CIÊNCIAS DOS MATERIAIS II

MADEIRAS DE LEI

1
 EQUIPE
„ Dickson Jr
„ Egleson Peixoto
„ Carlos Alberto
„ André Morais
„ Aleksandra Pires

2
 Sumário
„ Histórico;
„ Classificação;
„ Introdução;
„ Composição;
„ Propriedades Físicas;
„ Propriedades Mecânicas;
„ Processamento;
„ Utilização.

3
 Histórico
„ Madeira de lei é um termo que surgiu na época do
Brasil Colônia. A origem do termo madeira de lei está
relacionada ao interesse de Portugal em preservar
madeiras brasileiras, principalmente das matas
situadas nas regiões de Pernambuco, Alagoas e sul
da Bahia. Algumas espécies ali encontradas eram
importantes para a construção de navios de guerra e
mercantes portugueses. Por isso, em 1698, a Corte
baixou uma lei protegendo as espécies mais fortes e
resistentes, que só podiam ser extraídas com
autorização do governador.

4
 Classificação
„ Pela Botânica as árvores são classificadas como
vegetais superiores, denominados de fanerógamas,
que apresentam complexidade anatômica e
fisiológica.
Distinguem-se duas categorias principais de
madeiras que são as madeiras duras e as madeiras
macias (PFEIL, 1994).

5
 Classificação
„ Madeiras macias (softwoods).
Provenientes das árvores coníferas que é a principal
ordem das gimnospermas. Elas apresentam folhas em
forma de agulhas ou escamas, sementes agrupadas em
forma de cones e não apresentam frutos.

„ Madeiras duras (hardwoods).

Provenientes das árvores angiospermas da classe das
dicotiledôneas. Elas apresentam folhas achatadas e
largas. São designadas como madeiras duras e
internacionalmente denominadas de hardwoods
apresentando crescimento lento.

6
Introdução

7
 Introdução
„ Material orgânico, sólido, de composição
complexa, onde predominam as fibras de
celulose e hemicelulose unidas por lignina.

8
 Introdução
„ Vantagens;
Resistente à tração e à compressão;
Grande resistência aos choques mecânicos;
Bom isolamento térmico;
Bom isolamento acústico;
Grande variedade de padrões;
Facilidade de trabalho;
Recurso renovável (replantio).

9
 Introdução
„ Desvantagens;
Material heterogêneo;
Material anisotrópico;
Higroscopiscidade (absorção e liberação de
umidade);
Disponível em formas limitadas;
Fácil deterioração;
Alta combustibilidade;
Alta retratilidade.

10
Composição

11
Composição

12
 Composição
„ Casca;
Protege as árvores contra agentes externos;
Camada cortiçal, líber ou floema (transporta a seiva
elaborada).
„ Câmbio;
Tecido meristemático (em constante transformação);
Açúcares e amidos;
Celulose e lignina (anéis de crescimento).

13
 Composição
„ Lenho;
Parte resistente das árvores;
Alburno ou branco;
Células atuantes, conduzem a seiva bruta.
Cerne;
Células impregnadas de lignina, resinas e taninos;
Mais denso.

14
 Composição
„ Componentes químicos;
Relativamente constante entre espécies;
Carbono 49 – 50%;
Hidrogênio 6%;
Oxigênio 44 – 45%;
Nitrogênio 0,1 – 1%.
Cálcio < 0,1%;
Potássio < 0,1%;
Magnésio < 0,1%.

15
 Composição
„ Substâncias macromoleculares;
Variam entre espécies;
Constituinte Coníferas Folhosas
Celulose 42 ± 2% 45 ± 2%;
Polioses 27 ± 2% 30 ± 5%;
Lignina 28 ± 2% 20 ± 4%;
Extrativos 5 ± 3% 3 ± 2%.

16
 Composição
„ Celulose;
Componente majoritário;
Polímero linear de alto peso molecular;
Constituído exclusivamente de β-D-glucose;
Principal componente da parede celular dos vegetais.

„ Polioses;
Açucares neutros
Hexoses: glucoses, manose e galactose;
Pentoses: xilose e arabinose.
17
 Composição
„ Lignina;
Diferenças estruturais entre a lignina encontrada nas
coníferas e nas folhosas;
Substância amorfa;
Interpenetra as fibrilas;
Fortalece enrijece as paredes celulares.

„ Substâncias de baixo peso molecular;

Materiais acidentais ou estranhos da madeira;
Responsáveis por certas propriedades da madeira
como:
Cheiro;
Gosto;
Cor. 18
 Composição
„ Substâncias de baixo peso molecular (cont.);
Os principais grupos químicos são:
Compostos aromáticos (fenólicos);
Terpenos - grande grupo de substâncias naturais;
Ácidos alifáticos - ácidos graxos saturados e
insaturados são encontrados na madeira
principalmente na forma dos seus ésteres com
glicerol (gordura e óleo) ou com álcoois (ceras);
Álcoois;
Substâncias inorgânicas – Ca, K e Mg.
Outros componentes - mono e dissacarídeos.
19
Propriedades Físicas

20
 Propriedades Físicas
„ Anisotropia da Madeira
Devido à orientação das fibras, a madeira constitui um
material anisotrópico apresentando propriedades distintas
nas três direções: paralela (longitudinal), perpendicular
(radial) e tangencial às fibras.

21
 Propriedades Físicas
„ Anisotropia da Madeira (cont.)
A retração (e inchamento)
das madeiras é mínima
na direção longitudinal,
e importante nas direções
que lhe são
perpendiculares, radial e
tangencial. A retração (e
inchamento) na direção
tangencial é cerca do
dobro relativamente à
direção radial.

22
 Propriedades Físicas
„ Umidade;
A umidade exerce influência em grande parte das
propriedades de resistência da madeira, afetando o seu
grau de trabalhabilidade, reduzindo seu poder calorífico,
afetando o rendimento e qualidade da celulose e
propiciando maior susceptibilidade ao ataque de fungos.

Tipos de águas:
Água de constituição das células vivas;
Não é alterada pela secagem;
Água de adesão ou impregnação;
Satura as paredes da célula;
Água de capilaridade ou livre;
Enche os canais do tecido lenhoso.
23
 Propriedades Físicas
„ ÁGUA LIVRE OU CAPILAR
„ ÁGUA DE IMPREGNAÇÃO

24
 Propriedades Físicas
„ Teor de Umidade
O teor de umidade de uma madeira é a relação entre o peso de
água contido em seu interior e o seu peso em estado
completamente seco, expresso em porcentagem;
U = Pu-Ps xl00%
Ps
As madeiras verdes têm umidade em torno de 30% (madeiras
resistentes) e 130% (madeiras macias).
Após o corte, é feita a secagem da madeira, quando ocorre a
evaporação da água contida nas células ocas, atingindo-se o
ponto de saturação das fibras, que corresponde a uma umidade
de cerca de 30%. Neste ponto a madeira é denominada meio
seca. Prosseguindo a secagem, a madeira atinge um ponto de
equilíbrio com o ar, denominando-se, então, seca ao ar, com
umidades correspondentes em torno de 10 a 20%. 25
 Propriedades Físicas
„ Densidade
Massa Específica;
A massa específica real da madeira;
Constante em todas as espécies;
1,5 g/cm³.
A massa específica aparente;
Varia entre espécies;
Varia entre árvores de uma mesma espécie.
Variar de acordo com a sua localização no
tronco e com o teor de umidade;
Normalmente medida a 15% de umidade.
26
 Propriedades Físicas
„ A massa específica aparente (cont.);

Madeira Resinosas Frondosas

Muito leves 0,4 0,5
Leves 0,4 – 0,5 0,5 – 0,65
Semi pesadas 0,5 - 0,6 0,65 – 0,8
Pesadas 0,6 – 0,7 0,8 – 1,0
Muito pesadas > 0,7 > 1,0

Unidade em t/m³.
27
 Propriedades Físicas
„ Retração
Por ser um material higroscópico, a madeira sofre inchamento ou
retração com o aumento ou a diminuição da umidade,
respectivamente. As retrações axiais são quase desprezíveis se
comparadas às tangenciais que são o dobro das retrações radiais.

28
 Propriedades Físicas
„ Condutibilidade elétrica;
Praticamente isolante quando bem seca;
Depende da espécie, da massa específica e da direção
quando possui determinado grau de umidade.

„ Dureza;
Resistência à penetração de outro corpo;
Importante para a trabalhabilidade;
Variados graus de dureza;
As madeiras de lei apresentam dureza alta, pois
provêm de árvores mais longevas, com o cerne
bastante desenvolvido.
29
 Propriedades Físicas
„ Dilatação térmica;
Alterada pela retratilidade contrária, devido à perda
de umidade que acompanha o aumento da
temperatura.

„ Condutibilidade térmica;
Mau condutor de calor;
Varia segundo a essência, o grau de umidade e
também segundo a direção de transmissão do calor;
Maior paralelamente que transversalmente às fibras.

30
Propriedades Mecânicas

31
 Propriedades Mecânicas
„ As propriedades mecânicas definem o comportamento da
madeira quando submetida a esforços de natureza
mecânica. Existem no Brasil normas padronizadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, que
regulamentam os testes a serem aplicados em amostras
de madeira, realizados em laboratórios com máquinas
especialmente destinadas a esta finalidade e que
possibilitam aferir o grau de resistência a um determinado
esforço.
„ NBR-7190/97 – Projetos de Estrutura de Madeira

32
 Propriedades Mecânicas
„ Resistência à Compressão Axial
Refere-se a carga suportável por uma peça de
madeira quando esta é aplicada em direção paralela
às fibras. É o caso de colunas que sustentam um
telhado.

„ Flexão Estática
Refere-se a uma carga aplicada tangencialmente aos
anéis de crescimento em uma amostra apoiada nos
extremos.

33
 Propriedades Mecânicas
„ Resistência a Tração
Através deste ensaio é possível obter índices que
facilitam a seleção de madeiras capazes de serem
empregadas em treliças de telhados, cujas seções
tornam-se reduzidas em função de ligações e,
portanto, sujeitas a este tipo de esforço.

„ Resistência à Flexão Dinâmica (Choque)

É a capacidade da madeira em suportar esforços
mecânicos ou choques.

34
 Propriedades Mecânicas
„ Elasticidade
É o nome que se dá a capacidade de um determinado material
sofrer a aplicação de uma carga, apresentar deformação
proporcional a sua intensidade e retornar a sua forma original.
„ Dureza
É a propriedade de resistir a penetração localizada, ao desgaste
e abrasão
„ Cisalhamento
É a separação das fibras, resultando num deslizamento de um
plano sobre outro, devido a um esforço no sentido paralelo ou
oblíquo as mesmas (um esforço no sentido normal as fibras
também pode provocar o cisalhamento, mas em geral isto não
chega a ocorrer, pois a ruptura ocorre por esmagamento das
fibras).
35
Processamento

36
 Processamento
„ Corte;
Realizado no inverno;
Maior durabilidade;
Secagem lenta;
Paralisação vegetativa.
Ferramentas;
Machado;
Moto Serra.
„ Toragem;
Facilidade de transporte;
5 a 6 metros.
37
 Processamento
„ Preservação;
Remoção das cascas;
Secagem;
Natural;
Artificial;
Desseivamento;
Injeção de vapor de água saturado em estufas.

38
 Processamento
„ Falquejo;
Seção aproximadamente retangular.

39
 Processamento
„ Desdobro;
Obtenção de peças estruturais de madeira maciça.

40
 Processamento
„ Desdobro (cont.);
Nomenclatura das peças de madeira serradas.

Nome Espessura (cm) Largura (cm)

Pranchão > 7,0 > 20,0
Prancha 4,0 – 7,0 > 20,0
Viga > 4,0 11,0 a 20,0
Vigota 4,0 a 8,0 8,0 a 11,0
Caibro 4,0 a 8,0 5,0 a 8,0
Tábua 1,0 a 4,0 > 10,0
Sarrafo 2,0 a 4,0 2,0 a 10,0
Ripa < 2,0 < 10,0
41
 Processamento
„ Preservação das peças;
Processos superficiais;
Pintura;
Imersão simples.

42
 Processamento
„ Defeitos
Os defeitos da madeira podem ser de diversas origens:
Defeitos de crescimento (nós, desvios de veio e gretas);
Defeitos de produção (fraturas, fendas e danos do
abate, cantos quebrados e fibras reversas);
Defeitos de secagem (Rachaduras, Fendas ou
Fendilhamento, Abaulamento, Arqueamento e
Curvatura lateral);
Defeitos de conservação (Bolor, Apodrecimento, Furos
de insetos).

43
 Processamento
„ Defeitos (cont.)

44
Utilização

45
 Utilização
„ Construção Civil Pesada Externa
Engloba as peças de madeira serrada na forma de
vigas, caibros, pranchas e tábuas utilizadas em
estruturas de pontes, ancoradouros, galerias, minas, etc.
Ex.: Jatobá, maçaranduba.

„ Os requisitos técnicos necessários são:

Massa específica alta (pesada);
Propriedades mecânicas altas a muito altas;
Duráveis ou tratáveis;
Boa fixação mecânica.

46
 Utilização
„ Construção Civil Pesada Interna
Engloba as peças de madeira serrada na forma de vigas,
caibros, pranchas e tábuas utilizadas em estruturas de
cobertura, onde tradicionalmente era empregada a
madeira de peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron).

„ Os requisitos técnicos necessários são:

Massa específica alta (pesada);
Resistência à flexão (MR e ME) e resistência à
compressão altas a muito altas;
Resistência ao cisalhamento acima da média;
Qualidade de desdobro moderado a muito fácil;
Boa fixação mecânica.
47
 Utilização
„ Construção Civil Leve Interna Estrutural
Reúne as peças de madeira serrada na forma de ripas e
caibros utilizadas em partes secundárias de estruturas de
cobertura.

„ Os requisitos técnicos necessários são:

Massa específica média;
Resistência à flexão estática e resistência ao cisalhamento
de média a muito alta;
Fixação mecânica regular a boa;
Qualidade de secagem de moderadamente difícil a muito fácil;
Qualidade de desdobro de moderada a muito fácil.

48
 Utilização
„ Construção Civil Leve Externa
Reúne as peças de madeira serrada na forma de tábuas e
pontaletes empregados em usos temporários (andaimes,
escoramento e fôrmas para concreto), as peças de madeira
decorativas para uso externo ou em partes secundárias de
estruturas de madeira e as esquadrias.

„ Os requisitos técnicos necessários são:

Massa específica média a baixa;
Resistência à flexão não inferior a média;
Retratibilidade média a muito baixa;
Duráveis ou tratáveis;
Fixação mecânica regular a muito boa;
Trabalhabilidade regular a muito boa;
Qualidade de desdobro moderada a muito fácil. 49
 Utilização
„ Construção Civil Leve interna Decorativa
Abrange as peças de madeira serrada e beneficiada,
como forros, painéis, lambris e guarnições, onde a madeira
apresenta cor e desenhos considerados decorativos.

„ Os requisitos técnicos necessários são:

Retratibilidade média a muito baixa;
Fixação mecânica regular a boa;
Acabamento regular a bom;
Qualidade de secagem ao ar moderadamente difícil a fácil;
Boa aparência e boa cor;
Condutividade média a baixa.

50
 Utilização
„ Construção Civil Leve Interna de Uso Geral
Abrange as peças de madeira serrada e beneficiada,
como forros, painéis, lambris e guarnições, onde a
madeira recebe acabamento de pintura.

„ Os requisitos técnicos necessários são:

Retratibilidade e acabamento de regular a bom;
Qualidade de desdobro de fácil a muito fácil;
Peso médio leve.

51
 Utilização
„ Construção civil leve em esquadrias;
Abrange as peças de madeira serrada e beneficiada,
como portas, venezianas, caixilhos;

Angelim-pedra, bacuri, cedrinho, cedro, freijó,

garapa, louro-canela, louro-vermelho,
marinheiro, pau-amarelo, tauari, taxi.

52
 Utilização
„ Construção civil assoalhos domésticos;
Compreende os diversos tipos de peças de madeira
serrada e beneficiada usado em pisos (tábuas corridas,
tacos, tacões e parquetes);

„ Os requisitos técnicos necessários são:

Massa específica média ou alta;
Dureza alta ou muito alta;
Resistência à compressão alta a muito alta;
Retratibilidade média a muito baixa;
Trabalhabilidade regular a boa;
Acabamento bom;
Qualidade de desdobro moderada a muito fácil;
Qualidade de secagem moderadamente fácil.
53
Utilização

54
Utilização

55
Obrigado!

56