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Neste livro:

1 - Introdução

2 - O erro que você precisa evitar

3 - A ciência sobre o desenvolvimento de hábitos


1. Como escolher um lembrete

4 - O novo hábito deve ser inicialmente fácil


1. Você precisa de uma recompensa

2. A receita para você sustentar o novo comportamento

5 - Como funciona o seu cérebro


1. A informação visual é mais facilmente memorizada
2. O sono afeta o aprendizado e a memória
3. A falta de sono prejudica muito o aprendizado
4. Nós aprendemos melhor ensinando outros
5. Testes frequentes
6. Prática distribuída

6 - Quanto tempo eu levarei para aprender inglês?


1. Metas pequenas e metas grandes

7 - Melhorando o seu vocabulário


1. Learn the right words
2. Use spaced repetition systems
3. Estude o vocabulário em contexto
4. Tente tornar o vocabulário pessoal
5. Crie associações através da mnemônica

8- Melhorando o listening"
1. Treine os seus ouvidos antes de mais nada
2. Como assistir filmes e seriados
3. Entrevistas em vídeo valem ouro
4. Podcasts ajudam muito

9 - Imersão no inglês, sem sair do Brasil.


1. Como criar o ambiente propício
2. Being in touch with the new language daily

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Introdução
Aprender inglês. Para muitos, uma barreira
instransponível; para outros, um passeio no
parque. Neste e-book tentaremos mostrar
porque isso acontece e como você pode evitar 

os erros que a maioria comete no caminho à
fluência.

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Tudo bem, caro leitor?

Antes de falar sobre o e-book, acho que faz sentido explicar como
tudo começou. Então, vamos voltar 20 anos no tempo, shall we? 

Bem, muito antes do curso online surgir, havia uma escola: a Step 1
Idiomas.

À época – falo de 1998 – eu era um professor independente de


inglês. Resolvi iniciar a escola neste ano porque a demanda era
crescente, e sozinho não conseguia mais atender os alunos.

Achei que era o momento propício para convidar um professor


conhecido para participar do projeto. E assim tudo começou…
Naquele tempo, só existiam cursos presenciais e o nosso surgiu com
a intenção de ser diferente, e, claro, melhor. Criamos um
curso 100% comunicativo e que ensinava uma boa estratégia de
aprendizado aos alunos.

O curso deu certo, os alunos gostaram do método e a a escola


evoluiu.

O nosso objetivo sempre foi muito simples: mostrar o caminho das


pedras para que o aluno pudesse compreender e se comunicar no
idioma estrangeiro com rapidez e eficiência.

Depois de 20 anos trabalhando com cursos presenciais, resolvemos


criar um curso completo de inglês online. Mas por que?

Simples; com o passar do tempo fomos percebendo que a maioria


dos alunos preferiria uma opção de aprendizado que não envolvesse
o investimento de deslocamento até a escola. E que fosse flexível.
Assim os alunos poderiam acessar o conteúdo e estudar onde
estivessem, bastando para isso um laptop, tablet ou smartphone.

Em 2016, eu e a equipe Step1 sentamos para criar este novo


método. E posso dizer que foi muito gratificante poder colocar em
um método online a experiência que adquirimos em 20 anos de sala
de aula. 

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Em suma, o Step1 English Online é um método de aprendizado
completo de inglês online para adultos. Você encontrará neste curso
20 anos de experiência, as técnicas de aprendizado mais modernas
e um parceiro que lhe acompanhará durante toda esta jornada.

Escrevemos este livro para falar das noções gerais sobre o que
consideramos importante para aprender inglês. É um passo a passo
que lhe permitirá planejar uma rotina de estudos que lhe levará ao
aprendizado do inglês.

Seja muito bem-vindo e sucesso na empreitada!

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O erro que você
precisa evitar
Você já notou que no ocidente
predomina a idéia do sucesso rápido? 

O “overnight success” como os
americanos normalmente dizem.

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E que, contrariamente, no oriente o foco está no resultado final,
mas ao mesmo tempo no processo? Parece que a sabedoria oriental
ainda está presente no mundo moderno, não é?
É verdade, a idéia do resultado rápido tem forte apelo. Afinal, quem
não quer ficar rico do dia para a noite, emagrecer em duas semanas
(e sem esforço) e assim por diante?

Mas é bem aqui que mora o problema: quando ouvimos uma


história de grande sucesso (como alguém que ganhou 1 milhão de
reais em um ano, saindo do nada), a história está, de início,
centrada no resultado final. Ficamos fascinados com o final feliz do
conto, mas não escutamos nada sobre o processo que levou ao
resultado.

É normal que o sucesso repentino não seja tão repentino assim.


Afinal, ninguém realmente conhece o número de tentativas, o
incalculável número de horas investidas, a gigantesca força de
vontade de um empreendedor que talvez tenha trabalhado durante
10 anos em várias iniciativas, acumulado experiência, e finalmente,
mas de forma aparentemente “repentina" alcançou um grande
sucesso.

Estes contos podem lhe convencer que estabelecer metas altas e


dar-se pouco tempo para atingi-las possa ser o melhor caminho a
seguir.

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Mas como os sábios orientais nos ensinam, o que precisamos
realmente são melhores hábitos. Temos que pensar no processo,
tanto ou mais, quanto no produto final.

Como disse um importante pensador que escreve sobre


produtividade e tecnologia:

Your audacious life goals are fabulous. We’re proud of you for
having them. But it’s possible that those goals are designed to
distract you from the thing that’s really frightening you - the shift
in daily habits that would mean a re-invention of how you see
yourself. Seth Godin

A questão é que não damos o devido valor às pequenas decisões na


rotina diária.

Quase todos os hábitos que você têm - bons our maus - são
resultado de pequenas decisões que tomou ao longo do tempo.
Mesmo assim, ao focarmos unicamente no resultado, na grande
recompensa que teríamos ao atingir determinado destino,
acabamos esquecemos as pequenas coisas que, realisticamente,
poderiam nos levar até lá.
É como dizem: “A sua vida é o resultado da soma de pequenos
hábitos diários”.

Em suma:

Você tem sucesso financeiro? Foi resultado de hábitos diários.

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Está em boa forma física? Foi resultado de hábitos diários.

De acordo?

Agora que estamos conscientes disso, vamos pensar em como


criar bons hábitos e como isso se aplica ao aprendizado do
inglês, que é o nosso foco aqui.

Na minha carreira de professor de inglês, o que mais eu vi foram


alunos que por não seguirem um plano de estudos, não
conseguiram bons resultados.

O que faltou foi desenvolver um padrão de estudos, ou, em outras


palavras, um hábito.

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a ciência sobre o 

desenvolvimento 

de hábitos
Pesquisas comprovam que existe 

um padrão de 3 passos para cada
hábito novo.

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Funciona assim:

1) Lembrete (o gatilho que inicia o comportamento)


2) Rotina (o comportamento em si; a ação que você decide tomar)
3) Recompensa (o benefício que você alcança com o novo
comportamento)

Esta sequência tem sido comprovada múltiplas vezes por


pesquisadores da área da psicologia. Recentemente, um dos livros
da lista de best sellers do New York Times (The Power of Habit, de
Charles Duhigg’s) tratou do assunto com maestria.

Vamos exemplificar:

Passo 1) Você recebe uma chamada de voz via Skype. Este é o seu
lembrete, que inicia o comportamento. O som que o computador
emite é o seu gatilho e você prontamente age e atende a chamada.

Passo 2) Você atente a chamada. Este é o comportamento padrão


em si. Você tem o hábito de atender a chamada assim que escuta o
alerta de som.

Passo 3) Você descobre que está ligando (recompensa). Este é o


benefício que você recebe ao colocar o comportamento em prática.
A recompensa, neste caso é satisfazer a sua curiosidade ao descobrir
quem era a outra pessoa ligando para você.

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Conclusão: Se a recompensa é positiva, você tem um ciclo que
comunica ao seu cérebro “Na próxima vez que isso acontecer, faça a
mesma coisa”.

Repita este ciclo o suficiente e você não precisará mais pensar na


nova rotina. Seu novo comportamento se transformará num hábito.

1. Como escolher um Lembrete


É uma ilusão pensar que você conseguirá perder 20 kilos em 3
meses se não houver um sistema para estabelecer novos hábitos
dentro da sua rotina diária. E o primeiro passo é acionar lembretes.

Vamos criar um sistema para facilitar este processo. E a escolha do


lembrete é chave.

Evidente que o hábito que você está tentando criar é específico e


assim será o gatilho (lembrete).

Vamos aos exemplos:


• Colocar os sapatos;
• Escovar os dentes;
• Tomar banho;
• Sentar na mesa para o café;
• Levar o cachorro para passear.

Acima, temos um hábito já criado - escovar os dentes. Se o novo


hábito que você deseja criar for passar fio dental, já temos o gatilho

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necessário. Basta colocar a fio dental ao lado da sua escova, e usá-lo
antes de escovar os dentes. É impossível esquecer, pois uma coisa
estará ligada a outra.

Da mesma forma, se você estiver querendo entrar em forma, e no


seu programa de exercícios existe o item “fazer 50 apoios por dia”.
Podemos incorporar este hábito na sua rotina de uma forma fácil.
Um exemplo:

Suponha que todas as noites você, antes de dormir, assista um


seriado na televisão. O gatilho poderia ser: fazer 20 apoios a cada
intervalo comercial.


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O novo hábito deve
ser fácil
Para que consigamos inserir um 

novo hábito em nossas ocupadas

vidas, faz sentido que, inicialmente,

o novo hábito seja fácil.

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Como falamos no início do livro, é fácil as pessoas estabelecerem
metas agressivas, logo de cara. Afinal, é mais motivante não é?

• Quero começar a correr, então começo a sonhar com a maratona


de Boston.
• Quer emagrecer 50 kilos, e quero que isso aconteça até o final do
ano.
• Quero aprender inglês, mas quero atingir o nível avançado em 4
meses.

Eu sei, já passei por isso. A vontade de chegar logo ao destino é


muito grande. Mas não vamos jogar fora a motivação que sentimos
no início, vamos canalizá-la para o lugar certo.

Você lembra do filme Karate Kid? Se não, vale a pena ver. Existe
uma boa lição sobre o desenvolvimento de hábitos. Nele, o
personagem Daniel queria aprender todas as técnicas do karate

rapidamente, mas o Mestre Miaggi o colocou a lixar um deck e


pintar uma cerca por várias semanas.

Daniel foi incapaz de compreender as razões disso tudo naquele


momento, mas estava aprendendo e internalizando os movimentos
básicos e mais importantes da arte marcial. Mais tarde, ele
finalmente entendeu como todas as peças do quebra cabeças se
encaixavam e ficou feliz com o resultado.

Então, vamos começar devagar. No início, é melhor que seja fácil.

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Voltemos à meta de participar da maratona de Boston. Um objetivo
ambicioso, se partirmos do pressuposto que o interessado é
sedentário e de meia idade. Como ele pode começar sua
preparação? Uma idéia seria dar uma caminhada ao redor do
quarteirão.

O que!? Mas só isso? SIM! Só isso. Vamos sempre começar da


maneira mais fácil possível. Lembre-se, estamos construindo
hábitos.

Amanhã ele dará duas voltas e assim sucessivamente.

Um dia este hábito estará internalizado e isso lhe possibilitará vôos


mais altos.

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1. Você precisa de uma recompensa

Vamos comemorar! É especialmente importante se recompensar a


cada vez que você executa um novo hábito.

Conseguiu passar o fio dental? Ótimo. Diga a si mesmo “Bom


trabalho. Você fez progresso hoje!”. Ou “vitória”. Ou qualquer outra
palavra que lhe faça sentir bem.

Depois de um mês firme no novo hábito, você pode ser dar um


sessão de cinema, por exemplo. Ou comer aquele chocolate belga
que vinha guardando há tempos.


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2. A receita para você sustentar o novo
comportamento

Modificar suas crenças e seus comportamentos não é tão difícil


quanto a maioria das pessoas acredita.

Podemos resumir o processo em duas partes:


1) Decida o que o precisa mudar, vislumbre o resultado final e os
benefícios que lhe aguardam na linha de chegada;
2) Prove a si mesmo que é possível realizar tal projeto através de
pequenas vitórias diárias.

E já que estamos neste tópico, deixe-se enfatizar este ponto chave.


O “segredo" do sucesso são os pequenos passos. Como dizem em
inglês “baby steps”. Acredito em mim quando digo isso: BABY
STEPS.

Você está buscando consistência. Ponto final.

Portanto, esqueça as metas ambiciosas por um tempo. Foque na


tarefa do dia. Foque em realizar bem o que você se propôs a fazer
hoje. E amanhã, e no dia seguinte, e mais cedo ou mais tarde, você
chegará lá.

Pense num pianista profissional. Você escuta-o tocar e fica


maravilhado. É difícil não pensar que o cara é talentoso, que nasceu
com esta bênção. Afinal - preferimos pensar - se não fosse assim,
não seria possível ele tocar tão bem.

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O mais provável é que aos 10 anos de idade, o hoje grande pianista,
não acreditasse que poderia chegar tão longe. Mas com “baby
steps”, ele foi melhorando, aumentando sua auto-confiança, e
atingindo metas e mais metas. Até chegar onde está hoje.

Para resumir: comece pequeno e realize a tarefa do dia. Os


resultados virão.

Quer alguns exemplos?

Exemplo 1: Você quer escrever melhor?


Escreva um parágrafo por dia por uma semana. Aumente para 2,
depois 3, e assim por diante.

Exemplo 2: Quer emagrecer?


Caminhe ao redor do quarteirão hoje, e todos os dias desta semana.
Aumente para 2 quarteirões, depois 3, e assim por diante. Depois de
2 meses, quem sabe iniciar com alguns pesos? Mas, lentamente.
Baby Steps.
Coma um pouco menos hoje (especialmente os doces). Equilibre a
sua dieta.

Exemplo 3: Quer aprender a tocar violão?


Pratique a sua primeira música por 10 minutos no primeiro dia.
Aumente para 15 no segundo dia.

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Em seguida, aumente a frequência para 2 praticas ao dia, depois 3,
depois 4 e assim por diante.
Qual é a meta? Tocar por prazer? Ajuste a sua frequência.
Qual é a meta? Tornar-se um profissional? Ajuste a sua frequência.

Exemplo 4: Quer dormir mais cedo?


Um problema que eu já tive, mas decidi mudar porque notei que
estava afetando a minha saúde.
Você dorme à meia-noite? Tente dormir 10 minutos mais cedo no
primeiro dia, 15 no segundo, e assim por diante.
Ah, não esqueça de parar de ver mensagens no celular e deixar o
computador de lado pelo menos 2 horas antes de dormir.

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como funciona o 

seu cérebro
Entenda como funciona o seu 

cérebro para melhor utilizá-lo.

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Não importa se você precisa aprender uma nova língua, aprender a
cozinhar, tocar um instrumento musical, ou apenas quer maximizar
a quantidade de informações que você memoriza nas aulas, vale
muito a pena entender como o seu cérebro funciona.

Ao mesmo tempo que todos aprendem de formas levemente


diferentes, todos temos similaridades em relação a maneira como
nossos cérebros assimilam informações. E entender como isso
funciona nos ajudará a escolher as estratégias mais eficientes para
aprender novas habilidades.

1. A informação visual é mais facilmente


memorizada

Fala-se muito que aproximadamente metade do cérebro está


relacionada ao processamento de informações visuais. Pesquisas
recentes descobriram que aproximadamente 30% do cortex está
dedicado ao processamento destas informações visuais. Bastante,
certo?
Outra descoberta muito interessante é que nós tratamos textos
como imagens. Isso é muito importante! Perceba: você está lendo
este parágrafo e o seu cérebro está interpretando cada letra como
imagem. Isso significa que processamos um texto muito mais
lentamente do que uma figura. E esta percepção é chave na hora de
saber como estudar.
Na prática: Faça flash cards com imagens para memorizar
vocabulário, regras gramaticais, fórmulas, etc. Adicione fotos,
imagens, desenhos aos texto que você está estudando.

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Use cores, marque o texto, faça diagramas, tudo que for possível
para o texto ter um maior impacto visual.

2. O sono afeta o aprendizado e a memória

Estudos mostram que uma noite de sono entre aprendizados pode


aumentar significativamente a retenção.
Num estudo a respeito de habilidade motora os participantes foram
testados 14 horas depois do aprendizado e depois de uma noite de
sono. A retenção foi de 20%.
O mesmo estudo comparou participantes que foram testados
apenas 8 horas após o aprendizado. O resultado foi uma retenção de
4%.

3. A falta de sono prejudica muito o


aprendizado

A falta de sono pode diminuir em até 40% a sua capacidade de


aprender novas informações.
Um estudo de Harvard concluiu que as primeiras 30 horas depois
do aprendizado são chave. E que um sono ruim, ou insuficiente,
pode cancelar os benefícios de um aprendizado de qualidade no dia
anterior.

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4. Nós aprendemos melhor ensinando outros

Pesquisas verificaram que quando sabemos que teremos que


ensinar outros, aprendemos melhor. Ou seja, organizamos melhor o
conteúdo em nossas mentes, e lembramos de maiores quantidades
de informações.
Apesar de não percebermos, se sabemos que teremos que ensinar, é
como se a nível subconsciente há um tendência à concentração.
Na prática: Nas suas anotações, organize o conteúdo como se
tivesse que ensinar outras pessoas em seguida. Se possível, ensine
alguém próximo a você, semanalmente.

5. Testes frequentes

Testes frequentes aumentam significativamente a retenção de


conteúdos novos. Existem duas teorias comprovadas:
1) Os testes melhoram a retenção porque ativam processos mentais
que colocam em uso suas memórias de longo prazo;
2) Reforçam a memorização destes conteúdos através de uma
melhor organização do conteúdo em nossas mentes, facilitando,
posteriormente, a lembrança destas informações.

6. Prática distribuída

Este é o método de distribuir seus estudos ao longo de intervalos ao


invés de estudar por bastante tempo de uma só vez.
Por isso que estudar bastante no dia anterior à prova não funciona
bem. Já aconteceu para você?

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Ok. A razão pela qual a prática distribuída funciona tão bem é que
permite ao cérebro absorver as informações utilizando atenção
focada e difusa, intermitentemente. As evidências são sólidas e
baseadas em décadas de pesquisas.
Um estudo de 1979 mostrou que estudantes que distribuíram 6
sessões de 30 minutos de estudo em 6 dias (um dia de intervalo
entre cada sessão) tiveram um resultado 70% superior a estudantes
que distribuíram as 6 sessões de estudo num mesmo dia, com
intervalo de 1 horas entre cada sessão.
Na prática: Estude quantidades menores de conteúdo, em
intervalos frequentes. 


25
o tempo para 

aprender inglês
Vamos falar falar sobre este 

assunto tão delicado.

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Quanto tempo vou levar para aprender inglês?

Essa é a pergunta que eu escuto com mais freqüência, mas


infelizmente não posso lhe dar uma resposta fixa. Gostaria muito,
mas não é possível. Vamos pensar juntos.

Então, então… Quanto tempo levará? Uma pergunta legítima, que


todos se fazem no início. Afinal, o tempo é uma ativo precioso e
limitado. Assim, importa saber o tempo que precisaremos investir.

O duro é que é impossível saber. Primeiro porque a própria idéia de


fluência não é igual para todos.

Eu posso dizer que estudo inglês há 30 anos. E todos os anos


aprendo coisas novas e melhoro o meu nível. Então nunca haverá
um fim para esta brincadeira. :)

Mas, na média, seria razoável dizer que para dominar o conteúdo


básico, o aluno teria que estar em contato com o idioma por
aproximadamente 3 meses. É claro que o contexto muda tudo: este
tempo foi passado na Irlanda? Foi passado no Brasil? Você já fala
outros idiomas? E assim por diante. O número de variáveis não é
pequeno.

Mas, para fins práticos, vamos sempre pensar que a pessoa está
estudando no Brasil, ok?

Então, 3 meses seria o razoável. Em 3 meses, podemos estar em


contato com o idioma por 200 horas sem grandes esforços.

Agora, para atingir a fluência no idioma - no sentido de poder se


comunicar com qualidade e consistência - seriam necessárias umas
1500 horas de contato, para a maioria dos estudantes.

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Conheço pessoas que conseguiram investir 1500 horas no
aprendizado do inglês em 6 meses. Outras precisam de 2 anos,
porque precisam trabalhar e têm outros compromissos.

E quando falo em contato com o idioma, falo em assistir filmes,


escutar podcasts, ler, enfim, tudo que é importante inserir na sua
rotina de estudos.

1. Metas grandes e metas pequenas


É sempre bom estabelecermos metas, certo?

Mas onde muita gente falha é justamente na rotina diária. Ou seja,


estabelecer a meta alvo final é fácil. As pessoas estabelecem esta
meta e tudo fica por isso. Uma semana passa, depois mais uma, e
assim por diante. Um mês depois, a pessoa nem começou a estudar
de verdade.

Então o foco está na meta do dia. Preocupe-se com isso e esqueça o


resto. O resultado virá como consequência.

Vamos pensar em um modelo simples para você atingir o sucesso


no seu aprendizado:

Meta final: Chegar até o nível intermediário até o final do ano.

Meta mensal: Dedicar 64 horas aos estudos.

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Meta semanal (16 horas dividas pelos dias da semana):


Segunda: Leitura pela manhã (30 min) + assistir vídeo no horário


do almoço (30 min) + áudio à tarde no transporte (20 min) +
exercícios de gramática à noite (20 min) + leitura antes de dormir
(20 min)

Terça: Áudio pela manhã no transporte (30 min) + assistir vídeo


no horário do almoço (30 min) + áudio à tarde no transporte (20
min) + leitura antes de dormir (40 min)

Quarta: Leitura pela manhã (20 min) + assistir vídeo no horário


do almoço (20 min) + áudio à tarde no transporte (20 min) +
assistir seriado, programa de entrevistas ou notícias em inglês (40
min) + leitura antes de dormir (20 min)

Quinta: Leitura pela manhã (30 min) + assistir vídeo no horário do


almoço (30 min) + áudio à tarde no transporte (20 min) +
exercícios de gramática à noite (20 min) + leitura antes de dormir
(20 min)

Sexta: Áudio pela manhã no transporte (30 min) + assistir vídeo


no horário do almoço (30 min) + áudio à tarde no transporte (20
min) + leitura antes de dormir (40 min)

Sábado: Leitura pela manhã (30 min) + assistir vídeo no horário


do almoço (30 min) + leitura à tarde (30 min) + assistir seriado,
programa de entrevistas ou notícias em inglês (60 min) + leitura
antes de dormir (30 min)

Domingo: Leitura pela manhã (30 min) + assistir vídeo no horário


do almoço (30 min) + leitura à tarde (30 min) + filme (120
minutos) + leitura antes de dormir (30 min)

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Melhorando o seu 

vocabulário
Melhorar o vocabulário e o mais 

rápido possível é chave para o 

bom aprendizado.

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Preciso melhorar meu vocabulário rápido. Como faço isso?

Expandir o vocabulário que dominamos, e rápido, ajuda muito. A


seguir veremos como fazer isso através de algumas técnicas.

1. Learn the right words


De início devemos aprender um vocabulário básico de
aproximadamente 1000 palavras. No início, e só no início,
usaremos um dicionário inglês/português. Ou seja, compararemos
o vocabulário que estamos adquirindo com o vocabulário da nossa
língua mãe.
Como fazer isso? Existem diversas maneiras mas a mais suave é ler
livros do seu nível. A Person English Readers oferece uma variedade
enorme de livros de nível básico à avançado, iniciando com 300 e
chegando à 3000 palavras.
Existem várias sugestões interessantes nesta página: http://
www.step1englishonline.com/melhores-livros/

2. Use spaced repetition systems


A memória começa a se apagar logo após uma informação é
memorizada. E tende a desaparecer, à menos que revisitemos a
informação novamente.

Dê uma olhada na figura abaixo:

A cada exposição, a curva de esquecimento da memória torna-se


mais longa até, eventualmente, tornar-se perene (é uma
possibilidade). É por isso que revisitar o que você aprendeu
regularmente é tão importante para um aprendizado eficiente.

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O maior benefício de se usar “flash cards” ou um software como o
Anki é evitar que você perca tempo com palavras que você já
conhece.

3. Estude o vocabulário em contexto


Pesquisas demonstram que a maioria das palavras são aprendidas
em contexto. Isso significa que você nunca deveria tentar aprender
através de listas de palavras, sem nenhuma ligação com um
assunto, um contexto maior.
Pense em palavras como peças de um quebra-cabeças. Isoladas, não
fazem sentido, mas ao juntá-las, temos um contexto, e resgatamos o
sentido maior de cada palavra.
De modo que devemos estudar as palavras, minimamente inseridas
em frases. Por outro lado, quando usamos um post it na geladeira,
com a palavra “fridge”, temos um context claro.

4. Tente tornar o vocabulário pessoal


Você provavelmente escutou falar sobre sobreviventes de acidentes
automobilísticos graves que lembravam de todos os pequenos
detalhes logo antes do acidente acontecer.

Neurocientistas mostraram diferentes grupos de palavras, ao


mesmo tempo em que escaneavam a atividade cerebral destas
pessoas. Não é novidade que quando as pessoas eram expostas a
imagens relevantes e bastante pessoais, e portanto, emocionais, o
nível de atividade cerebral aumentava muito.

E isso faz uma diferença muito grande na memorização de


vocabulário novo.

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Tente pensar sobre o vocabulário novo em contexto com pessoas e
lugares que você conhece e use técnicas de mnemônica.

5. Crie associações através da mnemônica


Campeões em grandes campeonatos de memória utilizam muito
estas técnicas.

Há aqueles capazes de memorizarem milhares de nomes de pessoas.


Vamos ver um exemplo:

1) Você acaba de ser apresentado ao Sr. Pedro Branco;


2) O Sr. Branco é alto e apresenta sobrepeso;
3) Aproveite-se disso e imagine um urso polar (branco,
evidentemente). Imagine também a letra “p" no peito deste urso.
Para adicionar mais drama, imagine este urso muito maior do
que o normal.

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melhorando o
"listening"
Frustrante ouvir e não entender, 

não é mesmo? Pois vamos resolver
esta questão.

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Melhoraremos a compreensão do conteúdo que ouvimos de uma
maneira bastante agradável.

1. Treine o seus ouvidos antes de mais nada


É comum, no início, o estudante se frustrar por não compreender
muito do que escuta. Mas, não há razão para se preocupar, isso será
resolvido com o passar do tempo.

No início, falta-lhe vocabulário, você está se acostumando com as


pronúncias e está traduzindo tudo para o português. Isso lhe dá a
impressão que “eles falam rápido demais”.

Aumentar o seu vocabulário rapidamente é chave e estudamos


sobre isso no capítulo anterior.

Para se acostumar com as pronúncias, não há segredo, você deve


escutar o máximo possível de inglês.

Agora, seria melhor você conectar sons com imagens, então assistir
entrevistas em vídeo é superior a apenas ouví-las em áudio. Vamos
fazer um pouco de tudo, mas prefira o vídeo, se puder.

A seguir algumas sugestões sobre como aproveitar melhor o seu


tempo:

2. Como assistir filmes e seriados


É por isso que sempre digo que aprender inglês é um prazer. Você
pode aprender fazendo as coisas que mais gosta.

Assistir filmes ajuda, mas sempre com as legendas em inglês.


Faça o seguinte: deixe um caderno de anotações e uma caneta no
sofá. Um dicionário seria bom também. À medida que o filme passa,

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você vai anotando as palavras novas e - se estiver sozinho - pode
parar o filme para verificar o significado no dicionário. Ao invés de
levar 2 horas para ver o filme, levará bem mais, mas você pode
assistí-lo em partes.

Caso contrário, apenas anote as palavras e deixe o filme fluir. Vá ao


dicionário ao final.

Agora que você tem várias novas palavras anotadas, pode fazer
flashcards e acelerar o seu aprendizado. Sounds good?

3. Entrevistas em vídeo valem ouro


Entrevistas são muito úteis pois assemelham-se às conversas do
dia-a-dia que temos com nosso amigos, ou amigos que não vemos
há algum tempo. O vocabulário é muito interessante, as intonações,
as nuances da conversa… Enfim, tudo serve de modelo para quando
você tiver suas primeiras conversas com nativos.

Então, coloque a legenda em inglês e aproveite bem.

4. Podcasts ajudam muito


Podcasts de programas de entrevistas são o meu método favorito
para melhorar esta habilidade.
Hoje em dia você pode fazer download das entrevistas que quiser, e
pode, inclusive, fazer download do áudio de qualquer vídeo do
Youtube. Este é um dos sites que você pode utilizar: http://
www.listentoyoutube.com/

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Imersão no inglês

sem sair do brasil
A chave para o aprendizado.

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Sempre que estudamos inglês, não devemos comparar este idioma
com o português. Repito: não devemos comparar! Não devemos
traduzir!

Sim, é difícil no início, eu sei. Por isso mesmo, até você desenvolver
um vocabulário básico de umas 1000 palavras, vá em frente.
Traduza tudo que quiser.

Mas, depois… Ahhh, depois nunca mais!

Isso mesmo! Nunca, never, no more.

Explico: ao traduzir as palavras para o português, você cria uma


conexão forte entre as duas, e toda vez que quiser montar uma
frase, irá pensar na frase em português para após traduzi-la. O
resultado é raramente bom.

Além do mais, é isso que fará você ter aquela impressão de que os
nativos falam rápido demais.

A solução: construir o seu vocabulário utilizando um dicionário


inglês-inglês, mas para estudantes. Assim, o vocabulário usado nas
explicações será muito menos e mais acessível do que num
dicionário para nativos.
Você ampliará o seu vocabulário utilizando imagens, sinônimos e
descrições em inglês. Tudo com o objetivo de no futuro, ao montar
uma frase na sua cabeça, não perder tempo com traduções ou
comparações com sua língua mãe.
Que dicionário usar? Muitos são bons, mas o melhor, na minha
opinião é o Oxford Advanced Learners. Provavelmente o primeiro e
último dicionário que você precisará comprar. 


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1. Como criar o ambiente propício
É óbvio que já temos a presença do inglês nas nossas vidas, quer
queiramos ou não. Internet, filmes, seriados, etc…

Mas quando estamos aprendendo algo tão importante quando o


inglês, vale a pena fazer mais.

Sugestões:

1) Coloque um post it com o nome de todos objetos da sua casa em


inglês;
2) Passe Windows ou equivalente no Mac para o inglês;
3) Passe todos programas que você usa no computador para o
inglês;
4) O mesmo vale para o celular;
5) Esqueça o seu dicionário inglês-português. Utilize um inglês-
inglês;
6) Crie o hábito de ler conteúdo em inglês, em diversas fontes:
jornais, revistas, blogs..;
7) Organize todos os áudios que você escutará para conseguir
rapidamente acessá-los quando plugar/parear o celular no
carro.

2. Being in touch with the new language daily


Você já tentou aprender a tocar violão, piano, ou outro
instrumento? Pois aprender inglês é muito parecido no que tange ao
processo.
Ou seja, pouco vai adiantar você estudar somente nos domingos. O
aprendizado se dá em pequenos blocos, várias vezes por dia. Ele
precisa fazer parte da nossa rotina.

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É como aprender a dirigir. Se você pratica só aos domingos, é um
processo longo. Mas se você pratica todos os dias, o aprendizado
acelera muito.

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