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DE NEGÓCIOS
BRASÍLIA – DF
2015
Equipe Técnica
Gabriel Gil Barreto Barros – Sebrae Nacional
Presidente do Conselho Deliberativo Nacional Lucas Cavalcante de Azevedo Martini – Sebrae
Robson Braga de Andrade Nacional
Hermelino Olegario da Silva Neto – Sebrae
Diretor-Presidente
Nacional
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Consultores conteudistas
Diretora-Técnica
Bruno Oliva Peroni – Semente Negócios
Heloisa Regina Guimarães de Menezes
Igor Czermainski de Oliveira – Semente Negócios
Diretor de Administração e Finanças
Diagramação
José Claudio dos Santos
Radiola Design & Publicidade
P453ca
• p. il.
CDU – 005.52
apresentação
O Capital Empreendedor, também conhecido como capital ou investimento de risco é uma
das formas de captar recursos para realizar os planos e projetos de longo prazo do seu negócio.
Esse aporte pode ocorrer em diversos momentos de um negócio. Desde negócios que estão
começando até negócios consolidados que já possuem uma grande operação, mas precisam
de recursos para continuar crescendo.
Nessa cartilha vamos apresentar como funciona o processo de captação de recursos por
meio das aceleradoras de negócios, que são empresas investidoras de capital empreendedor
que aportam recursos e serviços agregados, de forma organizada em turmas de empresas de
estágio inicial por meio de um programa de aceleração baseado em mentoria.
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Estágios do Capital Empreendedor
Investidores de risco podem entrar em diversas etapas de desenvolvimento de um negócio. Para cada
estágio, existe um tipo de investidor com critérios de seleção e objetivos distintos.
É apresentada abaixo a chamada “escada do investimento de risco”, que indica quais são os principais
atores que podem aportar recursos em cada estágio de desenvolvimento de uma empresa.
equity
aceleradora
crowdfunding
equity fundos de
crowdfunding investimento
acima de
R$ 30 milhões
ATÉ R$ 30
ido
milhões est
inv
or
val
até R$ 5
milhões
até R$ 1
milhão
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O que são aceleradoras?
Aceleradoras são empresas de capital empreendedor, semelhantes a fundos de investimento,
porém focadas no estágio Pré-Semente, que investem recursos e serviços em turmas de empresas
de estágio inicial por meio de um programa de aceleração baseado em mentoria. Segundo estudo
de 2011 da fundação britânica NESTA1, um programa de aceleração possui cinco características
fundamentais que o tornam diferente de outros formatos de investimento:
4. Programa de aceleração com tempo limitado, que oferece eventos e mentoria intensiva.
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Os investidores que aportam recursos nas aceleradoras geralmente são investidores anjo2, ou seja,
pessoas físicas que investem em negócios inovadores, fundos de investimento que possuem interesse
em investir em empresas de estágio inicial ou empresas consolidadas que buscam um veículo de
investimento para ter participação em um portfólio em empresas nascentes.
No Brasil, segundo levantamento da empresa Baptista e Luz Advogados realizado em 2014 com
24 aceleradoras, os investimentos ficam na faixa entre R$20 mil e R$200mil por empresa, sendo a
média R$39.166. Já a participação das aceleradoras nas empresas fica geralmente entre 10% a 20%,
sendo 13,5% a média.
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Qual é a diferença entre uma aceleradora e
uma incubadora?
Incubadoras de negócios são focadas no apoio a negócios iniciais, fornecendo espaço físico de
trabalho e um pacote de benefícios que envolve consultorias e apoio no desenvolvimento do negócio.
Em contrapartida, as empresas incubadas pagam uma taxa mensal de aluguel pelo espaço e mais
uma taxa no momento de sua graduação, quando a empresa deixa a incubadora, que gira em torno
de 1% a 5% do faturamento anual no ano de graduação.
Boa parte das incubadoras brasileiras são sem fins lucrativos e ligadas a universidades e parques
tecnológicos, sendo a conexão com a academia o principal benefício aos incubados.
As aceleradoras possuem outra diferença frente a outros tipos de investidores estruturados como
fundos de investimento. Ao invés de buscar e avaliar oportunidades individualmente, aceleradoras
investem em “lotes” ou turmas, chamados cohorts ou batches em inglês. Investem em turmas para
facilitar o atendimento e apoio a um número grande de empresas, pois, empresas de estágios mais
iniciais possuem um maior risco de falha então o portfólio das aceleradoras é normalmente grande e
variado com objetivo de aumentar a probabilidade de gerar empresas bem-sucedidas.
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Tanto a duração dos programas de aceleração quanto o tamanho das turmas podem variar bastante.
A Y Combinator, primeira aceleradora de negócios, acelera 2 turmas anuais de 84 empresas em
programas de 3 meses . No Brasil, segundo levantamento realizado nas aceleradoras credenciadas
do Startup Brasil , as aceleradoras possuem programas mais longos e turmas mais curtas, com
duração de 6 a 12 meses e turmas de 5 a 20 empresas.
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Porém, existem controvérsias sobre o número de organizações que, de fato, são aceleradoras,
ou seja, que se enquadram nas definições reconhecidas internacionalmente: exigindo a realização
de investimento direto em troca de participação e programas com duração definida e divididos em
turmas. Ambos fatores não são unanimidade entre as aceleradoras brasileiras.
O programa Startup Brasil, lançado em 2013 pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação
foi um grande incentivo ao mercado de investimento Pré-Semente e ao surgimento de aceleradoras
no país. O programa seleciona empresas inovadoras de software para receberem R$200 mil
em bolsas desde que participem de um programa de aceleração de uma das 12 aceleradoras
credenciadas no programa.
Segue abaixo a lista de aceleradoras selecionadas em 2015, com os respectivos links, para integrar
a quinta e sexta turma do Startup Brasil.
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Passo-a-passo para se candidatar a uma
aceleradora
Montamos um guia de quais são os cinco principais passos para empreendedores buscarem
capital empreendedor de uma aceleradora.
5. Pós-
4. Aceleração
Aceleração
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c. Equipe da aceleradora: conheça e pesquise sobre quem é o time de gestão
da aceleradora, que estará acompanhando o seu negócio durante o programa
de aceleração, e o time de mentores. Veja se o time possui sinergia com o
seu negócio e estágio de desenvolvimento.
2. Buscar referências: antes de se candidatar para uma aceleradora busque conversar com
empresas que passaram por aquele processo de aceleração. Outra medida interessante
é visitar a aceleradora ou frequentar um de seus eventos pelo menos uma vez para
conhecer o ambiente e a equipe de gestão.
3. Fazer candidatura: cada aceleradora possui critérios de seleção que podem variar. Os
principais aspectos para ficar de olho são: obrigatoriedade de presença física na aceleradora
durante o período de aceleração, fase de evolução da empresa e preferências setoriais
da aceleradora.
Cada aceleradora possui um processo de inscrição e seleção distinto. Conheça bem o processo
antes de se candidatar e coloque bastante energia em cada etapa.
Em todas as interações com a aceleradora tenha os principais pontos do seu pitch (apresentação
do seu negócio) bem ensaiados para passar segurança.
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de investimento que contêm cláusulas muito importantes sobre a relação entre a
aceleradora e a empresa acelerada.
Durante o período de aceleração a dica é: utilize a aceleradora ao máximo. É nesse período que
a empresa estará no foco das atenções da equipe de aceleração então utilize todos os recursos
disponíveis e peça ajuda sempre que necessário, afinal a aceleradora é sócia do seu negócio e possui
interesses alinhados com os seus.
Um ponto muito importante é definir junto com sua aceleradora o seu objetivo ao final do período
de aceleração, seja iniciar a geração de receita, chegar a uma meta de clientes ou levantar uma
rodada de investimentos.
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Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS ACELERADORAS DE INOVAÇÃO E INVESTIMENTO (ABRAII)
Levantamento Acelerados 2012-2014. Disponível em: http://materiais.abraii.org/e-book-gratuito-
aceleradoras-brasileiras-levantamento-de-2012-a-2014-c1621d41cd0b27ff94dd Acesso em: 23 jul. 2015.
BABTISTA LUZ ADVOGADOS. O Perfil das Aceleradoras Brasileiras. Disponível em: http://pt.slideshare.net/
startupbr/o-perfil-das-aceleradoras-brasileiras-baptista-luz-advogados Acesso em: 22 jul. 2015.
COHEN, Susan. What Do Accelerators Do? Insights from Incubators and Angels. Innovations MIT,
Summer-Fall 2013, Vol. 8, P. 19-25.
FORBES MAGAZINE. Top Startup Incubators And Accelerators. Disponível em: http://www.forbes.
com/sites/tomiogeron/2012/04/30/top-tech-incubators-as-ranked-by-forbes-y-combinator-tops-
with-7-billion-in-value/ Acesso em: 22 jul. 2015.
NESTA. The Startup Factories: The rise of accelerator programmes to support new technology ventures.
Disponível em: http://www.nesta.org.uk/sites/default/files/the_startup_factories_0.pdf. Acesso
em: 22 jul 2015.
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