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Guia N4 Vasos de Pressao IBP - Rev 0.16 PDF
Guia N4 Vasos de Pressao IBP - Rev 0.16 PDF
GRINSP-RJ
GUIA N 0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão
Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004
PREFÁCIO
Esta Guia n0 4 substitui a antiga Guia n0 8 de Dezembro 6.12 Tabela Resumo de Técnicas De Inspeção .........24
de 1965 com base no documento ” Organização e
6.13 Tabela Resumo de Aplicação de Técnicas de
Apresentação das Guias de Inspeção de Equipamentos
do Instituto Brasileiro de Petróleo” , emitido em Maio de Inspeção .............................................................................27
1996, que reformula a estrutura das Guias, apresentando 7 Registros de Inspeção ..............................................27
uma nova numeração e a priorização para um programa 7.1 Escopo / Abrangência ............................................48
de elaboração de outras Guias.
7.2 - Instrumentos Utilizados .......................................48
FALTA CONTEÚDO ver guia de guias. 7.3 Indicações / Resultados .........................................48
7.4 Responsável pela Inspeção ..................................48
7.5 Sistema de Arquivamento ......................................48
1 Documentos de Referência ........................................2 8 Reparos e Critérios de Aceitação...........................45
2 Definições.......................................................................2 8.1 Códigos e Padrões de Construção ......................45
3 Descrição do Equipamento ........................................4 8.2 Materiais ...................................................................45
8.3 Partes de reposição ................................................45
4 Causas Específicas de Deterioração e Avarias .12
8.4 Soldagem .................................................................45
4.1 – Quadros Resumos ...............................................27
8.5 Ensaios Não-Destrutivos .......................................46
4.2 Corrosão sob Tensão ..............................................30
8.6 Teste Hidrostático ....................................................46
4.3 Corrosão-Fadiga ......................................................33
8.7 Métodos Avançados de Análise e Adequação ao Uso
4.4 Perdas de Espessura Internas .............................33
– Critérios de Aceitação ...................................................46
4.5 Corrosão Externa.....................................................38
4.6 Fragilização ..............................................................39 9 Freqüência e Programação de Inspeção .............46
Esta Guia se aplica a inspeção em serviço de vasos de Certificação – testemunho formal de uma qualificação
pressão tais como torres, colunas, reatores, esferas, através da emissão de um certificado.
acumuladores, não se aplicando a permutadores de calor,
fornos e caldeiras, que possuem guias específicas. CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia.
Esta Guia orienta a inspeção em serviço de vasos de
Defeito – não atendimento de um requisito relacionado a
pressão, priorizando o caráter preventivo. Auxilia na
um uso pretendido ou especificado.
determinação dos diversos métodos de inspeção para a
avaliação de integridade, da identificação do tipo e Descontinuidade – interrupção das estruturas típicas de
extensão dos danos. uma peça, no que se refere à homogeneidade das
2 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA características físicas, mecânicas ou metalúrgicas. Não
é necessariamente um defeito.
2.1- Organização e Apresentação das Guias de Inspeção
de Equipamentos do Instituto Brasileiro de Petróleo, Documento de autorização de trabalho - documento
revisão 2, de 24/5/1996. oficial da Empresa para planejamento e controle de
atividades com risco. Exemplo: Permissão de Serviço (PS),
2.2- API 510- Pressure Vessel Inspection Code:
Permissão de Trabalho (PT).
Maintenance Inspection, Rerating, Repair and Alteration
Eficácia – extensão na qual as atividades planejadas são
2.3- ANSI/NB-23- National Board Inspection Code realizadas e, como conseqüência os resultados planejados
2.4- NR-6 - Equipamento de Proteção Individual – EPI alcançados.
2.5- NR-13 - Caldeiras e vasos de pressão Eficiência – relação entre o resultado alcançado e os
recursos usados.
2.6- NR-15 - Atividades e operações insalubres
Ensaio – determinação de uma ou mais características
2.7- NR-20 - Líquidos combustíveis e inflamáveis de acordo com um procedimento.
2.8- NR-25 - Resíduos industriais Equipamento de Proteção Individual (EPI) –: todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
2.9- NR-26 - Sinalização de segurança trabalhador, destinado à proteção contra riscos suscetíveis
2.10- ASME Sec. VIII, Div. 1 & Div. 2- Pressure Vessels de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
2.11- ASME Sec. V- Nondestructive Examinations Especificação – documento que estabelece requisitos.
Uma especificação pode se relacionar a atividades (por
2.12- ABNT NB-109- Projeto e construção de vasos de exemplo, especificação de ensaio) ou a produtos (por
pressão soldados não sujeitos a chama exemplo, especificação de produto).
2.13- API Publ. 581- Base Resource Document- Risk Formulário – modelo impresso para preenchimento de
Based Inspection relato de atividades e/ou resultados.
2.14- API RP 579- Fitness-for-service Inspeção – avaliação da conformidade pela observação
e julgamento, acompanhada, se necessário, de medições,
2.15- API RP 571 Damage Mechanisms Affecting Fixed ensaios ou comparação com padrões.
Equipment in the Refining Industry
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Local confinado – qualquer espaço com a abertura Vaso de pressão – equipamento que contém fluido sob
limitada de entrada e saída de ventilação natural. pressão interna ou externa.
Exemplos de locais confinados: interior de caldeiras, Verificação – comprovação, através de evidência objetiva,
tanques, carros-tanques, reatores, colunas, galerias de de que requisitos especificados foram atendidos.
esgoto, tubulações, silos, porões, etc.
NOTA 1: A distinção entre os termos defeito e não-
Método de ensaio não-destrutivo – disciplina aplicada
conformidade é importante, já que tem conotação legal,
a um princípio físico em um ensaio não-destrutivo (por
particularmente aquelas associadas à responsabilidade
exemplo: ensaio por ultra-som).
civil pelo fato do produto. Conseqüentemente, é
Não-conformidade – não atendimento a um requisito. conveniente que o termo defeito seja empregado
criteriosamente.
Organização – grupo de instalações e pessoas com um
conjunto de responsabilidades, autoridades e relações.
4- DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO
- dimensões e aspectos de fabricação (tipo de calota, ou tenha disponível para quando necessário:
espessuras dos componentes, acessórios internos, ? lanterna;
existência ou não de bocas de visita para acesso ao interior ? luminária de segurança;
do vaso, etc); ? martelo;
? pano, lixas, escova manual, espátula;
- materiais envolvidos; ? marcador industrial;
Analisar os últimos três relatórios de inspeção, visando ? giz, lápis cera;
constatar registro de alterações de projeto, ocorrência de ? faca, raspador, estilete;
deterioração ou defeitos e analisar criticamente os métodos ? ímã;
de inspeção utilizados; ? trena;
? paquímetro;
Verificar se as recomendações de inspeção foram ? micrômetro;
atendidas ou a existência de pendências. ? prancheta com formulários e outros;
5.2 CONDIÇÕES OPERACIONAIS DO PROCESSO ? sacos plásticos para amostragem;
? medidor de espessura por ultra-som;
Verificar registros operacionais das temperaturas, ? lupa;
pressões e fluidos do processo; ? conjunto de líquido penetrante;
Verificar ocorrências operacionais que possam interferir ? máquina fotográfica;
na vida útil do equipamento, tais como: surto de sobre- ? medidor portátil de dureza;
pressão, temperaturas acima da projetada, fluidos ? nível; e
contaminantes não previstos, vibrações, vazamentos e ? espelho.
cargas não previstas;
Pesquisar a ação do fluido do processo e seus 5.6 PREPARAÇÃO DO EQUIPAMENTO PARA O SERVIÇO DE
contaminantes nos materiais envolvidos, considerando as INSPEÇÃO EM LOCAL CONFINADO
condições operacionais. Quando o equipamento operar 5.6.1 Limpeza
com diversos fluidos e condições não definidas (por O equipamento em que será realizado o serviço deve estar
exemplo, vaso pulmão ou sump), recomenda-se uma vazio, lavado, drenado, desgaseificado, purgado e esfriado.
análise para a pior condição;
5.6.2 Isolamento
5.3 CICLOS DE PARADA E PARTIDA DO EQUIPAMENTO
Recomenda-se o isolamento dos demais equipamentos
Verificar data do início de operação do equipamento, de processo através de raquetes e flanges cegos ou,
ocorrência de hibernações e início de última campanha; sempre que possível, desconectar as tubulações de
entrada e saída dos equipamentos e vedá-las com flange
Verificar os ciclos térmicos envolvidos (tensões térmicas);
cego.
5.4 PROCEDIMENTO DE INSPEÇÃO
Caso existam, utilizar os planos ou procedimentos de
inspeção estabelecidos para o vaso.
o inspetor deve verificar visualmente as condições das 7.1.1 Etapas da Inspeção Visual Externa
máquinas, luminárias, cabos e extensões. 7.1.1.1 Condições de Operação
Recomenda-se não utilizar, dentro do equipamento, cabos Como primeira ação da inspeção externa, deve ser
elétricos com emendas, ou condutores expostos. verificado se o equipamento está operando em condições
de pressão e temperatura compatíveis com o projeto.
Trabalho acima dos limites de projeto compromete a
6 RESPONSABILIDADE PELA INSPEÇÃO segurança das pessoas, instalações e do meio ambiente.
A NR-13 – Norma Regulamentadora para Caldeiras e 7.1.1.2 Identificação e Instalação
Vasos de Pressão, define no subitem 13.10.6 que a No texto da Norma Regulamentadora NR-13 estão
inspeção de segurança de vasos de pressão deve ser descritas condições de identificação e instalação para os
conduzida por um Profissional Habilitado, podendo contar vasos de pressão nela enquadrados, e que devem
com a participação de Técnicos de Inspeção ou verificadas durante as inspeções externas. Para os demais
Inspetores. vasos, não existem regras definidas.
É de responsabilidade do Profissional Habilitado, orientar 7.1.1.3 Isolamento Térmico
a preparação das inspeções de segurança, participar das Inspecionar visualmente todo o isolamento térmico,
inspeções e revisar e assinar os Relatórios de Inspeção e buscando identificar locais de possíveis infiltrações de
o Registro de Segurança. umidade, de águas de chuvas ou de sistemas de dilúvio.
Aos Técnicos de Inspeção e Inspetores de Equipamentos Juntas sobrepostas das chapas que compõem o
cabe a responsabilidade de preparar as inspeções de capeamento metálico abertas ou mal feitas e trincas no
segurança de acordo com as orientações do PH, executar recobrimento asfáltico das partes sem capeamento são
as inspeções e elaborar e assinar os Relatórios de áreas preferenciais para infiltrações.
Inspeção.
Mesmo para os vasos de pressão não enquadrados na frouxas ou soltas e regiões com bolsões (grandes
NR-13, devem ser observadas as determinações dos empolamentos). Por questões de segurança essas
CREAs quanto às responsabilidades sobre as inspeções. regiões devem ser abordadas com cuidado em vasos
operando, nos quais o histórico mostre ocorrência de
corrosão interna intensa, principalmente naqueles que
7 TÉCNICAS DE INSPEÇÃO operam em temperaturas altas. Em vasos fora de
7.1 INSPEÇÃO VISUAL EXTERNA operação, todo o trecho deve ser removido para análise
da causa.
Consiste de uma verificação visual detalhada da superfície
externa do vaso de pressão e sistemas que o compõem, As regiões sob as plataformas do topo, quando existentes,
complementada sempre que necessário pela utilização e junto às conexões e olhais de suportes são as mais
de ferramentas auxiliares e aplicação de ensaios não- sujeitas a conterem falhas no isolamento térmico. Para
destrutivos. os vasos verticais, observar com cuidado a região da
junção do isolamento térmico com a proteção contra fogo
A periodicidade das inspeções externas deve ser
da saia.
estabelecida em função das condições do processo e
ambientais do local da instalação, e deve estar definida Deve-se remover trechos do isolamento térmico para
no programa de inspeção do vaso de pressão, com o avaliar as condições das chapas do costado,
devido cuidado para que não sejam ultrapassados os principalmente nos vasos de pressão que operam em
limites definidos na legislação vigente. baixas temperaturas (isolados a frio). Para esses vasos,
é necessária uma amostragem mais abrangente ou
Para os vasos de pressão novos sujeitos a exigências
mesmo a remoção total do isolamento, pois a experiência
legais de inspeção, deve ser feita inspeção inicial no local
mostra que pode haver condensação ou de umidade entre
definitivo de instalação, atendendo ao disposto na
a parede do vaso e o isolante térmico, com instalação de
legislação vigente.
processo corrosivo em áreas localizadas, estando o
A inspeção externa pode ser realizada com o vaso de restante da superfície completamente sã. Essas áreas
pressão em condições normais de operação, ou por estão localizadas principalmente nas partes inferiores dos
ocasião das paradas do equipamento. vasos.
Para que a inspeção possa ser conduzida de forma Muitos vasos de pressão possuem pintura anticorrosiva
objetiva, cabe ao inspetor seguir o planejado na fase de sob o isolamento térmico e, nesse caso, essa pintura deve
preparação e cumprir completamente cada etapa da ser inspecionada quanto à existência de falhas localizadas
inspeção antes de passar para a seguinte. (rompimento da película). Para os vasos de pressão
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? intervalos inadequados entre as demãos, causan- As regiões dos vasos de pressão mais susceptíveis ao
do problemas de ancoragem entre as camadas; aparecimento de processos corrosivos devidos a falhas
? condições de processo que permitam formação de na pintura são:
hidrogênio atômico. Pode haver empolamento da ? cordões de solda manuais: nessas regiões, devido
pintura, que nesse caso poderá aparecer de forma às irregularidades da superfície, não há
generalizada ou localizada. uniformidade da espessura da película protetora.
Para identificar a causa provável do empolamento, deve- ? topo do vaso: causada por baixa aeração, quando
se romper alguns deles e observar o interior da bolha, existem plataformas muito próximas ao casco.
verificando se existe alguma forma de contaminação ou Essa forma de ataque é comum nos vasos
presença de água ou algum outro líquido. No caso de esféricos, torres e cilindros de armazenamento de
empolamentos por hidrogênio, o interior das bolhas estará gases. Essas regiões são difíceis de serem
sempre limpo e seco. retocadas.
? geratriz inferior dos vaso horizontais: causada por
O inspetor verifica ainda, se o empolamento, está restrito condensação de umidade.
à tinta de acabamento ou atinge também a tinta de fundo.
No primeiro caso deve recomendar recomposição da bocais e conexões: partes dos vasos onde a pintura
pintura de acabamento e, no segundo, recomendar o está sujeita a danos mecânicos por ocasião das
reparo ou repintura usando o esquema completo de manutenções.
pintura. ? Selas: quando o vaso é simplesmente apoiado nas
7.1.1.4.2 Empoamento selas (metálicas ou de concreto) ou fixado por cor-
dões de solda intermitentes.
Significa deterioração superficial da pintura, de modo
? Pedestais: causada por acúmulo de detritos
uniforme e progressivo, por ação de raios ultra violeta.
depositados, por objetos largados por ocasião de
Deve ser avaliada a intensidade do desgaste para decidir
manutenções ou por acúmulo de águas de
o que recomendar; refazer a pintura de acabamento ou
chuvas.
todo o esquema, ou ainda, especificar um esquema mais
adequado. A avaliação da pintura de proteção deve contemplar, além
da verificação de defeitos, a conformidade das cores
7.1.1.4.3 Abrasão / Erosão empregadas com a legislação de segurança em vigor.
Desgaste em áreas localizadas, devido à ação de
partículas sólidas carreadas por ventos freqüentes em
uma mesma direção. A avaliação deve se conduzida da A inspeção visual das chapas do costado dos vasos de
mesma forma que o item anterior;
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7.1.1.6 Suportes e Bases dos Vasos de Pressão É comum as medições de espessuras coincidirem com
A inspeção visual desse componente deve estar sempre as inspeções externas. O procedimento de inspeção deve
contemplada no planejamento da inspeção externa. ser consultado quanto às épocas previstas e as exigências
Alguns pontos devem ser verificados com mais cuidado, de capacitação do pessoal executante e de calibração dos
como a saia dos vasos verticais na junção com o corpo, instrumentos de medição.
região sujeita a processos corrosivos localizados sob a
proteção contra fogo. Deve ser verificada também a área 7.2 INSPEÇÃO VISUAL INTERNA
exposta dos chumbadores e, com auxílio de um martelo
Para a monitoração da integridade física, recomenda-se
de inspeção, avaliada a integridade das porcas de fixação
que o vaso de pressão seja inspecionado internamente,
do equipamento. A verificação desses pontos é muito
segundo uma freqüência adequada às suas condições
importante nos vasos de pressão verticais, principalmente
de projeto, condições operacionais e de acordo com as
nas torres.
legislações aplicáveis. A inspeção interna, de uma forma
O concreto da proteção contra fogo e das bases deve ser geral, é realizada simultaneamente ou precedida pela
verificado quanto à existência de trincas ou esboroamento inspeção externa.
devido a corrosão das ferragens internas. As trincas dos As primeiras providências para a realização da inspeção
suportes podem ser conseqüência de recalques e, nesse estão descritas no item 5 acima Preparativos para
caso, se propagam a 45° da Inspeção, onde ressaltamos as medidas de segurança e
proteção individual do inspetor.
A inspeção visual interna é de grande importância para a
7.1.1.7 Aterramento Elétrico
identificação de mecanismos de danos internos, cujas
Nos vasos de aço carbono, é comum a instalação de características sejam de ataques não uniformes e que
processo corrosivo intenso no clip de fixação do cabo de seja difícil a sua localização por meio de Ensaios Não
cobre ao vaso. O martelo de inspeção deve ser usado Destrutivos externos.
para verificar a integridade da ligação.
Em uma inspeção visual interna de um vaso de pressão,
7.1.1.8 Escadas e Plataformas.
o inspetor dirige sua atenção para:
O problema mais comuns encontrado nas escadas e
? no momento da abertura do vaso, verificar a
plataformas é a corrosão devida a deterioração da pintura
existência de depósitos, resíduos, incrustações,
de proteção. Devem ser verificados com
observando o tipo, quantidade e localização.
Recolher amostras para análise, se necessário;
? inspecionar o costado, as calotas, cordões de
atenção os degraus e guarda-corpos das escadas, pois solda e conexões quanto a deformações, trincas,
da sua integridade depende a segurança do pessoal que corrosão e erosão, danos devido a limpeza ou
acessa o equipamento. Para as plataformas, deve ser manutenção; em algumas situações, pode haver a
verificada a existência de regiões com sinais de acúmulo necessidade de remoção de componentes internos
de águas de chuvas. Nessas regiões, é recomendável do vaso.
fazer um furo na chapa para a drenagem das águas, ? verificar a ocorrência de danos por hidrogênio;
evitando o empoçamento. ? avaliar o estado interno das conexões quanto à
7.1.1.9 Dispositivos de Segurança corrosão e obstrução;
? verificar a integridade do revestimento interno
Devem ser verificados;
(“clad”, “lining”, pintura, refratários e outros )
o estado físico aparente e sinais de vazamentos; quanto à corrosão, estufamentos, trincas nas
soldas, erosão;
para dispositivos do tipo válvula de segurança ou alívio, ? examinar o posicionamento, a fixação e a
se a pressão de abertura é menor ou igual à pressão integridade de componentes internos, quando
máxima de trabalho; houver, tais como: distribuidores, tubulações,
serpentinas, defletores, demister, ciclones, grades,
se existem válvulas de bloqueio à montante ou à jusante
antivórtice, parafusos e porcas; e
e se, em caso positivo, estão instalados dispositivos contra
o bloqueio inadvertido. identificar os locais a serem preparados para inspeção
por Ensaios Não Destrutivos. A medição de espessura é
O programa de inspeção deve ser consultado para verificar o ensaio de realização mais freqüente e tomado como
se existe coincidência da inspeção externa do vaso com base para os cálculos das taxas de corrosão.
a manutenção e calibração do dispositivo.
7.1.1.10 Medição de Espessuras e Cálculo da Vida
Residual
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7.3 T ESTE POR PARTÍCULAS M AGNÉTICAS “interceptadas” ou “cruzadas” pelas linhas do fluxo
magnético induzido; conseqüentemente, a peça deverá
O ensaio por partículas magnéticas é usado para detectar ser magnetizada em pelo menos duas direções defasadas
descontinuidades superficiais e sub superficiais em de 90º. Para isto utilizamos os conhecidos yokes ,
materiais ferromagnéticos. São detectados defeitos tais máquinas portáteis com contatos manuais ou
como: trincas, junta fria, inclusões, gota fria, dupla equipamentos de magnetização estacionários para
laminação, falta de penetração, dobramentos, ensaios seriados ou padronizados.
segregações, etc.
Descontinuidades em materiais fundidos tais como gota Para atender a necessidade de inspeção de componentes
fria, trincas de tensão provocadas por processos de de forma automática, rápida e menos susceptível aos
têmpera ou revenimento, descontinuidades de fabricação erros de interpretação do inspetor, foram desenvolvidas
ou de processo tais como trincas, costuras, dupla técnicas de ensaios não-destrutivos acoplados a sistemas
laminação, sobreposição de material ou ainda trincas mecatrônicos de varredura e facilidades de tratamento
provocadas pela usinagem, ou fadiga do material ou de imagens.
mesmo corrosão sob tensão, podem ser facilmente 7.5.1 Teste por IRIS
detectadas pelo método de Líquido Penetrante.
O Internal Rotatory Inspection System – IRIS, uma das
7.5 T ESTE POR ULTRA-SOM técnicas não convencionais, tem sido utilizado em tubos
Detecta descontinuidades internas em materiais, de trocadores de calor e caldeiras, com resultados
baseando-se no fenômeno de reflexão de ondas acústicas satisfatórios. Esse tipo de ensaio depende
quando encontram obstáculos à sua propagação, dentro fundamentalmente da limpeza da superfície a ser
do material. inspecionada – uma vez que óxidos e carepas interferem
com os resultados, sendo este um de seus limitantes.
Um pulso ultra-sônico é gerado e transmitido através de
um transdutor especial, encostado ou acoplado ao Um transdutor é conectado ao dispositivo centralizador
material. Os pulsos ultra-sônicos refletidos por uma colocado dentro do tubo a ser testado. Os pulsos ultra-
descontinuidade, ou pela superfície oposta da peça, são sônicos são emitidos pelo transdutor na direção do eixo
captados pelo transdutor, convertidos em sinais do tubo, e refletidos por um espelho a 45º , de forma a
eletrônicos e mostrados na tela LCD ou em um tubo de serem direcionados radialmente à parede do tubo. As
raios catódicos (TRC) do aparelho. reflexões das paredes interna e externa do tubo seguem
o mesmo caminho de retorno para o transdutor – o
Os ultra-sons são ondas acústicas com freqüências acima intervalo de tempo entre o primeiro eco (parede interna) e
do limite audível. Normalmente, as freqüências ultra- o segundo eco (parede externa) dá a medida da espessura
sônicas situam-se na faixa de 0,5 a 25 MHz. da parede do tubo, se evidenciando a espessura mínima
e os defeitos encontrados interna ou externamente.
diâmetros menores ou iguais a 1,5 mm. A aplicação do a região de interesse a ser inspecionada, por apenas um
ensaio é limitada para tubos com diâmetros entre 9 e 100 ou dois transdutores com diversos cristais independentes,
mm. geralmente entre 64 e 128 cristais por transdutor, podendo
7.5.2 Teste por TOFD ser ampliado de acordo com a aplicação. Tais transdutores
são pulsados de modo multiplexado e em paralelo
A técnica de TOFD (Time-of-Flight Diffraction) é baseada
obedecendo a algumas regras de foco programadas pelo
no tempo de percurso da onda difratada na extremidade
inspetor.
de uma descontinuidade para determinação da sua
profundidade dentro do material. Ao difratar, a onda sofre No caso de inspeção em soldas, a varredura perpendicular
conversão de modo gerando múltiplos ecos que devem às mesmas é controlada eletronicamente, não havendo
ser descartados. A fim de evitar a sobreposição destes movimento mecânico dos transdutores.
ecos com os de interesse, se utilizam somente ondas
longitudinais que, por possuírem maior velocidade,
alcançarão primeiramente o receptor, enquanto as que
sofreram conversão de modo, mais lentas, apresentarão
ecos bem distantes dos de interesse
Aplicações de termografia: Manutenção preditiva dos A NR-13 exige uma periodicidade do teste de pressão
sistemas elétricos de empresas geradoras, distribuidoras em função das características do vaso e de suas condições
e transmissoras de energia elétrica; Monitoramento de operacionais.
sistemas mecânicos como rolamentos e mancais; 7.11.1 Estanqueidade
Vazamentos de vapor em plantas industriais; Análise de
O teste de estanqueidade tem como objetivo assegurar a
isolamentos térmicos e refratários; Monitoramentos de
inexistência de vazamentos, sem considerar aspectos de
processos produtivos do vidro e de papel;
integridade estrutural do equipamento.
Acompanhamento de performance de placas e circuitos
eletrônicos; Pesquisas científicas de trocas térmicas, entreVazamentos de acessórios internos de vasos de pressão
outras possibilidades. causam perdas de eficiência, podendo ainda acarretar em
acúmulo de produtos em locais não previstos do vaso,
Na indústria automobilística é utilizada no desenvolvimento
provocando deterioração do mesmo. Em vasos de
e estudo do comportamento de pneumáticos,
pressão, temos os exemplos, a saber:
desembaçador do pára-brisa traseiro, no turbo,
a) Estanqueidade das conexões e bocas de visita –
são fechadas todas as conexões para preenchimento
nos freios, no sistema de refrigeração, etc. Na siderurgia do vaso com o fluido de teste e observado se há
tem aplicação no levantamento do perfil térmico dos vazamento pelas juntas, pelo simples exame visual, ou
fundidos durante a solidificação, na inspeção de usando-se detectores apropriados em função do fluido
revestimentos refratários dos fornos. A indústria química utilizado;
emprega a termografia para a otimização do processo e b) Bandejas de torres de destilação – Neste teste, a
no controle dos reatores e torres de refrigeração, a bandeja é inundada com água até a altura da chapa de
engenharia civil inclui a avaliação do isolamento térmico nível do vertedor, sendo seu esvaziamento espontâneo
de edifícios e determina detalhes construtivos das cronometrado. A inspeção visual da parte inferior da
construções como, vazamentos, etc. bandeja indicará o número de gotas que vazam na
7.10 T ESTE POR ACFM unidade de tempo através das regiões de vedação do
assoalho da bandeja;
A técnica ACFM (Alternating Current Field Measurement),
c) Chapas de reforço – O teste, nesse caso, consiste
ou seja, medição do campo de corrente alternada tem
em colocar ar comprimido ou gás inerte através de um
como base uma corrente alternada que circula em uma
niple com entalhe na extremidade, conectado ao furo de
fina camada próxima à superfície dos materiais condutores
ensaio. O entalhe no niple é para evitar o bloqueio de
e não necessita de contato direto entre a sonda e a peça
gás no caso de a extremidade do niple entrar em
a ser inspecionada.
contato com o casco do vaso. A chapa deve ser
Quando uma corrente elétrica uniforme é aplicada numa pressurizada com uma pressão entre 0,7 a 1,0 Kgf/cm2.
área sob inspeção com uma descontinuidade tipo trinca, Após 15 minutos de pressurização, deve ser colocada
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sobre as soldas em teste uma solução formadora de Este teste é realizado quando o vaso e seus suportes e/
bolhas. ou fundações não sustentam o seu peso com a água ou
7.11.2 Hidrostático quando não for possível uma perfeita secagem para a
Em geral, o teste hidrostático tem como finalidade a eliminação da água, restando traços que não são
verificação da integridade estrutural do equipamento e se permitidos por motivos operacionais, ou quando houver
baseia sempre na atual pressão máxima de trabalho acessórios internos que não possam ter contato com
admissível do vaso de pressão. líquidos.
Para a execução do teste hidrostático, deve ser Novamente, citamos o código ASME que estabelece que
considerado o código de projeto, a instalação, as a pressão de teste não deve exceder o valor calculado
condições de suportação e de fundação do vaso de pela expressão a seguir:
pressão. P = 1,25.PMA.(S /S ) f q
7.12
1.1 T ABELA RESUMO DE T ÉCNICAS DE INSPEÇÃO
7.13
1.1 T ABELA RESUMO DE APLICAÇÃO DE T ÉCNICAS DE INSPEÇÃO
Nenhuma técnica de inspeção é considerada altamente efetiva para todos os tipos de danos. Para a maioria dos
tipos, podem ser utilizadas mais de uma técnica, cada uma complementando a outra.
Mecanismos de danos
Trincas Formação de
t
Técnica de inspeção Trincas Transformaç Alterações
Perda de superficiai subsuperfi microfissuras Empolam
ões dimensionai
espessura s ou entos
ciais metalúrgicas s
conectadas microvazios
in
nspeção visual 1-3 2-3 4 4 4 1-3 1-3
uUltra-som feixe normal 1-3 3-4 3-4 2-3 4 4 1-2
u ltra-som feixe 4 1-2 1-2 2-3 4 4 4
ngular
p artículas magnéticas 4 1-2 3-4 4 4 4 4
lííquido penetrante 4 1-3 4 4 4 4 4
8.1
2.1 QUADROS RESUMOS
8.2
2.1.1 Tipos Gerais e Características de Danos
Perda de espessura ou de material. Remoção de material de uma ou mais superfícies; pode ser geral
ou localizada.
Trincas superficiais conectadas. Trinca conectada a uma ou mais trincas superficiais.
Trincas subsuperficiais. Trinca sob a superfície do metal.
Formação de microfissuras / microvazios. Fissuras ou vazios sob a superfície do metal.
Alterações metalúrgicas. Alterações na microestrutura do metal.
Alterações dimensionais. Alterações nas dimensões físicas ou na orientação do m etal.
Empolamentos. Formação de bolhas induzidas pelo hidrogênio em inclusões no
? Corrosão a quente.
? Corrosão atmosférica.
? Corrosão biológica.
? Corrosão em ponto de injeção.
? Corrosão galvânica.
? Corrosão de orgânicos com enxofre.
? Corrosão pelo ácido fluorídrico.
? Corrosão pelo ácido fosfórico.
? Corrosão pelo ácido naftênico.
? Corrosão pelo ácido sulfúrico.
? Corrosão pelo fenol / “NMP”.
? Corrosão pelo solo.
? Corrosão por “flue gas”.
? Corrosão por ácido clorídrico.
? Corrosão por água de caldeira / condensado.
? Corrosão por água de resfriamento.
? Corrosão por águas ácidas (NH4HS).
? Corrosão por amônia.
? Corrosão por cáustico.
? Corrosão por cloreto / hipoclorito de sódio.
? Corrosão por cloretos inorgânicos.
? Corrosão por cloretos orgânicos.
? Corrosão por CO2 .
? Corrosão por ponto de orvalho de “flue gas”.
? Corrosão sob contato / sob depósito.
? Corrosão sob isolamento / proteção contra fogo.
? Oxidação por alta temperatura.
? Perda de elementos de liga.
? Sulfetação pelo H2 / H2S.
8.1.3 Mecanismos de Danos por Corrosão sob Tensão Fraturante (“SCC”) (trincas superficiais)
Amolecimento devido a
Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material.
superenvelhec imento.
Fragilização devido ao envelhecimento
Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material.
em alta temperatura
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8.2 CORROSÃO SOB T ENSÃO A corrosão sob tensão por carbonatos tem sido encontrada
8.2.1 Por Aminas em sistemas de refluxo e no condensador superior do
fracionador principal da unidade de craqueamento
A corrosão sob tensão por aminas ocorre quando um
catalítico, no sistema de compressão de gás úmido à
metal submetido a ação combinada de uma tensão de
jusante e no sistema de águas ácidas que provêm dessas
tração e de corrosão na presença de uma solução aquosa
áreas.
aminoalcalina a elevada temperatura. O trincamento é
predominantemente intergranular e tipicamente ocorre em Alguns estudos concluem que esse fenômeno ocorre em
aço-carbono como uma rede muito fina de trincas uma faixa muito estreita de potencial eletroquímico, o qual
preenchidas com produto de corrosão. A corrosão sob é bastante dependente da composição da água ácida. A
tensão por aminas também ocorre em aços ferríticos de susceptibilidade ao trincamento aumenta diretamente com
baixa liga. o pH e com a concentração de carbonato.
Esse fenômeno é mais comum em unidades de Uma das ações preventivas para esse fenômeno é a
monoetanolamina (MEA) e de disopropanolamina (DIPA) aplicação de tratamento térmico de alívio de tensões
e em menor escala em unidades de dietanolamina (DEA). semelhante ao exposto para a prevenção da corrosão sob
tensão por aminas.
A concentração de amina é um fator importante na
susceptibilidade ao trincamento em soluções de MEA, 8.2.3 Por Cáusticos
onde tal susceptibilidade tem se mostrado mais alta na O hidróxido de sódio, em soluções concentradas e em
faixa de concentrações de 15 a 35%. altas temperaturas, pode provocar corrosão sob tensão
em regiões soldadas ou conformadas de aço ao carbono.
Com relação à composição da solução de amina, a
corrosão sob tensão ocorre tipicamente em soluções A experiência industrial indica que a falha por corrosão
amino-alcalinas usadas as quais são alcalinas e contêm sob tensão por cáusticos requer um longo período de
níveis bem baixos de gases ácidos. exposição de um ou mais anos. Entretanto, o aumento
da concentração cáustica, bem como da temperatura do
Conforme já dito antes, a CST (corrosão sob tensão) por
metal aceleram a taxa de propagação das trincas.
aminas é bem mais sensível em altas temperaturas,
porém há de se notar que o parâmetro fundamental é a O mecanismo responsável por esse fenômeno está
temperatura do metal em si e não apenas a temperatura associado à formação de hidrogênio, conforme se observa
normal de processo. na reação de ataque ao aço pela solução concentrada de
NaOH, abaixo:
Finalmente, quanto ao nível de tensões trativas, os aços
ao carbono como soldados e conformados, bem como
os aços de baixa liga são sensitivos ao fenômeno devido
ao alto nível de tensões residuais.
8.2.7 Trincas Induzidas pelo Hidrogênio Orienta- 8.2.9 Por Ácido Fluorídrico
das pelas Tensões, em Presença de Sulfetos de A corrosão sob tensão por ácido fluorídrico ocorre, como
Hidrogênio. em vários outros exemplos de corrosão sob tensão, em
É o mesmo fenômeno apresentado acima, porém o aços de alta resistência ou em ZTA’s de aços de mais
hidrogênio é advindo da reação de corrosão do aço pelo baixa resistência.
H2S. A presença de 50ppm é suficiente para causar
Prendedores de ligas de aço têm sido uma grande fonte
trincamento induzido pelo hidrogênio.
de falhas em serviços com HF anidro. Os prendedores de
A qualidade da chapa de aço, quanto à sua pureza química cromo-molibdênio ASTM A193 grau B7 são duros e
é um parâmetro essencial para diminuir a tendência à trincam na presença de ácido fluorídrico. O grau B7M, do
formação dessas trincas, além da redução de tensões mesmo aço, porém revenido até obter a dureza no intervalo
residuais através de um tratamento térmico de alívio de 201-235 Brinell pode ser uma escolha melhor se o contato
tensões pós soldagem. com o ácido não pode ser evitado.
8.2.8 Por Sulfetos 8.3 CORROSÃO-FADIGA
A corrosão sob tensão por sulfetos resulta da absorção Caso um componente esteja sujeito a esforços cíclicos
de hidrogênio atômico, produzido pelo processo de em um meio capaz de atacar quimicamente ou
corrosão do sulfeto na parede metálica, associada à ação eletroquimicamente o material exposto, verificam-se
de tensões trativas no material. condições para a implantação da corrosão sob fadiga. Os
metais que fundamentalmente estão sujeitos a esse tipo
Geralmente, a corrosão sob tensão por sulfetos não é um de ataque são aqueles que têm uma camada protetora.
problema para aços ao carbono usados em vasos de As fraturas sucessivas, durante a propagação da trinca
pressão em refinarias nos serviços com sulfeto de de fadiga, rompem continuamente as camadas protetoras,
hidrogênio na presença de umidade porque tais aços expondo o material ativo à ação do ambiente corrosivo. O
apresentam baixos níveis de resistência e dureza, porém processo se caracteriza pelo desaparecimento do limite
em depósitos de solda e na ZTA há risco de ocorrer o de fadiga.
trincamento, uma vez que tais áreas apresentam elevadas
tensões residuais. É característico desse tipo de corrosão o aparecimento
de profundas escavações no material oriundas da
A susceptibilidade à corrosão sob tensão por sulfetos está corrosão. Observam-se fendas perpendiculares à direção
associada a dois parâmetros chaves: o pH e a de tensão e que seguem caminho mais ou menos reto e
concentração de H2S dissolvido na água ou na fase vapor. regular, de forma que é possível reconhecer a parte por
Tipicamente, o fluxo de hidrogênio em aços é menor em onde ela se iniciou e que, freqüentemente, está
soluções de pH neutro. A corrosão em baixo pH é causada relacionada com pites de corrosão formados inicialmente
por H2S, enquanto que a corrosão em pH alto é causada na superfície do metal. As trincas são geralmente
pelo íon bissulfeto. A presença de cianetos a elevadas transgranulares.
temperaturas agrava a permeação do hidrogênio para
dentro do aço.
Observa-se maior tendência a dezincificação nos latões Oxidação uniforme do metal em toda superfície exposta,
com altos teores de zinco, como por exemplo, latão inclusive dentro da fresta;
alumínio (76% Cu, 22% Zn e 2% Al) e latão amarelo (67%
Consumo do oxigênio no interior da fresta em breve tempo,
Cu e 33% Zn). A dezincificação pode ser evitada com
uma vez que a convecção é restrita, cessando a redução
tratamento térmico de solubilização da liga e com adição
do oxigênio;
de elementos, tais como As e Sb.
8.4.7 Desaluminificação Embora não ocorra mais redução do oxigênio no interior
da fresta, continua a oxidação do metal, o qual produzirá
Na desaluminificação, a corrosão dissolve inicialmente
um excesso de cargas positivas na solução, que são
ambos os componentes da liga, cobre e alumínio, mas o
balanceadas pela migração de íons cloreto para manter a
metal mais nobre, no caso o cobre, se precipita da solução
neutralidade de cargas.
na superfície. Isso leva a um aumento na dissolução da
liga base devido à efeitos galvânicos e assim, à mais A concentração de cloreto metálico no interior da fresta
deposição de cobre. O efeito geral é a redução da aumenta e ocorre a hidrólise do mesmo, formando ácido
superfície e das regiões subjacentes do componente, no clorídrico, o qual oxida o metal, atraindo mais íons cloreto,
caso alumínio, a uma massa esponjosa de material com fechando o circuito autocatalítico.
redução de resistência levando a um possível colapso
8.4.10 Corrosão por Sais Fundidos
sob tensões normais de trabalho.
Existem substâncias que se fundem em temperaturas
elevadas e que podem causar corrosão nos vasos de
pressão em que estejam inseridas. Particularmente os
diversos sais fundidos usados em trata
tratamentos térmicos podem se constituir em ameaças
para a integridade do equipamento.
Metais que podem apresentar vários estados de oxidação, A corrosão naftênica tem sido observada no intervalo de
formam camadas de óxidos de diferentes composições e 204 a 400ºC. Acima de 400ºC, os ácidos naftênicos se
colorações. quebram ou se destilam para dentro da fase vapor.
Enquanto a corrosão por ácido sulfídrico ocorre tanto na
A película do óxido à temperatura ambiente é fina, porém, fase líquida, quanto na vaporosa, a corrosão naftênica só
com o aquecimento, aumenta, podendo se desprender se manifesta na fase líquida.
do metal sob a forma de escamas durante a oxidação,
devido à diferença de coeficiente de dilatação entre o metal As unidades de processo que mais sofrem com as
de base e o óxido formado, expondo o material novamente corrosões sulfídrica e naftênica são a destilação à vácuo,
à oxidação. a destilação atmosférica, assim como os sistema de
alimentação de hidrotratamento, craqueamento catalítico
8.4.14 Corrosão à Alta Temperatura por Ácido e coqueria.
Sulfídrico / Naftênico
8.4.15 Corrosão pelo Gás / Ácido Clorídrico
A corrosão à alta temperatura por ácido sulfídrico é uma
forma de corrosão uniforme a qual pode ocorrer em O ácido clorídrico é um forte agente corrosivo e quando
temperaturas acima de cerca de 204ºC. Essa corrosão, ataca o aço carbono, promove uma corrosão alveolar.
algumas vezes, ocorre em conjunto com a corrosão por
Em presença de oxigênio reage com o cobre, formando o
ácido naftênico dependendo do óleo processado. A
cloreto de cobre CuCl2, o qual é solúvel em água e
corrosão por ácido naftênico, quando ocorre, é geralmente
facilmente identificável, pois possui coloração esverdeada.
localizada.
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Geralmente a corrosão do ácido clorídrico no aço carbono 8.4.18 Erosão por Incidência de Partículas Sólidas
em refinarias ocorre no topo de torres de fracionamento, A incidência de partículas sólidas na superfície de metais
próxima às zonas do casco e bandejas e no espaço vapor é o caso mais severo de erosão, e é tão mais severo,
no topo da mesma torre. quanto maior for a velocidade de arraste dessas partículas.
Em temperaturas elevadas, o gás clorídrico reage com o Assim como nos casos acima, a erosão tende a se
óxido existente sobre metal formando um cloreto volátil e manifestar em curvas e em sedes de válvulas entreabertas,
em seguida ataca o próprio metal. Esse fenômeno onde a velocidade tende a aumentar, devido à diminuição
acontece com freqüência em recuperadores de calor em de área para a vazão.
fornos metalúrgicos. 8.4.19 Corrosão por águas ácidas
8.4.16 Corrosão pelo Ácido Fluorídrico A corrosão por águas ácidas é vastamente conhecida
O ácido fluorídrico concentrado é usado como catalisador como a corrosão causada por águas que contêm sulfeto
em unidades de alquilação. A corrosão pelo HF depende de hidrogênio e amônia e é um problema em se tratando
primariamente da concentração deste em água e da de aço ao carbono acima do pH neutro.
temperatura. Outras variáveis tais como velocidade, As variáveis que controlam o fenômeno são a
aeração, turbulência, teor de impurezas podem concentração de bissulfeto de amônia (NH4HS) aquoso,
desempenhar um papel importante na taxa de corrosão. e a velocidade. Algumas variáveis secundárias são pH,
concentração de cianeto e oxigênio dissolvido em água.
Alguns metais formam filmes de fluoretos protetores, que
passivam a superfície do metal. Nessas circunstância é Algumas unidades processadoras de petróleo tais como
que a velocidade apresenta um papel crucial, pois caso hidrotratamento, hidrocraqueamento, coqueria,
haja perda do filme protetor, a taxa de corrosão será tanto craqueamento catalítico e tratamento de amônia são as
mais alta quanto for a velocidade do ácido fluorídrico em que mais sofrem com esse mecanismo de deterioração.
relação à superfície do metal. No mesmo sentido segue a
8.4.20 Corrosão por ácido sulfúrico
taxa de corrosão quanto à turbulência.
O ácido sulfúrico é um ácido muito forte que pode ser
Em concentrações abaixo de 80% de HF em água, o ácido extremamente corrosivo sob certas condições e é usado
é considerado aquoso e a corrosão é altamente em uma gama de aplicações industriais. A corrosividade
dependente da temperatura e da velocidade e é do ácido sulfúrico depende de muitos fatores, mas a
usualmente bastante alta. concentração de ácido sulfúrico e a temperatura são de
longe as variáveis mais importantes que a controlam.
Para concentrações usuais de HF em unidades de
alquilação, isto é, 96-99% e temperaturas abaixo de 66ºC, A velocidade e a presença de impurezas no ácido,
aço ao carbono é vastamente empregado para todos os especialmente oxigênio e oxidantes, podem ter um
equipamentos exceto para aqueles em que são exigidas impacto significativo sobre a corrosão também. Isso
pequenas tolerâncias dimensionais, tais como, válvulas, porque algumas ligas, tais como aços inoxidáveis e muitas
bombas e instrumentação, nos quais são empregadas ligas de níquel dependem da formação de filmes de óxidos
ligas AISI 400 tipicamente. passivadores, e estes têm suas performances quanto à
proteção anticorrosiva melhoradas na presença dessas
Ocorre corrosão acelerada pela diluição em água do ácido
impurezas.
fluorídrico em pontos baixos tais como sangrias e drenos,
onde geralmente se acumula água livre. Condições de estagnação ou de baixa vazão tipicamente
8.4.17 Erosão por Incidência de Líquido causam corrosão uniforme generalizada em aços ao
carbono. O filme do produto de corrosão constituído de
Quando um fluido impacta diretamente sobre uma
sulfato ferroso é de alguma forma protetor, e à medida
superfície metálica em alta velocidade, nota-se uma perda
que cresce, a taxa de corrosão decresce. A transferência
de material severa em muitos casos. Tal fenômeno ocorre
de massa de sulfato ferroso para fora da superfície do
freqüentemente em curvas de tubulações com
aço corroído é o fator limitante para a taxa de corrosão. A
condensado.
velocidade da solução ácida aproximadamente acima de
Os principais fatores que controlam o ataque por 1m/s (em regime turbulento) é um fator significante nessa
impingimento se resumem ao aumento da velocidade do taxa de transferência de massa e assim na taxa de
fluido e à presença de oxigênio. corrosão.
grande expansão, a qual gera enormes pressões capazes aços, tanto aos ligados quanto aos aços ao carbono, mas
de produzirem trincas internas. surge mais nitidamente em aços de baixa liga. Ela ocorre
quando o aço é submetido a aquecimento na faixa entre
Caso as trincas estejam bem abaixo da superfície, 250-400°C após têmpera. A fratura é intragranular ou
observa-se usualmente a formação de bolhas, comumente intergranular, dependendo da pureza do aço, sendo
conhecidas como empolamento pelo hidrogênio. intergranular para os aços de pureza industrial.
Em refinarias, o empolamento pelo hidrogênio tem sido Se o aço fragilizado que foi revenido a 250-400°C for
encontrado freqüentemente em vasos que manejam conduzido a temperaturas mais elevadas para ser
hidrocarbonetos leves ácidos e em unidades de alquilação transformado para o estado tenaz, a repetição do revenido
onde ácido fluorídrico é usado como catalisador. Em vasos nesse mesmo intervalo de temperatura não retorna o aço
de armazenamento, esse dano se encontra no fundo ou ao estado frágil.
no espaço vapor onde a água se faz presente.
8.6.7 Fragilização pela Fase Sigma
A fase s (sigma) e um composto intermetálico rica em Cr,
de composição complexa, a qual apresenta elevada dureza
e fragilidade. Ocorre quando o material é submetido a
temperaturas entre 560 e 980°C durante longos períodos.
afetados. Aços inoxidáveis martensíticos tais como tipo Dessa forma, para estender a vida do equipamento é
410 são considerados imunes. aconselhável que se tenha uma resistência à tenacidade
alta. Apesar disso, a forma mais eficaz de contornar o
A constatação da fragilização a 475ºC pode ser revelada problema é desenvolver técnicas de ensaios não-
através de um simples teste de dureza, sendo positiva destrutivos que detectem trincas cada vez menores, uma
quando a dureza for alta. A fragilização é reversível através vez que o tamanho inicial da trinca é o fator que mais
de tratamento térmico na faixa entre 760 e 815ºC para a influencia na vida à fadiga de alto ciclo de um componente.
dissolução de precipitados, seguido de um resfriamento
rápido.
8.7 DANOS M ECÂNICOS
8.7.1 Fluência
A fluência ocorre quando um componente é submetido a
uma tensão de tração por um longo período, ou a altas
temperaturas, ou uma combinação dos dois, podendo
levar à falha de uma estrutura. A deformação é
permanente, lenta e progressiva.
Uma falha por fadiga é geralmente repentina, sem aviso Vale dizer que para ambos os tipos de fadiga, o projeto
prévio. A superfície da fratura tem uma aparência frágil mecânico do equipamento é fundamental para estender
sem deformação plástica na seção fraturada. A fadiga pode a vida à fadiga, desde que se diminuam bruscas variações
ser facilmente reconhecida pela sua aparência, a qual de seção, as quais formam concentradores de tensão,
mostra uma região suave, devido à ação de fricção da onde as trincas nucleiam preferencialmente.
propagação da trinca e uma região áspera, onde o
componente falhou de maneira dúctil quando a seção não A fadiga em vasos de pressão, particularmente falando,
era mais capaz de sustentar a tensão da carga real. ocorre em bocais próximos à tubulações sujeitas a
Também é possível se reconhecer o local de iniciação da vibrações.
trinca, onde as deformações são mais acentuadas. 8.7.2.1 Fadiga Térmica
A ocorrência da fadiga depende de muitas variáveis, tais Os vasos de pressão que operam sob condições cíclicas
como freqüência de variação de tensões, razão de de temperatura, podem apresentar trincas que se originam
tensões, acabamento superficial, seqüência de aplicação na superfície metálica e progridem à medida que os ciclos
de cargas, entre outras. de temperatura se repetem. Neste caso, metais de
diferentes coeficientes de dilatação, quando unidos por
A maneira mais eficaz de atuar para prevenir o dano à
solda, estão sujeitos a trincas por fadiga térmica.
fadiga irá depender do cenário de carregamento do
equipamento, uma vez que se podem configurar duas Em alguns vasos, a existência de anéis de reforço ou de
situações bem distintas que são a fadiga de baixo ciclo e suporte de isolamento e de refratários pode ocasionar
a fadiga de alto ciclo. Para cada um desses fenômenos gradientes de temperatura entre os componentes,
há uma maneira eficaz para diminuir ou mesmo extinguir provocando a fadiga térmica.
a susceptibilidade de fratura devido à fadiga.
depósitos para “limpar” a amostra para investigação. Os A seguir apresentamos um roteiro que julgamos bastante
produtos de corrosão poderiam ser mantidos intactos até abrangente e que, se não for completo, pelo menos
o exame completo e os registros terem sido feitos. De apresenta um procedimento para estudo de análise de
outra forma, muitas informações valiosas sobre a superfície falhas que julgamos útil para o inspetor:
da falha podem ser perdidas, devido a contaminação, ou ? 1º passo: determinar o material em análise quanto
por corrosão após a falha, e tais danos devem ser evitados, à:
quando possíveis na prática. o composição química;
Algumas vezes é possível remover os produtos de o presença de impurezas;
corrosão e oxidação, das faces da fratura por “colagem”. o processo de fabricação; e
Esta técnica consiste na aplicação de uma lamina de o tratamentos térmicos e mecânicos.
acetato, amolecida em acetona, sobre a superfície, ? 2º passo: discriminar o meio quanto à:
permitindo que ela seque totalmente e , então, sendo o composição química de fluidos;
removida. Os produtos de corrosão, etc. aderem ao filme o temperatura;
e podem ser preservados para exame. Somente em casos o pressão parcial das fases presentes;
extremos as superfícies seriam limpas quimicamente e o pH; e
seriam tomadas providências para limitar o ataque químico o existência de sólidos em suspensão.
ao substrato. Em todos os casos é recomendavel que a ? 3º passo: levantar as condições operacionais:
limpeza seja limitada, a principio, às sub amostras.Onde o histórico de variações de pressão;
a limpeza química for necessária, um material de limpeza o histórico de variações de temperatura;
seria utilizado de forma a promover a limpeza da peça o condições de imersão no meio; e
sem atacar o material base, sempre que possível. o movimento relativo entre material e meio.
? 4º passo: análise das evidências da falha:
8.11 CAUSAS DESCONHECIDAS DE DETERIORAÇÃO o medição de propriedades mecânicas do
Como a corrosão e as diversas ciências que abrangem o material degradado, tais como dureza,
estudo de análises de falhas têm suas bases científicas tenacidade ao impacto, resistência à tração,
bem definidas, deve-se inicialmente a qualquer diagnóstico etc.;
de mecanismo de deterioração esclarecer os mecanismos o análise química de resíduos de corrosão;
básicos do dano em questão. o análise metalográfica da região de falha;
o existência de trincas; e
É comum que o inspetor se depare com mecanismos de o medição de tensões residuais no material.
deterioração não detectados ainda por ele, seja porque a ? 5º passo: análise das informações
sua unidade de processo modificou os parâmetros o levantar bibliografia e efetuar pesquisa de
operacionais, ou mesmo porque tenha ocorrido eventos falhas com características semelhantes;
inesperados na operação da unidade. o levantar possíveis mecanismos de
deterioração;
Nesses casos, aconselha-se que o inspetor não
o efetuar testes e exames adicionais para excluir
diagnostique precipitadamente uma falha como tendo uma
as hipóteses do item anterior e encontrar o
causa desconhecida de deterioração, pois há uma grande
mecanismo que conduziu à falha; e
chance de que se esteja diante de um mecanismo já
? coletar opinião de outro especialista para confirmar
documentado, mesmo que seja raro. É necessário que o
a conclusão da investigação (opcional).
inspetor se aplique na pesquisa bibliográfica e recolha a
opinião técnica de outros inspetores para determinar de Caso não se atribua à falha nenhum mecanismo
forma fundamentada a real causa de deterioração do conhecido de fato, recomenda-se que se publique a
equipamento em questão. ocorrência em anais e congressos para difundir o
conhecimento relativo à inspeção de equipamentos e
Não se afirma aqui que não existam mais fenômenos manutenção da integridade de modo a aumentar a
físicos, químicos, metalúrgicos ou mecânicos de segurança e evitar possíveis acidentes na indústria em
degradação de materiais e equipamentos a serem geral.
descobertos, uma vez que se entende a ciência como
desbravadora de novos campos sempre que se encontra 9 REPAROS E CRITÉRIOS DEACEITAÇÃO
algo inusitado. Apenas notamos que o avanço da mesma Vasos de pressão em uso podem apresentar a
ocorre de forma gradual e que não se depara com novas necessidade de reparos ou alterações.
descobertas diariamente em termos de inspeção de
equipamentos. A nossa preocupação vai no sentido de Para manter as características originais de performance
embasar o inspetor de equipamentos para que este se e de segurança, recomenda-se que estas intervenções
sinta seguro quando executar um estudo de falhas e não sejam realizadas de acordo com critérios e procedimentos,
caia em descrédito ao afirmar constantemente que estabelecidos com base em Normas e Códigos
encontrou algo novo simplesmente porque ignorava o reconhecidos e aceitos pela comunidade
fenômeno deparado.
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As partes de reposição que estarão sujeitas à pressão 9.7 M ÉTODOS AVANÇADOS DE ANÁLISE E ADEQUAÇÃO AO
interna ou externa, e que sejam pré-montadas por ligações USO – CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO
soldadas, terão as soldas executadas de acordo com o Os equipamentos podem apresentar danos tais como
Código original de construção. O Fornecedor ou fabricante trincas, perdas de espessura localizadas, deformações
certificará que o material e a fabricação estão de acordo ou outros, durante o período operacional.
com o Código original de construção.
Existem técnicas ou métodos de cálculo avançados, com
As partes de reposição que estarão sujeitas a pressão a finalidade de definir sobre a necessidade de reparos ou
interna ou externa, e que sejam pré-montadas ou alterações, bem como freqüências e métodos de
fabricadas por ligações soldadas que requeiram inspeção inspeções para monitoração dos danos.
de fabricação, serão inspecionadas e identificadas.
9.4 SOLDAGEM Nestes casos, os critérios de aceitação diferem daqueles
utilizados pelos Códigos de fabricação, podendo ser mais
As soldagens serão executadas de acordo com os flexíveis e admitir a existência de danos sob condições de
requisitos do Código original de construção utilizado para controle.
o item.
10 FREQÜÊNCIA E PROGRAMAÇÃO DE
9..4.1 Especificação do Procedimento de
Soldagem
INSPEÇÃO
As soldas serão realizadas de acordo com Especificação De uma forma geral, os vasos de pressão têm vida útil
do Procedimento de Soldagem qualificada de acordo com prevista, estabelecida durante a fase de projeto. Este
o Código original de construção ou, se isto não for período de tempo é determinado pelas condições de
possível, por Código reconhecido e aceito pela operação e pela taxa de corrosão ou deterioração,
comunidade. estimada para aquelas condições.
9..4.2 Qualificação e identificação do Soldador Quando o vaso de pressão está em sua fase operacional,
Soldadores ou operadores de soldagens serão as condições de operação admissíveis, e o tempo durante
identificados e qualificados para o procedimento de o qual ele irá operar antes da próxima inspeção, são
soldagem utilizado. Os soldadores marcarão as soldas baseadas nas condições físicas do vaso, conforme
por meio de sinetes ou serão identificados no relatório de determinado pelo inspetor de equipamentos.
registro de soldagem. Existem diversos fatores que afetam a vida útil dos
equipamentos e que podem ser encontrados no Item 5-
Causas Específicas de Deterioração e Avarias desta Guia.
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Para equipamentos não sujeitos a legislação, citamos um “Adequação ao Uso” é um conjunto de avaliações de
critério que pode ser seguido, como orientação genérica: engenharia, realizadas para demonstrar a integridade
“O período máximo entre inspeções internas ou uma estrutural de um componente de vaso de pressão em
avaliação completa do vaso de pressão, não seria maior serviço, que contenha uma falha ou dano. Este
do que a metade da vida útil remanescente estimada para procedimento de cálculo abrange a integridade do
o vaso, ou dez anos, o que for menor”. componente perante um estado atual de dano e a vida
remanescente projetada. Se o resultado da avaliação
2.1.1 Cálculo da Vida Remanescente indica que o equipamento está adequado para as atuais
Onde a taxa de corrosão controlar a vida do vaso, a vida condições de operação, este equipamento pode continuar
remanescente será calculada pela fórmula: a operar nestas condições, acompanhado de um programa
adequado de monitoração e inspeção.
Vida Rem. (anos)= (EMED - EREQ)? TCORR
/ De modo geral, os tipos de danos avaliados são: fratura
frágil; perda de espessura generalizada; perda de
onde:
espessura localizada; corrosão por pites; empolamento e
? EAT = espessura medida no momento da inspeção, laminação; desalinhamentos e deformações; trincas;
na seção utilizada para a determinação de EREQ operação em alta temperatura e fluência; danos por
? EREQ = espessura mínima admissível na seção ou incêndio.
zona em análise no vaso de pressão.
? TCORR = Taxa de corrosão mm/ano ou milésimos de 10.2.2 Inspeção Baseada em Risco
polegada/ano de metal removido como resultado A Inspeção Baseada em Risco é um método que utiliza o
da corrosão. risco como base para a priorização e gerenciamento dos
esforços de um programa de inspeção.
A espessura requerida pode ser a maior das seguintes:
A espessura calculada, requerida para a pressão de ajuste Em uma planta em operação, em geral, um percentual
de abertura do dispositivo de alívio de pressão excluindo relativamente grande do risco está relacionado com um
a sobre espessura de corrosão, percentual pequeno de itens de equipamentos.
A Inspeção Baseada em Risco dirige os recursos de
A espessura mínima permitida pelo código de construção
inspeção e manutenção de modo a prover, um maior nível
original do equipamento.
de cobertura aos itens de maior risco, e uma atenção
Para vasos novos ou para os que trocarem de condições adequada aos de menor risco.
de operação, um dos seguintes métodos podem ser
O método define o risco de equipamentos em operação
utilizados para a determinação da taxa de corrosão
como a combinação de dois termos separados: a
estimada:
probabilidade de ocorrência da falha e a conseqüência
A taxa de corrosão é estabelecida através de dados da falha.
coletados pelo proprietário, ou por usuários de vasos de
A análise da probabilidade é baseada em um banco de
pressão nas mesmas condições de operação ou similares,
dados de freqüência de falhas genérico, por tipo de
disponíveis em literatura especializada.
equipamento, os quais são modificados por fatores que
Se os dados para as mesmas condições de operação ou refletem a diferença entre o genérico e o item particular
similares não estiverem disponíveis, a taxa de corrosão em análise.
pode ser estimada através da experiência e conhecimento
A análise da conseqüência da liberação do fluido é
do inspetor.
calculada pela estimativa da quantidade liberada; pela
Se a taxa provável de corrosão não puder ser estabelecida previsão da forma como o fluido atinge o meio ambiente
pelos métodos anteriores, podem ser coletados valores
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Deve ser registrado de forma clara o período de execução Os dados do equipamento devem ser incluídos, bem como
da inspeção, e em especial a data de sua conclusão, a as referências consultadas para a inspeção, tanto de fontes
fim de se evitar confusão entre as datas de realização da internas (desenhos, folhas de dados), como de fontes
inspeção e de emissão do relatório respectivo. externas (normas, padrões da industria). Se houver
alguma guia ou procedimento que seja utilizado como
No registro do escopo da inspeção deve-se detalhar qual orientador específico daquele serviço de inspeção, este
equipamento foi submetido à inspeção (TAG, número de deverá ser claramente indicado.
série ou outro identificador único), qual ou quais as regiões
Se nenhum outro desenho for ser juntado ao registro da
foram efetivamente inspecionadas, o estado da superfície
inspeção, deve-se incorporar ao menos um diagrama
durante o serviço, e a razão que levou a inspeção a ser
esquemático, onde possa ser claramente indicado as
executada.
regiões inspecionadas e sua abrangência.
Para os vasos de pressão categorizados pela NR-13, a
Por se tratar de documento de cunho legal para os vasos
norma define no subitem 13.10.7 o conteúdo mínimo para
de pressão categorizados pela NR-13, as unidades de
o Relatório de Inspeção. Além disso, a inspeção deve ser
pressão e temperatura utilizadas nos relatórios de
anotada, pelo Profissional Habilitado, no Registro de
inspeção devem sempre obedecer ao Sistema
Segurança do equipamento, conforme descrito no subitem
Internacional, por ser este o adotado no Brasil. A mesma
13.6.5 da norma.
prática deve ser adotada para os demais vasos de pressão
Nos Relatórios de Inspeção, devem estar registrados: 11.2 INDICAÇÕES / RESULTADOS
? a identificação do vaso de pressão; Deve ser registrado de forma clara todo o resultado da
? a categoria (para vasos categorizados pela NR-13); inspeção realizada, incluindo-se as indicações
? a identificação e classe do fluido principal de observadas, sua quantificação, localização precisa e
processo (para vasos categorizados pela NR-13); avaliação preliminar. Quando não houver indicações, deve-
? a identificação e condição física encontrada dos se indicar claramente que não foi observada a existência
dispositivos de segurança para alívio de sobre de indicações, com intuito de se registrar o estado
pressões; observado do equipamento durante a inspeção sem
? o tipo da inspeção executada; dubiedade ou incertezas.
? todas as observações da inspeção visual;
? os ensaios e testes executados; Caso exista alguma indicação que a avaliação preliminar
? as intervenções de manutenção; julgue que comprometa a operação do equipamento, esta
? os cálculos da PMTA e da vida remanescente, se informação deve ser claramente ressaltada no relatório,
executados; bem como as providências tomadas (ou julgadas
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necessárias) para garantir a integridade operacional do tanto para sistemas convencionais quanto para sistemas
equipamento. Se, mesmo encontrada a situação não informatizados. Estes formulários deverão conter todos
conforme, o inspetor julgar não haver necessidade de ação
os campos obrigatórios para preenchimento pelo
corretiva, deve registrar e justificar tecnicamente essaprofissional responsável pelos serviços, além de campos
decisão. livres para comentários, desenhos, croquis de localização
e outras informações julgadas pertinentes e relevantes
Nas conclusões do relatório, deve estar escrito de modo para o registro dos serviços de inspeção. Poderão existir
claro, se o equipamento inspecionado está íntegro para quantos modelos forem julgados necessários para uma
funcionar com segurança, por qual período e sob quais dada instalação (por tipo de equipamento, por modelo)
condições. ou um formulário unificado, onde os serviços sejam clara
11.3 RESPONSÁVEL PELA INSPEÇÃO e adequadamente registrados.
O responsável pela execução da inspeção deverá datar e 11.5.1 Sistemas Convencionais
assinar o registro de inspeção, de maneira indelével e Sistemas convencionais utilizam arquivos de papel,
permanente. pastas, encadernações ou outras formas de
11.4 INSTRUMENTOS UTILIZADOS armazenamento dos documentos gerados e utilizados pela
inspeção de equipamentos. Estes registros devem ser
Deve ser claramente registrado qual/quais instrumentos
armazenados abrigados de agentes que possam destruí-
foram utilizados durante a realização da inspeção
los ou danificá-los (p.ex. cópias heliográficas tendem a
(lanternas, lupas, calibres, etc). Se houver a utilização de
esmaecer se expostas a luz; filmes radiográficos arranham
instrumentos que possuam controle de aferição e/ou
se submetidos à atrito). O método de armazenamento
calibração, deve-se citar, sempre que possível, o modelo,
deverá ser adequado ao tipo, quantidade e diversidade
fabricante, número de série e data de aferição.
de registros a serem armazenados, bem como do volume
Havendo método ou procedimento especial para utilização e freqüência de manuseio.
de instrumentos de auxílio à inspeção, este deverá ser Inspeção é a perfeita rastreabilidade entre as folhas que
citado, inclusive quanto ao número de controle de revisão. compõem o corpo de cada relatório e destas para os
11.5 SISTEMA DE ARQUIVAMENTO anexos e vice-versa. Para tal, todas as folhas de cada
relatório devem ser numeradas, os anexos listados em
A emissão e trâmite dos relatórios de inspeção geralmente
campo próprio e, em cada folha dos anexos, haver
percorre caminhos distintos em diferentes organizações.
referencia ao relatório base.
Contudo, como documentos técnicos obrigatórios (para
vasos categorizados pela NR-13), o órgão responsável 11.5.2 Sistemas Digitais (informatizados)
pelo armazenamento dos registros de inspeção de cada Atualmente existem vários tipos de programas de
organização deve mantê-los organizados e disponíveis computador destinados a armazenar as informações
para consulta sempre que se fizer necessário, tanto para relativas as inspeções e seus registros. Estes sistemas
setores internos como para organismos de fiscalização. procuram facilitar as atividades de geração de relatórios
de inspeção e também buscam ordenar os dados de
Tradicionalmente os registros de inspeção são mantidos
forma a possibilitar consultas ágeis e diversificadas. É
em forma de arquivos, ordenados por equipamento, onde
possível ter um sistema de registros de inspeção
podem ser consultados em ordem cronológica todas as
totalmente informatizado, contanto que este sistema
intervenções e demais registros referentes àquele
possua os requisitos básicos mencionados
equipamento. É importante que o sistema de arquivo
anteriormente.
mantenha a completa integridade destes documentos e
também sua ordenação. Especialmente no que se refere à segurança das
informações e também ao registro de execução
Os sistemas de arquivamento de documentos atuais
(assinatura), estes sistemas devem estar apoiados em
podem ser divididos em dois grupos: convencionais e
uma sólida base tecnológica, de forma a possuir cópias
digitais. Qualquer dos sistemas pode ser empregado,
de segurança adequadas, sistema de rastreamento das
desde que contenha as características de confiabilidade
informações inseridas (com indicação indelével de quem
e ordenação necessárias.
foi o responsável, quando da alteração do documento) e
Estes sistemas devem sofrer auditorias periódicas para estar disponível para todos os envolvidos nas atividades
verificação de sua funcionalidade e confiabilidade, bem correlacionadas à inspeção, que devem ter pleno acesso
como para confirmação de que seus atributos podem ser para consulta sempre que necessário.
considerados válidos como documentação oficial dos
Para armazenamento de dados a médio e longo prazos,
registros da inspeção.
recomenda-se cuidado com as tecnologias utilizadas,
A existência de formulários padronizados poderá auxiliar pois, tanto os componentes físicos (‘hardware’) como os
de forma significativa os sistemas de registros de inspeção,
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FIGURA 9: CORROSÃO SOB TENSÃO EM AÇO INOXIDÁVEL 310 POR CÁUSTICOS. (A UMENTO DE 100X)
FIGURA 11: CORROSÃO SOB TENSÃO EM AÇO INOXIDÁVEL 310 POR ÁCIDO POLITIÔNICO . (A UMENTO DE 100X)
FIGURA 13: TRINCA POR CORROSÃO SOB TENSÃO POR H2S EM SUPORTE DE AÇO INOXIDÁVEL.
FIGURA 14: CORROSÃO SOB FADIGA EM TUBO DE TROCADOR DE CALOR DE LATÃO ALMIRANTADO .
FIGURA 17: CORROSÃO POR AERAÇÃO DIFERENCIAL EM COMPONENTE DE FLANGE , OCASIONADA POR JUNTA QUE POSSIBILITOU A
EXISTÊNCIA DE FRESTA .
FIGURA 18: DEZINCIFICAÇÃO EM VÁLVULA DE LATÃO :ÁREA DEZINCIFICADA COM COLORAÇÃO AVERMELHADA E PELÍCULA DE COBRE .
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FIGURA 22: FÓRMULA QUÍMICA GERAL DOS ÁCIDO NAFTÊNICOS. R REPRESENTA ANÉIS CICLOALIFÁTICOS FUNDIDOS.
FIGURA 23 GRAFITIZAÇÃO EM TUBO DE FORNO DE AÇO CARBONO APÓS SOBREAQUECIMENTO EM LONGO PERÍODO DE SERVIÇO .
FIGURA 25: FASE SIGMA EM AÇO INOXIDÁVEL 310 SUBMETIDO À ELEVADAS TEMPERATURAS.
FIGURA 26: SUPERFÍCIE DE FRATURA POR FADIGA EM BARRA CONECTORA DE UM COMPRESSOR. NOTA -SE O INÍCIO DA TRINCA À ES-
QUERDA DA FOTO .
FIGURA 31: TRINCA EM CORDÃO DE SOLDA DETECTADA POR PARTÍCULAS MAGNÉTICAS POR VIA SECA .
FIGURA 32: TRINCA SUPERFICIAL EM PEÇA FUNDIDA REVELADA POR LÍQUIDO PENETRANTE
FIGURA 35: DADOS DE VARREDURA DO TOFD. (A ) 136X128 C-SCAN DE SOLDA DE TOPO DE CHAPA DE AÇO COM 25MM DE ESPESSU -
RA . (B) A-SCAN AO LONGO DA LINHA AB.
FIGURA 36: FIG. X – ESQUEMA ILUSTRATIVO DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE VARREDURA POR PHASED ARRAY PARA DOIS DIFE -
RENTES ÂNGULOS DE INCIDÊNCIA.
FIGURA 38: EXEMPLO DE RADIOGRAFIA DE SOLDA USANDO A TÉCNICA DE PAREDE SIMPLES - VISTA SIMPLES.
As atividades da engenharia são de natureza complexa e introduzem riscos inerentes ao seu exercício, que podem
atingir as pessoas e a sociedade em geral com graus variáveis de complexidade.
Para contornar o difícil problema que existe em determinar, para efeitos judiciais, até que ponto uma atividade que
tem o risco como seu componente intrínseco foi eventualmente exercida com risco superior ao que poderia ser
aceito, as sociedades criaram os Conselhos de Ofício. Nestes, a atividade profissional é julgada por pares, escolhidos
pelos próprios profissionais, por serem, ao menos em tese, dentre todos, os que disporiam de melhores condições
para apreciar as complexas situações que podem ocorrer. No caso da engenharia, o Conselho de Ofício é representado
pelo CREA.
Na esfera do Poder Judiciário, a apreciação de matérias que envolvam conhecimento técnico é feita mediante a
intervenção de assistentes técnicos contratados pelas partes e por peritos nomeados pelos juizes. Todo o processo
é conduzido pela Justiça e a participação destes técnicos tem caráter apenas informativo e orientador, não sendo
sequer obrigatória. Em nossa Justiça é adotado o princípio do livre conhecimento do juiz, que proferirá sua decisão
conforme tenha se convencido, ainda que tenha que obrigatoriamente fundamentar sua sentença.
1 – Na Área Criminal
Para examinar as conseqüências na esfera criminal, é antes de tudo necessário examinar se o fato será enquadrado
como doloso ou culposo. Isto porque para os chamados crimes profissionais só se admite a forma culposa.
Por doloso entende-se o fato no qual o seu autor, ou quis deliberadamente causar o resultado danoso à vítima (dolo
direto), ou assumiu o risco de obter o resultado (dolo indireto). Se por outro lado o autor não queria o resultado, nem
assumiu o risco de produzi-lo, mas faltou com o devido cuidado, agindo com imprudência, negligência ou imperícia,
terá praticado um ato culposo. Em tempo: imprudência é a prática de um ato perigoso, temerário, que a cautela
indica que não deveria ser praticado; negligência é deixar de fazer alguma coisa que a prudência impõe; imperícia é
a falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão.
Para que um fato seja julgado criminoso, é necessário que tenha sido produzido com resultado danoso a alguém,
pois o nosso ordenamento jurídico não pune a intenção por si mesma, exigindo o resultado para que o ato seja
punível.
Entre os crimes culposos, aquele que poderá trazer conseqüências mais sérias para o engenheiro é o que é praticado
com inobservância de regra técnica da profissão. Esta circunstância é dita qualificadora, ou seja, acarreta aumento
de pena. O nosso Código Penal prevê, no parágrafo 4? do seu artigo 121, um aumento de um terço na pena a ser
aplicada quando da ocorrência do chamado crime profissional. Essa qualificadora somente se aplica a profissionais,
tendo entendido o nosso legislador que é maior o dever de cuidado do profissional quando exercendo sua profissão
e, conseqüentemente, mais grave o descumprimento.
Não se deve confundir a qualificadora com a imperícia. Na primeira, o autor conhece a regra técnica, mas não a
aplica. Na segunda, o autor, ou não conhece, ou conhece deficientemente aquilo que qualquer profissional mediano
deveria conhecer para exercer sua profissão.
Se o autor pratica uma conduta fora de sua profissão, não se fala em imperícia, mas pode ter havido imprudência ou
negligência. A imperícia pressupõe sempre que o fato tenha sido cometido no exercício da profissão. Por outro lado,
não significa que fatos culposos cometidos no exercício da profissão sejam sempre causados por imperícia, pois
podem ocorrer casos marcados pela imprudência ou negligência.
Por último, nada disso se confunde ainda com o erro profissional, onde algum resultado danoso é produzido como
conseqüência de um erro desculpável cometido no exercício da profissão, o qual poderia ter sido cometido por
qualquer outro profissional habilitado.
Além da conduta, exige-se ainda o resultado, conforme dito anteriormente, entretanto, a lei descreve como resultado
a exposição a risco ou a perigo também, não sendo necessário que a pessoa que a pessoa ou patrimônio tenham
sido afetados. A lei diferencia quando esse perigo se refere à vida ou saúde de pessoa ou grupo de pessoas
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determinadas, chamando essa situação de periclitação, daquela em que a ameaça se dirige à pessoa ou patrimônio
de forma indeterminada, chamando-a de perigo comum.
As conseqüências para o engenheiro ou técnico variam muito em função do ato cometido, do resultado produzido e
do tipo de conduta. As penas poderão ser leves, tais como multa, no caso de algumas infrações leves consideradas
como contravenções referentes à incolumidade pública, como, por exemplo, que possa ofender ou molestar alguém,
ou ser de prisão na faixa de dois meses a um ano se, do ato praticado, resultar lesão corporal culposa, ou ainda
chegar à faixa de dois a seis anos de prisão se resultar em crime ecológico decorrente de atividade industrial.
2 – Na Área Trabalhista
Os engenheiros e técnicos que atuam como empregados de uma empresa poderão também sofrer conseqüências
na área trabalhista, aplicando-se legislação específica.
No caso de culpa, a situação não é muito clara. Para que seja possível descontar nos salários os prejuízos sofridos
pela empresa, é necessário que haja cláusula no contrato de trabalho prevendo isto. Entretanto, a tese mais aceita
é a de que, além desta previsão, seja necessário que se configure culpa grave, o que por sua vez não se encontra
bem definido, sendo, portanto de difícil caracterização. Culpa grave seria faltar com o dever de cuidado tão
acentuadamente que configuraria uma situação que se confundiria com dolo indireto, em que o autor não quer o
resultado, mas assume o risco de produzi-lo.
Na prática, consideram os doutrinadores que, em sendo o empregador a arcar com o risco do negócio, a ele cabe
arcar com os prejuízos decorrentes dos atos culposos e, muito dificilmente se caracterizaria uma situação de culpa
grave, onde esse ônus se transferiria ao empregado.
Além do ressarcimento são possíveis também as aplicações de punições, as quais podem ir de uma simples
advertência verbal ou escrita até a dispensa por justa causa. A aplicação de penalidades deverá, entretanto ser feita
em conformidade com o regimento interno da empresa, devendo ser seguidos todos os trâmites previstos, inclusive
com a instauração de uma comissão de sindicância interna, se assim previr o regimento.
3 – Na Parte Administrativa
Um processo pode ser originado da atuação do CREA, ou quando este tomar conhecimento de algum fato que
considere ser merecedor da sua apreciação, ou por solicitação de algum interessado que envie representação ao
Conselho, solicitando a apuração do fato, ou ainda em atendimento ao solicitado por juizes do Poder Judiciário em
geral, ou por membros do Ministério Público.
No Conselho, o processo tramita inicialmente pela Câmara de Mecânica e Metalurgia, em se tratando de inspeção de
equipamentos, que remeterá, se achar conveniente, para a Comissão de Ética, a qual dará o seu parecer e o
encaminhará de volta para a Câmara especializada que dará sua decisão final.
Se decidida a aplicação de punição, esta poderá ser a censura reservada, onde o profissional será convocado para
comparecer ao CREA para ser informado de que seu procedimento foi considerado contrário à boa prática do exercício
profissional, ou a censura pública, quando o profissional será censurado através de comunicado inserido nos jornais
de maior circulação da região, ou ainda suspenso por tempo determinado, ou, em casos extremos, a cassação do
registro do profissional.
Considerando-se culpa como a falta ao dever de cidadão, há dois grandes grupos. O primeiro decorre da ação ou
omissão, que dão origem aos atos imprudentes ou negligentes e o segundo de imperícia. No primeiro grupo, se
situam as ações ou omissões que são de mesma natureza que aquelas cometidas pelo homem nas demais atividades
efetuadas diariamente, derivadas de sua imperfeição, tais como a impaciência, a preguiça, a desatenção, entre
outras. No segundo, encontram-se aquelas que dizem respeito a como se deve conduzir aquele que deseja exercer
bem sua profissão, nos padrões que a sociedade o exige ao concedê-lo autorização para exercê-la através de um
diploma.
Para o primeiro grupo, o conflito maior ocorre quando as pressões exercidas pelo sistema produtivo levam o profissional
da inspeção a ser condescendente com algumas destas pressões, fazendo coisas como deixar de inspecionar
determinado equipamento, ou fazendo-o de forma abreviada. Muitas vezes, poderá a situação chegar a ponto do
técnico ou engenheiro temer pelo seu emprego, se insistir em manter por mais tempo um equipamento parado, ou
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se insistir em efetuar um grande número de ensaios destrutivos e não destrutivos, por exemplo, principalmente se
isso acarretar em conseqüências de ordem econômicas sérias para a empresa.
No outro grupo, se situariam aquelas decisões em que de alguma forma deixa o engenheiro de seguir a prática
corrente na sua profissão, ou deixa de seguir uma determinada norma, ou ainda a interpreta de forma mais elástica
segundo sua conveniência. A norma e a prática são para os técnicos e engenheiros ao mesmo tempo uma segurança
e um empecilho. Segurança porque se o profissional se atem a ela, estará a salvo de complicações, sobretudo na
esfera jurídica. Empecilho porque é preciso sair dela em algumas circunstâncias, pois há de se reconhecer o instante
em que se deve usar ou não uma norma, ou até substituí-la por outra quando se tornar obsoleta, porque não é o
profissional estritamente cumpridor de normas que o mercado procura, já que não é aquele que apenas segue as
normas que desenvolve sua ciência e sua profissão. Não se considera aqui o profissional que não se prepara
adequadamente para o exercício profissional, que assume encargos que sabe não estar a sua altura, enfim que
comete imperícia por falta de empenho e dedicação, mas daquele que pelo contrário por tentar exercê-la de forma a
melhor servir à ciência e à sua profissão, fugindo da mediocridade, pode acabar sendo vítima de uma acusação de
imperícia.
O engenheiro de inspeção deve evitar, tanto quanto possível, complicações jurídicas, mas não sem antes lembrar
que ao abraçar a engenharia, optou por uma profissão que tem um risco inerente. É impossível, pois, abraçá-la e
vivenciá-la completamente afastado do risco, porém, quando exercida com bom senso, permite que uma convivência
tranqüila, pacífica e até brilhante seja alcançada pelo engenheiro responsável.
Finalmente, seguem abaixo algumas recomendações voltadas a evitar acusações de prática de ato culposo e ainda
voltadas para evitar problemas na área cível e administrativa. Deve o profissional de inspeção;
Efetuar o controle de qualidade de seu produto ou serviço, testando, revisando e acompanhando a execução;
Emitir de forma adequada instruções sobre o uso dos equipamentos e instrumentos que tiver de fazer uso em seu
trabalho;
Não omitir informações sobre periculosidade de seus produtos e serviços, bem como dos equipamentos de que for
fazer uso;
Obedecer aos padrões e as instruções de qualidade e segurança estabelecidos pelo fabricante do material que for
utilizado no seu trabalho;
Quando não concordar com uma decisão técnica, registrar isto de forma inequívoca, ainda que tomando os devidos
cuidados para que isto não seja interpretado de forma ofensiva ou como desobediência;
Lembrar-se que a responsabilidade técnica pelo seu trabalho, enquanto envolvendo conceitos ligados ao seu
conhecimento profissional é sua, não se transferindo aos seus superiores ou subordinados;
Quando contrariar ou deixar de seguir uma prática corrente, analisar cuidadosamente o assunto antes e não esquecer
de fundamentar sua decisão da maneira mais ampla possível, documentando-a, sendo uma boa prática fazê-la com
base em opiniões emitidas por pessoas cuja notoriedade técnica seja indiscutível;
Ao prestar serviços mediante contrato, apresentar orçamento prévio detalhado, sem omissões, citando prazos de
validade;
Incluir cláusula limitando sua responsabilidade civil, garantindo seus serviços até um determinado percentual do
valor do contrato, sendo uma boa prática limitá-lo a 10%;
Se for usar serviços de outros técnicos, dar preferência a que estes sejam contratados diretamente pelo seu cliente
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Em caso de vir a ser acusado, procurar orientação jurídica e não agir apenas por sua própria conta e risco, pois na
Justiça, erros formais relativos a prazos e procedimentos podem ser cruciais.
2.1- As ferramentas de uso mais comum são a lanterna, marcadores, raspadores, lixas, estilete, régua, trena, martelo,
lupas, escova, máquina fotográfica.
2.2- Lanterna- É uma das principais ferramentas do inspetor para a inspeção visual. Em geral a iluminação do
ambiente é feita por luminárias adequadas, para ambientes confinados ou não. A lanterna auxilia o inspetor
possibilitando efeitos de iluminação e sombras. O feixe luminoso, quando colocado paralelamente à superfície
da peça, ressalta deformações tais como empolamentos, corrosões localizadas, empenamentos.
2.3- Marcadores- Constituídos por giz comum, lápis de cera, bisnagas de tinta e servem para assinalar os locais
onde seja necessária atenção especial. Observa-se que marcadores de cor marrom podem conter óxido de
ferro e deve ser evitada a sua utilização em ligas inoxidáveis austeníticas, devido a possibilidade de contaminação
da liga. As marcações incluem desde regiões pequenas como empolamentos ou trincas até regiões maiores
onde seja necessário fazer reticulados para mapear danos existentes.
2.4- Raspadores- Ferramentas utilizadas para a remoção de resíduos ou produtos de deterioração em locais onde o
inspetor suspeita da existência de danos ou verifica a intensidade do dano.
2.5- Lixas- Utilizadas na preparação da superfície para ensaios ou melhorar a limpeza para inspeção visual.
2.6- Escova- Utilizada para melhorar a limpeza superficial de regiões específicas. Em alguns casos o uso deve ser
cuidadoso, pois escovas de aço podem encobrir micro trincas.
2.7- Estilete- Utilizado para localizar e explorar danos superficiais com maior profundidade tais como pites ou poros.
2.8- Lupas- Utilizadas para auxiliar na inspeção de superfícies onde possam existir danos de pequenas dimensões.
2.9- Martelo- Utilizado para localização de danos em que, a alteração do som emitido pelo martelamento, possa
indicar a sua existência. Estes danos podem ser perda de espessura localizada em cascos, bocais, tubulações,
indicação de trincas ou falta de fixação em revestimentos metálicos. Em geral são usadas marteladas leves e
exige experiência do inspetor para a interpretação do teste com martelo.
É necessário cuidado quanto a existência de revestimentos frágeis, que possam ser danificados durante o
teste.
2.11- Máquina fotográfica- Ferramenta das mais utilizadas e úteis para o registro de danos e inclusão em relatórios.
Há restrições quanto a utilização de máquinas eletrônicas e “flash” em ambientes com possibilidade de conterem
fluidos combustíveis ou explosivos.
3.4.1- Bocais de entrada ou saída de fluidos no equipamento e proximidades, onde haja turbulência ou aumento
de velocidade de escoamento, podem apresentar perda de espessura.
3.4.2- Regiões do fundo ou topo do vaso onde podem ocorrer depósitos ou condensação de vapores estão
sujeitas a perda de espessura.
3.4.4- Cordões de solda, cruzamentos de cordões de solda, soldas de bocais, soldas de componentes internos
podem apresentar trincas e corrosão devido a tensões residuais ou alterações metalúrgicas ocorridas durante o
processo de solda.
3.4.5- Regiões opostas a entradas de líquidos ou vapores, bem como em locais onde ocorra a incidência de
fluidos, estão sujeitas a erosão e corrosão.
3.4.6- Quando há metais dissimilares em contato, pode haver corrosão por perda de material ou espessura do
metal menos nobre.
3.4.7- Peças fabricadas por dobramento de chapas podem apresentar trincas nos cantos vivos e em locais onde
hajam tensões ou cargas maiores.
3.4.8- Suportes de: bandejas, separadores de gotas, telas, chicanas, tubulações, ou outro tipo de componente,
estão sujeitos a perda de espessura na região de contato.
3.5.1- Equipamentos que operam com aminas estão sujeitos a trincas nas soldas, ou nas regiões termicamente
afetadas.
3.5.3- Regiões de chapas de equipamentos que operem com produtos corrosivos e que produzam hidrogênio,
estão sujeitas ao empolamento pelo hidrogênio.
3.5.4- Revestimentos metálicos estão sujeitos a descolamento, corrosão, trincas nas soldas ou em regiões de
maior tensão. Abaulamento no revestimento pode indicar vazamento através da chapa do revestimento.
3.5.5- Revestimentos não metálicos, tais como plásticos ou borracha podem apresentar falha de continuidade,
que podem ser detectadas por inspeção visual ou com detector por faísca.
3.5.6- Revestimentos de concreto, tijolo, lajotas ou refratários não podem ser testados com detector por faísca.
3.5.7- A tensão elétrica utilizada, no método de detecção por faísca, é limitada a resistência dielétrica do revestimento