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1. INTRODUÇÃO....................................................................................................03
2. FORRAGICULTURA...........................................................................................04
2.1 PASTAGENS NATIVAS.................................................................................05
2.2 PASTAGENS CULTIVADAS.........................................................................05
2.3 PASTAGEM MELHORADA...........................................................................05
3. ESCOLHA DAS FORRAGEIRAS.......................................................................05
3.1 AS FORRAGEIRAS MAIS USADAS............................................................07
4. A PASTAGEM NOS TRÓPICOS ÚMIDOS.........................................................10
4.1 PRÁTICAS DE PASTOREIO........................................................................12
4.1.1 Pastejo contínuo...................................................................................12
4.1.2 Pastejo diferido.....................................................................................13
4.1.3 Pastejo rotacionado..............................................................................13
5. DEGRADAÇÃO DAS PASTAGENS...................................................................14
5.1 SINAIS DE DEGRADAÇÃO DA PASTAGEM...............................................15
5.2 CAUSAS DA DEGRADAÇÃO.......................................................................20
5.3 CAUSAS DE DEGRADAÇÃO RELACIONADAS AO ESTABELECIMENTO
DA PASTAGEM.............................................................................................20
5.4 LOCAL DE PLANTIO....................................................................................22
5.5 ASPECTOS CLIMÁTICOS...........................................................................22
5.6 ASPECTOS DO SOLO.................................................................................23
5.7 TOPOGRAFIA DA REGIÃO..........................................................................23
5.8 TOLERÂNCIA À CIGARRINHA....................................................................23
5.9 ÉPOCA DE PLANTIO E PREPARO DO SOLO............................................25
5.10 CALAGEM E ADUBAÇÃO DE PLANTIO...................................................26
5.11 USO DO GESSO AGRICOLA.....................................................................27
5.12 PLANTIO.....................................................................................................28
5.13 ADUBAÇÃO DE COBERTURA..................................................................29
5.14 CONTROLE DE PLANTAS INVASORAS...................................................29
5.15 UTILIZAÇÃO DA PASTAGEM....................................................................30
6. CAUSAS DE DEGRADAÇÃO RELACIONADAS AO MANEJO.........................30
6.1 SUPERPASTEJO.........................................................................................30
6.2 DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO.................................................................31
6.3 DEFICIENCIA DE OUTROS NUTRIENTES.................................................31
6.4 USO DA QUEIMA.........................................................................................31
6.5 ESPECIE FORRAGEIRA INADEQUADA.....................................................34
7. MANEJO DAS PASTAGENS..............................................................................34
8. FORMAÇÃO E MANEJO DE CAPINEIRA.........................................................36
8.1 O CAPIM-ELEFANTE...................................................................................37
8.2 CULTIVARES................................................................................................38
8.2.1 Mineiro..................................................................................................38
8.2.2 Taiwan a-146.........................................................................................38
8.2.3 Napier...................................................................................................39
8.2.4 Cameroon.............................................................................................39
8.2.5 Pioneiro.................................................................................................39
9. ESCOLHA DA ÁREA..........................................................................................40
9.1 LEITO MENOR.............................................................................................40
1
9.2 LEITO MAIOR...............................................................................................40
9.3 TERRAÇO.....................................................................................................41
9.4 MEIA-ENCOSTA...........................................................................................41
9.5 MORRO ÀREA CONCOVA E CONVEXA....................................................41
9.6 TOPO DO MORRO.......................................................................................41
10. PREPARO DA ÁREA........................................................................................42
10.1 CONSERVAÇÃO DO SOLO.......................................................................43
10.2 CALAGEM E ADUBAÇÃO..........................................................................43
10.2.1 Fósforo................................................................................................44
10.2.2 Potássio..............................................................................................44
10.2.3 Nitrogênio............................................................................................45
10.2.4 Enxofre e Micronutrientes...................................................................46
11. DISTRIBUIÇÃO DO CALCÁRIO.......................................................................46
11.1 ARAÇÃO DO SOLO....................................................................................46
11.2 PLANTIO.....................................................................................................47
11.3 SULCAMENTO...........................................................................................47
11.4 USO DE ADUBO ORGÂNICO....................................................................47
11.5 COLHEITA DAS MUDAS............................................................................48
11.6 TRANSPORTE DAS MUDAS.....................................................................48
11.7 DISTRIBUIÇÃO DAS MUDAS NOS SULCOS...........................................48
11.8 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS.....................................................49
11.9 UTILIZAÇÃO DA CAPINEIRA.....................................................................49
12. PLANTAS TÔXICAS MAIS IMPORTANTES NA REGIÃO AMAZÔNICA.........50
12.1 PLANTAS TOXÍCAS DE DISTRIBUIÇÃO LIMITADA.................................52
12.2 PLANTAS TÓXICAS DE MENOR IMPORTÂNCIA....................................53
13. PRAGAS DAS PASTAGENS E FORRAGEIRRAS..........................................55
13.1 CIGARRINHAS...........................................................................................56
13.2 CONTROLE................................................................................................59
13.3 COCHONILHA DAS PASTAGENS.............................................................61
13.4 CONTROLE................................................................................................62
13.5 CURUQUERÉ DOS CAPINZAIS................................................................63
13.6 CONTROLE................................................................................................65
13.7 CUPINS......................................................................................................68
13.8 GAFANHOTOS...........................................................................................68
13.9 SAÚVAS......................................................................................................70
14. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA......................................................................74
2
Forragicultura e Pastagem
1
Everaldo de Sousa Guimarães
1. INTRODUÇÃO
1
Engenheiro Agrônomo
3
Tabela 1: Destinação da produção de carne bovina sob inspeção federal (SIF) no
Estado do Acre. 2001.
2. FORRAGICULTURA
4
fósforo, cálcio e potássio, momento em que podem exaltar sua presença porque o meio
lhes é favorável. As leguminosas podem eventualmente estar presente em uma
comunidade vegetal, sem no entanto serem importantes, se não encontrarem aí as
condições favoráveis. Segundo (PUPO, 1977), as gramíneas produzem principalmente
a fração energética da alimentação e as leguminosas, além da fração protéica, são
também responsáveis pela fixação do nitrogênio atmosférico, devido à simbiose:
leguminosa + bactéria. Da ocorrência de gramíneas, ou delas com leguminosas, forma-
se a cobertura vegetal, que chamamos de pastagens e que, segundo sua origem, são
classificadas como nativas e cultivadas ou artificiais.
2.1 PASTAGENS NATIVAS
5
Para a escolha das forrageiras a serem plantadas é necessário levar em
consideração a raça do gado e o tipo de exploração que se pretende usar a forragem:
de cria e leite, de corte, ovinos ou eqüinos. Para gado de cria, de leite e ovinos a
preferência é pela pastagem baixa, ou seja, forrageiras de porte baixo. Se as
forrageiras forem usadas em pastejo permanente às gramas estoloníferas são as mais
indicadas, com seu sistema radicular pouco profundo e seus pontos vegetativos
completamente expostos, suportam melhor o pisoteio e as tosas freqüentes.
Forrageiras que suportam inundação, como o pasto negro, não crescem em solos
encharcados ou inundados por muito tempo, diferente das canaranas, ou capim arroz
que consegui crescer em solos inundados.
Existem forrageiras que suportam a queimada, como o capim-colonião ou soja-
perene, mas não gostam de fogo rotineiro. Os capins próprios ao fogo são de
baixíssimo valor nutritivo, como a barba-de-bode, o capim-cabeludo ou o capim-frecha.
Uma forrageira somente é econômica quando existem condições básicas para o
seu desenvolvimento. Quando correção do solo, adubação e irrigação tem de criar as
condições exigidas, então é melhor não plantar (PRIMAVESI, 1999).
Pastagem melhorada não quer dizer obrigatoriamente corrigida e adubada. Quer
dizer somente que implantaram-se forrageiras melhores do que as já existentes. Por
exemplo: implantando siratro e centrosema ou guandu no capim-gordura melhora-se a
pastagem, aumenta-se o suporte, contribui para o melhor aproveitamento do capim. Ou
implantando-se soja perene no colonião melhora-se a pastagem, tanto no que diz
respeito ao solo, dando uma vida maior ao capim colonião, por não expor o solo
desnudo ao sol e a chuva, quando o capim for rebaixado pelo gado, como para o
alimento do gado, que fica mais bem nutrido. Pastagem melhorada significa
proporcionar uma alimentação melhor ao gado e aumentar o suporte, especialmente
por proporcionar forragem verde durante a estação adversa, que o frio no sul e a seca
no Brasil tropical (PRIMAVESI, 1999).
A escolha da forrageira deve ser muito criteriosa, segundo (PRIMAVESI, 1999),
numa experiência feita no Pará, semeando uma mistura de 9 forrageiras entre
gramíneas e leguminosas, após três anos houve o seguinte resultado: o capim-colonião
desapareceu da maioria dos pastos, permanecendo somente em algumas pastagens
com terra mais fértil. A Brachiaria decumbens instalou-se em terrenos planos de
6
fertilidade fraca, o capim-gordura tomou conta das lombadas de cascalho laterítico,
junto com o calopogônio. A puerária tomou conta das terras baixas e úmidas, mas sem
inundação. O quicuio-da-amazônia estabeleceu-se, junto com o estilosantes, nas
ladeiras de fertilidade fraca, e as canaranas ficaram nos terrenos que sofreram
inundação periódica. A centrosema desapareceu. Se tivesse sido usada uma única
forrageira, em todos os terrenos menos adequados teria enfraquecido a tal ponto que a
“juquira,” ou seja, a rebrota da mata e as plantas invasoras pós-roça teriam tomado
conta. A limpeza do pasto depende da agressividade da forrageira.
3.1 AS FORRAGEIRAS MAIS USADAS
7
Tabela 2. Forrageiras e composição percentual de proteína bruta
Forrageira PB (proteína bruta) %
Puerária (Pueraria phaseoloides) 20,92 a 23,83
Soja-perene (Glycine wightii tinaroo) 20,11 a 20,94
Leucena (Leucena leucocephala) 20,00
Siratro (Macroptiluim atropurpureum) 19,00 a 20,83
Mucuna-preta (Stizolobium aterrimum) 18,36 a 21,07
Alfafa (Medicago sativo) 14,70 a 22,80
Cornichão (Lotus corniculatos) 17,13 a 17,24
Pega-pega (Desmodium adscendens) 16,36 a 17,33
Guandu (Cajanus cajan) 14,00 a 15,20
Soja (Glycine Max Merrill) (palha após 15,50
colheita)
Lab-lab (Dolichos lablab) 14,80
Mas existem também capins com elevado teor em PB na matéria seca
Quicuio (Pennisteum clandestinum) 17,20
Capim-elefante (P. purpureum) 10,24 a 13,64
Brachiaria (Brachiaria humidicola) 11,90
Bermuda-grauss(C. dactylon 10,70
cv Taiwan)
Grama-branca (Panicum reptans) 13,53
Jaraguá (Hyparrhenia rufa) 5,83 a 14,3
Capim-papuã (Brachiaria plantaginea) 13,93
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Brachiaria decumbens cv. Basilisk (braquiarinha) – devido à sua susceptibilidade à
cigarrinha-das-pastagens, esta espécie é recomendada apenas em mistura com outras
espécies, na proporção de até 20% da composição botânica do pasto;
Brachiaria brizantha cv. Marandu (brizantão) – recomendada somente para áreas com
solos bem drenados;
Brachiaria brizantha cv. Xaraés – gramínea forrageira recentemente lançada pela
Embrapa, com excelente desempenho no Acre. Para solos de baixa permeabilidade,
recomenda-se plantar em mistura com o capim-humidícola, na proporção de 1:1;
Brachiaria humidicola cv. Quicuio-da-Amazônia (humidícola) - recomendada
principalmente para áreas que apresentam solos de baixa permeabilidade;
Panicum maximum cvs. Tanzânia, Mombaça e Massai – recomendadas para solos mais
férteis, com topografia pouco acidentada para evitar a erosão. Pastagens formadas com
estas gramíneas devem ser manejadas sob pastejo rotacionado;
Paspalum atratum cv. Pojuca – recomendado principalmente para áreas que apresentam
solos de baixa permeabilidade, com topografia pouco acidentada, e com período seco mais
ameno;
Cynodon nlemfuensis cv. Estrela Africana Roxa – como não existem sementes
disponíveis no mercado (produz sementes inférteis), esta gramínea tem que ser plantada
por mudas, sendo recomendada para a recuperação e melhoramento de pastagens já
estabelecidas, principalmente em solos mais férteis. Tem apresentado excelente
desempenho nos solos de baixa permeabilidade, onde o brizantão tem morrido. Também é
recomendada para plantio em malhadouros e entorno de currais, devido à sua
agressividade e boa tolerância ao pisoteio nestas condições, bem como em barragens de
açudes. Outras espécies de gramíneas forrageiras, principalmente as braquiárias anfíbias
(angola, tangola e tanner-grass), têm sido utilizadas em condições específicas pelos
produtores, porém ainda não foram validadas pela pesquisa.
Duas leguminosas forrageiras são atualmente recomendadas para as pastagens no
Acre:
Pueraria phaseoloides (puerária) – única com sementes disponíveis no mercado, é
recomendada tanto para a formação de pastagens em áreas novas quanto para a
renovação de pastagens degradadas, apresentando boa capacidade de consorciação com
as gramíneas do gênero Panicum maximum, com todas as braquiárias e com o capim-
pojuca, não sendo recomendada sua consorciação com a estrela roxa;
9
Arachis pintoi cv. Belmonte (amendoim forrageiro) – leguminosa de porte
rasteiro,estolonífera, que tem apresentado excelente adaptação às condições
edafoclimáticas do Acre, principalmente nos locais com período seco mais ameno. É
plantada por mudas (estolões), sendo recomendada para a recuperação, renovação e
melhoramento de pastagens, principalmente com gramíneas de porte mais baixo
(braquiárias, estrela roxa, capim-pojuca e capim-massai). (Figuras 1 e 2)
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Trachypogon ciperceae) na paisagem típica do fogo. Segundo, existem as pastagens de
terra firme que hoje, em sua maioria, são plantadas, e finalmente as das várzeas, que
possuem uma vegetação toda específica, que é de muita boa qualidade, sendo
composta por plantas que suportam a inundação ou que vegetam na água, como as
canaranas (Echinochloa polystachya) e (E. pyramidalie), diversos sorgos (Hymenachne
amplexicaulis) e (H. donacifolia), diversos Panicum (Panicum elephantipes, P.
zizanoides), diverso arroz nativo (Oryza gandiplumis, O. perenis, O. hexandra),
Paspalum (P. fasciculatum, P. repens), etc. O valor nutritivo destas pastagens equivale
aos cultivos de melhor qualidade. É absolutamente antieconomico querer drenar as
várzeas para plantar pastagens exóticas. No período de seca, estas forrageiras servem
para bovinos, nas águas são plantadas quase exclusivamente para bubalinos. Porém,
ancorando-se no solo podem flutuar formando ilhas de capim. Estas, em parte, são
rebocadas servindo de alimento ao gado recolhido nas marombas. Estas pastagens
praticamente não têm indicação de manejo, a não ser evitar o superpastoreio na
estação mais seca, onde o pisoteio pesado e a tosa excessiva podem prejudicá-las.
As pastagens melhores situam-se por toda à parte nos solos mais baixos, não
importando se sofrem somente de inundação temporária ou por longo tempo.
Como na Mata em geral não existia capim, as pastagens na terra firme são
praticamente todas plantadas, em boa parte abandonadas por terem sido escolhidas
forrageiras inadequadas para as condições climáticas e de solo e sendo invadidas
maciçamente por jurubebas, malvas-brancas, vassoura-de-botão (Borreria verticilata),
assa-peixe (Vernonia spp), capim-amargo (Trichachne insularis) e rabo-de-burro
(Andropogon bicornis).
O problema mais comum nas pastagens de terra firme é seu crescimento muito
rápido, de modo que o gado não consegue vencer a forragem. Sua lignificação rápida
baixa seu valor nutritivo drasticamente. Embaixo, na forragem densa, graças ao
ambiente úmido, assentam-se fungos.
Fungos atacam igualmente as sementes das forrageiras, como uma espécie de
carvão, as sementes do capim colonião ou a mela nas leguminosas.
A leguminosa que se adaptou rapidamente é o Kudzu-tropical (Pueraria
phaseoloides), que invade áreas de solos frescos e é usada paracobrir o solo nos
11
cultivos de capim-colonião, elefante, guiné e outros. Porém não suporta pisoteio pesado
nem queimadas e em estado fresco é pouco procurado pelo gado.
Nas pastagens de terra firme têm sido promissores o quicuio-da-amazônia
(Brachiaria humidicola), a leucena (Leucaena leucocephala) e o guandu (Cajanas
cajan), todas de boa aceitação pelo gado. A maioria das leguminosas testadas
apresenta sérios problemas fitossanitários, por causa de ataque de fungos.
A brachiaria, inicialmente muito plantada, foi aniquilada em muitas pastagens
pela cigarrinha (Deois incompleta), que hoje está atacando a maioria dos capins,
inclusive a cana-de-açúcar (PRIMAVESI, 1999).
4.1 PRÁTICAS DE PASTOREIO
12
4.1.2 Pastejo diferido
13
O sistema de pastejo rotacionado possui limitações de uso, as quais são
baseadas no fato de serem necessárias maiores decisões de manejo. Na (figura 3)
temos esquemas de sistemas de pastejos rotacionados.
14
degradação avançada dos recursos naturais. Ocorre, então, redução na produção de
forragem e também no seu valor nutritivo, mesmo em épocas favoráveis ao
crescimento, havendo queda considerável na produtividade potencial para as condições
edafoclimáticas e bióticas a que está submetida.
A produção de forragem perde gradativamente a capacidade de manter
determinado número de animais no pasto por determinado período de tempo. É
conveniente comentar que o processo de degradação do solo; que se caracteriza por
estar associado a processos de deterioração de suas propriedades, por perda de
volume e estrutura por erosão e compactação; perda de fertilidade por erosão e manejo
inadequado; e, alterações causadas por adubos químicos e pesticidas; sempre leva à
degradação das pastagens. Contudo, a degradação das pastagens não
necessariamente conduz à degradação dos solos, a menos que o processo de
degradação das mesmas esteja em estágio avançado, contudo, pode-se esquematizar
a degradação conforme (Figura 4).
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Figura 6- Critério de avaliação da degradação de pastagens FONTE: (JÚNIOR, D; N. et al; 1999)
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Figura 7 - Fotos de pastagens de Panicum maximun em diferentes graus de degradação. a)
pobre, b) razoável, c) boa e d) excelente. FONTE: (JÚNIOR, D; N. et al; 1999)
Esse método parece ser bastante razoável, visto que une duas formas de
avaliação: a cobertura de forragem na pastagem e a composição botânica, ou seja, o
grau de empraguejamento por invasoras. A entrada de invasoras na pastagem segue o
padrão teórico descrito na (Figura 8), na qual se pode observar que, à medida que a
pastagem vai se degradando, as invasoras vão ganhando espaço, por serem menos
palatáveis e mais adaptadas a solos de baixa qualidade e fertilidade.
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Figura 8 - Mudança na cobertura por espécies forrageiras e na entrada de invasoras nas
pastagens segundo o estágio de degradação. FONTE: (JÚNIOR, D; N. et al; 1999).
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Tabela 3 - Plantas encontradas em pastagens e que apresentam potencial alelopático.
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Figura 9 - A) Terraceamento para controle de erosão; B) Gradagem para melhoria física do solo; C e D)
Correção para melhoria das condições químicas do solo. FONTE: (JÚNIOR, D; N. et al; 1999).
22
5.6 ASPECTOS DO SOLO
Foi observado que, para a escolha da espécie forrageira a ser utilizada, o clima
tem uma considerável influência. Além dele, o solo, nos aspectos de topografia,
profundidade e principalmente fertilidade, constitui fator determinante.
Tomando como exemplo a tolerância ao alumínio no solo, pode-se considerar
que as espécies como Brachiaria decumbens, humidicola e Andropogon gayanus são
tolerantes, portanto mais indicadas para área com alto alumínio, como os solos de
cerrado. Espécies do gênero Panicum, como colonião, Tanzânia, centenário e
variedades de capim-elefante, são menos tolerantes, portanto merecendo cuidados na
escolha da área e na correção do solo, visando minimizar os efeitos tóxicos do
alumínio, inclusive em perfis mais profundos do solo.
É oportuno informar que a diversificação, ou seja, o uso de variadas espécies
forrageiras é sempre aconselhável, pois caso alguma espécie sofra ação de pragas ou
doenças que venham a prejudicar sua produção, temos outras espécies como reserva
estratégica (obviamente deve -se escolher espécies com diferentes graus de resistência
às diversas doenças e pragas).
5.7 TOPOGRAFIA DA REGIÃO
Nos últimos anos, vem ocorrendo, em muitas regiões do Brasil, uma acentuada
incidência de cigarrinhas-das-pastagens (Deois flavopicta) – (Figura 10). Isto se deve,
23
em parte, à substituição total e de forma desordenada das forrageiras nativas ou
naturalizadas por outras espécies susceptíveis a essa praga, como é o caso da
Brachiaria spp.
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d. Gradagem possui a finalidade de destorroar o solo e controlar as plantas invasoras.
Em muitos casos, recomenda-se uma segunda gradagem (após 20 dias da primeira),
para eliminar o restante das ervas daninhas (Figura 12).
Figura 12 -Processo de gradagem para destorroamento e nivelação. FONTE: (JÚNIOR, D; N. et al; 1999).
O primeiro passo a ser realizado com relação a estas duas práticas é a análise
de solo.
A calagem ou aplicação do calcário deve ser em função da análise do solo e
deve ser distribuída em toda a superfície do terreno, antes da aração, podendo ser
realizada a lanço (Figura 13A) ou mecanicamente (Figura 13B). O calcário deve ser
dolomítico (presença de magnésio), e o produtor deve ter informações analíticas a
respeito da qualidade desse calcário.
26
Figura 13 - A) Aplicação de calcário a lanço e B) mecanicamente. FONTE: (JÚNIOR, D; N. et al; 1999).
O gesso agrícola (sulfato de cálcio) tem sido recomendado a áreas cujos teores
de alumínio são altos e os de cálcio baixos, nas camadas subsuperficiais (abaixo de 20
cm) do solo, como é o caso do Brasil central. É indicado para culturas anuais e perenes
e, no caso de pastagem, principalmente, para aquelas formadas com espécies mais
susceptíveis ao alumínio e mais exigentes em cálcio, como as espécies do gênero
Panicum e os cultivares de capim - elefante.
O gesso não é corretivo de acidez e não substitui o calcário. O calcário atua na
camada arável do solo (onde foi aplicado), e o gesso, abaixo dessa camada, pois, após
dissolução, se mobiliza rapidamente e se fixa nas camadas inferiores do solo. Sua
movimentação é acompanhada de cálcio, magnésio (do calcário) e outros cátions. Com
isto, aumentam os teores destes elementos, e a toxidez do alumínio se reduz e, em
conseqüência, favorece o aprofundamento das raízes, permitindo às plantas superar
veranicos e usar com maior eficiência os nutrientes aplicados ao solo. O gesso, além de
melhorar as condições físicas do solo, é também uma fonte de enxofre (em torno de
15%). Deve ser aplicado com critério nas doses recomendadas, pois, em excesso, pode
causar movimentação de nutrientes no solo com possíveis perdas. Pode ser aplicado,
antes ou depois do calcário, incorporado ou na superfície do solo.
27
Para a recomendação de gesso é necessária a análise do solo, inclusive, na
camada de 30 a 50 cm abaixo da superfície do solo. Encaminhar as amostras à análise
química, solicitando também a análise do teor de argila, pois As quantidades a serem
aplicadas dependem dessa fração no solo.
5.12 PLANTIO
28
Figura 14 - Plantadeira-adubadeira de pastagens. FONTE: (JÚNIOR, D; N. et al; 1999).
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Figura 15 - A) Controle químico geral de invasoras com herbicida seletivo; B) Controle local da invasora.
FONTE: (JÚNIOR, D; N. et al; 1999).
Quando bem formada, a pastagem poderá, de um modo geral, ser utilizada pelo
rebanho, após 90 dias a partir da germinação. Caso a forrageira não tenha coberto todo
o espaço de solo, deixar sementear para posteriormente permitir o pastejo. Os
primeiros pastejos devem ser realizados com lotação animal mais leve. Assim, pode-se
dizer que os resultados de um estabelecimento adequado da pastagem serão
traduzidos em melhor desempenho do animal que irá utilizar uma pastagem de melhor
qualidade e também no lucro gerado, uma vez que uma pastagem bem implantada terá
uma maior produtividade e tempo de utilização.
6.1 SUPERPASTEJO
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O superpastejo nada mais é do que o pastejo de uma área com número de
animais superior ao suportado pela forrageira. Ocorre principalmente na época seca
quando as pastagens perdem o vigor e não produzem massa suficiente para alimentar
a quantidade de bovinos que geralmente é colocada nas águas. Como nessa época o
preço de mercada do boi magro é baixo, o pecuarista tende a deixar o animal no pasto
para vendê-lo quando do aquecimento do mercado, mantendo assim número excessivo
de rezes na pastagem, exercendo assim altas pressões de pastejo.
A pressão de pastejo pode ser alterada de duas formas, 1) modificando
(aumentando ou diminuindo) a área e mantendo o número de animais fixo ou 2)
modificando (aumentando ou diminuindo) o número de animais e mantendo a área fixa .
É uma das principais causas da degradação das pastagens, pois, em virtude do
grande número de animais, o superpastejo reduz o vigor das plantas e sua capacidade
de rebrotação e de produção de sementes. Isto acontece porque a intensidade com que
o animal promove o pastejo é aumentada, podando as plantas cada vez mais próximas
do nível do solo, reduzindo a quantidade de resíduo vegetal (forragem não consumida)
que cai ao solo e passa a constituir fonte de nutrientes que são reaproveitados pelas
plantas forrageiras, o que se conhece como reciclagem de nutrientes. A conseqüência
desses efeitos do superpastejo sobre a pastagem será menor produtividade e menor
capacidade de competição com as invasoras e gramíneas nativas.
6.2 DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO
31
sobretudo quando o manejo da pastagem não favorece a reciclagem de nutrientes, com
isto torna-se necessária à fertilização periódica, conforme análise do solo.
6.3 DEFICIÊNCIA DE OUTROS NUTRIENTES
32
extensiva e extrativista, principalmente em áreas que apresentam baixo potencial
agrícola.
Em locais de difícil acesso, como em matas fechadas, em áreas não
mecanizáveis, em áreas com muita pedra ou em áreas ainda não destocadas, é comum
a utilização do fogo para remover a vegetação e preparar a “cama” para as sementes
do capim. Normalmente, a queima da vegetação é feita no final do período seco e a
semente é jogada ao solo, a lanço manualmente ou por avião, antes das primeiras
chuvas. Este processo de remoção da vegetação é tradicionalmente utilizado durante a
ocupação e colonização de grandes áreas cobertas por florestas, matas fechadas ou
mesmo por cerrado. A utilização do fogo, nesta situação, permite a implantação de
grandes áreas de pastagens com rapidez e a baixo custo.
Assim foram formadas grande parte das pastagens do Sul do Pará, do
Amazonas e do Centro -Oeste brasileiro.
O efeito do fogo sobre o teor de matéria orgânica do solo, é variável,
dependendo do grau de umidade do solo, do tempo e temperatura da queima e com a
época em que é realizada. Em pastagem, a ação do fogo é relativamente rápida e o
impacto sobre o teor de matéria orgânica não é significativo quando se considera
apenas uma queima. Entretanto, queimas em anos sucessivos numa mesma área,
podem modificar os teores de matéria orgânica do solo. O Nitrogênio pode ser perdido
por volatilização pelo processo da queima, dependendo da temperatura atingida.
A erosão hídrica é um processo complexo que se manifesta em intensidades
variáveis, condicionada por vários fatores e suas interações. A proteção do solo contra
a ação das chuvas relaciona-se, em grande parte, com a cobertura proporcionada pelas
plantas e com o regime de chuvas.
A manutenção de uma cobertura vegetal densa é primordial para o controle das
perdas de solo por erosão e da sua fertilidade. A camada superficial do solo, rica em
matéria orgânica e, normalmente a mais fértil, é a camada mais erodida.
Devem-se considerar perdas de solo, de água, de parte da liteira e de matéria
orgânica do solo. A utilização da queima na implantação de pastagens e,
principalmente, na limpeza ou na eliminação da macega, pode trazer conseqüências
como a exposição do solo às intempéries e o aumento do processo erosivo, com
perdas significativas de solo e água.
33
A resistência das plantas forrageiras ao fogo é uma característica da espécie e
variedade. Entretanto, condições locais de umidade, qualidade do solo, o clima e a
ocorrência de doenças e pragas, podem afetar o desenvolvimento da rebrotação após a
queima. Na (Tabela 5) são mostrados algumas características de adaptação de
forrageiras. O valor do fogo como uma ferramenta de manejo de pastagens depende,
fundamentalmente, do entendimento do ecossistema de pastagens. As conseqüências
da utilização do fogo podem se somar a cada queima, e a pastagem tenderá, no tempo,
a degradar-se, porque ocorrem perdas de nutrientes, de solo e de água, que
normalmente não são repostas.
Espera-se que, com o desenvolvimento da pecuária, especialmente na produção
de bovinos a pasto e com melhor manejo de pastagens, o uso do fogo fique restrito a
situações mais específicas.
34
6.5 ESPÉCIE DE FORRAGEIRA INADEQUADA
35
gramíneas de crescimento cespitoso (touceiras), o sistema de pastejo recomendado é o
rotacionado.
No sistema de pastejo rotacionado, devem ser definidos os períodos de descanso e
de pastejo, e o número de piquetes do módulo. O período de descanso (PD) deve ser
estabelecido em função da gramínea forrageira predominante na pastagem (Tabela 6).
Durante o período seco, quando o crescimento do pasto é mais lento, o período de
descanso deve ser aumentado em 5 a 7 dias. O período de pastejo (PP) deve ter duração
de três dias a uma semana. Períodos mais curtos implicam em aumento desnecessário no
número de piquetes e, mais longos, em menor controle da utilização do pasto. O número de
piquetes (NP) do módulo é função do período de descanso e do período de pastejo, sendo
PD
calculado com base na fórmula (NP = 1 ). Para as condições do Acre, módulos
PP
constituídos por 5 a 8 piquetes são adequados para a maioria das situações.
Tabela 6. Períodos de descanso recomendados para o manejo das principais gramíneas forrageiras do
Estado do Acre, sob pastejo rotacionado.
36
A produção de forrageiras e pastagens constitui uma das principais etapas na
exploração racional de um sistema de produção de leite. Não adianta ter numa fazenda
um ótimo rebanho leiteiro, se o produtor não tiver disponibilidade de forragens em
quantidades e qualidade para transformar a atividade em algo rentável. A existência de
quantidades suficientes de forragem, numa propriedade, possibilita o animal externar
tanto o seu potencial máximo de produção, influenciando diretamente a produção de
leite, como o seu potencial reprodutivo, desde que se estabeleça uma boa estratégia de
corte sanitário do rebanho.
A capineira é uma área de terra cultivada com gramíneas de elevado potencial
de produção de forragem que são cortadas e picadas para fornecimento de alimento
verde no cocho, em especial, na época seca. O capim-elefante é a gramínea mais
utilizada para esse fim, apresentando, porém, grande exigência em termos de
fertilidade do solo e manejo de cortes, para evitar perda de qualidade da forragem. Em
propriedades menores, onde são alimentados poucos animais e com produtividade
elevada, plantam-se os capins Guatemala e Venezuela, de rendimentos inferiores aos
do capim-elefante, porém de excelente qualidade nutricional.
Estas espécies são plantadas nos meses de janeiro a novembro, por mudas
oriundas de plantas com três a cinco meses de idade, distribuídas em sucos espaçados
de 0,70 a 1,00 m, devendo ser adubadas com adubo orgânico e fertilizantes químicos,
tanto no plantio como em manutenção. No estabelecimento e ao longo de sua
utilização, devem ser procedidos tratos culturais, tais como controle de ervas-daninhas,
formigas, lagartas, cigarrinha, cupins e outras pragas, que serão mencionados
posteriormente.
8.1 O CAPIM-ELEFANTE
37
açúcar e com algum tipo de concentrado, especialmente protéico, dependendo do
potencial de produção de leite das vacas.
38
Entre as cultivares preferidas para corte, em propriedades leiteiras pode-se citar:
mineiro, napier, Taiwan, cameroon e cultivar roxo, com plantas que apresentam
diferentes tipos morfológicos. Os produtores têm usado características individuais da
planta para orientar a melhor forma de uso dos cultivares. O custo de formação,
características produtivas e adaptação ambiental dos cultivares disponíveis são
referencias importantes para orientar a escolha. É preciso considerar que logicamente
as cultivares que apresentam predominância de perfilhos basais é que são mais
indicadas para a formação de uma capineira. Por outro lado, deve-se levar em conta
que existem poucos cultivares indicados para uso específico sob pastejo, constituindo
exemplos o pioneiro e a Mott.
8.2.1 Mineiro
Este cultivar cresce em touceiras semi-eretas, como o Napier. Suas folhas são
cobertas por pêlos nas duas faces, e tem largura média de 3,9 cm na porção central.
Em trabalho de pesquisa conduzido na Embrapa Gado de Leite, apresentou produção
de 38 t de matéria seca por hectare ao ano, um dos valores mais altos entre as varias
cultivares estudadas.
8.2.3 Napier
É utilizada no Brasil desde os anos 60, e por isso tornou-se uma das mais
populares. As touceiras apresentam um formato semi-ereto, atingindo altura de até 2,80
m. os colmos, tem em média, 1,80 cm, enquanto as folhas apresentam pêlos apenas na
sua face superior. Nos diversos estudos realizados por centros de pesquisas, o capim
Napier sempre está entre os melhores em termos de produção de forragem, tendo-se
registro de produção de até 37 t de matéria seca por hectare ano.
8.2.4 Cameroon
39
Também foi introduzido no Brasil, na década de 60, difundindo-se muito para o
uso em capineiras. As touceiras apresentam formato ereto, com até 3,0 m de altura. Os
colmos têm dois centímetros de diâmetro médio, as folhas são largas com pêlos na
parte superior. É cultivar com maior folhosidade. Quando estudada em comparação
com outras cultivares, quando a adaptação as condições do Brasil Central, a variedade
Cameroon não apresenta vantagens que justifiquem a sua grande disseminação em um
número tão grande em fazendas.
8.2.5 Pioneiro
Lançada pela Embrapa Gado de Leite, para uso em pastejo rotativo nas
condições do norte do estado de Minas Gerais, onde o clima é seco, com chuvas
concentradas e pouco volumosas. Tendo formato aberto, as touceiras do Pioneiro
apresentam intenso perfilhamento aéreo e basal, colmos finos e folhas eretas. O
crescimento pós-plantio é vigoroso, e apesar do hábito de crescimento cespitoso,
permite uma boa cobertura do solo. Nas condições para as quais foi desenvolvido, o
pioneiro produziu 46.735 t de matéria seca por hectare ao ano, numero muito superior
ao obtido com as outras cultivares testadas.
9. ESCOLHA DA ÁREA
40
Figura 17. FONTE: RESENDE e BRUSCHI, 2003.
9.3 TERRAÇO
42
Essa operação tem o objetivo de deixar a área isenta de restos culturais,
entulhos diversos (galhos, tocos, pedras, etc.), facilitando a aração, a gradagem e o
sulcamento.
Normalmente, constitui-se pelas operações de desmatamento, roçada, destoca,
enleiramento e queima.
O desmatamento é feito, em geral, mediante o uso de machado, foice,
motoserra, trator, e outros. Quando a área a ser preparada é pequena, o desmatamento
poderá ser feito apenas com o uso do machado. Em áreas maiores, a utilização da
motoserra agiliza a operação de roçada.
Quando a área a ser preparada estiver coberta com vegetação rasteira,
recomenda-se, inicialmente, promover um superpastejo, eliminando-se o máximo
possível da forragem disponível, facilitando-se por conseguinte, as operações de solo.
A operação de desmatamento de uma área deverá ser devidamente autorizada,
com objetivo de preservação da vegetação arbórea e, ou, arbustiva. Par conseguir esta
autorização, dirija-se ao IBAMA.
A retirada da madeira da área, durante a época de desmatamento, deve-se ter o
cuidado de separar as árvores que poderão ser aproveitadas para carvoaria.
O destoque da área é feita normalmente executada por trator de esteira, tem por
finalidade de eliminar tocos de diâmetro maior, que normalmente não são eliminados no
processo de aração.
Todo o material que sobrou, após a retirada da madeira e após destoca, deverá
ser amontoado em faixas (enleiradas). Essa operação tem o objetivo de facilitar a
operação seguinte, que é a queima. Em áreas maiores, esta operação é normalmente
feita com trator de esteira, deve-se ter o cuidado de não remover muito o solo da
camada arável.
A distância entre cada leira dependerá da quantidade de material a ser enleirado.
Assim, quando maior a quantidade de material existente na área, menor será a
distância entre cada leira.
A queima ocorre após o material ser em leirado e já seco, procedem-se à
operação de queima, tomando alguns cuidados especiais com a queima:
43
- o solo deve estar úmido por ocasião da queimada. Esta umidade é importante, pois
evita que a temperatura do solo se eleve demasiadamente, reduzindo, assim, os efeitos
prejudiciais da queima sobre a microfauna;
- o fogo deve ser colocado preferencialmente à tarde, ou quando não estiver ventando;
- se a área a ser queimada for declivosa, o fogo deve ser colocado preferencialmente
morro a baixo.
10.1 CONSERVAÇÃO DO SOLO
10.2.1 Fósforo
44
A adubação fosfatada é a mais importante para garantir o sucesso da renovação
da pastagem, por causa da grande demanda por fósforo apresentada pelas forrageiras
durante o seu estabelecimento, principalmente nos primeiros 30 dias após a
germinação. As doses de fósforo recomendadas variam em função do teor de argila e
de fósforo disponível no solo (Tabela 7). Deve-se aplicar o adubo fosfatado a lanço,
antes da passagem da grade niveladora, ou simultaneamente à semeadura, caso se
utilize plantadeira/adubadeira em linha, dando-se preferência a fontes granuladas de
fósforo.
Tabela 7. Doses de fósforo recomendadas para renovação de pastagens, com base no teor de argila e
de fósforo disponível no solo. Fonte (SOARES,et al; 2002)
10.2.2 Potássio
45
Tabela 8.Doses de potássio recomendadas para renovação de pastagens, com base no teor de K disponível no solo
e tipo de pasto a ser formado. Fonte (SOARES,et al; 2002)
0 – 25 40 60
25 – 50 20 40
>50 0 0
10.2.3 Nitrogênio
46
As necessidades de enxofre (S) e de micronutrientes, tanto para renovação
quanto para a manutenção de pastagens no Acre nem no Amazonas, ainda não foram
determinadas. No caso do enxofre, a utilização de superfosfato simples (10% a 12% de
S) para adubação fosfatada ou de sulfato de amônio (22% a 24% de S) para adubação
nitrogenada contribui para o fornecimento deste nutriente.
11. DISTRIBUIÇÃO DO CALCÁRIO
47
regra, grande quantidade de material de solo da camada arável. A gradagem do solo
poderá ser feita, utilizando-se tração animal ou mecanizada.
11.2 PLANTIO
48
11.5 COLHEITA DAS MUDAS
As mudas depois de cortadas devem ser levadas devem ser levadas para o local
de plantio, usando-se carretas ou carroças.
Devem ser colocadas porções de mudas espaçadas uniformemente ao longo do
sulco de plantio. Essa operação facilita a distribuição das mudas, economizando tempo
e mão-de-obra.
11.7 DISTRIBUIÇÃO DAS MUDAS NOS SULCOS
Os colmos inteiros devem ser colocados no sulco, em linha dupla, tipo pé com
ponta, não necessitando retirar-lhes as folhas para o plantio (figura 18).
49
Figura 18. FONTE: RESENDE e BRUSCHI, 2003.
Uma vez no sulco, as mudas devem ser seccionadas (cortadas com facão, em
toletes menores. Isso permite uma brotação mais rápida e uniforme das gemas). As
mudas devem ser cobertas com uma camada de 10 a 15 cm de terra.
11.8 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
Na capineira, devem ser feitas capinas, quando necessário, para manter a área
livre de invasoras. Normalmente, em plantios bem executados, não se precisam
controlar plantas daninhas. As capineiras que permitem o aparecimento de invasoras,
indicam que teve manejo anterior errada, quer seja por plantio em espaçamento largo
ou pela adubação mal equilibrada ou pelos dois motivos.
11.9 UTILIZAÇÃO DA CAPINEIRA
50
O corte deve ser feito quando o capim-elefante estiver com 1,80 m de altura ou a
cada 60 dias, na época das águas; na época da seca, deve-se cortá-lo com 1,50 m.
nessa altura, o capim apresenta razoável valor nutritivo e grande produção de massa
verde. O capim deve ser cortado em quantidades suficientes para dois dias de
fornecimento aos animais.
O corte manual deve ser rente ao solo, de preferência com enxada bem
amolada, facilitando os cortes seguintes, o que não é conseguido, quando se faz corte
a 20 ou 30 cm de altura. Após o corte manual, deve-se levar a forragem cortada para
picadeira. Neste caso, as facas da picadeira além de afiadas, devem estar reguladas
para picar a forragem no tamanho de 1,0 a 2,0 cm.
No corte mecanizado, o capim já é picado pela própria máquina. Forneça a
forragem picada aos animais, essa deve ser distribuída no cocho para os animais.
A adubação química deverá ser feita em função da produção da produção de
forragem que foi removida da área, pois é essencial que exista um equilíbrio entre
vários elementos do solo para um bom desenvolvimento da capineira. Normalmente,
são utilizados 120 kg/ha de N, 50 kg/ha de P 2O5 e 150 kg/ha de K2O, aplicados
proporcionalmente nos cortes efetuados durante o período chuvoso.
Exemplo:
120 kg/ha de N correspondente a 600 kg/ha de sulfato de Amônia, por apresentar
na sua formula 20% de nitrogênio.
50 kg/ha de P2O5 correspondem a 250 kg/ha de Superfosfato simples, por
apresentar na sua formula 20% de fósforo.
150 kg/ha de K2O correspondem a 250 Kg/ha de cloreto de Potássio, por
apresentar na sua formula 60% de potássio.
O cálcio e o magnésio devem ser repostos pela calagem, desde que
recomendados pela análise de solo.
12. PLANTAS TÓXICAS MAIS IMPORTANTES NA REGIÃO AMAZÔNICA
Planta tóxica sob o ponto de vista pecuário, é somente aquela que quando
ingerida pelo animal, em condições naturais, causa danos a sua saúde ou mesmo a
morte, e só podem ser incluídas no rol das plantas tóxicas do ponto de vista pecuário,
51
aquelas cuja toxidade fora comprovada experimentalmente, o que é muito importante
enfatizar, uma vez que há muitas crenças infundadas neste em relação a esse assunto.
A Amazônia é a região do Brasil onde as plantas tóxicas causam os maiores
prejuízos ao rebanho bovino. Depois das perdas causadas pela fome por ocasião das
enchentes é a maior responsável pela mortalidade dos bovinos adultos.
São somente três as plantas responsáveis por cause todas as mortes causadas
por plantas tóxicas na Amazônia.
Paulicourea marcgravii- Rubiácea, cafezinho, café bravo, erva café, erva de rato,
roxa, roxinha, roxona.
Planta tóxica mais importante para bovinos na região Amazônica, possui cheiro
característico de bálsamo de bengüê quando esmagada. A maioria das mortes na terra
firme em bovinos, são causadas por ele, e são erroneamente atribuídas ao timbó,
timborana, cururu, tingui.
Não ocorre na várzea, necessita de sombra, cresce na mata e a beira desta.
Em condições naturais, a intoxicação ocorre em bovinos, somente quando estes
penetram a mata, em capoeiras onde existe a planta, ou em pastos recém formados.
Sintomas de intoxicação:
- queda repentina do animal.
- morte dentro de poucos minutos. Às vezes antes de cair apresenta desequilíbrio nos
membros posteriores.
- tremores musculares.
- respiração ofegante.
O exercício físico pode acelerar a morte, recomenda-se deixar os animais
sossegados.
Profilaxia: cercar matos e capoeiras, ou promover a erradicação desta planta,
dos locais onde os animais tem acesso.
Arrabidea bilabiata- Bignoneacea, conhecida por gibata ou chibata. Planta tóxica para
herbívoros mais importante na bacia Amazônica, toxidade muito conhecida pelos
criadores da região, que ocorre naturalmente só em bovinos.
Os casos mais freqüentes ocorrem no período de mudança dos animais, ou seja,
quando estes são levados para várzea (julho, agosto), ou quando estes são levados da
várzea para terra firme (fevereiro a março).
52
Sintomas de intoxicação (6 a 24 horas após a ingestão):
- animais caem ou se deitam precipitadamente.
- ficam em decúbito lateral.
- pedalam.
- cerram fortemente as pálpebras.
- Berram.
- morte.
Exercícios físicos precipitam os sintomas e a morte. Devem-se deixar os animais
em repouso.
Profilaxia: evitar que os animais passem fome e erradicar a erva.
Arrabidea japarensis- planta trepadeira, ocorre nos lavrados de Roraima onde causa a
intoxicação em bovinos. Seu habitat natural são as margens dos grandes rios da região,
em clareiras abertas, bordas das matas que margeiam estes rios.
Os primeiros sintomas ocorrem 6 a 22 horas após a ingestão da planta.
Sintomas:
- andar cambaleante
- tremores musculares
- perda repentina de equilíbrio e queda do animal
- pedalagem
- berros
- morte
- relutam em andar
- micções e defecções freqüentes
Não há tratamento, deve-se deixar o animal em paz. Talvez a medida mais
indicada, seja o combate à planta através de herbicida.
12.1 PLANTAS TÓXICAS DE DISTRIBUIÇÃO LIMITADA
Paulicourea grandiflora- tem sido identificada como responsável por mortes somente
em Rondônia. Seu habitat é a mata. Mortandades por ingestão desta planta ocorrem
somente quando bovinos penetram a mata.
Sintomas:
- o animal não se movimenta, mesmo se forçado a isto.
53
- deita-se ou então cai.
- apresenta espasmos.
- movimentos de pedalagens.
- berros.
- morte.
Profilaxia: não permitir a entrada dos animais no mato.
Paulicourea juruana- conhecida popularmente, como roxa ou roxinha. Tem sido
identificada como causa da morte em bovinos na região de Paragominas, Estado do
Pará. Seu habitat e a mata e a capoeira e ainda, pastos recém-formados, onde antes
havia mata ou capoeira. Os animais a ingerem mesmo sem fome, aparentemente tem
boa palatabilidade.
Sintomas:
- Animal reluta em andar.
- taquicardia
- deita-se ou cai no chão.
- dispnéia
- movimentos de pedalagens intermitentes.
- berros.
- morte.
Profilaxia: erradicação da planta. Evitar que os animais pastejem em locais
infestados por estas plantas.
12.2 PLANTAS TÓXICAS DE MENOR IMPORTÂNCIA
54
- os primeiros sintomas ocorrem algumas semanas após sua ingestão.
- andar desequilibrado como se estivessem embriagados.
- emagrecimento progressivo.
- não há recuperação.
Profilaxia: evitar a ingestão pelos animais.
Ipomoea asarifolia- conhecida como salsa ou batatarana. Na região Amazônica pouco
se sabe sobre a sua importância como planta tóxico. Ocorre a beiras dos rios e lagoas.
O que leva os animais a consumi-la, é a fome, uma vez que se mantém verde durante
todo o ano, inclusive na estação seca, sendo normalmente rejeitada pelos animais.
Para que ocorra intoxicação deve haver um consumo quase que exclusivo da mesma.
Sintomas:
- ocorrem 2 a 4 dias após a ingestão.
- tremores musculares.
- desequilíbrio do trem posterior.
- não havendo ingestão os sintomas cessam após alguns dias.
Lantana câmara- também conhecida como chumbinho , cambarar, câmara. Causa a
fotossensibilização, que são manifestações de sensibilidade exagerada do animal aos
raios solares.
Sintomas:
- anorexia.
- diminuição e parada do rúmen.
- expostos ao sol manifestam fotossensibilização, por isso procuram a sombra.
- urina de coloração marrom.
- pequena quantidade de diarréia enegrecida.
Pteridium aquilinum- conhecida popularmente como samambaia e samambaia do
campo. Ocorre em todo mundo. É a fome que faz com que o animal ingira a planta,
adquire o vicio depois de consumi-la algum tempo.
Sintomas:
- ocorrem de 3 a 8 semanas após a sua ingestão
- febre alta.
- Hemorragia na pele e mucosas visíveis.
- animal sangra prolongadamente por qualquer ferida, até mesmo picadas de insetos.
55
- muco sanguinolento escorre pelas narinas.
- mortalidade alta.
Profilaxia: limpeza da pastagem para evitar consumo.
Ricinus communis- seu nome comum é mamona ou carrapateira, ocorre em todo
Brasil. Para que os animais a ingiram é necessário que estejam com fome.
Sintomas:
- ocorrem de 3 a 4 horas após a sua ingestão.
- necessidade de se deitarem após curta caminhada.
- dificuldade de deitar.
- temores musculares.
- movimentos vazios de mastigação.
- eructação excessiva.
- recuperação ou morte rápida depende da quantidade ingerida.
Profilaxia: evitar que os animais tenham acesso a plantios de mamona.
Manihot esculenta - vulgarmente conhecida como mandioca, maniçoba. A intoxicação
é rara, uma vez que o princípio e altamente volátil. Utilizada na alimentação animal, a
mandioca pode causar serias intoxicações nos mesmos.
Sintomas: o acido cianídrico pode matar instantaneamente, com espasmos e
paralisia respiratória. Inicialmente a respiração torna-se demasiadamente acelerada,
para mais tarde tornar-se salientes e vítreos, as pupilas dilatadas, insensíveis à luz. A
boca e as narinas em geral ficam cheias de espuma e freqüentemente o animal defeca
e urina involuntariamente.
Profilaxia: evitar a entrada dos animais aonde tenha a planta, e se essa for
colocada como alimentação para o gado, deve ser secada pelo menos dois dias em
pleno sol, para a volatilização do ácido cianídrico, depois colocadas para os animais.
13. PRAGAS DAS PASTAGENS E FORRAGEIRAS
56
Na aplicação de inseticidas em pastagens nunca devemos nos esquecer que as
condições ambientais, a umidade do solo, o estágio do inseto e o estado da planta
influem no êxito da aplicação.
Outro aspecto importantíssimo que devemos observar, são os dias necessários
de descanso (carência) para a eliminação do resíduo tóxico, a fim de novamente
introduzir com segurança, os animais nos pastos tratados.
13.1 CIGARRINHAS
57
Figura 19. D. flavopicta. FONTE:PUPÓ, 1977.
A espécie D. schach também mede 10 mm, cabeça verde escura, asa anterior
com faixa transversal quase junto ao ápice, de coloração alaranjada. Abdome
alaranjado e patas vermelhas (Figura 20).
58
Figura 21. Z. entreriana FONTE:PUPÓ, 1977
59
com coloração amarelada e com o porte reduzido, causando com isso uma sensível
diminuição da capacidade de suporte das pastagens.
Além disso, o adulto enquanto se alimenta da seiva, provoca uma forma de
intoxicação sistêmica chamada “candelilla” (queima), que se manifesta com o
aparecimento de largas manchas, inicialmente amarelas e logo pardas, nas folhas
picadas.
Essas manchas, quando são numerosas, causam sérios transtornos fisiológicos
que prejudicam notavelmente as folhas, advindo à morte das partes afetadas, e às
vezes de toda a planta.
Essas pragas são sensíveis à falta de umidade e sua população cai
sensivelmente já no início da estação seca.
Os maiores estragos são feitos nas épocas de maiores chuvas ou de umidade
mais intensa, pois é nesta ocasião que os insetos se tornam mais ativos. Outro fator
que favorece o aumento da população é a ausência de inimigos naturais.
Um intenso ataque de cigarrinhas pode causar em pouco tempo, o extermínio de
vastas extensões de pastagens, tornando-as secas e impalatáveis para o gado.
13.2 CONTROLE
60
O Carbaryl é encontrado no comércio com os nomes de Sevin, Shellvin,
Dicarban, Carvin, Menkatol, Inivin e Ferteryl. Estes produtos são encontrados na
forma de pó seco 7,5 % para polvilhamento, e na forma de pó molhável a 85% para
pulverização.
Faz-se três aplicações espaçadas cada 15 a 20 dias, durante os meses em que
o ataque da cigarrinha é maior. Em polvilhamento gastam-se de 12 a 14 Kg do
produto por hectare, e em pulverização 200 gramas do produto por cada 100 litros
de água, com gasto médio de 500 litros de calda por Hectare.
Recomenda-se respeitar um período de carência (retirar o gado), de 15 dias.
O Propoxur é encontrado no comércio com o nome de Unden 50 e é aplicado na
base de 900 gramas do produto por hectare. Neste caso recomenda-se retirar o
gado do pasto pelo período de uma semana.
O Ometoato é encontrado a venda no comercio com o nome de Folimat 1.000, e
é aplicado a base de 900 ml por hectare, esperando-se 15 a 20 dias para retornar a
utilizar o pasto.
Para extensas áreas muito infestadas em virtude das grandes dificuldades em
que o pecuarista se depara, sugere-se a aplicação do Folimat 1.000 a ultrabaixo-
volume por aviões, na base de 0,6 litros do produto em 6 a 7 litros de água, por
hectare.
A Bayer recomenda lebaycid Emulsão 50% na dosagem de 100 ml para cada
100 litros de água, gastando-se de 1.000 a 2.000 litros de calda por hectare
dependendo da altura do capim. Já Basf indica o basfatol 4, pó seco, à base de 30
quilos por hectare. Deve ficar bem claro que, em todos os casos de aplicação de
produtos químicos em pastagens, os animais devem ficar afastados das áreas
tratadas, principalmente se o inseticida for aplicado na estação seca, pois seus
resíduos permanecerão nas pastagens por um período mais longo.
b) Cultural – Devido aos problemas com resíduos tóxicos, tem-se pensado em
aplicar inseticidas somente em casos excepcionais, recorrendo-se então ao controle
cultural. Neste tipo de controle elimina-se o máximo possível da vegetação existente
na área em questão, possibilitando a ação de outros agentes destruidores das
cigarrinhas.
61
Quando se trata de capineiras, cortam-se as plantas rente ao solo e se o caso for
pastagens recorre-se a uma super lotação da área, onde os animais alimentam-se,
reduzem a massa vegetativa, além de esmagar muitas formas jovens através do
pisoteio. Outro aspecto positivo dessa redução da vegetação, é a exposição das
formas jovens á ação dos raios solares que provocam o secamento das espumas
protetoras com conseqüente morte das mesmas.
c) Biológico – o início dos estudos sobre o controle biológico da cigarrinha das
pastagens no Brasil teve início no ano de 1969, quando o Instituto Agronômico de
Pernambuco (IPA) encontrou um fungo parasitando as referidas cigarrinhas. Trata-
se do fungo entomológico Metharrhizium anisopliae M., que aplicado na forma
liquida penetra no inseto corroendo-o até matá-lo, recobrindo-o depois de morto. Há
informações de que o emprego desse fungo obteve êxito no sertão baiano porém,
urge a necessidade de um trabalho de pesquisa, no sentido de que se obtenha
dados concretos para todo território nacional.
A obtenção desse fungo é feita através da inoculação em meio da cultura, obtido
a partir de 100 g de arroz e 60 ml de água ou leite, procedendo-se o cozimento.
Após ajustar o meio de cultura para o pH = 6.0, coloca-o em frasco esterilizado
(pode ser uma garrafa transparente) e aquecidos a 120º C por 15 minutos. Inocula-
se o fungo e após sua esporulação a cultura é misturada em água e peneirada, de
modo a serem aproveitadas apenas os esporos suspensos, ficando o meio de
cultura retido na peneira. Esses esporos são aplicados através de pulverizações,
com água sobre a área infestada, com o cuidado de, anteriormente, eliminar os
resíduos de produtos químicos do aparelho, pois eles podem ocasionar a morte do
fungo.
O uso deste método não é a solução única para o problema. É importante que se
tomem medidas para a manutenção do equilíbrio biológico nas fazendas,evitando-se
o extermínio de inimigos naturais do inseto, tais como: aranhas, bem-te-vis,
perdizes, sapos, calangos etc.
d) Integrado – ao que tudo indica, este tipo de controle parece ser mais indicado
para o controle da cigarrinha das pastagens. Segundo (PUPO, 1977) sugere em seu
livro o seguinte programa de controle integrado de cigarrinhas, com as seguintes
etapas:
62
1. Controle químico – quando a população da praga atinge um nível muito elevado,
pode-se usar um inseticida de baixo poder residual, baixa toxidade ao homem e de
fácil aplicação, para baixar essa população a um ponto que possa iniciar a aplicação
do controle biológico.
2. Manejo dos pastos – utilizando-se de uma super lotação, divisão de mangas,
queimadas orientadas, variedades resistentes de capim, implantação de bosques de
essências florestais, etc.
3. Controle biológico – aplicação do fungo, Metharrhizium anisopliae M. através de
atomizadores.
Outro modo de se empregar este tipo de controle é integrar o controle cultural, no
qual eliminam-se as condições favoráveis para o desenvolvimento do inseto e os
deixam a descoberto, o que é conseguido com a redução da massa vegetativa, com
o controle químico, isto é, posterior aplicação de bons inseticidas.
13.3 COCHONILHA DAS PASTAGENS
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1. Químico – (WENE & RIHERD, 1950) citados por (PUPO, 1977) conseguiram um
controle parcial das larvas da cochonilha, utilizando 568 litros de emulsão de óleo, a
1,6 % para cada 4.000 m 2. o controle das larvas durou 3 dias, sendo que após este
período o efeito desapareceu. As cochonilhas adultas não foram afetadas, motivo
este atribuído ao fato dessas cochonilhas se localizarem nos colos das plantas,
região de difícil acesso ao inseticida.
Também citado por (PUPO, 1977), (SUPLICY et al, 1969), demonstrou em
experimentos que o emprego de 2 produtos inseticidas aplicados separadamente, o
fogo e a associação de fogo, mais cada um dos inseticidas aplicados
separadamente, o fogo e a associação de fogo, mais cada um dos inseticidas
testados, mostraram-se, sem exceção, ineficientes no controle a cochonilha.
Em ensaios realizados no Centro de Nutrição Animal e Pastagens N. em São
Paulo, testaram-se diversos inseticidas não sistêmicos e por diversas vezes
efetuaram-se a contagem de cochonilhas vivas por perfilho.
Inicialmente (48 horas após a aplicação) o número de cochonilhas vivas foi
essencialmente igual em todos os tratamentos, inclusive a testemunha. Entretanto,
72 dias após, analisando-se separadamente a contagem, confirmou-se a eficiência
do Arprocarb (Unden) granulado a 5% quando aplicado à base de 400Kg por
hectare. Admite-se que esse efeito se deve a sua ação fumegante porém, apesar de
estar incluído na relação de tolerância de pesticidas na legislação brasileira.
Outro inseticida que demonstrou resultados satisfatórios foi o Carbaryl.
2. Cultural – empregando-se irrigação, fertilização e uma boa utilização do pasto.
3. Físico – como se pode observar no ensaio de (SUPLICY, 1969) citado por (PUPO,
1977) o emprego do fogo foi ineficiente, além de ser uma prática pouco
recomendável.
4. Biológico – ao que tudo indica, o único método de controle realmente eficiente e
econômico é o biológico.
13.5 CURUQUERÊ DOS CAPINZAIS
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escura, com estrias longitudinais castanho escuras limitadas por estrias amarelas
longitudinais, e quando completamente desenvolvida, essa lagarta chaga a medir 30
a 40 mm de comprimento.
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Figura 24. FONTE: (PUPO,1977)
A segunda, também chamada de lagarta militar, possui uma coloração que varia
do verde-claro ao pardacento escuro ou quase preto. Mostram cinco listras
amareladas no sentido horizontal do corpo, sendo duas destas mais largas. Quase
preta a cabeça apresenta estrias claras que formam um “Y” invertido. Esta lagarta
também consegue atingir 40 mm de comprimento e, seu adulto é uma mariposa com
30 a 40 mm de envergadura, cujas asas anteriores são pardo-escuras, a as
posteriores branco-acinzentadas. Seu ataque é percebido quando as folhas
atacadas aparecem perfuradas.
Em virtude de seu habito noturno, após o acasalamento, as mariposas colocam
seus ovos à noite, em camadas superpostas nos dois lados da folha. Após um
período de incubação de 7 a 12 dias surgem as lagartinhas que se alimentam da
parte mais tenra da folha, passando depois para toda a planta. São tão famintas que
migram de uma planta para outra, mesmo para plantas diferentes das que estão
atacando. O período larval dura cerca de 25 dias, finda o qual penetra no solo e
transformando-se em crisálida (parda) a uma profundidade de 10 a 15 mm, de onde
14 dias após emerge o adulto.
O ataque aparece preferencialmente no verão (prolongando-se até abril) e me
formas de surtos, pois as mariposas vêm de longe e desovam desordenadamente
no campo, aparecendo em pouco tempo núcleos salteados de lagartinhas.
Além de atacarem muitas gramíneas, essas lagartas atacam também as
leguminosas, tais como o siratro, soja perene, galáctia, etc.
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Um intenso ataque dessas lagartas provoca grandes prejuízos pois, destruindo
tudo que encontram pela frente, reduzem sensivelmente a capacidade de suporte
das pastagens.
13.6 CONTROLE
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necessário à consulta de um Engenheiro Agrônomo para determinar a calibração do
equipamento, por exemplo: Calibração do pulverizador costal para a aplicação de
inseticida ou fungicida.
Antes de tudo devemos ter a preocupação de usar na calibração os EPIs, pois a
maioria dos acidentes com produtos fitossanitários ocorre no momento da aplicação.
Para calibração correta devemos seguir os seguintes passos:
a) encha o tanque do pulverizador com água limpa, sem tirar a peneira
b) coloque o pulverizador nas costas regulando as alças
c) pulverize 10 plantas, mantendo velocidade e pressão constantes
d) retire o pulverizador das costas
e) encha novamente o pulverizador com água, observando a quantidade de água
gasta, esta operação deve ser repetida pelo menos 3 vezes para se retirar à
média da quantidade de água gasta nas 3 aplicações.
Exemplo: Primeira aplicação = 12 litros gastos
Segunda aplicação = 13 litros gastos
Terceira aplicação = 16 litros gastos
Média = 12+13+16 =13,8 litros
3
f) dividida a média por 10 (número de plantas molhadas), obtendo a quantidade de
água gasta por planta.
Exemplo: 13,8/10 = 1,38 litros por planta.
g) calcule o número de plantas existentes em 1 hectare. O número de plantas
existentes em 1 hectare depende do espaçamento utilizado. Exemplo:
Mamoeiro- espaçamento: 3m x 2m
Calculo da área ocupada por 1 planta: 6m2
Um hectare = 10.000m2 , então o numero de plantas por hectare é encontrado,
dividindo-se a área de 1 hectare (10.000m2) pela área ocupada por um mamoeiro
(6m2).
10.000/6 = 1.666 plantas por he.
h) calcule o gasto de água por hectare, este cálculo é feito multiplicando-se a
média obtida pelo número de plantas presentes em um hectare.
Exemplo:
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Média = 1,38 litros
Número de plantas = 1.666 plantas/ he
Quantidade de calda por hectare = 1,38 x 1.666 = 2299,08 litros.
Se a recomendação do produto for por exemplo é o DECIS 25 CE, recomendado
para combater o mandarová, na concentração de 30ml/100 litros de água, o calculo
é o seguinte:
30ml 100 litros
x 20 litros
x = 6ml do produto
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Seus ninhos ocupam boa parte do pasto e dificultam o manejo de máquinas.
Danificam mourões, cochos e postes de madeira, além do madeiramento das
construções, que porventura existam nas proximidades.
Os cupins subterrâneos destroem as sementes e plantas novas, prejudicando
igualmente os toletes e as socas de cana.
O controle dos cupins subterrâneos são controladas preventivamente tratando-se
os sulcos de plantio com Aldrin 2,5%, Heptacloro 5%, Canfeno clorado 10%, a base
de 3 gramas por metro linear, isoladamente ou em mistura com adubos.
Para os cupins de montículo, o controle é feito com diversos inseticidas, de
preferência na forma de concentrados emulsionáveis em mistura com água. Para
sua aplicação, efetua-se uma perfuração vertical e central do cupinzeiro com o
auxilio de uma sonda de aço medindo 2,5 cm de diâmetro e 60 cm de comprimento,
batida ate atingir a câmara de celulose. Em seguida retira-se a sonda e introduz-se
o inseticida através de um funil, não sendo necessária a obstrução do orifício, pois
os próprios cupins se incumbem dessa tarefa.
Pode-se usar: Telorim 15% - 12,5 ml / 0,5 l água / cupinzeiro
Aldrin 40% - 10,0 ml / 0,5 l água / cupinzeiro
Parathion etílico 60% - 5,0 ml / 0,5 l água / cupinzeiro
Heptacloro 40% - 10,0 ml / 0,5 l água / cupinzeiro
Thiodan 35% - 22,4 ml / 0,5 l água / cupinzeiro
Estes produtos podem ser também empregados na forma de concentrados
emulsionáveis, adicionados de 0,5 litro de água.
Existem dados que comprovam também a eficiência e a economicidade do aldrin
40% P.M. a base de 6 gramas por cupinzeiro, aplicados com o auxilio de bomba
manual, a mesma usada no combate de sauveiros.
13.8 GAFANHOTOS
Este terrível inseto constitui-se, felizmente, em uma praga periódica e não muito
freqüente na maior parte do Brasil (figura 25). logo após o seu nascimento as
formas jovens já providas de um poderoso aparelho bocal mastigador, começam a
se alimentar de plantas rasteiras, e posteriormente, atacam arbustos e até arvores.
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A aplicação de inseticidas para o controle dessa praga é bastante problemática,
pois produtos cuja eficiência é comprovada, pertencem ao grupo dos clorados, cuja
aplicação em pastagens é proibida por lei federal.
Outro grande problema é a permanência de resíduos tóxicos que irão causar
sérios problemas, caso o gado não seja retirado, ou ainda, se for retirado mas não
obedecido rigorosamente um período de carência satisfatório para o retorno do
mesmo.
13.9 SAÚVAS
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As formigas saúvas, ou simplesmente saúvas, são insetos extremamente sociais
que vivem em formigueiros subterrâneos compostos de panelas e galerias ou
canais.
Na superfície do solo, os formigueiros apresentam um monte de terra solta e
numerosos orifícios denominados olheiros. Segundo alguns autores as formigas
cortam e transportam capins em quantidade igual ao consumo de um milhão de
cabeças de gado por ano. Outros afirmam que 10 sauveiros promovem o corte de
capins equivalentes ao consumo de um boi.
Como se pode observar, os prejuízos causados pelas saúvas são grandemente
significativos, como bem diz o ditado: “ Onde impera a saúva, nada ou quase nada
se pode cultivar”.
O controle das saúvas deve ser dirigido contra os formigueiros de dois ou mais
olheiros porém, quanto maior o sauveiro, mais difícil se torna o combate devido a
sua estrutura arquitetônica muito complexa.
Para que o controle seja perfeito, a aplicação do inseticida precisa ser feita com
muita técnica, de modo a atingir as panelas do formigueiro. Pensava-se inclusive
antigamente, que estas formigas encontravam-se resistentes a certos inseticidas
porém, ficou provado que o que realmente acontecia, era a má técnica de aplicação
dos mesmos, que não chegavam a atingir as panelas.
Para uma boa aplicação, em primeiro lugar, deve-se avaliar a área da terra fofa
do formigueiro, pois a quantidade de formicida a ser aplicado dela dependerá, se
bem que a terra fofa pode não indicar a sede real do formigueiro.
O cálculo da área pode ser feito com passadas largas de 1 metro, mede-se o
maior comprimento e a maior largura da terra solta. Suponhamos que as medidas
encontradas sejam 10 passadas por 5 (cerca de 10 e 5 metros), o que dará uma
área de 50 m2. (figura 26)
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Figura 26. FONTE: (PUPO,1977)
FONTE: (PUPO,1977)
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Se os olheiros estiverem em chão firme pode-se aplicar o veneno, em caso
contrário, a terra solta deve antes ser afastada dos orifícios, pois poderão entupir os
canais e impedir a penetração do tóxico. Neste caso, o formicida deve ser aplicado 24 a
48 horas depois, tempo este suficiente para que as formigas reabram os canais. Caso o
formigueiro apresente atividades após 75 dias da aplicação, deve-se repetir a aplicação
na parte ativa, para que assim se obtenha uma maior eficiência.
Os insucessos na aplicação de formicidas podem ser oriundos de dosagens
menores que as recomendadas, produto alterado, aplicações feitas em maus alheiros, o
formicida não atinja algumas panelas muito profundas, etc.
As pesquisas realizadas visando o combate às saúvas, permitiram a elaboração
de uma (Tabela 10), a qual trata do emprego de diferentes inseticidas por metro
quadrado de sauveiro. Tabela 10.
Formicidas Dosagem por m2 Compasso máximo
de aplicação
Gases liquefeitos
Brometo de metila 4 ml 5
“M M 33” 10 ml 5
Bissulfeto de carbono 75 ml 5
Pós
Aldrin a 5% 30 gramas 3
F 214 30 gramas 3
Clordane a 10% 30 gramas 3
Heptacloro a 5% 30 gramas 3
Líquidos
Aldrin a 40% 5 ml + 0,5 L de água 2
Clordane a 75% 10 ml + 0,5 L de água 2
Heptacloro a 40% 10 ml + 0,5 L de água 3
Iscas granuladas
Aldrin ou Heptacloro de
2 a 4,4% 5 gramas 3
Mirex 0,45% 10 gramas 3
FONTE: (PUPO,1977)
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Compasso de aplicação: é o número de aplicações necessárias para uma
perfeita distribuição do formicida, e foi determinado após intensos estudos sobre a
complexa estrutura dos sauveiros.
As iscas granuladas são práticas e econômicas, desprezando o excessivo gasto
com mão-de-obra, como acontece com os formicidas em pó. Para aplicá-las basta
distribuí-las ao longo dos carreiros (lateralmente) para que as formigas carreguem-na
para dentro do sauveiro e as coloquem na horta de cultivo do fungo. Aplicando-se nas
regiões mais ativas, as iscas são levadas para todas as regiões dos sauveiros, fazendo
com que todas as panelas de fungo recebam a isca inseticida. Outras pragas podem
atacar as pastagens esporadicamente, mais podem causar danos econômicos, caso
isso ocorra é necessário à orientação de um técnico para correta orientação do
controle.
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14. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
PRIMAVESI, ANA. Manejo Ecológico de Pastagens. São Paulo: Editora Nobel, 1999.
185.
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