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XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica

Geotecnia e Desenvolvimento Urbano


COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

Caracterização de Resistência e Deformabilidade de um Solo da


Formação Barreiras na Condição Compactada
Ray de Araujo Sousa
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, sousa.ray10@gmail.com

Osvaldo de Freitas Neto


Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, osvaldocivil@ct.ufrn.br

Anderson Dantas de Morais


Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, anderson_dantas94@hotmail.com

Amanda Celeste Moreira


Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, amandacmo_@hotmail.com

Joyce Karyne de Medeiros


Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, joycekarynem@gmail.com

RESUMO: O litoral do Nordeste, especificamente a região do Estado do Rio Grande do Norte


caracteriza-se pela presença de dunas e sedimentos da Formação Barreiras. Considerando a
importância da caracterização deste material, e visando suplementar estudos sobre o mesmo em sua
condição compactada, o objetivo geral deste trabalho foi executar a caracterização geotécnica de
um solo da Formação Barreiras a partir de ensaios com corpos de provas compactados e avaliar os
parâmetros de resistência e de deformabilidade. Foram realizados ensaios de caracterização física,
cisalhamento direto nas condições inundada e não inundada com tensões normais de 50; 100; 200 e
400 kPa, e de compressão edométrica com estágios de tensões de 12,5; 25; 50; 100; 200; 400 e 800
kPa, com inundação na tensão de 100 kPa. Como resultados foram observados que a saturação das
amostras leva a queda expressiva da coesão e uma leve variação do ângulo de atrito.

PALAVRAS-CHAVE: Solo Compactado, Cisalhamento Direto, Formação Barreiras.

1. INTRODUÇÃO Formação Barreiras que, por sua vez, tem


características de um material de origem
O estudo do comportamento do solo se faz de sedimentar.
extrema importância para o planejamento e Segundo Fookes (1997), essa zona costeira
execução de obras, uma vez que análises apresenta em seu território formações
insuficientes ou inadequadas podem acarretar geológicas decorrentes do comportamento de
em sérios prejuízos. umidade sazonal de seu clima e ação erosiva
O litoral do Nordeste brasileiro, dos elementos, denominados solos residuais
especificamente a região do estado do Rio tropicais ou ainda, lateríticos.
Grande do Norte caracteriza-se pela presença de Tendo em vista o comportamento climático
dunas e falésias próprias da Formação da região, Fookes (1997) ressalta que é válido
Barreiras. Segundo Santos Jr., Coutinho e notar a dessecação profunda do perfil do solo
Severo (2015), a infraestrutura de uma parte que, por sua vez, implica na variação dos
considerável das cidades costeiras potiguares parâmetros de resistência, e deformabilidade,
está assentada sobre unidades geológicas da conforme a época do ano. Realizar um estudo
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do comportamento dos solos lateríticos nas edométrica, que mostraram o comportamento do


condições que o mesmo pode se encontrar material quando submetido à compressão
(saturado ou não-saturado) é de grande confinada, possibilitando uma análise das
relevância, uma vez que se nota uma escassez características de compressibilidade. A figura 2
de informações acerca do assunto. apresenta um fluxograma dos ensaios realizados.
Nesse sentido, o presente trabalho busca
analisar o comportamento de amostras
compactadas, provenientes da Formação
Barreiras, a partir de ensaios de cisalhamento
direto e compressão edométrica.

2. MATERIAS E MÉTODOS

2.1. Descrição do material estudado

O solo utilizado na pesquisa é proveniente da


cidade de Natal/RN. A área estudada se localiza
na zona Oeste da cidade, próxima ao leito do Rio Figura 2. Fluxograma de Ensaios.
Potengi. A Figura 1 apresenta imagem de satélite
com a localização da região dentro da cidade. 2.2.1. Ensaios de Caracterização
Foram coletadas amostras indeformadas em
dois pontos distintos. O material foi Os primeiros ensaios executados foram os de
transportado em sacos apropriados, ficando caracterização do solo, com o objetivo de obter
armazenado no laboratório de Mecânica dos informações sobre os tamanhos dos grãos e dos
Solos da UFRN, onde foram realizados os limites de consistência do material, podendo
ensaios da pesquisa. assim, classificá-lo de acordo com o Sistema
Unificado de Classificação dos Solos (SUCS).
A caracterização do material coletado é
relevante para a pesquisa, pois essas
informações poderão justificar comportamento
mecânico do material, obtido através dos
ensaios de resistência e deformação.
A análise Granulométrica Conjunta
proporcionou a determinação da distribuição
granulométrica das partículas por meio de dois
procedimentos básicos: peneiramento fino e
sedimentação. O peneiramento grosso não foi
Figura 1. Localização da área estudada.
necessário, já que o material não apresentava
2.2. Ensaios realizados pedregulho como fração. O ensaio foi realizado
conforme procedimentos constantes na norma
Inicialmente foram realizados ensaios de NBR 7181 (ABNT, 2018).
caracterização do material, incluindo a O ensaio de limite de liquidez (LL) foi
determinação da distribuição granulométrica e dos executado manualmente com o auxílio do
limites de consistência. A segunda parte do estudo aparelho de Casagrande, seguindo-se os
compreendeu o estudo das características de procedimentos da NBR 6459 (ABNT, 2016). O
resistência do material, com a realização de limite de plasticidade (LP) foi determinado por
ensaios de cisalhamento direto nas condições meio da moldagem de cilindro em placa de
inundada e não inundada. Na terceira parte do vidro fosco, de acordo com a NBR 7180
estudo realizaram-se ensaios de compressão
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(ABNT, 2016). carregamento correspondente a tensão de 100


kPa, a amostra foi inundada. Assim, os
2.2.2. Ensaios de Cisalhamento Direto primeiros estágios de carregamento (12,5 até
100 kPa) a amostra encontrava-se no teor de
Os ensaios de Cisalhamento Direto foram umidade ótimo. Após a aplicação da tensão de
realizados seguindo os parâmetros da norma 100 kPa, a amostra foi mantida inundada. Cada
americana D3080 (ASTM, 1998). Foram estágio de carga e o tempo de inundação foram
moldadas amostras no teor de umidade ótimo e definidos em função da estabilização das
massa específica seca máxima de acordo com as deformações. Em todos os estágios foi mantido
dimensões da caixa de cisalhamento utilizada, um tempo mínimo de 2 horas. Após a aplicação
com 59,81 mm de diâmetro e 31,52 mm de da tensão de 800 kPa, a amostra foi submetida a
altura. Após compactado, cada corpo-de-prova descarregamento com estágios nas tensões de
foi inserido na prensa de cisalhamento direto 400; 100 e 12,5 kPa. No decorrer dos ensaios
onde os relógios comparadores permitiram a foram medidas as deformações verticais
leitura dos deslocamentos horizontais e verticais (variação de altura do corpo de prova) por meio
e um anel dinamométrico permitiu a leitura da de relógio comparador com sensibilidade de
força aplicada ao material. 0,01 mm.
Além da condição de umidade de moldagem
(sem inundação), os ensaios foram realizados na 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
condição inundada visando minimizar os efeitos
da sucção matricial nos resultados. As amostras 3.1. Ensaios de Caracterização
foram submetidas a um carregamento normal
durante um período de pelo menos 2h para Em relação aos ensaios granulométricos
permitir o adensamento prévio ao cisalhamento. realizados, os dois ensaios apresentaram
Para os ensaios inundados, a caixa de resultados bastante semelhantes. A amostra 01
cisalhamento foi inundada com água destilada apresentou uma porcentagem de 65,1% areia,
de modo que as etapas de adensamento e 34,9% de finos, sendo 2,5% de silte e 32,4% de
saturação da amostra ocorressem argila. Já a amostra 02 apresentou uma
simultaneamente. A velocidade do ensaio porcentagem de 62,8% de areia, 37,2% de finos,
utilizada foi de 0,05 mm/min, de modo a sendo 7,1% de silte e 30,1% de argila. A Figura
permitir a dissipação de excesso de poro 3 apresenta as curvas granulométricas das
pressão que pudesse ocorrer durante o amostras 01 e 02.
cisalhamento.
Para ambas as condições de ensaios
utilizaram-se 04 níveis de carregamento. As
tensões normais adotadas foram de 50, 100, 200
e 400 kPa.

2.2.3 Ensaios de Compressão Edométrica

Os ensaios de compressão confinada foram


realizados em corpos de prova compactados em
anéis com diâmetro nominal de 50 mm e altura
Figura 3. Curvas granulométricas das amostras 01 e 02.
de 20 mm. A compactação foi realizada no teor
de umidade ótimo e massa específica seca A Tabela 1 mostra os resultados encontrados
máxima. Após a moldagem os corpos de prova para os limites de liquidez (LL) e limite de
foram submetidos a tensões verticais de 12,5; plasticidade (LP) das amostras 01 e 02.
25; 50; 100; 200; 400 e 800 kPa. No estágio de Obtiveram-se para os ensaios valores médios de
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LL e LP, respectivamente, 32% e 18%.


Consequentemente, o valor médio do Índice de
plasticidade é de 14%. Observando a tabela 1,
percebe-se que a amostra 01 apresenta uma
maior plasticidade, quando comparada a
amostra 02.
Tabela 1. Limites de Atterberg obtidos.
Ensaio LL (%) LP (%) IP (%)
1 37 17 20
2 27 19 8

Já que o solo é constituído em sua maior


parte por material granular, e os pontos obtidos
na carta de plasticidade se apresentam acima da Figura 5. Curva tensão cisalhante versus deslocamento
reta inclinada para ambas as amostras, elas horizontal das amostras 01 e 02, na condição não-
serão classificadas, portanto, como areias inundada, para os quatro níveis de tensão normal.
argilosas (SC). Entretanto, quando ensaiadas na condição
não-inundada, a amostra 01 é aquela que
3.2. Ensaios de Cisalhamento Direto apresenta maiores valores de tensão cisalhante
para todos os níveis de tensão normal. Para
A seguir são apresentados gráficos de tensão melhor entender essa variação de resistência nas
cisalhante versus deslocamento horizontal, amostras ensaiadas, foram plotadas envoltórias
comparando as duas amostras estudadas na de ruptura para cada amostra na condição
condição inundada (Figura 4) e na condição inundada e não-inundada (Figuras 6, 7, 8 e 9).
não-inundada (Figura 5).

Figura 6. Envoltória de resistência para a amostra 01 na


condição inundada.

Figura 4. Curva tensão cisalhante versus deslocamento


horizontal das amostras 01 e 02, na condição inundada,
para os quatro níveis de tensão normal.

A partir da Figura 4, é possível observar que


a amostra 02 apresentou valores maiores de
tensão cisalhante para todos os níveis de tensão Figura 7. Envoltória de resistência para a amostra 01 na
normal, quando ambas foram ensaiadas na condição não-inundada.
condição inundada.
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Já na condição inundada, notou-se que a


amostra 01 teve uma redução significativa dos
parâmetros de resistência e a amostra 02 teve
uma redução do intercepto de coesão de
aproximadamente 50% e manteve praticamente
constante o ângulo de atrito, fazendo com que a
amostra 02 se mostre mais resistente para esta
condição.
Figura 8. Envoltória de resistência para a amostra 02 na
condição inundada. 3.2. Ensaios de Compressão Edométrica

Os resultados da compressão edométrica estão


apresentados na Figura 10. Analisando a figura
10, observa-se que durante o carregamento
houve uma pequena variação dos índices de
vazios. A amostra 01 variou de 0,33 à 0,25 e a
amostra 02 variou de 0,36 à 0,32 quando as
tensões variaram de 12,5 a 800 kPa.. Essa
pequena variação deve-se a predominância
Figura 9. Envoltória de resistência para a amostra 02 na quantitativa da fração areia no solo e a energia
condição não-inundada. de compactação imposta ao corpo de prova
A partir das envoltórias de resistência nas antes do ensaio edométrico.
figuras acima, plotadas conforme dados obtidos Percebe-se que a inundação na tensão normal
nos ensaios de cisalhamento direto, é possível de 100 kPa não provocou nenhuma variação
obter parâmetros de resistência, tais como expressiva nos índices de vazios de ambas as
ângulo de atrito e intercepto de coesão. amostras. Entende-se então que na situação de
A amostra 01 apresentou um valor de ângulo compactação imposta e no nível de
de atrito de 34º, quando inundada, e 49º, carregamento em que foi feito a inundação, o
quando não-inundada. Quanto ao intercepto de solo não apresenta comportamento colapsivo.
coesão, percebeu-se que, ao inundar esta
amostra, houve uma queda de cerca de 10
vezes, de forma que foram obtidos os seguintes
valores: 104 kPa, na condição não-inundada, e
11 kPa, na condição inundada.
A amostra 02 apresentou o mesmo valor de
ângulo de atrito para ambas as condições, de
41°. E, como esperado, a mesma amostra
apresentou intercepto de coesão maior na
condição não-inundada se comparado a
condição inundada, obtendo-se valores de 21
kPa e 12 kPa, respectivamente.
Tendo em vista a determinação dos
parâmetros de resistência e retornando a análise Figura 10. Curvas índice de vazios versus tensão normal
das Figuras 4 e 5, a amostra 01 apresenta altos para amostra 01 e 02.
valores de ângulo de atrito (49º) e intercepto de
coesão (104 kPa) na condição não inundada, A amostra 01 apresentou coeficiente de
fazendo com que esta amostra se mostre mais compressão (Cc) e recompressão (Cr) de 0,052 e
resistente que a amostra 02 para esta condição. 0,014, respectivamente. A amostra 02
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apresentou coeficiente de compressão e vazios. Não se caracterizando, portanto, como


recompressão de 0,031 e 0,011, um solo colapsível.
respectivamente.
REFERÊNCIAS
4. CONCLUSÕES
ABNT (2018) NBR-7181. Solo - Análise
4.1. Quanto à Caracterização do Material Granulométrica. Associação Brasileira de Normas
Técnicas, Rio de Janeiro, Brasil, 12p.
O solo em estudo apresentou granulometria
semelhante ao de outras regiões do litoral ABNT (1990) NBR-12007. Solo – Ensaio de
adensamento unidimensional. Método de Ensaio.
nordestino, com uma parcela de areia Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de
predominante (acima de 50%) e com teor de Janeiro, Brasil, 13p.
argila acima de 10%. De acordo com os
resultados, segundo o SUCS, o material foi ABNT (2016). NBR-6459: Solo – Determinação do
classificado como uma areia argilosa (SC). Limite de Liquidez. Método de ensaio. Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, Brasil,
4.2. Quanto aos Parâmetros de Resistência 05p.

Os parâmetros de resistência para a condição ABNT (2016) NBR-7180. Solo – Determinação do limite
não inundada caracterizaram a amostra 01 como de plasticidade. Método de ensaio. Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, Brasil,
mais resistente, porém, na condição inundada, 03p.
esta amostra obteve uma redução significativa
dos parâmetros. American Society For Testing And Materials. D3080:
A amostra 02 teve uma redução do standard test method for direct shear test of soils
intercepto de coesão de aproximadamente 50% under consolidated drained conditions. Pensilvânia,
Estados Unidos: ASTM, 1998
e manteve praticamente constante o ângulo de
atrito, fazendo com que a amostra 02 se mostre Fookes, P. G.: Tropical Residual Soils. The Quarterly
mais resistente para esta condição, mas com Journal of Engineering Geology, Volume 23, p. 1–
comportamente semelhante ao observado na 101. 1997.
primeira amostra.
Santos Jr, O. F.; Coutinho, R. Q.; Severo, R. N.:
Essa variação expressiva dos parâmetros Propriedades geotécnicas dos sedimentos da
de resistência da amostra 01 pode ser relegada a Formação Barreiras no litoral do Rio Grande do Norte
influência da sucção desenvolvida no solo, uma – Brasil. Revista Geotecnia n° 134, p. 87-108, julho,
vez que foi observada sua dissipação com a 2015.
inundação da amostra. Essa mesma parcela de
Sousa, R. A. (2018). Resistência e compressibilidade de
sucção pode ser a razão para o valor exagerado solos da Formação Barreiras da região de Natal/RN.
observado no ângulo de atrito na amostra Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-
indeformada, uma vez que se observa uma Graduação em Geotecnia, Departamento em
conformidade entre os valores de resistência Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio
obtidos em ensaio pela envoltória (R² mínimo Grande do Norte, 112 p.
observado de 0,94), com grande resistência total
devido à parcela de coesão aparente, e com os
valores compatíveis com os observados por
Sousa (2018).

4.3. Quanto aos Parâmetros de


Compressibilidade

Para ambas as amostras, em nenhuma etapa,


houve variação significativa no índice de

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