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Jaulas – Prelúdio

O local era quente e o cheiro pouco agradável. As formações rochosas deixavam claro que onde quer
que fosse, era sob a terra. A parca iluminação provinha de tochas e fogueiras, a maioria das criaturas alí
não carecia, tampouco apreciavam a luz.

Com uma tremulação no ar surgiram três figuras no submundo. Um deles detinha a aparência de um
homem, embora claramente não o fosse, seus olhos vermelhos e a expressão de satisfação ao chegar
em tal lugar o denunciavam. As tatuagens escuras que cobriam seu rosto e corpo eram ocultados
apenas por sua armadura de couro e metal. Carregava com ele presos com correntes um ser grotesco
que caminhava arqueado sobre duas patas e parecia ser um híbrido de cão, e javali. A criatura
acorrentada tinha olhos brancos e leitosos que denunciavam sua cegueira. Sua aparência era asquerosa,
enquanto caminhava babava e arquejava para respirar, como se estivesse cansado ou muito ansioso
pelo que estava por vir.

Na outra corrente uma garotinha de não mais de 10 anos choramingava em silêncio. Tinha a pele negra
e cabelos longos até os ombros em várias trancinhas, abraçava sua mochila da escola buscando algum
conforto enquanto caminhava com a corrente em volta de seu pescoço. Seu medo e nojo de toda a cena
eram evidentes.

Se aproximaram de um conjunto de jaulas que haviam sido cravadas na rocha. Um guarda de pele
vermelha e com as mesmas tatuagens do demônio que trazia a garota estava parado segurando uma
lança e fez uma mesura à este.

- Krolgar! Bem vindo de volta senhor. – disse com uma voz cavernosa.

- Guarda, invoque nosso senhor, Grougular encontrou algo interessante hoje. Esta bruxinha aqui parece
ser incrivelmente poderosa, ele a farejou nas florestas quase na saída da Cidade dos Portais. – Krolgar
respondeu sem esconder seu contentamento.

Havia conseguido capturar uma bruxa poderosa debaixo do nariz daquele bruxo arrogante. Gregory não
era o grande protetor de Morgan’s que todos faziam parecer, talvez a paternidade o tivesse amolecido...
Ele, Krolgar, estava faltando bruxos há semanas nos arredores da cidade e até agora o estúpido Volkav
nem mesmo havia se dado conta. E havia algo especial nessa garotinha... uma mistura de escuridão e luz
que era perigosa e claramente poderosa. Enquanto levava a garota para uma das jaulas e a trancafiava
com outro prisioneiro Krolgar imaginava as glórias que receberia de seu mestre após cumprir essa
missão.

- Você está assustada, garotinha? Espere até ser levada para Pylea. - Zombou as gargalhadas – o
submundo vai parecer um acampamento de verão!

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