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Notas de Aula de Topografia - Puc PDF
Notas de Aula de Topografia - Puc PDF
Notas de Aula
Docente: Eng. Agrimensor - Francisco Edison Sampaio
TOPOGRAFIA
1. Conceito:
O termo topografia deriva do grego topos (lugar) e graphein (descrever), portanto, topografia é a
ciência aplicada, baseada na geometria e trigonometria plana, cujo objetivo é a representação
gráfica de uma porção limitada de terreno, em projeção ortogonal, sobre um plano de
referência, sem levar em consideração a curvatura da terra.
3. Aplicação:
A topografia é uma ciência de aplicação vasta no campo de praticamente todas engenharias,
além da arquitetura. Tal aplicação decorre da necessidade do uso de plantas e mapas no
desenvolvimento de projetos diversos. Exemplos dessa situação: construção de rodovias,
ferrovias, edificações, redes elétricas, projetos de loteamentos, obras de saneamento,
telecomunicações, etc. Além, das plantas topográficas, necessárias aos projetos, a topografia
também é utilizada na implantação de todos esses projetos.
4. Divisão da topografia
A divisão clássica da topografia compreende:
4.1. Topometria: parte da topografia responsável pelas medidas angulares e lineares nos planos
horizontal e vertical e se subdivide em:
Planimetria – que cuida das medidas de grandezas lineares e angulares, no plano
horizontal, necessárias à representação gráfica de determinado trecho de um terreno;
Altimetria – responsável por medidas das alturas dos pontos topográficos em relação a um
plano horizontal de referência, através de medidas executadas no plano vertical
4.2. Topologia: parte da topografia encarregada do estudo das formas do relevo terrestre e das
leis de sua formação. A representação gráfica do terreno corre por meio da s curvas de
nível ou mais recentemente pela Modelagem Digital do Terreno – MDT, onde se pode
visualizar o terreno em três dimensões (3D).
5. Forma da terra:
A terra possui forma arredondada, ligeiramente achatada nos pólos. Sua superfície é irregular,
formada por depressões e elevações, as quais não chegam a atingir 10Km, dessa forma,
quando comparadas ao raio médio da terra, que é de 6.370Km, tornam-se desprezíveis para
efeito da representação topográfica. A rigor, para efeitos dos estudos de representação da terra,
costuma-se considerar o formato da terra em três situações: Geóide, Elipsóide de Revolução e
o Plano topográfico (fig. 1, 2 e 3)
5.1. Geóide: superfície terrestre correspondente ao prolongamento do nível médio dos mares
sob os continentes e normal em todos os seus pontos à direção da gravidade;
5.2. Elipsóide de revolução: sólido adotado como forma mais próxima da forma real da terra e
que permite a execução de cálculos por ser um modelo matemático com parâmetros
conhecidos. A reta que passa por um ponto do elipsóide com direção ao seu centro é dita
normal à sua superfície no ponto considerado.
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Geóide
Continente Pn
A a a B
o
b
Elipsóide
Ps
figura 01 figura 02
5.3. Plano topográfico: corresponde a superfície física da terra considerada plana para
execução das medidas topográficas, tendo em vista não ser necessário se levar em conta
a esfericidade da terra, nos levantamentos topográficos. A extensão do plano topográfico
depende da escala adotada. Por exemplo, para a E = 1/1.000, a extensão do plano
topográfico seria de aproximadamente 23 Km
A B
S.F
a d' p' b PT
d
p
R R Em função do âgulo central (ac) o erro de esfericidade, nas distâncias,
pode ser obtido pelas relações a seguir: d'=R.tg(ac) e d=(ac).R. Efetuando
os cálculos para (ac) = 5', 10', 15', 20' e 30', obtem-se os valores inscritos
ac na tabela abaixo (para R=6.370 Km)
figura 03
(ac) d' = R.tg(ac) (m) d = ac(rad).R (m) Erro absoluto (-) Erro relativo (-)
05’ 9.264,796 9.264,789 0,007 1:1.300.000
10’ 18.529,631 18.529,579 0,052 1: 360.000
15’ 27.794,545 27.794,368 0,177 1: 160.000
20’ 37.059,576 37.059,158 0,418 1: 90.000
25’ 46.324,764 46.323,950 0,814 1: 60.000
30’ 55.590,148 55.588,737 1,410 1: 40.000
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6. Escala
Escala de um desenho é a relação constante entre as dimensões reais do objeto a se
representar e as respectivas medidas desse objeto no desenho, podem ser representadas pela
fórmula: E = d/D ou E = d : D, onde d = medida no desenho e D = tamanho real do objeto.
Aplicação: seja uma poligonal cujas coordenadas máximas e mínimas no sentido dos eixos de X
e Y equivalentes a: Xmax = 1537,250m e Xmin = 723,038m e Ymax = 1468,987m e
Ymin = 568,254m. Definir a escala para o desenho, sabendo-se que o papel disponível para a
representação gráfica é do formato A2 (a x b) sendo a = 420 mm e b = 594 mm.
Escala Gráfica – a escala gráfica pode ser linear ou ordinária e transversal. A escala gráfica
é dada por um segmento convenientemente graduada e obedece a relação entre a medida
representada e sua real grandeza. É em resumo a representação gráfica de uma escala
numérica. Exemplo: supondo que a escala de uma planta seja 1:100 e que o intervalo de
representação seja de 1m, a escala gráfica correspondente terá o seguinte aspecto:
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7. Unidades de Medidas
Em topografia faz-se uso de três tipos de grandezas, a saber: lineares, superficiais e angulares.
Essas grandezas estão presentes em praticamente todas as plantas topográficas.
Medidas Lineares: A unidade padrão para medidas lineares é o metro, determinada pelo
sistema métrico decimal, correspondente à décima milionésima parte do meridiano terrestre.
Além do metro são usados seus múltiplos e submúltiplos. A relação entre eles para efeito de
conversão está expressa na tabela abaixo. A relação é feita através de regra de três simples
(proporção).
km hm dam m dm cm mm
1km 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1hm 0,1 1 10 100 1000 10000 100000
1dam 0,01 0,1 1 10 100 1000 10000
1m 0,001 0,01 0,1 1 10 100 1000
1dm 0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 100
1cm 0,00001 0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10
1mm 0,000001 0,00001 0,0001 0,001 0,01 0,1 1
Múltiplos do m2 Submúltiplos do m2
1 are 1,00 m² 1 dm² 0,01 m²
1 centiare 100,00 m² 1 cm² 0,0001 m²
1 hectare 10.000,00 m² 1 mm² 0,000001 m²
Apesar do sistema métrico decimal ser oficial, ainda é comum em certas regiões o uso de
medidas antigas.
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As unidades de medidas dos ângulos e arcos são: o grau ou unidade sexagesimal, o grado ou
unidade centesimal e o radiano, todas elas referidas ao desenvolvimento da circunferência.
Grau – essa unidade corresponde a 1/360 da circunferência, isto é, uma das partes da
circunferência equivalente a 360º. Os submúltiplos do grau são: o minuto e o segundo. A
relação entre elas é: 1º = 60’ e 1’ = 60”.
Radiando – é o arco retificado da circunferência igual ao seu raio. Assim, sendo 2π rad = 360º e
considerando a circunferência de raio igual a unidade, tem-se que:
2π = 360º e 1ρ= 360º / 2π , o grau, grado e radiano podem ser relacionados pelas expressões:
Exercício
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8. Planimetria
8.1.1. Processo Direto: Diz-se que uma medida é obtida diretamente quando comparamos a grandeza
em questão com a grandeza padrão. Exemplo: medidas feitas com uso de trenas e fitas de invar.
Os instrumentos utilizados para obtenção direta de medidas são genericamente chamados de
diastímetros e basímetros.
BB’ = e = afastamento
B’C = x = erro
l² = b² + e² , como l² = (b + x)², vem:
(b + x)² = b² + e², então: b² + 2bx + x² = b² + e²
despreza-se x² e obtém-se x = e² / 2b
figura 04
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c) Erro de desvio da horizontalidade da trena: a trena ao ser estendida entre dois pontos não se
mantem na posição horizontal
figura 05
d) Erro de catenária: erro provocado pela parábola que a trena descreve abaixo da linha horizontal,
ao ser estendida entre dois pontos de um vão.
figura 06
f) Erro de inclinação da baliza (desvio da vertical): erro provocado pela falta de verticalidade da
baliza. Pode implicar em um erro para mais ou para menos, conforme seja o desvio de
verticalidade do instrumento.
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figura 07
h) Erro grosseiro: trata-se de erros nas medidas provocados por comportamento desatendo ou
relaxado, principalmente erros de anotação, observação ou mesmo negligência na execução de
procedimentos básicos.
z z G
i i
G
B
DH B DH
figura 08 figura 09
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V M
Sendo:
r - retículos,
S
C
f - distância focal,
F - foco posterior da objetiva,
f C - distância entre o centro do aparelho e foco F,
o d ^ - ângulo diastimométrico,
M w
r e ^
w G
F DH - distância horizontal
b
Os triângulos OFb e SFI são semelhantes, logo:
I
SI // Ob e: f/e = d/G ou d = G . f/e, por outro lado:
DH
DH = C + d DH = C + G . f/e, fazendo-se:
m = f/e (coeficiente estadimétrico) e sendo
B C - constante do aparelho, pode-se escrever a
fórmula, como segue: DH = C + m . G (1)
figura 10
M1 M
V Observação:
1 - A Mira M1 é perpendicular ao eixo de colimação
V'
2 - O ângulo de inclinação da luneta (i) é igural ao ângulo
S entre as miras M1 e M.
S1
i 3 - Os triângulos MSS1 e MII1, serão considerados
Dh
retângulos em S1 e I1, respectivamente, em vista
^ ser muito pequeno
do valor de w
M
Da figura é possível extrair:
d
i a) Dh = C + m.G1, (2) b) G = S - I e c) G1 = S1 - I1
^
w I I1
c S1M = SM x Cosi e MI1 = MI x Cosi
o f
F i
r Fazendo-se: S1M + MI1 = G1, vem:
b
DH G1 = SM X Cosi + MI x Cosi, logo:
G1 = (SM + MI) x Cosi, logo: G1 = G x Cosi (3)
B
figura 11
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8.2.1. Ângulo: região compreendida entre dois segmentos de retas que se interceptam em um ponto
chamado de vértice (fig. 12). Em topografia, os ângulos considerados podem ser verticais ou
horizontais.
T Âng. vertical
Âng. horizontal
figura 12
L1
= L2 - L1
O
L2 B
figura 13
b) Ângulo duplo: o ângulo é obtido por meio da realização de dois pares de medidas, de tal forma
que a segunda série de medição inicie-se a partir da segunda leitura da primeira série.
L1
0 = L1 - L0 1 = L2 - L1
L0
+ L2 - L0
= 0 1
=
2 2
O
L1 L2
B
figura 14
Os ângulos horizontais são medidos com uso de instrumentos topográficos, no caso: bússolas, teodolitos
e estações totais. Na atualidade, as medidas de ângulos em levantamentos topográficos são realizadas
com teodolito ou estação total. A bússola tornou-se um instrumento auxiliar de uso eventual
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8.3.1. Levantamento topográfico: Conjunto de operações de campo e escritório que objetiva a coleta
de informações (ângulos e distâncias, além de outras informações complementares) necessárias à
representação gráfica de uma determinada porção de terreno. Um levantamento é planimétrico
quando cuida da determinação das projeções horizontais dos pontos do terreno, como se todos
estivessem em um mesmo plano horizontal e altimétrico quando define as alturas destes pontos
em relação a um plano horizontal de referência. Quando, simultaneamente, os pontos são
definidos em ambos os planos, diz-se que o levantamento é plani-altimétrico.
f) Desenho: de posse dos pares de coordenadas de cada ponto levantado, croqui e demais
informações coletadas passa-se á fase final do trabalho, no caso, o desenho, isto é, a
representação gráfica da área em estudo. Nessa etapa é importante atentar para alguns itens
importantes como escala, legenda, convenções e orientação da planta.
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Caminhamento ou poligonal
Consiste na definição de uma poligonal cujos ângulos e distâncias são medidos consecutivamente pelo
operador que percorre todos as estações materializadas com um piquete sobre cada um dos vértices do
polígono. Os ângulos medidos podem ser azimutais (medição de azimutes ou rumos) e goniométricos
(medição de ângulos entre dois alinhamentos)
N
AZ
12
N
1
01
AZ 2
AZ
23
0
3
figura 15
a) Quanto a forma:
aberto – quando se desenvolve entre dois pontos quaisquer de posições anteriormente
indeterminadas (figura 15)
apoiado – quando levantado entre dois pontos já conhecidos de levantamento anterior (figura
16 – poligonais 22a2b2c6, 33a3b5 e 72b3b)
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5
2c
7
3b
2b
2a 3a
1 3
4
2
figura 16
c) quanto à precisão
poligonal principal ou de 1ª ordem – como a poligonal 1234567 (figura 16)
Essa classificação quanto à precisão segue tantas forem as poligonais não principais geradas no
levantamento.
Método Irradiação
Trata-se de um método secundário, porém largamente utilizado nos levantamentos topográficos como
complementar aos métodos principais, para definição de detalhes e o próprio perímetro das áreas
levantadas. A operação em campo consiste basicamente da realização de visadas (ou irradiações) aos
pontos de interesse, a partir de vértices de poligonais já levantadas.
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A
E
d5 d1 B
d2
d4 0 d3
D C
figura 17
Em um levantamento topográfico planimétrico em que se faça uso dos dois métodos (caminhamento e
irradiação) a seqüência de campo traduz-se essencialmente na seguinte rotina:
É o ângulo entre dois alinhamentos, podendo ser interno (caminhamento à direita) ou externo
(caminhamento á esquerda), variando de 0º 00’ 00” a 360º 00’ 00” (fig. 18)
9.2. Azimute
É o ângulo formado entre um alinhamento qualquer e a direção Norte – Sul, contado a partir do Norte, no
sentido horário, podendo variar de 0º 00’ 00” a 360º 00’ 00” (fig.19)
4 N
N
Caminhamento 1234 (à direita) - âi 3 N Az
BC
Caminhamento 4321 (à esquerda) - âe B
Az A
B
C
âi 2
âe A
CB
1
Az
figura 18 figura 19
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N
F
N N
E
N Az EF
Az A Az
B N
CD
A
E
Az B
C
D
Az
C
B
D
figura 20
AZBC = AZAB + β -180º, AZCD = AZBC + φ -180º, AZDE = AZCD + Ψ -180º e AZEF = AZDE + Θ + 80º
Logo: AZn+1 = AZn + β ± 180º, ou seja o azimute de um lado qualquer de uma poligonal é igual ao azimute
do lado anterior, somado ao ângulo entre os dois lados, mais ou menos 180º, observando-se que deve
ser somado 180º, se AZn + β < 180º, e subtraído 180º, se AZn + β > 180º.
9.3. Rumo
Menor ângulo formado entre um alinhamento qualquer e a direção Norte – Sul, contado a partir do norte ou
sul, variando de 0º 00’ 00” a 90º 00’ 00” . Como os rumos estão situados em quadrantes, há a necessidade
de se indicar o quadrante em que está situado o alinhamento. De tal forma que a grandeza angular deve
ser acompanhada das iniciais dos quadrantes: NE, SE, SW e NW (fig. 21).
A
(NE)
(NW)
D D ROA
RO
W E
O
C RO figura 21
C
R OB
(SW)
(SE)
B
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1
(NE)
(NW) Az 01= R 01
4 R 04
Az 04 Az 02
W E
0
R
03
3 R 02 figura 22
(SW)
Az 03 (SE)
2
A conversão dos rumos em azimutes e vice-versa poderá ser realizada a partir das relações a seguir: a)
AZ01 = R01 b) AZ02 = 180º - R02 c) AZ03 = 180º + R03 d) AZ04 = 360º - R04
RAB = 38º 07’ 36” NW, RBC = 78º 01’ 52” SW, RCD = 04º 25’ 13” SE e RDE = 14º 27’ 16” NE
AZAB = 360º - RAB = 360º - 38º 07’ 36” AZAB = 321º 52’ 24”
AZBC = 180º + RBC = 180º + 78º 01’ 52” AZAB = 258º 01’ 52”
AZCD = 180º - RBC = 180º + 04º 25’ 13” AZAB = 175º 34’ 47”
A conversão de azimutes em rumos é possível fazendo-se uso das mesmas equações, apenas isolando-
se o termo referente ao rumo. Deve-se lembrar, entretanto, que neste caso, depois da conversão, deve ser
acrescido ao rumo o quadrante respectivo.
Os vértices de uma poligonal e os demais pontos levantados são definidos pelo levantamento de suas
coordenadas polares – distâncias e azimute ou rumo – o que permite sua representação em planta com
relativa precisão. Entretanto, a transformação destas para coordenadas retangulares permite uma
representação ainda mais precisa.
Um sistema de coordenadas planas retangulares define-se pela existência de um sistema de eixos que se
interceptam em um ponto (origem) formando um ângulo reto. No caso das plantas topográficas, o eixo na
direção Y coincide com a direção Norte-Sul e o eixo na direção X com a direção Leste-Oeste.
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As coordenadas são:
a) Abscissas (X) – medida sobre o eixo X, a partir da origem até a projeção do ponto considerado
sobre o eixo;
b) Ordenada (Y) – medida sobre o eixo Y, a partir da origem até a projeção do ponto sobre o eixo.
Origem do Sistema:
Costuma-se adotar como origem do sistema de coordenadas topográficas locais valores bem altos para X
e Y, 10.000 e 10.000, por exemplo, para se evitar coordenadas negativas, considerando que seus
respectivos valores resultam da soma algébrica do valor inicial com a projeção do ponto sobres os eixos. A
figura 23, abaixo ilustra um sistema de coordenadas planas retangulares.
YB B
Y AB
YA A XA B
Y BC
XBC
YC C
XA XB XC
X
0
figura 23
10.1. Projeções
Todos os alinhamentos ou pontos isolados são projetados sobres os eixos X e Y, ortogonalmente, visando
a representação gráfica da área levantada e podem assumir valores positivos ou negativos, conforme
estejam situados nos quadrantes NE, SE, SW e NW, conforme abaixo detalhado.
a) projeções situados no 1º quadrante (NE), azimute entre 0º e 90º: ΔY será positivo e ΔX positivo
b) projeções situadas no 2º quadrante (NW), azimute entre 270º e 360º: ΔY será positivo e ΔX
negativo
c) projeções situadas no 3º quadrante (SW), azimute entre 180º e 270º: ΔY será negativo e ΔX
negativo
d) projeções situadas no 4º quadrante (SE), azimute entre 90º e 180º: ΔY será negativo e ΔX
negativo
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NW + X NE
- X
+ Y
+ Y
W E
0
Y - Y
- X
+ X
SW SE
figura 24
S
N
N N
AZ
BC
B
YB
Y BC
AZ
C
RAB RB
-
B
X C
BC
+
YC
Y AB
RAB
+
YC D
YA A + XAB
-
RBC
- XC D
YD D
E
0 XA XB XD XC
figura 25
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b) coordenadas absolutas
As coordenadas absolutas de cada ponto são obtidas adicionando-se algebricamente o valor da
coordenada imediatamente anterior às projeções, lembrando-se que o cálculo deve começar a partir das
coordenadas iniciais. Assim:
X B = XA + AB . Sen AzAB ou X A + AB . Sen RAB
Y B = YA + AB. Cos AzAB ou YA + AB . Cos RAB
X C = XB + BC. Sen AzBC ou XB + BC . Sen RBC
Y C = YB + BC . Cos AzAB ou YB + BC . Cos RBC
X D = XC + CD. Sen AzAB ou XC + CD . Sen RCD
Y D = YC + CD. CósAzAB ou YD + CD . Cos RCD
a) poligonal fechada – no caso de um polígono fechado, o erro angular será obtido comparando-se o
somatório dos ângulos (internos ou externos) lidos no campo com o somatório dos mesmos ângulos
de uma poligonal com o mesmo número de vértices, assim:
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c) erro angular admissível (Ead) - o erro tolerável é função da precisão que se pretende atingir,
normalmente é definido em função da eficiência dos equipamentos nas medidas angulares pontuais e,
se for o caso, de um coeficiente “k” de valor variável de 1 a 3, conforme seja a precisão desejada,
assim, pode-se apresentar a fórmula do erro, com segue abaixo:
A compensação do erro angular cometido durante o levantamento topográfico só poderá ocorrer caso seja
satisfeita a seguinte condição: ea ≤ Ead. A compensação então deverá ser realizada distribuindo-se
eqüitativamente o erro por todos os vértices da poligonal, considerando que a possibilidade do erro é a
mesma para toda poligonal, já que as medições são realizadas com o mesmo instrumental e nas mesmas
condições ambientais de trabalho. Portanto, o valor angular a ser acrescido ou retirado de cada ângulo da
poligonal é:
Ca = ea / n, sendo n o número de vértices da poligonal. O sinal da correção deve ser o oposto do sinal do
erro cometido.
a) poligonal fechada – neste caso, o ET (Erro Total) pode ser calculado a partir de sua projeção nos
eixos X e Y, conforme figura abaixo. Δx e Δy são determinados quando do cálculo da poligonal e
representam a soma algébrica das projeções em ambos os eixos.
C
A
ET
Y
A'
X
D
E
E
0
figura 26
ET = Δ
X ² + Δ Y ²
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b) Poligonal apoiada – o erro linear (ET), fruto das medições de campo, da mesma forma anterior é
calculado a partir dos erros evidenciados nos eixos X e Y
Y
1a 6
ET
Y
X 6'
1
1b
1c
X
figura 27
c) Cálculo do erro linear nos eixos X e Y – poligonal fechada - Os erros cometidos ao se realizar as
medidas de distâncias (poligonal fechada) serão evidenciados quando se projetar tais medidas no
sistema de eixo. Se não existir erro, a somatória algébrica das projeções, em cada eixo, deve se
anular. Quando isto não ocorre, é porque houve erro nas medidas lineares, devendo-se apurar o erro
total, para as correções necessárias (fig. 28).
B
YB
Y BC
-
YC C
YAB
YC D
+
YA A
Y DA
+
YD D
+ XA B
- XC D
- XAD
+ XBC
XA XB XD XC
E
0
Realizando-se o somatório das projeções dos lados nos eixos X e Y, estas deverão se anular.
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d) Cálculo do erro linear nos eixos X e Y – poligonal apoiada – neste tipo de poligonal, os pontos inicial e
final são conhecidos por meio de suas coordenadas absolutas. Assim, as somas das coordenadas do
ponto inicial A (XA, YA) com as projeções dos lados da poligonal sobre os eixos devem ser iguais às
coordenadas do ponto final. Porém, da mesma forma que o caso anterior pode-se cometer erros nas
medidas dos lados e não se chegar exatamente no ponto de apoio da poligonal (fig. 27). Deve-se
proceder à correção, aplicando-se a fórmula do Erro Total.
Para levantamento de pequenas extensões, a compensação linear pode ser feita determinando-se o erro
por metro linear em ambos os eixos, para posteriormente aplicá-la proporcionalmente a cada um dos
lados, como segue:
emx = ΔX / L e emy = ΔY / L, sendo: emx e emy os erros por metro nos eixos X e Y, ΔX e ΔY os erros
totais nos dois eixos e L o perímetro da poligonal.
A correção a ser aplicada em cada projeção será: CX = emx • l e CY = emy • l, sendo l, cada um dos
lados da poligonal. A correção deverá ter sinal inverso ao sinal do erro encontrado em cada eixo,
devendo-se levar em consideração o sinal das projeções, quando da soma destas com CX e CY.
A correção podem ser realizada também diretamente sobre as projeções, nesse caso:
CX= ΔX / ∑ |(E+)+(W-)| x Projeções no eixo X
Cy= ΔX / ∑ |(N+)+(S-)| x Projeções no eixo y
A correção só poderá ser aplicada se o Erro Toral (ET) for menor ou igual ao Erro Admissível,
normalmente definido por uma precisão a ser atingida, como por exemplo: 1/1000 e 1/2000, ou seja erro
máximo de uma unidade para cada 1000 ou 2000 medidas.
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Exercícios
1. Dada a planilha abaixo, pede-se:
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