INTRODUÇÃO
Os processos de validação na indústria farmacêutica são uma realidade cada vez mais
presente, não só pelo fato de ser uma exigência da ANVISA (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) mas por ser, sem dúvida, uma valiosa ferramenta da qualidade. Dentre
os principais processos de validação, figura a validação de limpeza. Validação de limpeza
pode ser definida como o ato documentado que atesta que um determinado procedimento
de limpeza atende a especificações previamente definidas.
Embora existam muitos artigos e guias (Mundo afora, pois no Brasil ainda não
existem normas específicas a respeito de Validação de Limpeza) descrevendo a utilização
de métodos cromatográficos, especialmente a CLAE (Cromatografia Líquida de Alta
Eficiência) como metodologia de análise de traços de substâncias na validação dos
processos de limpeza, comparativamente pouco se tem dito a respeito da utilização de
métodos não cromatográficos na detecção destes traços nestes processos
Neste contexto, é proposto um trabalho de validação do procedimento de limpeza do
tanque reator na preparação do medicamento Cepon®, ( ácido ascórbico 20%) solução oral,
produzido no Lapon Química e Natural Ltda – Limoeiro – PE, utilizando a condutimetria
como método de detecção de traços residuais do produto.
A condutimetria é um método analítico que se utiliza da capacidade dos íons em
solução conduzirem corrente elétrica. A medição direta da condutividade é, potencialmente,
um procedimento muito sensível para a medição de concentrações iônicas (Vogel,1992).
A solução oral de ácido ascórbico a 20% é um composto que tem uma
condutividade relativamente alta e com uma propriedade diretamente proporcional e quase
linear em relação à sua concentração em amostras diluídas.Concentrações muito pequenas
desta solução (equivalentes a 1ppm de ácido ascórbico) puderam ser detectadas por
condutimetria. Estas características fizeram deste produto o objeto do nosso trabalho.
EQUIPAMENTOS, APARELHOS E VIDRARIAS UTILIZADAS :
O equipamento utilizado foi um condutivimetro da marca Oakton, modelo OKCON-
1003, com faixa de medição de 0 a 20000μS. A calibração do equipamento foi realizada
através de uma década de resistência, rastreada aos padrões nacionais conforme certificado
de calibração nº 0120/2003 INMETRO, do CTAI – LAMTE (Centro de Tecnologia em
Automação e Informática – Laboratório de Metrologia Elétrica).
Utilizaram-se as vidrarias calibradas com certificado de calibração por lote do
fabricante Pyrex, a balança utilizada foi uma AND – HR 200, com capacidade máxima de
210g, calibrada por conjunto de massas rastreado conforme normas internacionais.
METODOLOGIA
A validação do procedimento de limpeza do reator utilizado na preparação da
solução oral de ácido ascórbico a 20% foi realizada em três etapas: Primeiro, foram
elaborados o plano de validação, o protocolo de validação, o procedimento de limpeza a ser
validado e foram também definidos os limites de contaminação (através dos cálculos
apresentados mais adiante.). Em uma segunda etapa do processo, foi determinado,
laboratorialmente, o limite de detecção de resíduos do produto por condutimetria em
amostras diluídas do produto, e com isso foi verificada a eficácia da condutimetria como
método analítico na detecção de resíduos em concentrações muito baixa (equivalentes a
1ppm de ácido ascórbico) deste produto; Depois, em uma terceira etapa, após a limpeza do
reator ( de acordo com o procedimento validado), foi verificado por condutimetria se a
quantidade de resíduos estava realmente dentro dos limites pré – definidos.
RESULTADOS
ppm
(“contaminante”) (Tab.1). O gráfico “ppm x 500
450
Condutividade”(Graf.1) mostra que existe uma 400
350
relação quase linear entre a concentração da Sol. 300
Oral de ácido ascórbico e a variação da 250
200
condutividade em relação a água desionizada. Note 150
100
que, como encontramos que a concentração máxima 50
na água de enxágüe (ConcMáx) deveria ser de 0
12,94ppm (For.2) e arredondamos para 10ppm, ppm0x 100 200 300 400
Variação da
podemos dizer que a variação máxima de Condutividade
Condutividade
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS