Você está na página 1de 4

Requisitos da petição inicial ( tópico 6)

A petição inicial no dissídio coletivo também é conhecida como “ representação” do


dissídio coletivo e deve ser obrigatoriamente escrita. Está prevista no artigo 856 da CLT, não
obstante, também deve se atentar para as exigências do artigo 282 do CPC.

Art. 856 - A instância será instaurada mediante


representação escrita ao Presidente do Tribunal. Poderá
ser também instaurada por iniciativa do presidente, ou,
ainda, a requerimento da Procuradoria da Justiça do
Trabalho, sempre que ocorrer suspensão do trabalho.

Além disso, apesenta requisitos objetivos e subjetivos, quais sejam:

Os requisitos objetivos são aqueles documentos imprescindíveis ao ajuizamento do


DC, pois é através deles que se verificará os pressupostos processuais e a condição da ação.
Temos como documentos essenciais

a) o edital de convocação da assembleia geral da categoria;


b) a ata da assembleia geral;
c) a lista de presença da assembleia geral;
d) a correspondência, os registros e as atas das negociações coletivas que foram
realizadas ou tentadas, seja elas diretas ou por intermediação do Ministério do
Trabalho;
e) caso tenha, a norma coletiva anterior;
f) a procuração do presidente suscitante ao advogado subscritor da representação;
g) e por fim, não menos importante, a comprovação da concordância entre as partes
para o ajuizamento do dissídio coletivo de natureza econômica.

Esse último requisito foi criado pela EC 45/04, que modificou a redação do art 144 da
CF. Deixa de ser obrigatório que todas as partes devem subscrever em conjunto a petição
inicial do DC, basta apenas que uma delas comprove a concordância das demais.

Já os requisitos subjetivos são aqueles que regem a forma pela qual deve se articulada
a pretensão do suscitante. Estão previstos na CLT em seus artigos 857 e 858. São eles :
a) a designação da autoridade competente;
b) a qualificação dos suscitantes e suscitados, devendo portanto, indicar a
delimitação territorial de representação das entidades sindicais, as categorias
envolvidas e o quórum estatuário para deliberação em assembleia ;
c) as bases da conciliação;
d) e os fundamentos da demanda, ou seja, as razões fáticas, os motivos que levaram a
propor a demanda.

Sentença normativa ( tópico 8)

A sentença normativa está prevista no artigo 867, 868, 869, 870 e 616 § 3º da CLT,
são decisões do TRT ou TST acerca de julgamentos dos dissídios coletivos, possuem força
normativa, pois passam a valer como uma norma para aquela categoria.

Passará a vigorar a partir do dia imediato ao termo final de vigência do acordo,


convenção ou sentença normativa, quando ajuizado o dissídio 60 dias antes do término, ou a
partir a data de sua publicação, se ajuizado após.

Art. 867 - Da decisão do Tribunal serão notificadas as


partes, ou seus representantes, em registrado postal,
com franquia, fazendo-se, outrossim, a sua publicação
no jornal oficial, para ciência dos demais interessados.
Parágrafo único - A sentença normativa vigorará:
(Incluído pelo Decreto-lei nº 424, de 21.1.1969)
a) a partir da data de sua publicação, quando ajuizado o
dissídio após o prazo do art. 616, § 3º, ou, quando não
existir acordo, convenção ou sentença normativa em
vigor, da data do ajuizamento; (Incluída pelo Decreto-lei
nº 424, de 21.1.1969)
b) a partir do dia imediato ao termo final de vigência do
acordo, convenção ou sentença normativa, quando
ajuizado o dissídio no prazo do art. 616, § 3º. (Incluída
pelo Decreto-lei nº 424, de 21.1.1969)

Essas sentenças normativas só poderão ser impostas se encontrarem suporte jurídico


na Lei, sendo assim, sempre que a Justiça do Trabalho editar uma sentença, deve apontar a
Lei que permitiu.
O Tribunal poderá estender a decisão a todos os empregados de uma empresa ou a
toda uma categoria profissional dentro de sua jurisdição, desde que assim solicitado por um
ou mais empregado, por um ou mais sindicato, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho ou
até mesmo ex oficio pelo Tribunal que proferiu a decisão. Cabe também ao Tribunal, indicar a
data em que a decisão entrará em execução, assim como o prazo de vigência, o qual não pode
ultrapassar 04 anos.

Art. 868 - Em caso de dissídio coletivo que tenha por


motivo novas condições de trabalho e no qual figure
como parte apenas uma fração de empregados de uma
empresa, poderá o Tribunal competente, na própria
decisão, estender tais condições de trabalho, se julgar
justo e conveniente, aos demais empregados da
empresa que forem da mesma profissão dos dissidentes.
Parágrafo único - O Tribunal fixará a data em que a
decisão deve entrar em execução, bem como o prazo de
sua vigência, o qual não poderá ser superior a 4 (quatro)
anos.

Art. 869 - A decisão sobre novas condições de


trabalho poderá também ser estendida a todos os
empregados da mesma categoria profissional
compreendida na jurisdição do Tribunal:
a) por solicitação de 1 (um) ou mais empregadores, ou
de qualquer sindicato destes;
b) por solicitação de 1 (um) ou mais sindicatos de
empregados;
c) ex officio, pelo Tribunal que houver proferido a
decisão;
d) por solicitação da Procuradoria da Justiça do
Trabalho.
BILIOGRAFIA

LEITE BEZERRA Carlos Henrique, Ministério Público do Trabalho : doutrina,


jurisprudência e prática, 5ª Edição, São Paulo, Editora LTDA.

LEITE BEZERRA Carlos Henrique, Curso de Direito Processual do Trabalho :4ª


edição, São Paulo, Editora LTDA.

Você também pode gostar