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ANALISE DOS PROCEDIMENTOS DE CONCRETAGEM DA PONTE FELIPE

GUERRA: Fase inicial, procedimentos, execução e conclusão.

PINHEIRO, Sirleno Itamar Barbosa


Graduando Engenharia Civil – UFERSA/Angicos
FELISBERTO, Leonardo Amaro
Graduando Engenharia Civil – UFERSA/Angicos
DANTAS, Leonardo Henrique de Macedo
Graduando Engenharia Civil – UFERSA/Angicos
BORGES, Lucas Quirino da Costa
Graduando Engenharia Civil – UFERSA/Angicos

RESUMO

Está cada vez mais comum o uso do concreto nas obras da construção civil conforme a
necessidade de utilização de matérias primas devido ao aumento na oferta das construções civis.
Por ser um material de grande resistência, maleável e atender a diversas situações em
construções, o concreto é considerado mais importante das construções. A prática do
desenvolvimento sustentável do concreto é viável pois ele não fica fora da lista dos materiais
que causam impactos ambientais. O uso de técnicas que atendem as exigências impostas pela
NBR 12655, podem garantir melhor qualidade e eficiência no produto final se de forma correta
são aplicadas. O concreto de cimento Portland, assim, é a principal matéria prima utilizada nas
obras da construção civil no Brasil e no mundo.

Palavras-chave: Concreto. Construção Civil. Normas. Procedimentos.

ABSTRACT
The use of concrete in construction works is increasingly common as the need to use raw
materials is due to the increase in the supply of civil constructions. Because it is a high strength,
malleable material and meets a variety of construction situations, concrete is considered the
most important of the constructions. The practice of sustainable concrete development is
feasible because it is not outside the list of materials that cause environmental impacts. The use
of techniques that meet the requirements imposed by NBR 12655, can guarantee better quality
and efficiency in the final product if they are applied correctly. Portland cement concrete is thus
the main raw material used in construction works in Brazil and in the world.

Keywords: Concrete. Construction. Standards. Procedures.


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INTRODUÇÃO

O concreto é de fundamental importância e o mais utilizado na construção civil, sendo


um composto originado da mistura de um ou mais aglomerantes, no caso o cimento, além é
claro de água, areia, pedra e aditivos específicos. Ao ser hidratado, o cimento forma uma pasta
que adere aos fragmentos agregados, formando uma mistura que possibilita a modelagem
acarretando numa alta resistência a compressão que quando endurecido, possivelmente fica
adequado as exigências necessárias.
Quando o concreto se forma, o mesmo se torna um material resistente que ao endurecer perde
sua característica maleável, impossibilitando a moldagem. Com o crescimento da construção
civil o concreto é imprescindível por possuir a característica de suporte das estruturas. Mesmo
com a variedade dos tipos de concretos o concreto é eficaz e importante no meio da construção
civil exercendo quando se necessita diferentes funções que pode ser exercida. O concreto está
presente em casas, pontes, rodovias, e tantas outras áreas que o mesmo possui capacidade de
estar presente (LIMA et al., 2014)
Assim, o presente trabalho buscará de forma sucinta, traçar um panorama de como é o
controle de qualidade dos concretos produzidos na obra de reforço e melhorias da Ponte Felipe
Guerra localizada na BR- 304, próximo ao município de Assú, com intuito de se aprofundar
mais nos conceitos relacionados ao concreto e sua confecção.

CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND E SEUS TIPOS

Podemos conceituar o concreto como uma pedra modelada pelo homem, capaz de obter
em seu processo completo de confecção, grande resistência que se assemelha a rochas naturais.
A resistência à água faz com que o concreto se diferencie de outros materiais devido ao seu
menor poder de deterioração tornado o mesmo, viável em diferentes obras. Um fator que
diferencia o concreto de outros materiais é sua abundante disponibilidade e também dos seus
agregados que possuem custos considerados baixos se comparados com outros tipos de
materiais.
Quando se fala em aglomerante inserido na confecção do concreto, temos o cimento em
presença de água. Já o agregado é qualquer material granular, como areia, pedregulho, seixos,
rocha britada, escória de alto-forno e resíduos de construção e de demolição. Existem também
os aditivos e adições que são substâncias químicas adicionadas ao concreto em seu estado fresco
que lhe alteram algumas propriedades, adequando-as às necessidades construtivas. Segundo
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BATTAGIN (2009), “O concreto é uma mistura homogênea de cimento, agregados miúdos e


graúdos, com ou sem a incorporação de componentes minoritários (aditivos químicos e
adições), que desenvolve suas propriedades pelo endurecimento da pasta de cimento”.
Para que essa mistura se comporte como descrito acima, está justamente na presença do
cimento, o qual é uma mistura finamente moída de compostos inorgânicos calcinados
compostos de calcário e argila e quando junto à água solidifica-se devido a reações químicas
existentes entre os minerais do cimento e a água, resultando em uma pasta que endurecerá com
o tempo (IBRACON, 2009).
Há dois tipos básicos de cimento. Os que não endurecem debaixo da água e, quando
endurecidos, dissolvem-se lentamente se expostos à água. Sua origem remonta ao Egito Antigo
e à Mesopotâmia. E os cimentos usados no concreto, que permanecem estáveis em ambiente
aquoso – solidifica-se e mantém suas propriedades (resistência à água); por isso, dito cimento
hidráulico. O cimento hidráulico largamente empregado no concreto moderno é o cimento
Portland (IBRACON, 2009).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Concreto, existem três classes básicas de
classificação em relação ao concreto, obtidas por meio de dosagens da mistura, também,
chamados de traços. Há o concreto de densidade normal, concreto leve, pesado. Os concretos
podem ser, também, classificados em relação à sua resistência, são eles: Concreto de baixa
resistência, que tem menos de 20 MPa (não adequado à finalidade estrutural), o concreto de
resistência normal de resistência de 20 a 50 MPa e, também, o concreto de alta resistência de
50 MPa.

Tipos de concretos

Existe uma grande variedade de tipos de concreto, cada um atende a um tipo de


exigência nas construções, dentre os principais pode-se citar:
 Concreto armado (concreto e armadura): material formado por concreto e barras
de aço, caso típico dos pilares, onde os dois se unem e resistem as forças de
compressão e tração solicitante (PORTAL DO CONCRETO, 2013).
 O concreto convencional: usado em obras onde não existe a necessidade da
utilização de equipamentos para o bombeamento do concreto. Devido à baixa
trabalhabilidade desse concreto, torna-se necessário o uso de equipamentos de
vibração para um bom adensamento.
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 O concreto bombeável: desenvolvido para que fosse permitido o lançamento por


meio de certos equipamentos como bombas (SUPREMO CONCRETO, 2013).
 O concreto protendido: refinamento do concreto armado, onde se aplica tensões
prévias de compressão nas regiões da peça que serão tracionadas pela ação do
carregamento externo (PORTAL DO CONCRETO, 2013).
 Concretos espaciais são todos os excluídos dos itens acima, tal como concretos
com slumps distintos, com consumos cimento estabelecidos, com fator /cimento
fixados, com a adição de matérias-primas não convencionais, exigência de
outras propriedades físicas como resistência a tração e módulo de deformação
para cada condição e particularidades de estruturas (SUPREMO CONCRETO,
2013).
 O concreto magro tem função de preenchimento ou proteção mecânica, com
baixo consumo de ciumento sem função estrutural. É usado em camadas de
proteção, envelopamento de tubos, enchimentos de camadas, base de blocos,
lastros, contra pisos, etc. (SUPREMO CONCRETO, 2013).
 Concreto com o maior teor de argamassa é o aparente, possui baixa exsudação e
excelente acabamento superficial. Pode-se incorporar a mistura à utilização de
super-plastificantes para elevação do abatimento. Para um bom resultado, deve
ter alguns cuidados como, a forma deve ser feita de materiais regulares, liso,
livre de emendas, de baixa aderência, tais como metálica, resinadas ou
plastificadas. A vedação deve ser feita para que iniba a fuga da argamassa da
peça. A escolha de um bom desmoldante, o adensamento e a cura do concreto
são de fundamental importância para que a estrutura tenha um bom resultado
(PORTAL DO CONCRETO, 2013).
 O concreto Extrusado (Meio-fio) tem um elevado teor de argamassa, composto
comumente pedrisco. Geralmente é pré-misturado na central, ficando a
complementação da quantidade total de água a ser realizada no canteiro de obras,
pois a consistência para aplicação do concreto varia conforme a característica de
cada extrusora. Este tipo de concreto é fornecido por consumo de cimento
(PORTAL DO CONCRETO, 2013).
 O concreto auto adensável tem um elevado abatimento (slump), que possui como
característica principal o preenchimento de todos os vazios da forma apenas pela
ação do seu próprio peso. É um concreto fluído, com alta trabalhabilidade e de
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fácil aplicação. No geral, são empregados, neste tipo de concreto, os aditivos


superplastificantes a base de éter policarboxilatos, proporcionando no fim a obra
uma grande redução na mão de obra, eliminação dos nichos de concretagens e
racionalização da etapa de concretagem dentro do cronograma executivo
(SUPREMO CONCRETO, 2013).
 No Concreto Leve sua característica está na redução de peso por meio da
utilização de agregados especiais, como argila expandida. Como parâmetro, o
concreto de cimento Portland tradicional é utilizado geralmente na regularização
de contra pisos e no preenchimento de estruturas anexadas a edificações antigas,
onde se deseja reduzir o peso próprio ou evitar sobre cargas nas estruturas
(SUPREMO CONCRETO, 2013).
 O Concreto de Alto Desempenho é bem resistente, que além da elevada
resistência apresenta maior durabilidade, menor porosidade, maior
impermeabilidade, maior coesão e de elevada trabalhabilidade, em função da
utilização de superplastificantes. Normalmente recebe adições minerais tais
como sílica ativa ou metacaulium. Estas adições minerais reagem com a cal livre
originária do processo de hidratação do cimento (PORTAL DO CONCRETO,
2013).
 O Concreto para Pavimentos Industriais tem a característica básica de resistência
não inferior a 20 Mpa, com consumo mínimo de 350 kg/m³ e abatimento igual a
100 mm. Possui, também, elevado teor de argamassa, baixo índice de exsudação
e retratação plástica e pega normal, e em alguns casos recomenda-se o uso de
superplastificantes para aumento do abatimento. Ele necessita de uma ótima sub-
base, com excelente compactação de substrato, projeto estrutural, tipo de
execução, cura do concreto e previsão de juntas de dilatação, podendo os
pavimentos ser ou não armados (SUPREMO CONCRETO, 2013).

BREVE HISTÓRICO SOBRE A CONSTRUÇÃO DA PONTE FELIPE GUERRA

A Ponte Felipe Guerra recebeu esse nome em homenagem ao ex-desembargador, ex-


deputado constituinte e ex-secretário de educação homônimo, que foi nome de expressão na
primeira metade do século passado no Rio Grande do Norte.
Sua edificação iniciou-se em 1948, na gestão do presidente Eurico Gaspar Dutra. O
governador na época era o José Varela. Com muito empenho e uma série de dificuldades
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enfrentadas, a Ponte Felipe Guerra só foi concluída depois de quatro anos, em 1952, na
administração do presidente Getúlio Vargas. Sylvio Pedrosa era o governador, em face da morte
de Dix-Sept Rosado no ano anterior, em acidente aéreo. O prefeito de Assú, na ocasião, era
Edgard Montenegro (SANTOS, 2017).

Figura 1: Início da obra da Ponte Felipe Guerra

Fonte: Disponível em: http://blogcarlossantos.com.br/ponte-sobre-rio-acu-ganhara-reforco-e-alargamento-apos-65-


anos/.

Concluída a ponte, a mesma possuía 595 metros de extensão, ela é ainda hoje a maior
ponte de concreto armado do Nordeste. Foi construída pelo técnico em carpintaria Francisco
Gaag, austríaco, naturalizado brasileiro.
Em 2017 foram iniciadas obras de reforço, reabilitação e alargamento da ponte que tem
quase 65 anos de vida. Nesse caso, a “nova ponte” terá uma largura de 12 metros de pista, mais
acostamento e passarela de pedestre nas duas laterais. Sua largura sairá dos atuais 8,60 metros
para aproximadamente 18 metros (SANTOS, 2017).

METODOLOGIA E ANALISE DOS DADOS OBTIDOS

A metodologia pode ser considerada como um conjunto de etapas que têm como
objetivo a investigação de dados e fatos afim de obter a verdade, ou para alcançar um fim que
melhor conceitue o que está sendo estudado. Segundo Rampazzo (2009, p. 13), metologia
significava “estudo de métodos”. Logo, a metodologia é utilizada para organizar todas as etapas
para se fazer uma pesquisa.
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Diante disso, a presente pesquisa pode ser caracterizada como descritiva e de campo
com aplicação de um questionário ao responsável pelo setor de concreto da obra. Isso porque o
referido estudo buscou fazer uma análise de como é feito todo o processo inicial do concreto,
suas exigências e suas aplicações. A proposta buscou identificar quais meios e métodos que são
utilizados na concretagem da Ponte Felipe Guerra.

Apresentação dos dados obtidos pelo questionário aplicado diretamente ao responsável


do concreto da obra.

A intenção no primeiro momento era realizar entrevistas com duas ou mais obras de
construção civil para obtenção de informações e realização de uma pesquisa aprofundada sobre
o assunto abordado. Porém apenas uma obra foi acessível devido à escassez de obras que
seguem as normas exigidas.
O questionário foi aplicado com perguntas simples sugeridas pela Prof. Janaina e que,
através delas, informações importantes foram obtidas. O objetivo principal dos questionários é
mostrar a realidade atual da confecção do concreto para uso.
A seguir, veremos as perguntas, suas respectivas respostas e uma breve analise
relacionando-a com a NBR 12655:
Pergunta:
Na obra em questão se faz uso do concreto armado? Onde ele é empregado?
Resposta:
Na obra da ponte Felipe Guerra se faz o uso do concreto armado em todas as peças que tem
função estrutural, tanto com armadura ativa (protensão) como com armadura passiva. Pode-se citar
algumas peças que são executadas com concreto armado, como a Laje, Pilares, Blocos de fundação,
Vigas, Barreiras do tipo New Jersey (guarda-rodas).
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Figura 2: Concreto armado da Ponte Felipe Guerra

Fonte: Arquivo pessoal.

Pergunta:
Qual a resistência que o concreto deve alcançar aos 28 dias?
Resposta:
De acordo com o projeto, o Fck a ser atingido aos 28 dias da maioria das peças é de 35 Mpa,
mas ainda há algumas peças que requer a resistência aos 28 dias de 30 Mpa e outras de 40 Mpa.
Pergunta:
Existe projeto estrutural que faz menção ao fck dos elementos estruturais?
Resposta:
Existe o projeto estrutural no qual ele especifica os Fck das peças que são feitas com concreto
armado, assim como a relação de água e cimento e o tipo de concreto a ser utilizado.
Pergunta:
O concreto é produzido na própria obra ou é solicitado para uma concreteira?
Resposta:
Todo o concreto utilizado é produzido na obra
Pergunta:
O que levou a escolha pelo tipo de produção de concreto que foi definido na resposta da
questão 4?
Resposta:
A escolha pelo concreto ser produzido na obra é decorrente do contrato com o DNIT que
especifica esse tipo de produção.
Pergunta:
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Caso o concreto seja feito na própria obra, quem faz a dosagem? Qual método utilizado?
Resposta:
O concreto produzido na obra é dosado pelo laboratorista da construtora. O método utilizado
é do ABCP no qual define as características do material (granulometria, classe do cimento, entre
outros), fixa uma relação água cimento que deve ser menor que 0,5 e no final determinar o consumo
do material.
Pergunta:
É realizado o controle tecnológico desse concreto (slump e resistência à compressão)?
Resposta:
O controle tecnológico do concreto é realizado com a moldagem de corpos de provas de 20
cm x 10 cm tanto para 3,7 e 28 dias e posteriormente o rompimento desses CPs, como também é
realizado o Slump-test em todas as betonadas.
De acordo com a NBR 12665, o Slump test é realizado para verificar a trabalhabilidade do
concreto em seu estado plástico, buscando medir sua consistência e avaliar se está adequado para o
uso a que se destina. O que podemos dizer que a empresa segue de forma correta o que a norma exige.
Pergunta:
Como são feitos os procedimentos perguntados na questão 7? (Vocês devem comparar
para ver se é como a norma recomenda que seja feito, nesse caso, sendo possível, registrar por
meio de fotos tais procedimentos).

Resposta:
As moldagens dos corpos de provas são feitas em moldes cilíndricos de 20 cm x 10 cm em
duas camadas com 12 golpes cada uma. Os rompimentos dos corpos de provas são realizados na
prensa hidráulica do próprio laboratório com a inclusão de capacetes de Neoprene nas bases do corpo
de prova. O Slump test é realizado em três camadas, cada uma sendo golpeadas 25 para o
adensamento do concreto no tronco de cone, após esse procedimento, o tronco de cone é levantado e
posicionado na lateral do concreto que sofrerá um adensamento, então é pego uma trena e mede-se a
altura entre o meio do concreto e o topo do tronco de cone.
O cimento Portland deve cumprir, conforme seu tipo e classe, com os requisitos constantes
das ABNT NBR 5732, ABNT NBR 5733, ABNT NBR 5735, ABNT NBR 5736, ABNT NBR 5737,
ABNT NBR 11578, ABNT NBR 12989 ou ABNT NBR 13116 (NBR-12655, 2015).
O tipo de cimento deve ser especificado levando-se em consideração detalhes arquitetônicos
e executivos, a aplicação do concreto, o calor de hidratação do cimento, as condições de cura, as
dimensões da estrutura e as condições de exposição naturais ou peculiares de trabalho da estrutura.
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Pergunta:
Quantos corpos de prova vocês enchem? A que idade ele é rompido?
Resposta:
São enchidos dois corpos de provas para 3, 7 e 28 dias de cada betonada. São rompidas aos 3,
7 e 28 dias.
Pergunta:
Já aconteceu de a resistência não atingir a que foi especificada em projeto? O que foi
feito?
Resposta:
A resistência aos 28 dias sempre deu maior que a especificada, muitas vezes tendo uma
margem grande em relação ao Fck.
Pergunta:
Em caso de positivo na pergunta anterior, é comum a resistência não ser superior ou
igual a solicitada?
Resposta:
(A resposta anterior foi contrária a pergunta atual).
Pergunta:
Caso não seja realizado o controle tecnológico, como vocês fazem para verificar a
resistência à compressão? Como sabe se ela atingiu o que está sendo solicitado em projeto?
Resposta:
(A resposta anterior foi contrária a pergunta atual).
Pergunta:
Na preparação do concreto em obra, o que determina a quantidade de água que vocês
usam no concreto?

Resposta:
Na preparação do concreto, o que determina a quantidade de água a ser utilizada é a umidade
da areia e a ação do aditivo plastificante. O concreto sai do canteiro de obra com uma folga de água
que se for necessário devido a trabalhabilidade, será inserido na hora da concretagem.
Pergunta:
É realizado a cura? Você sabe a importância desse procedimento?
Resposta:
A cura é realizada na obra com a aplicação de uma cura química logo após a concretagem e
posteriormente a cura é realizada com água e o cobrimento da peça com bedim para assegurar a
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umidade. A importância da cura é evitar a retração do concreto, que provoca fissuras e é ocasionado
pela perda da água do concreto durante a pega.
Pergunta:
Vocês usam vibradores? Como eles são usados (posição, tempo de vibração)
Resposta:
Vibradores são usados para o adensamento do concreto na obra. Eles são utilizados de forma
que a ponta do vibrador não seja introduzida muito profundamente, não bata nas armaduras e que seja
suficiente para que seja visto bolhas na superfície do concreto, mostrando que o ar entre os vazios
está sendo eliminado, mas evitando ficar muito tempo para que ocorra segregação, no qual a pasta de
cimento suba para a superfície e segregue dos agregados no fundo.
Pergunta:
Qual o tipo de equipamentos vocês utilizam para realizar o lançamento do concreto? O
que levou a esta escolha?
Resposta:
O Lançamento do concreto é realizado pela calha da autobetoneira e outras vezes em carrinhos
de mão e pás. A escolha se deve ao nível de acessibilidade das peças.

Figura 3: Betoneira em processo de concretagem através de calhas.

Fonte: Arquivo pessoal.

Diante das informações coletadas, é visível que a empresa em questão busca seguir os
procedimentos de forma correta, visando melhor qualidade e desempenho na execução das
atividades.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido ao grande crescimento das inovações nas construções civis no Brasil e no


mundo, define-se como principal componente nas obras o concreto de cimento Portland por
possuir uma maior trabalhabilidade, de fácil locomoção, aplicado em diversas situações onde
se adequa as necessidades exigidas.
Por ser um material moldável e maleável no seu estado inicial antes de endurecer, além
de possuir grande resistência, o mesmo é capaz de sustentar bases de qualquer construção. Suas
características possibilitam a pré-moldagem de diferentes formas e tamanhos o que permite
maior agilidade no processo de construção tornando-o indispensável no meio em questão.
A utilização do concreto de cimento Portland na obra de reforço, ampliação e
revitalização da Ponte Felipe Guerra reflete no que foi exposto durante o andamento do trabalho
devido a sua importância e sua aplicação, seguindo todas as exigências que a norma estabelece.
O uso do concreto na obra é destinado na sua grande maioria para armações sendo que antes o
concreto é testado em laboratório periodicamente, atingindo níveis de resistência além do que
a norma exige na sua grande maioria. O próprio concreto é produzido no canteiro de obras o
que facilitando assim sua locomoção, impedindo avarias na sua composição que não afetará na
sua resistência. O uso do concreto na obra é eficaz tanto na produção, nos testes e na sua
utilização usando-se de meios para melhor adequar as normas, fazendo uso de equipamentos
que atendem a aplicação e também utilização de vibradores que eliminam os vazios sem que
haja também a segregação do concreto o que acarretaria numa perda de qualidade do concreto.
Por fim, o que podemos concluir é que na obra da Ponte Felipe Guerra localizada
próximo ao município do Assú, a empresa atuante busca atender todas as especificações que
estão estabelecidas nas normas Brasileiras referentes a confecção e utilização do concreto de
cimento Portland o que atende aos questionamentos que foram impostos pelo referente trabalho.
Assim, o presente trabalho apresentou resultados que eram esperados o que permite afirmarmos
que obtivemos o sucesso que buscamos.
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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12655:2015 –


Concreto de cimento Portland — Preparo, controle, recebimento e aceitação —
Procedimento. Rio de Janeiro. 2015.

BATTAGIN, A.F. Uma breve história do cimento Portland. Disponível em:<


http://www.abcp.org.br/basico_sobre_cimento/historia.shtml>. Acesso: 18 jan. 2019.

IBRACON. Concreto: material construtivo mais consumido no mundo. [S. l.], 2009.
Disponível em:
http://ibracon.org.br/publicacoes/revistas_ibracon/rev_construcao/pdf/Revista_Concreto_53.p
df. Acesso em: 18 jan. 2019.

LIMA, Caio Ivson Vasconcelos et al. . In: LIMA, Caio Ivson Vasconcelos et al. CONCRETO
E SUAS INOVAÇÕES. Maceió, 2014. Disponível em:
https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitsexatas/article/viewFile/1285/755. Acesso: 18 jan.
2019.

RAMPAZZO, L. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Loyola, 2009.

SABENDO UM POUCO MAIS SOBRE CONCRETO. Portal do concreto. Disponível em:


<https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitsexatas/article/viewFile/1285/755> . Acesso em: 18
jan. 2019.

SANTOS, Carlos. Ponte sobre rio Açu ganhará reforço e alargamento após 65 anos. Assú-
Itajá, 2017. Disponível em: http://blogcarlossantos.com.br/ponte-sobre-rio-acu-ganhara-
reforco-e-alargamento-apos-65-anos/. Acesso em: 18 jan. 2019.

TIPOS DE CONCRETO E SUAS APLICAÇÕES. Supremo concreto. Disponível em:


<https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitsexatas/article/viewFile/1285/755>. Acesso em: 18
jan. 2019.
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ANEXO I

PERGUNTAS DO QUESTIONÁRIO

1. Na obra em questão se faz uso do concreto armado? Onde ele é empregado?


2. Qual a resistência que o concreto deve alcançar aos 28 dias?
3. Existe projeto estrutural que faz menção ao fck dos elementos estruturais?
4. O concreto é produzido na própria obra ou é solicitado para uma concreteira?
5. O que levou a escolha pelo tipo de produção de concreto que foi definido na resposta da
questão 4?
6. Caso o concreto seja feito na própria obra, quem faz a dosagem? qual método utilizado?
7. É realizado o controle tecnológico desse concreto (slump e resistência à compressão)?
8. Como são feitos os procedimentos perguntados na questão 7? (Vocs devem comparar pra ver
se é como a norma recomenda que seja feito, nesse caso, sendo possível, registrar por meio de
fotos tais procedimentos)
9. Quantos corpos de prova vocês enchem? A que idade ele é rompido?
10. Já aconteceu da resistência não atingir a que foi especificada em projeto? O que foi feito?
11. Em caso de positivo na pergunta anterior, é comum a resistência não ser superior ou igual
a solicitada?
12. Caso não seja realizado o controle tecnológico, como vocês fazem para verificar a
resistência à compressão? Como sabe se ela atingiu o que está sendo solicitado em projeto?
13. Na preparação do concreto em obra, o que determina a quantidade de água que vocês usam
no concreto?
14. É realizado a cura? Você sabe a importância desse procedimento?
15. Vocês usam vibradores? Como eles são usados (posição, tempo de vibração,...)

16. Qual o tipo de equipamentos vcs utilizam para realizar o lançaento do concreto? O que
levou a esta escolha?

RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO

1- Na obra da ponte Felipe Guerra se faz o uso do concreto armado em todas as peças que tem
função estrutural, tanto com armadura ativa (protensão) como com armadura passiva. Pode-se
citar algumas peças que são executadas com concreto armado, como a Laje, Pilares, Blocos de
fundação, Vigas, Barreiras do tipo New Jersey (guarda-rodas).
2 –De acordo com o projeto, o Fck a ser atingido aos 28 dias da maioria das peças é de 35 Mpa,
mas ainda há algumas peças que requer a resistência aos 28 dias de 30 Mpa e outras de 40 Mpa.
3 – Existe o projeto estrutural no qual ele especifica os Fck das peças que são feitas com
concreto armado, assim como a relação de água e cimento e o tipo de concreto a ser utilizado.
4 – Todo o concreto utilizado é produzido na obra
5 -A escolha pelo concreto ser produzido na obra é decorrente do contrato com o DNIT que
especifica esse tipo de produção
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6- O concreto produzido na obra é dosado pelo laboratorista da construtora. O método utilizado


é do ABCP no qual define as características do material (granulometria, classe do cimento,
entre outros), fixa uma relação água cimento que deve ser menor que 0,5 e no final determinar
o consumo do material.
7 – O controle tecnológico do concreto é realizado com a moldagem de corpos de provas de 20
cm x 10 cm tanto para 3,7 e 28 dias e posteriormente o rompimento desses CPs, como também
é realizado o Slump test em todas as betonadas.
8- A moldagem dos corpos de provas são feitos em moldes cilíndricos de 20 cm x 10 cm em
duas camadas com 12 golpes cada uma. O rompimento dos corpos de provas são realizados na
prensa hidráulica do próprio laboratório com a inclusão de capacetes de Neoprene nas bases do
corpo de prova. O Slump test é realizado em três camadas, cada uma sendo golpeadas 25 para
o adensamento do concreto no tronco de cone, após esse procedimento, o tronco de cone é
levantado e posicionado na lateral do concreto que sofrerá um adensamento, então é pego uma
trena e mede-se a altura entre o meio do concreto e o topo do tronco de cone.
9 – São enchidos dois corpos de provas para 3, 7 e 28 dias de cada betonada. São rompidas aos
3, 7 e 28 dias.
10- A resistência aos 28 dias sempre deu maior que a especificada, muitas vezes tendo uma
margem grande em relação ao Fck.
11-12-
13- Na preparação do concreto, o que determina a quantidade de água a ser utilizada é a umidade
da areia e a ação do aditivo plastificante. O concreto sai do canteiro de obra com uma folga de
água que se for necessário devido a trabalhabilidade, será inserido na hora da concretagem.
14 – A cura é realizada na obra com a aplicação de uma cura química logo após a concretagem
e posteriormente a cura é realizada com água e o cobrimento da peça com bedim para assegurar
a umidade. A importância da cura é evitar a retração do concreto, que provoca fissuras e é
ocasionado pela perda da água do concreto durante a pega.
15 – Vibradores são usados para o adensamento do concreto na obra. Eles são utilizados de
forma que a ponta do vibrador não seja introduzida muito profundamente, não bata nas
armaduras e que seja suficiente para que seja visto bolhas na superfície do concreto, mostrando
que o ar entre os vazios está sendo eliminado, mas evitando ficar muito tempo para que ocorra
segregação, no qual a pasta de cimento suba para a superfície e segregue dos agregados no
fundo.
16 – O Lançamento do concreto é realizado pela calha da auto betoneira e outras vezes em
carrinhos de mão e pás. A escolha se deve ao nível de acessibilidade das peças.
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ANEXO II

IMAGENS DA OBRA DA PONTE FELIPE GUERRA


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