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Sugestões para a dissertação filosófica

Prof. Marcus Sacrini

1) Ideia geral
i) A dissertação filosófica consiste na exposição justificada de um tema. Trata-se de
montar um problema acerca do tema estudado, assumir uma tese como resposta e
apresentar as razões que tornam aceitável tal tese.
ii) Tese interpretativa: propõe esclarecer algum aspecto de uma obra filosófica,
clarificando o sentido de formulações que não são imediatamente óbvias.

2) A exposição
i) Fase preparatória: a) escolher um tema de trabalho; b) selecionar passagens
relevantes; c) estudar bibliografia secundária; d) formular, ainda que provisoriamente,
problema e tese; e) formular estrutura (alterável) do texto.
ii) Seção introdutória: a) localizar o problema interpretativo em um contexto específico;
b) formular claramente a tese; c) apresentar a estrutura do texto que se segue.
iii) Seções intermediárias: cada parágrafo avança progressivamente na exposição do
problema e da tese interpretativa assumida anteriormente. Oferecem-se razões para a
aceitação da tese, deixando então claro por que ela resolve o problema.
iv) Seção conclusiva: retomada sucinta do problema inicial e reafirmação da tese agora
enriquecida pelas justificativas expostas no decorrer do texto.

3) Construção dos parágrafos


i) O parágrafo é a unidade discursiva que apresenta e desenvolve uma ideia tendo em
vista a justificativa da tese e a resolução do problema inicial. Cada parágrafo deve ter
unidade (todas as suas frases devem se referir a uma ideia central) e coerência (a
ordenação das frases segundo uma sequência lógica). Em cada parágrafo se espera
encontrar uma sentença-tema, que delimita o seu âmbito conforme uma ideia-controle,
a qual guia o seu desenvolvimento. Idealmente, ao ler as sentenças-tema de cada
parágrafo, pode-se reconhecer um sumário de todos os passos estruturais realizados pelo
texto.
ii) Deve haver alguma passagem lógica entre os parágrafos, sem cortes ou mudanças
abruptas de assunto.
iii) Na construção dos parágrafos, dois recursos indispensáveis para a exposição do
pensamento de um filósofo são:
a) citações: são necessárias ou quando apresentam um trecho a ser comentado
ou quando confirmam uma interpretação proposta;
b) paráfrases: reconstruções de trechos da obra estudada em uma nova estrutura
sintática. É imprescindível distinguir entre o filósofo estudado (conteúdo
exposto) e o autor da dissertação (coordenador das tarefas expositivas).

4) Recepção
i) Deve-se imaginar que o texto será lido por um público interessado em filosofia mas
não especializado no tema. Não se deve então supor como óbvios os principais
conceitos e argumentos do filósofo estudado, os quais devem ser expostos de maneira
minuciosa.

5) Avaliação
i) Critérios para correção dos trabalhos:
a) formulação do problema/tese
b) correção da interpretação à luz da base textual
c) organização das seções e dos parágrafos (e quanto a esses, sua construção e
ligação)
d) aspectos técnicos: título, bibliografia, notas, gramática

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