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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE - CAMPUS NATAL

CURSO EDIFICAÇÕES

DISCIPLINA: ESTABILIDADE
IFRN/NATAL

CONCEPÇÃO ESTRUTURAL

A concepção estrutural, ou simplesmente estruturação, também chamada de


lançamento da estrutura, consiste em escolher um sistema estrutural que constitua a parte
resistente do edifício.
Essa etapa, uma das mais importantes no projeto estrutural, implica em escolher os
elementos a serem utilizados e definir suas posições, de modo a formar um sistema estrutural
eficiente, capaz de absorver os esforços oriundos das ações atuantes e transmiti-los ao solo de
fundação.
A solução estrutural adotada no projeto deve atender aos requisitos de qualidade
estabelecidos nas normas técnicas, relativos à capacidade resistente, ao desempenho em
serviço e à durabilidade da estrutura.

DADOS INICIAIS
A concepção estrutural deve levar em conta a finalidade da edificação e atender, tanto
quanto possível, às condições impostas pela arquitetura. O projeto arquitetônico representa,
de fato, a base para a elaboração do projeto estrutural. Este deve prever o posicionamento
dos elementos de forma a respeitar a distribuição dos diferentes ambientes nos diversos
pavimentos. Mas não se deve esquecer de que a estrutura deve também ser coerente com as
características do solo no qual ela se apóia.
O projeto estrutural deve ainda estar em harmonia com os demais projetos, tais como:
de instalações elétricas, hidráulicas, telefonia, segurança, som, televisão, ar condicionado,
computador e outros, de modo a permitir a coexistência, com qualidade, de todos os sistemas.
Os edifícios podem ser constituídos, por exemplo, pelos seguintes pavimentos: subsolo, térreo,
tipo, cobertura e casa de máquinas, além dos reservatórios inferiores e superiores.
Existindo pavimento-tipo, o que em geral ocorre em edifícios de vários andares, inicia-
se pela estruturação desse pavimento. Caso não haja pavimentos repetidos, parte-se da
estruturação dos andares superiores, seguindo na direção dos inferiores.
A definição da forma estrutural parte da localização dos pilares e segue com o
posicionamento das vigas e das lajes, nessa ordem, sempre levando em conta a
compatibilização com o projeto arquitetônico.
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SISTEMAS ESTRUTURAIS
Inúmeros são os tipos de sistemas estruturais que podem ser utilizados. Nos edifícios
usuais empregam-se lajes maciças ou nervuradas, moldadas no local, pré-fabricadas ou ainda
parcialmente pré-fabricadas.
Em casos específicos de grandes vãos, por exemplo, pode ser aplicada protensão para
melhorar o desempenho da estrutura, seja em termos de resistência, seja para controle de
deformações ou de fissuração.
Alternativamente, podem ser utilizadas lajes sem vigas, apoiadas diretamente sobre os
pilares, com ou sem capitéis, casos em que são denominadas lajes-cogumelo, e lajes planas ou
lisas, respectivamente. No alinhamento dos pilares, podem ser consideradas vigas embutidas,
com altura considerada igual à espessura das lajes, sendo também denominadas vigas-faixa.
A escolha do sistema estrutural depende de fatores técnicos e econômicos, entre eles:
capacidade do meio técnico para desenvolver o projeto e para executar a obra, e
disponibilidade de materiais, mão-de-obra e equipamentos necessários para a execução.
Nos casos de edifícios residenciais e comerciais, a escolha do tipo de estrutura é
condicionada, essencialmente, por fatores econômicos, pois as condições técnicas para projeto
e construção são de conhecimento da Engenharia de Estruturas e de Construção.
Este trabalho tratará dos sistemas estruturais constituídos por lajes maciças de
concreto armado, moldadas no local e apoiadas sobre vigas. Posteriormente, serão
consideradas também as lajes nervuradas e as demais ora mencionadas.

CAMINHO DAS AÇÕES

O sistema estrutural de um edifício deve ser projetado de modo que seja capaz de
resistir não só às ações verticais, mas também às ações horizontais que possam provocar
efeitos significativos ao longo da vida útil da construção.
As ações verticais são constituídas por: peso próprio dos elementos estruturais; pesos
de revestimentos e de paredes divisórias, além de outras ações permanentes; ações variáveis
decorrentes da utilização, cujos valores vão depender da finalidade do edifício, e outras ações
específicas, como por exemplo, o peso de equipamentos.
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As ações horizontais, onde não há ocorrência de abalos sísmicos, constituem-se,


basicamente, da ação do vento e do empuxo em subsolos.
O percurso das ações verticais tem início nas lajes, que suportam, além de seus pesos
próprios, outras ações permanentes e as ações variáveis de uso, incluindo, eventualmente,
peso de paredes que se apóiem diretamente sobre elas.
As lajes transmitem essas ações para as vigas, através das reações de apoio. As vigas
suportam seus pesos próprios, as reações provenientes das lajes, peso de paredes e, ainda,
ações de outros elementos que nelas se apóiem, como, por exemplo, as reações de apoio de
outras vigas. Em geral as vigas trabalham à flexão e ao cisalhamento e transmitem as ações
para os elementos verticais − pilares e paredes estruturais − através das respectivas reações.
Os pilares e as paredes estruturais recebem as reações das vigas que neles se apóiam,
as quais, juntamente com o peso próprio desses elementos verticais, são transferidas para os
andares inferiores e, finalmente, para o solo, através dos respectivos elementos de fundação.
As ações horizontais devem igualmente ser absorvidas pela estrutura e transmitidas
para o solo de fundação. No caso do vento, o caminho dessas ações tem início nas paredes
externas do edifício, onde atua o vento. Esta ação é resistida por elementos verticais de
grande rigidez, tais como pórticos, paredes estruturais e núcleos, que formam a estrutura de
contraventamento. Os pilares de menor rigidez pouco contribuem na resistência às ações
laterais e, portanto, costumam ser ignorados na análise da estabilidade global da estrutura.
As lajes exercem importante papel na distribuição dos esforços decorrentes do vento
entre os elementos de contraventamento, pois possuem rigidez praticamente infinita no seu
plano, promovendo, assim, o travamento do conjunto.

POSIÇÃO DOS PILARES

Recomenda-se iniciar a localização dos pilares pelos cantos e, a partir daí, pelas áreas
que geralmente são comuns a todos os pavimentos (área de elevadores e de escadas) e onde
se localizam, na cobertura, a casa de máquinas e o reservatório superior. Em seguida,
posicionam-se os pilares de extremidade e os internos, buscando embuti-los nas paredes ou
procurando respeitar as imposições do projeto de arquitetura.
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Deve-se, sempre que possível, dispor os pilares alinhados, a fim de formar pórticos
com as vigas que os unem. Os pórticos, assim formados, contribuem significativamente na
estabilidade global do edifício.
Usualmente os pilares são dispostos de forma que resultem distâncias entre seus eixos
da ordem de 4 m a 6 m. Distâncias muito grandes entre pilares produzem vigas com dimensões
incompatíveis e acarretam maiores custos à construção (maiores seções transversais dos
pilares, maiores taxas de armadura, dificuldades nas montagens da armação e das formas
etc.). Por outro lado, pilares muito próximos acarretam interferência nos elementos de
fundação e aumento do consumo de materiais e de mão-de-obra, afetando desfavoravelmente
os custos.
Deve-se adotar 19 cm, pelo menos, para a menor dimensão do pilar e escolher a
direção da maior dimensão de maneira a garantir adequada rigidez à estrutura, nas duas
direções.
Posicionados os pilares no pavimento-tipo, deve-se verificar suas interferências nos
demais pavimentos que compõem a edificação.
Assim, por exemplo, deve-se verificar se o arranjo dos pilares permite a realização de
manobras dos carros nos andares de garagem ou se não afetam as áreas sociais, tais como
recepção, sala de estar, salão de jogos e de festas etc.
Na impossibilidade de compatibilizar a distribuição dos pilares entre os diversos
pavimentos, pode haver a necessidade de um pavimento de transição.
Nesta situação, a prumada do pilar é alterada, empregando-se uma viga de transição,
que recebe a carga do pilar superior e a transfere para o pilar inferior, na sua nova posição.
Nos edifícios de muitos andares, devem ser evitadas grandes transições, pois os esforços na
viga podem resultar exagerados, provocando aumento significativo de custos.
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POSIÇÕES DE VIGAS E LAJES

A estruturação segue com o posicionamento das vigas nos diversos pavimentos. Além
daquelas que ligam os pilares, formando pórticos, outras vigas podem ser necessárias, seja
para dividir um painel de laje com grandes dimensões, seja para suportar uma parede divisória
e evitar que ela se apóie diretamente sobre a laje.
É comum, por questões estéticas e com vistas às facilidades no acabamento e ao
melhor aproveitamento dos espaços, adotar larguras de vigas em função da largura das
alvenarias. As alturas das vigas ficam limitadas pela necessidade de prever espaços livres para
aberturas de portas e de janelas.
Como as vigas delimitam os painéis de laje, suas disposições devem levar em
consideração o valor econômico do menor vão das lajes, que, para lajes maciças, é da ordem
de 3,5 m a 5,0 m. O posicionamento das lajes fica, então, praticamente definido pelo arranjo
das vigas.

DESENHOS PRELIMINARES DE FORMAS

De posse do arranjo dos elementos estruturais, podem ser feitos os desenhos


preliminares de formas de todos os pavimentos, inclusive cobertura e caixa d’água, com as
dimensões baseadas no projeto arquitetônico.
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As larguras das vigas são adotadas para atender condições de arquitetura ou


construtivas. Sempre que possível, devem estar embutidas na alvenaria e permitir a passagem
de tubulações. O cobrimento mínimo das faces das vigas em relação às das paredes acabadas
variam de 1,5 cm a 2,5 cm, em geral. Costuma-se adotar para as vigas no máximo três pares de
dimensões diferentes para as seções transversais. O ideal é que todas elas tenham a mesma
altura, para simplificar o cimbramento.
Em edifícios residenciais, é conveniente que as alturas das vigas não ultrapassem
60cm, para não interferir nos vãos de portas e de janelas.
A numeração dos elementos (lajes, vigas e pilares) deve ser feita da esquerda para a
direita e de cima para baixo.
Inicia-se com a numeração das lajes – L1, L2, L3 etc. –, sendo que seus números devem ser
colocados próximos do centro delas. Em seguida são numeradas as vigas – V1, V2, V3 etc. Seus
números devem ser colocados no meio do primeiro tramo. Finalmente, são colocados os
números dos pilares – P1, P2, P3 etc. –, posicionados embaixo deles, na forma estrutural.
Devem ser colocadas as cotas parciais e totais em cada direção, posicionadas fora do
contorno do desenho, para facilitar a visualização.
Ao final obtém-se o anteprojeto de todos os pavimentos, inclusive cobertura e caixa
d’água, e pode-se prosseguir com o pré-dimensionamento de lajes, vigas e pilares.
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Desenho de forma

Cargas nas Estruturas

As cargas atuantes nas estruturas são definidas pela NBR 6120 - Cargas para o cálculo de
estruturas de edificações, esta Norma prevê as cargas estáticas que atuarão nas estruturas em
função da sua utilização.
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LAJES MACIÇAS

Cargas nas Lajes

As cargas que atuarão nas lajes são as seguintes por unidade de área:

• Peso próprio (pp = espessura da laje [eL] x peso específico do concreto [γ=25 kN/m3]);
• Revestimento (piso, forro;);
• Enchimento de piso (quando houver;γ=19 kN/m3);
• Paredes (quando não estiverem sobre as vigas; γ=16 kN/m3);
• Todas as ações verticais decorrentes da utilização do edifício (NBR 6120).

Estas cargas serão utilizadas para o dimensionamento das mesmas.

Reações das Lajes

As reações das lajes são as cargas que estas transmitirão para as vigas nas quais estão
apoiadas, e serão calculadas através do processo conhecido como LINHAS DE RUPTURA das
lajes. Esse processo consiste em partir com uma linha dos cantos das lajes fazendo um ângulo
de 30º graus com o lado menos rígido quando as condições de contorno da laje são diferentes
e em um ângulo de 45º as quando as condições de contorno da laje são iguais.

As cargas transmitidas pela laje nas vigas de apoio são determinadas pela área contida na
figura formada pelo encontro das LINHAS DE RUPTURAS.

TIPOS DE LAJES MACIÇAS:

Laje Tipo 2 – Engastada em um


Laje Tipo 1 – Totalmente apoiada
bordo e apoiada nos demais
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Laje Tipo 3 – 2 Engastes e 2 Laje Tipo 4 – Engastada e apoiada


bordos apoiados em bordos opostos

Laje Tipo 5 – 3 Engastes e 1 apoio Laje Tipo 6 – 4 Engastes

Exemplo a seguir é de uma laje genérica:


1 - Carga Transmitida a V1 pela laje, A1.
V1
A1 A1xql 4 - Carga Transmitida a V4 pela laje, A4.
R1 =
Lx A4 xql
R4 =
2 - Carga Transmitida a V2 pela laje, A2. Lx
A2 A3 V3 Ly
V2
A2 xql
R2 =
Ly
A4
3 - Carga Transmitida a V3 pela laje, A3.
V4
Lx A3 xql
R3 =
Ly
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Nas lajes maciças devem ser respeitados os seguintes limites mínimos para a espessura:
a) 5 cm para lajes de cobertura não em balanço;
b) 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço;
c) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
d) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
L para lajes de piso biapoiadas e L
e) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas,
42 50
para lajes de piso contínuas;
f) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo.

Armação das Lajes:

.l y
λ= > 2, Lajes armadas em 1 direção; armadura maior no comprimento do vão menor.
lx

Armadura
principal

Armadura mínima

.l y
λ= ≤ 2, Lajes armadas em 2 direções;
lx

Armadura
principal

Armadura principal
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Pré dimensionamento da espessura da laje (h):

.l
d≥ ; onde :
ψ 2 .ψ 3
ψ2 = coeficiente dependente das condições de vinculação e dimensões da laje;
ψ3 = coeficiente que depende do tipo de aço;

φ
h=d+ + c; onde :
2

φ = diâmetro da barra;
c = cobrimento;

Valores de ψ3 , utilizados no pré dimensionamento da altura da laje:

Aço Vigas e Lajes Nervuradas Lajes Maciças


CA-25 25 35
CA-32 22 33
CA-50 17 25
CA-60 15 20

• Lajes armadas em uma direção:

Valores de ψ2

- simplesmente apoiadas = 1,0;


- contínuas = 1,2;
- duplamente engastadas = 1,7;
- em balanço = 0,5;
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• Lajes armadas em duas direções, valores de ψ2:

l x = vão maior
ly = vão menor

Número superior: ψ2 para : l x = 1;


ly
lx
Número inferior: ψ2 para : = 2; podendo ser usado para casos em que a razão seja maior
ly
que 2, exceto nos casos assinalados com asteriscos.
lx
1< < 2;
ly
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Para interpolar linearmente.

LAJES PRÉ-MOLDADAS

Cargas nas Lajes

As cargas que atuarão nas lajes são as seguintes por unidade de área:

• Peso próprio – (Verificar Tabela do Fabricante);


• Revestimento (piso, forro;)
• Enchimento de piso (quando houver;γ=19 kN/m3);
• Paredes (quando não estiverem sobre as vigas; γ=16 kN/m3);
• Todas as ações verticais decorrentes da utilização do edifício (NBR 6120).

Estas cargas serão utilizadas para o dimensionamento das mesmas.

Reações das Lajes

Nas lajes nervuradas existem 2 processos para o cálculo das reações das lajes nas vigas de
apoio, a saber:

Processo Simplificado:

Admite-se que nas vigas perpendiculares às nervuras (direção Y) atue toda a carga
proveniente da laje, e que nas vigas paralelas as nervuras (direção X) atue 25% dessa carga,
utiliza-se as equações a seguir para determinação de tais valores:

• Ação nas vigas perpendiculares às nervuras (direção Y):


p.l x
Pvy =
2
• Ação nas vigas paralelas às nervuras (direção Y):
0,25. p.l y
Pvx =
2
Processo Racional:

Admite-se que as ações nas duas direções nas vigas dependem fundamentalmente das
dimensões da laje. Dada pelas equações a seguir:

• Ação nas vigas perpendiculares às nervuras (direção Y):


(58 + 17.λ ). p.l x
Pvy =
200
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• Ação nas vigas paralelas às nervuras (direção Y):


(42 − 17.λ ). p.l y
Pvx =
200

.l y
• Com λ= , sendo lx o valor na direção paralela às nervuras, ly o valor do vão na
lx
direção perpendicular às nervuras e l y ≥ l x ; para l y ≥ 2.l x deve-se considerar l y = 2.l x ;

Tabela Básica de Laje Nervurada

Alturas iniciais para laje pré-moldada em função de cargas e vãos livres máximos:
2 2 2 2
Altura total da laje (cm) Peso Próprio (kN/m ) P < 1,0 kN/m (forro) 2,0kN/m <p<5,0kN/m

10 1,10 3,5 m ---

12 1,41 5,0 m 4,5 m

14 1,50 6,0 m 5,5 m

16 ou maior >1,61 --- >5,5 m

• Valores de peso próprio estimados para intereixo de 50 cm, capa de 3 cm e material de


enchimento cerâmico.

PARA A DETERMINAÇÃO DA LAJE A SER UTILIZADA CONSULTE A TABELA DO FABRICANTE.


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DIMENSIONAMENTO DA LAJE MACIÇA


.l y
λ= > 2, Lajes armadas em 1 direção; armadura maior no comprimento do vão menor.
lx

No caso de lajes armadas em uma direção considera-se, simplificadamente, que a


flexão na direção do menor vão da laje é preponderante à outra direção, de mandei raque a
laje será suposta uma viga com largura constante de 1 metro, 100 cm, na direção principal e
altura, h, igual a espessura da laje. Na direção secundária adotar:

. As
≥ 20% da armadura principal e 0,9 cm 2 /, m,
s

Módulo de Deformabilidade do Concreto

E = 0,85.5600. f ck ( MPa);

Momento de Inércia

bw.h 3
I= ;
12

Flecha:
Limite para deslocamento da estrutura em serviço:
.l
f = ,
350 + cf
l = menor vão;
f = flecha máxima admissível;
cf = contra - flecha.
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Laje Armada em uma direção sobre apoio simples.

Flecha:
5 p.l 4
f = x
384 E.I

Laje Armada em uma direção sobre apoio simples e engaste perfeito.

Flecha:

1 p.l 4
f = x
185 E.I
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Laje Armada em uma direção bi-engastada.

Flecha:

1 p.l 4
f = x
384 E.I

Laje armada em uma direção em balanço.

p.l 2
M=
2

Flecha:

1 p.l 4
f = x
8 E .I
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RESUMO:

Valores para os Momentos das Lajes:

Roteiro para o cálculo das lajes maciças armadas em 1 (uma) direção:

1. Pré-dimensionamento da espessura da laje;

φ
h=d+ + c; visto anteriormente :
2
2. Avaliação das cargas atuantes;
Visto anteriormente;
3. Verificação das flechas;
Visto anteriormente;

Exemplo: Para a laje abaixo, determine sua altura e os momentos atuantes. Admitindo os
seguintes carregamentos:
- Contra piso com espessura de 2 cm, γ = 18 KN/m3;
- piso = 0,20 kN/m3;
- cobrimento nominal de 1,5 cm;
- carga acidental = 2,0 kN/m2; Ly = 5,20 m
- Carga Total = 4,81 kN/m2;
- Concreto fck = 20 Mpa;

Lx =2,0 m
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- aço CA 50;
- φ = 8.0mm.

a) Pré dimensionamento da espessura da laje (h):

.l 2
d≥ = = 0.067m
ψ 2 .ψ 3 1,2 x 25

h ≥ 6,7 + 1,5 + 0,8 + 0,04 = 9,02cm

b) Verificação da flecha:

1 p.l 4
E = 0,85.5600. f ck ( MPa); f = x
185 E.I
E = 0,85.5600. 20 1 4,81.2 4 76,96
f = x = = 0.0003m
E = 21287 MPa 185 0.09 3 239239,27
21287000.
E = 21287000kN / m 2 12
.l 2
f = = = 0,005m
350 + cf 350
c) Cálculo dos momentos:
Momento Positivo

Pl 2 4,81.22
M+ = = = 1,35kN .m
14,22 14,22
Md + = M .1,4
Md + = 1,35.1,4 = 1,9kN .m

Momento Negativo
Pl 2 4,81.2 2
M− = = = 2,41kN .m
8 8
Md − = M .1,4
Md − = 2,41.1,4 = 3,40kN .m

d) Dimensionamento do Momento Positivo.

Md 1,9 1,90
Kmd = = = = 0,021
bw.d . f cd 1,0 x0,0802 x 20000 91,42
2

1,4

Na TABELA DE Kz, temos: Kz = 0,9881


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Md 1,9 1,90
As = = = = 0,56cm 2
K z .d . f s 0,9881x0,08 x 50 3,437
1,15

Armação Mínima:
As mín = 0,15% bw h
As mín = 0,15 x 10
As mín = 1,5 cm2
Escolhendo o φ = 6,3 mm, temos:

Aφ 0,315
Ss = = x100 = 21cm2
As 1,50
S s = φ 6.3c.20cm

e) Dimensionamento do Momento Negativo.

Md 3,40 1,90
Kmd = = = = 0,037
bw.d . f cd 1,0 x0,0802 x 20000 91,42
2

1,4

Na TABELA DE Kz, temos: Kz = 0,9759

Md 3,40 3,40
As = = = = 1,0cm 2
K z .d . f s 0,9759.0,08.43,48 3,40

Armação Mínima:
As mín = 0,15% bw h
As mín = 0,15 x 10
As mín = 1,5 cm2
Escolhendo o φ = 6,3 mm, temos:
Φ 6.3 c. 20
Φ 6.3 c. 20
Aφ 0,315
Ss = = x100 = 21cm2
As 1,50
S s = φ 6.3c.20cm
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Roteiro para o cálculo de laje maciça armada em 2 (duas) direções:

1. Pré-dimensionamento da espessura da laje;

φ
h=d+ + c; visto anteriormente :
2
2. Avaliação das cargas atuantes;
Visto anteriormente;
3. Verificação das flechas;

p.l x4 α
f = 3
×
E.h 100
p = carregamento uniformemente distribuíd o sobrea laje;
α = coeficiente tirado da Tabela de α ;
l x = menor vão;
E = módulo de defomabilidade do concreto;
h = altura ou espessura da placa.
Módulo de Deformabilidade do Concreto

E = 0,85.5600. f ck ( MPa);
Momento de Inércia

bw.h 3
I= ;
12
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ESTUDO DAS VIGAS

HIPÓTESE DE CÁLCULO:

Tanto para os elementos lineares como para os de superfície, a NBR 6118 (2004)
estabelece que, na análise dos esforços resistentes de uma seção, devem ser consideradas as
seguintes hipóteses básicas:
a) As seções transversais se mantêm planas após a deformação;
b) A deformação das barras, em tração ou compressão, deve ser a mesma do concreto em seu
entorno;
c) As tensões de tração no concreto, normais à seção transversal, podem ser desprezadas,
obrigatoriamente no ELU;
d) Admite-se que a distribuição de tensões no concreto seja feita de acordo com o diagrama
parábola-retângulo, abaixo:

Equações Adimensionais Para Cálculo da Armadura de Aço do Concreto

Md
Kmd =
bw .d 2 . f cd

Md
As =
K z .d . f yd
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f ck
f cd =
1,4

Md = Ms.1,4
fy
f yd =
1,15

fck = Resistência característica do concreto;


fy = Resistencia de cálculo do aço = 50 KN/cm2;

Kmdlim = 0,320; kz = 0,7485; kx = 0,6287

Unidades:
Md = kN.m
Fcd = kN/m2
As = cm2

Exercício: Determine a armadura de aço longitudinal para uma viga de seção


retangular de concreto armado, 15 x 30 cm, sabendo-se que seu cobrimento e de 3 cm e está
submetida a um momento fletor de 12,2 kN.m; o concreto possui fck = 20 MPa e aço CA 50.

Md 12,2 x1,4 17,08


Kmd = = = = 0,11
bw.d 2 . f cd 2 20000 156,21
0,15 x0,27 x
1,4
Na tabela, temos:
Kz = 0,9305
Md 12,2 x1,4 17,08
As = = = = 1,564cm 2
K z .d . f s 50 10,92
0,9305 x0,27 x
1,15
Quantidade de ferros:

Adotando ferro de φ10 mm com área de 0,785 cm2.

1,566
Q φ 10 = = 1,99 ferros ≅ 2φ10mm
0,785
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2.1- PRESCRIÇÕES NORMATIVAS

(NBR 6118 - item 13.2.2)

A seção transversal das vigas não deve apresentar largura menor que 12 cm,
respeitando-se um mínimo absoluto de 10 cm em casos excepcionais, sendo obrigatoriamente
respeitadas as seguintes condições:

a) alojamento das suas armaduras e suas interferências com as armaduras de outros


elementos estruturais, respeitando-se os espaçamentos e coberturas estabelecidas na norma;

b) lançamento e vibração do concreto de acordo com NBR 14931.

(NBR 6118 – item 17.3.5.2.1) Armaduras longitudinais máximas e mínimas

A ruptura frágil das seções transversais, quando da formação da primeira fissura, deve
ser evitada considerando-se, para o cálculo das armaduras uma armadura mínima de tração
determinada pelo momento fletor que produziria a ruptura da seção de concreto simples.

A especificação de valores máximos para as armaduras decorre da necessidade de


assegurar condições de ductilidade e de se respeitar o campo de validade dos ensaios que
deram origem às prescrições de funcionamento do conjunto aço-concreto.

As,mín = ρmín Ac Valores de ρmín: consultar tabela 17.3 da norma (abaixo).

A soma das armaduras de tração e de compressão: (As+ As’) = 4% Ac (17.3.5.2.4)

(NBR 6118 - item 18.3.2.2)


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O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido no


plano da seção transversal, deve ser igual ou superior ao maior dos seguintes valores:

a) na direção horizontal (ah):

- 20 mm;

- diâmetro da barra, do feixe ou da luva; considere o diâmetro da barra sendo


igual a: φ = φ + 0,04.φ;

- 1,2 vezes o diâmetro máximo do agregado, nas camadas horizontais;

b) na direção vertical (av):

- 20 mm;

- diâmetro da barra, do feixe ou da luva; considere o diâmetro da barra sendo


igual a: φ = φ + 0,04.φ;

- 0,5 vezes o diâmetro máximo do agregado, nas camadas horizontais;

TIPO DE BRITA DIÂMETRO (mm)


Brita 0 4,8 a 9,5
Brita 1 9,5 a 19
Brita 2 19 a 25
Brita 3 25 a 38

Armadura de Pele

Usar em vigas com altura maior que 60 cm;

Função: minimizar os problemas de decorrentes da fissuração, retração e variação de


temperatura;
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Diminuir a abertura de fissuras de flexão na alma das vigas;

RECOMENDAÇÕES:

- Deve ser colocada em cada face da alma da viga com área igual ou superior em cada face da
viga igual a:

As Pele = 0,10 % x b x h

- O espaçamento das barras deve atender situação mais conservadora abaixo:

t
d/3

t> 20 cm
t
15 φ
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Características de fios e barras (NBR 7480 - Tabela 1 do anexo B)

DIÂMETRO NOMINAL (mm) VALORES NOMINAIS

MASSA POR UNIDADE


DE COMPRIMENTO
FIOS BARRAS ÁREA DA SEÇÃO PERÍMETRO
2
(cm ) (kg/m)
(mm)

3,4 0,091 0,071 10,7

4,2 0,139 0,109 13,2

5,0 5,0 0,196 0,154 17,5

6,0 - - - -

- 6,3 0,312 0,245 19,8

8,0 8,0 0,503 0,395 25,1

10,0 10,0 0,785 0,617 31,4

12,5 1,23 0,905 39,3

16,0 2,01 1,578 50,3

20,0 3,14 2,466 62,8

25,0 4,91 3,853 78,5

32,0 8,04 6,313 100,5

40,0 12,57 9,865 125,7


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CISALHAMENTO

No cisalhamento, quando o esforço cortante atua isoladamente na seção, as tensões


de cisalhamento que aparecem para equilibrar a solicitação externa têm distribuição uniforme;
atuando também a solicitação momento fletor na seção, as tensões de cisalhamento distribuir-
se-ão de forma totalmente diferente, apesar de sua resultante continuar sendo a mesma. Por
este motivo, para o estudo do cisalhamento, não se pode considerar o esforço cortante agindo
isoladamente, mas sim simultaneamente com o momento fletor.

Além disto, existem outros fatores que influem sobre a capacidade resistente à força cortante
de uma viga: forma da seção transversal; variação da seção transversal ao longo da peça;
esbeltez; disposição das armaduras; aderência aço/concreto; tipo de cargas e apoios. Portanto,
na análise de vigas de concreto armado submetidas a esforços cortantes, se faz necessário
tratar a peça como um todo, já que os mecanismos resistentes que se formam são geralmente
tridimensionais.

Símbolos e Abreviações

V S = Esforço Cortante (kN)

V SD = Esforço de Cálculo
V SD = V S .1,4

V RD = Esforço Cortante referente a compressão da Biela de Compressão;

V RD = 0,27.α V . f cd .bw .d
 f ck 
α V = 1 − , sendo f ck , em MPa.
 250 

τ Sd = Tensão solicitante de cálculo (kN/m 2 )


V SD
τ Sd =
bw .d

τ Rd = Tensão resistida pela biela de compressão (kN/m 2 )


τ Rd = 0,27.α V . f cd

τ C = Tensão absorvida pelo concreto


τ C = 0,09.3 f ck 2 ; sendo f ck ; em MPa.

τ Sw = Tensão tangencial a ser resistida pela armadura transversal


τ Sw = τ Sd − τ C
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ρ Sw = Taxa de armadura transversal


1,11.τ Sw
ρ Sw =
f yd

s = Espaçamento dos estribos verticais


ASw
s=
ρ Sw .bw
ASw = área da seção transversal da bitola escolhida;

Prescrições Para o Detalhamento da Armadura Transversal

Quantidade Mínima de Estribos

Nos elementos lineares submetidos à força cortante, deve sempre existir uma armadura
transversal mínima, conforme o item 17.4.1.1.1 da NBR 6118:2003, constituída por estribos
colocados em toda a sua extensão, com a seguinte taxa geométrica:

ρ Sw, min = Taxa de armadura transversal mínima


f ctm
ρ Sw, min = 0,2.
fy

f ctm = 0,3.3 f ck , f ck em MPa;


2

Observação :
ρ Sw ≥ ρ Sw, min

Força Cortante Resistida pela Taxa de Armadura

V R = 644.bw .d. ρ Sw . f yd + 0,10..3 f ck 


2

 

Armadura de Suspensão
V Sd
ASUSP = ;
fyd
Sendo 70% na viga de apoio, apoio indireto;
e 30% na viga apoiada.

Espaçamento entre Elementos da Armadura da Transversal

O espaçamento mínimo entre estribos, medido segundo o eixo longitudinal do elemento


estrutural, deve ser suficiente para permitir a passagem do vibrador, garantindo bom
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adensamento. O espaçamento máximo (Smáx), deve atender às seguintes condições de acordo


com item 18.3.3.2 da norma:

0,6.d ≤ 300mm se V Sd ≤ 0,67.V Rd


S max ≤ 
0,3.d ≤ 200mm se V Sd > 0,67.V Rd
Cargas Próximas aos Apoios

De acordo com o item 17.4.1.2.1 da NBR 6118:2003, para o cálculo da armadura transversal, se
a carga e a reação de apoio forem aplicadas em faces opostas da peça, comprimindo-a, é
permitido:

a) Considerar a força cortante oriunda de carga distribuída, no trecho entre o apoio e a


seção situada à distância d/2 da face do apoio, constante e igual a desta seção.

b) Reduzir a força cortante devida a uma carga concentrada, aplicada à distância “a” ≤ 2.d
do centro do apoio, nesse trecho de comprimento “a”, multiplicando-se por a/(2.d).
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EXEMPLO:

Calcular a armadura transversal da viga V101, na seção junto ao apoio central. Dados: Aço
CA50; fck = 20 MPa; estribos de f = 6,3 mm (0,32 cm2); bw = 25 cm; h = 90 cm; d = 80 cm.

1- Verificação do esmagamento da biela de compressão:

V S = 255,5kN

V SD = Esforço de Cálculo
V SD = 255,5.1,4
V SD = 357,7 kN

V RD = Esforço Cortante referente a compressão da Biela de Compressão;


 f ck 
α V = 1 − 
 250 
 20 
α V = 1 −  = 0,92
 250 

V RD = 0,27.α V . f cd .bw .d
20000
V RD = 0,27.0,92. .0,25.0,8
1,4
V RD = 709,7 kN
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τ Sd = Tensão solicitante de cálculo (kN/m 2 )


357,7
τ Sd =
0,25.0,80
τ Sd = 1789kN / m 2
τ Sd = 1,79 MPa

τ Rd = Tensão resistida pela biela de compressão (kN/m 2 )


τ Rd = 0,27.α V . f cd
20000
τ Rd = 0,27.0,92.
1,4
τ Rd = 3549kN / m 2
τ Rd = 3,55MPa

τ C = Tensão absorvida pelo concreto


τ C = 0,09.3 f ck 2 ; sendo f ck ; em MPa.
τ C = 0,09.3 20 2
τ C = 0,66 MPa

τ Sw = Tensão tangencial a ser resistida pela armadura transversal


τ Sw = τ Sd − τ C
τ Sw = 1,79 − 0,66
τ Sw = 1,13MPa

ρ Sw = Taxa de armadura transversal


1,11.τ Sw
ρ Sw =
f yd
1,11.1,13
ρ Sw =
500 / 1,15
ρ Sw = 2,88.10 −3

s = Espaçamento dos estribos verticais


ASw
s=
ρ Sw .bw
2.0,32
s=
2,88.10 −3.25
s = 8,90cm
ASw = área da seção transversal da bitola escolhida;
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Verificação das Prescrições Para o Detalhamento da Armadura Transversal

Armadura Transversal Mínima

ρ Sw, min = Taxa de armadura transversal mínima


f ctm
ρ Sw, min = 0,2.
fy

f ctm = 0,3.3 f ck , f ck em MPa;


2

0,3.3 20 2
ρ Sw, min = 0,2.
500
ρ Sw, min = 0,00088

Espaçamento máximo possível para que a taxa mínima necessária seja atingida:

s = Espaçamento dos estribos verticais


2.0,32
s=
0,00088.25
s ≤ 29,1cm

A norma também estabelece o máximo espaçamento que pode haver entre os estribos,
dependendo do valor da relação abaixo:

0,6.d ≤ 300mm se V Sd ≤ 0,67.V Rd


S max ≤ 
0,3.d ≤ 200mm se V Sd > 0,67.V Rd
357,7
0,67 > = 0,504
709,7
0,6.80 = 48cm
S max ≤ 
30cm
S max = 30cm
Dessa maneira, o espaçamento correspondente à armadura mínima deverá ser no
máximo igual a 29,1 cm. Será adotado, por facilidade de execução, espaçamento para a
armadura mínima igual a s = 25 cm, com estribos verticais de φ = 6,3 mm.
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Força Cortante Resistida pela Armadura Mínima


ASw
ρ Sw =
s.bw
2.0,32
ρ Sw =
25.25
ρ Sw = 0,001024

V R = 644.bw .d. ρ Sw . f yd + 0,10..3 f ck 


2

 
 500 
V R = 644.0,25.0,80. 0,001024. + 0,10..3 20 2 
 1,15 
V R = 152,2kN

Regiões em que a força cortante é inferior a 153,3 kN, usar estribos simples de φ = 6,3
mm a cada 25 cm.

Regiões em que a força cortante está entre 153,3 e 255,5 kN, estribos duplos de φ =
6,3 mm a cada 17,5 cm.

Comprimento do trecho com armadura mínima

Por semelhança de triângulo:

153,3 + 255,5 153,3 + 153,3


+
8 c
c = 6,0m

Número de estribos em cada região

A quantidade de estribos em cada região, colocados a partir da face dos pilares, que têm
dimensão de 40 cm na direção da viga, é a seguinte:

- regiões com armadura mínima:

600 − 20
n= = 23,2
25
adotado = 24 estribos
- Demais regiões:
200 − 20
n= = 10,28
17,5
adotado = 11 estribos
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