oposto disso... Então, por favor, atenção em prova, ok? Vamos para o que
interessa: os tipos.
Como tivemos a oportunidade de estudar, o julgamento das
propostas será sempre objetivo, em observância ao Princípio do
Vejamos um exemplo:
Proposta técnica – pontuação Proposta de preços (R$)
A – 100 pontos D – 40,00
B – 95 pontos A – 50,00
C – 90 pontos B – 45,00
D – 85 pontos C – 60,00
5 – FASES DA LICITAÇÃO
Inicialmente, esclareço que as fases aqui abordadas são as
aplicáveis às modalidades comuns, em especial. Quanto ao pregão, os
detalhes já foram vistos. Concurso e leilão também têm procedimentos
diferenciados e, por não serem tratados especificamente na Lei
8.666/1993, não são abordados aqui.
As fases da licitação são duas, basicamente: a interna e a
externa.
Vejamos o que a Lei 8.666/1993 tem a nos dizer a respeito da fase
interna, a princípio:
I – produzidosno País;
II – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
III – produzidos ou prestados por empresas que invistam
em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologiano
País (recente alteração – Lei nº 11.196/2005).
(1) Pensando desta forma, podemos até mesmo entender que pode o
Judiciário revogar um ato administrativo. O que não é
possível é o Judiciário revogar um ato que não lhe pertence;
(2) Porém, a forma de atuação é distinta. Enquanto o Judiciário, no
exercício de sua atividade jurisdicional, só atua mediante
provocação; a Administração, no exercício da atividade
administrativa, age por provocação ou de ofício, neste último
caso, em nome do princípio do impulso oficial ou Oficialidade;
(3) A revogação deve preservar os direitos adquiridos, coisa que
não acontece com a anulação, pois, atos ilegais não geram
direitos;
(4) O direito de a Administração anular os atos administrativos
que geraram efeitos favoráveis a terceiros que agiram de boa-fé
decai em 5 (cinco) anos.
Em síntese:
- De regra, é vedada a preferência de marca em licitações;
- Em aplicação ao princípio da padronização (art. 15, I), é possível a
preferência de marca, desde que tecnicamente justificável; e
- A preferência de marca não significa afastamento do
procedimento de licitação, afinal de contas, o fornecedor pode ser
não-exclusivo.
E esse assunto de marcas é tão importante que o TCU,
recentemente, edital a súmula 255. Vejam:
Recebimento do objeto
Nisso, então, está a principal diferença dos contratos com relação aos
convênios: no contrato, o objetivo é o lucro, nos convênios, a
cooperação. P. ex: o Tribunal de Contas do Estado celebra um
contrato com o Tribunal de Contas da União, com o objetivo de
QUESTÕES COMENTADAS
1 - (2010/CESPE/BASA/Técnico) A licitação destina-se a garantir a
observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a
proposta mais vantajosa para a administração, sendo processada e julgada
em estrita conformidade com os princípios básicos que regem essa lei.
Comentários:
Ok! Facinho-facinho. Letra da Lei. É o que diz o art. 3º da Lei do “Capeta”
(8.666). Mas atenção - apesar de continuar certo, lembrar que,
atualmente, há outro objetivo para os processos licitatórios, ESTIMULAR O
DESENVOLVIMENTO NACIONAL.
GABARITO: CERTO
2 - (2010/CESPE/BASA/Técnico)A Lei n.º 8.666/1993 é uma lei de
natureza ordinária, de abrangência nacional, destinada a regulamentar o
sentido do texto constitucional no que concerne ao estabelecimento de
normas gerais aplicáveis às licitações e aos contratos administrativos que
devem nortear a atuação da administração pública direta, indireta e
fundacional.
Comentários:
Irreparável! O texto constitucional a que se refere o examinador é o art.
22, inc. XXVII.
GABARITO: CERTO
3 - (2009/CESPE/Agente Administrativo) Acerca de licitações, julgue
o item que se segue.
As normas gerais sobre licitações estabelecidas na Lei n.º 8.666/1993
restringem-se à União, aos estados e ao Distrito Federal.
Comentários:
Item passa-raiva! Moleza... O erro é dizer que a 8.666 RESTRINGE-SE à
União, estados e DF. Está errado. Faltaram os municípios...
GABARITO: ERRADO
4 - (2010/CESPE/MS/ANALISTA) O edital é o ato pelo qual a
administração divulga as regras a serem aplicadas em determinado
procedimento de licitação, sendo assegurado apenas aos licitantes o direito
de impugná-lo junto a administração caso contenha algum vício, embora os
cidadãos tenham a faculdade de representar ao tribunal de contas ou a
órgãos integrantes de controle interno a ocorrência de irregularidade, com
prazo máximo de quinze dias úteis antes da abertura dos envelopes.
Comentários:
Pode parecer que esta questão é só de fixação. Não é.
15 - (2010/CESPE/AGU/Administrativo/Cargo 3) Na hipótese de
aquisição de bens, a Lei de Licitações veda expressamente condutas como
a cotação de quantidade inferior à demandada na licitação e a fixação no
edital de quantitativo mínimo, ainda que tais condutas sejam justificáveis
para ampliar a competitividade do certame.
Comentários:
Comparem essa questão com a de cima. Vejam que ela é o oposto da
outra, que estava certa. Logo, esta aqui está ERRADA. São possíveis, sim,
cotações parciais, com intuito de ampliar a competitividade no certame.
Além disso, é possível a fixação de quantitativos mínimos, de modo a
permitir um melhor planejamento de compras por parte da Administração.
GABARITO: ERRADO
23 - (2010/CESPE/DPU/Analista/Questão adaptada)Tanto o
pregoeiro quanto a equipe de apoio devem ser ocupantes de cargo efetivo
do próprio ministério.
Comentários:
Questão de fixação: não é necessário que a equipe de apoio seja composta
por ocupantes de cargo efetivo. Muito menos o pregoeiro, pois as normas
são absolutamente omissas quanto a este, que pode ser exclusivamente
comissionado. Logo, ERRADO o item.
GABARITO: ERRADO
SIMULADO
Agora é contigo. Faça, abaixo, um simuladinho.
COMENTÁRIOS DO SIMULADO
(2011/Cespe – PREVIC – Cargo 1-CE) Julgue os itens seguintes, que
versamsobre modalidades de licitação, dispensa e inexigibilidade.
1 - É possível ao gestor público realizar concorrência para aquisição
de um bem de valor inferior a R$ 50.000,00.
COMENTÁRIOS: visto na aula de licitações. Quando cabe o convite, caberá
concorrência, lembra? Tá certo mesmo, pois, como diz o item,É POSSÍVEL
a realização da concorrência em tal situação.
GABARITO: CERTO
2 - É permitida a realização de duas tomadas de preço para um
único serviço de valor total igual a R$ 1.500.000,00. (Certo/Errado)
COMENTÁRIOS: pura maldade. Se fosse um serviço DE ENGENHARIA, seria
possível duas tomadas, pois estaríamos no limite da tomada de preços
para obras e para SERVIÇOS DE ENGENHARIA. Todavia, a tomada, no caso
do item é para um SERVIÇO EM GERAL, situação que traz o limite de 650
mil para a modalidade em referência. Caso a Administração concluísse ser
viável, tecnicamente, a divisão do objeto, em duas licitações, deveria fazer
DUAS CONCORRÊNCIAS, pois o valor em questão ultrapassa os limites da
tomada de preços. Item muito bom.
GABARITO: ERRADO
3O gestor público, mesmo visando maior garantia de concorrência
e lisura entre os possíveis interessados, não pode combinar as
modalidades de licitação existentes para torná-las mais eficientes e
eficazes.
COMENTÁRIOS: falamos sobre isso na aula. É vedada a combinação das
modalidades.
GABARITO: CERTO
4É considerada inexigível a licitação para a aquisição de um
produto de marca consagrada e notoriamente preferida no âmbito
da organização pública que realiza a licitação.
COMENTÁRIOS: não cabe indicação, de modo geral, de marcas em
licitação, como vimos. Caberia a indicação da marca quando fosse
tecnicamente necessário, nos termos do § 5º do art. 7o, e não por que a
marca é “preferida” pela Administração.
GABARITO: ERRADO
5 - A União, ao intervir no domínio econômico para normalizar o
abastecimento ou regular preços, pode dispensar a licitação.
COMENTÁRIOS: dispensa de licitação prevista no art. 24, inc. VI, 8.666.
Fizemos até uma questão sobre o assunto na aula 6. Confiram por lá.
GABARITO: CERTO
RAZÕES DA ANULAÇÃO:
A inoponibilidade da exceção do contrato não cumprido só prevaleceria
para os contratos de serviços públicos. Nos demais, seria impossível tal a
inoponibilidade. Hoje, a Lei n.º 8.666/93 – lei de licitações e contratos –
prevê a paralisação da execução do contrato não pago por período acima
de 90 dias. O item afirmou que esse período seria de 3 meses, fato que
poderia confundir os candidato, uma vez que, dependendo dos meses
que se considera, o período pode ser inferior a 90 dias. Por essa razão,
opta-se pela anulação do item.