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Pontes - CCE0288

Prof.: Ana Paula Smiderle


Introdução
• Ponte
– Obra destinada a permitir a transposição de
obstáculos para estabelecer a continuidade de uma
via.
– Ex: rios, braços de mar, vales profundos, outras vias
etc.
• Ponte propriamente dita quando o obstáculo é
um curso de água ou outra superfície líquida
como lago ou braço de mar;
• Viaduto quando o obstáculo é outra via ou um
vale;
• Viaduto de acesso – viaduto que serve para dar
acesso a uma ponte.
Introdução
Introdução
• Galerias – em algumas situações pode ser
apresentar características de pontes.
Introdução
• Características particulares ao se comparar pontes com edifícios.
• Ações:
– Efeito dinâmico – devido as sobrecargas de utilização;
– Envoltória dos esforços – devido as cargas serem móveis;
– Fadiga de materiais – devem ser verificados;
• Processos construtivos – existem processos específicos para pontes;
• Composição estrutural – difere de edifícios devido a cargas de
utilização, vão a serem vencidos e do processo de construção;
• Análise estrutural - existem simplificações como, por exemplo, o
cálculo da estrutura em grelha considerando elementos
indeformáveis na direção transversal.
Estrutura da Ponte
Estrutura da Ponte
• Superestrutura:
– Parte da ponte que recebe diretamente as cargas de uso
normal e funcional;
• Mesoestrutura:
– Estrutura intermediária, que recebe as cargas verticais e
horizontais da superestrutura e transmite para a
infraestrutura.
• Infraestrutura:
– Compõe os elementos estruturais com a função de receber
as cargas da superestrutura, por meio da mesoestrutura e
transmitir as mesmas à camadas resistentes do solo
(rocha).
Seção Transversal
• Pista de rolamento - largura disponível para o tráfego
normal dos veículos, que pode ser subdividida em faixas;
• Acostamento - largura adicional à pista de rolamento
destinada à utilização em casos de emergência, pelos
veículos;
• Defensa - elemento de proteção aos veículos, colocado
lateralmente ao acostamento;
• Passeio - largura adicional destinada exclusivamente ao
tráfego de pedestres;
• Guarda-roda - elemento destinado a impedir a invasão dos
passeios pelos veículos;
• Guarda corpo - elemento de proteção aos pedestres.
Seção Transversal
Seção Longitudinal
• Comprimento da ponte (também denominado de vão
total) - distância, medida horizontalmente segundo o
eixo longitudinal, entre as seções extremas da ponte;
• Vão (também denominado de vão teórico e de tramo) -
distância, medida horizontalmente, entre os eixos de
dois suportes consecutivos;
• Vão livre - distância entre as faces de dois suportes
consecutivos;
• Altura de construção - distância entre o ponto mais
baixo e o mais alto da superestrutura;
• Altura livre - distância entre o ponto mais baixo da
superestrutura e o ponto mais alto do obstáculo.
Seção Longitudinal
Exemplos
Exemplos
• As principais pontes de pedra do Brasil foram
construídas entre 1700 e 1850.
Anteriormente, as pontes eram construídas
quase sempre com madeira extraída de
florestas locais. Depois de 1850, com o surto
da Revolução Industrial, passou-se a usar o
ferro na construção. As pontes eram então
encomendadas no estrangeiro (Inglaterra,
Alemanha, Bélgica e Estados Unidos) e
montadas no Brasil.
Ponte Arcos da Carioca

https://peregrinacultural.wordpress.com/2009/08/17/os-
arcos-da-lapa-no-rio-de-janeiro/

http://www.fotolog.com/tumminelli/9782461/
Ponte Arcos da Carioca
• Viaduto de pedra destinado exclusivamente à
passagem de água (aqueduto). Depois foi utilizada
para passagem de bondinho. Comprimento de 270
m, da época do Brasil colonial. Construído entre 1705
e 1709.

https://archtrends.com/blog
/arcos-da-lapa/
Ponte Rosário, Ouro Preto – MG
• Ponte de pedra com 20 m de comprimento, de
1753. Ouro Preto é a cidade do Brasil com
maior número de pontes de pedra.

http://www.panoramio.com
/photo/39189180
Ponte da Cadeia, em São João Del Rei – MG

• Ponte de pedra com 40 m de comprimento, de


1798.

Fotografias de Paulo Sérgio Bastos


Ponte Torta, Jundiaí – SP

Desenho Original da Ponte Torta

Ponte Torta em 1900

https://turismo.jundiai.sp.gov.br/atrativos/patrimonio-historico/ponte-torta/
Ponte “Raul Veiga”, Santo Antônio de Pádua – RJ

• De CA, viga Vierendeel de 29,5 m de vão,


comprimento total de 177 m, de 1922.
Ponte “Hercílio Luz”, Florianópolis – SC
• Uma das primeiras pontes pênseis construídas
no Brasil, de aço. Faz a ligação da ilha com o
continente. Comprimento total de 822 m, com
339 m de vão do tramo pênsil de correntes, de
1926.
Ponte “Hercílio Luz”, Florianópolis – SC
Ponte “Hercílio Luz”, Florianópolis – SC
Ponte “Rio das Antas”, Caxias e Vacaria - RS

• Arco engastado de Concreto Armado (CA),


com vão de 72 m, de 1943.
Ponte “Rio das Antas”, Caxias e Vacaria - RS
Ponte “Galeão”, no Rio de Janeiro – RJ
• Primeira ponte em Concreto Protendido (CP)
nas Américas. Comprimento total de 370 m,
vigas pré-moldadas protendidas com vão
máximo de 43 m, de 1949.

Elevação da ponte do Galeão


Ponte “Galeão”, no Rio de Janeiro – RJ
Ponte “Eng. Antonio Nunes Galvão”, Paraná.

• Ponte ferroviária de CA, comprimento total de


457 m, de 1957.
Ponte “Eng. Antonio Nunes Galvão”, Paraná.
Ponte “da Amizade”, Brasil e Paraguai
• De CA, comprimento total de 552 m, com arco
de 303 m, de 1962.
Ponte “da Amizade”, Brasil e Paraguai
Ponte “da Amizade”, Brasil e Paraguai
Ponte “Viaduto do Fundão”, Araguari – MG

• Uma das mais notáveis obras ferroviárias do


Brasil. De CA, comprimento de 660 m, com
pilares de 86 m de altura, distantes entre si de
25 m, de 1969.

https://www.flickr.com/photos/johannes-j-smit/5991663123/in/photostream/
Ponte “Rio-Niterói”, Rio de Janeiro - RJ
• Comprimento total de 13,3 km, composta por
11 trechos distintos, com vigas pré-moldadas
e aduelas protendidas (CP), seções
protendidas e metálicas. A estrutura metálica
foi projetada na Inglaterra, montada por eles,
com recorde mundial de vão de 300 m em
viga reta. 93% do tabuleiro é de concreto, e
7% em estrutura metálica. Foi implantado o
primeiro serviço de informática em projetos
de engenharia no Brasil. De 1974.
Ponte “Rio-Niterói”, Rio de Janeiro - RJ
Ponte “Rio-Niterói”, Rio de Janeiro - RJ

Vídeo: Por que a


Ponte Rio-Niterói
não balança mais?
Requisitos Principais
• Funcionalidade – a ponte deverá satisfazer de
forma perfeita as exigências de tráfego, vazão,
etc;
• Segurança – a ponte deve ter seus materiais
constituintes solicitados por esforços que neles
provoquem tensões menores que as admissíveis
ou que possam provocar ruptura. A ponte
também deve apresentar conforto quando da
passagem de cargas dinâmicas, ou seja, deve
apresentar pequenas vibrações.
Requisitos Principais
• Estética – a ponte deve apresentar aspecto
agradável e se harmonizar com o ambiente
em que se situa.
• Economia – deve ser feito estudo comparativo
entre as várias soluções escolhendo a mais
econômica. Desde que atendidos os
requisitos: Funcionalidade, Segurança,
Estética e Durabilidade.
Requisitos Principais
• Durabilidade – a ponte deve atender às
exigências de uso durante um certo período
de tempo previsto.
Classificação das pontes
• Segundo a extensão do vão (total)
– Galerias: de 2m a 3m;
– Pontilhões: de 3m a 10m;
– Pontes: vão maior que 10m.
Classificação das pontes
• Segundo a durabilidade:
– Permanentes: construídas em caráter definitivo,
sendo que a durabilidade deverá atender até que
forem alteradas as condições da estrada;
– Provisórias: possuem duração limitada,
geralmente até que se construa a obra definitiva,
servindo quase sempre de desvio de tráfego;
– Desmontáveis: são construídas para uma duração
limitada, sendo que diferem das provisórias por
serem reaproveitáveis.
Classificação das pontes
• Segundo a natureza do tráfego:
– Pontes rodoviárias;
– Pontes ferroviárias;
– Pontes para pedestres (passarelas);
– Pontes canal;
– Pontes mistas;
– Pontes aquedutos;
– Pontes aeroviárias.
Classificação das pontes
Classificação das pontes
Classificação das pontes
Classificação das pontes
Classificação das pontes
• Segundo o desenvolvimento planimétrico:
– Retas – ortogonais ou esconsas:
Classificação das pontes
• Segundo o desenvolvimento planimétrico:
– Curvas:
Classificação das pontes
• Segundo o desenvolvimento altimétrico:
– Retas – horizontal ou em rampa:

Horizontal

Em rampa
Classificação das pontes
• Segundo o desenvolvimento altimétrico:
– Curvas – tabuleiro convexo ou côncavo:

Convexo

Côncavo
Classificação das pontes
• Segundo o sistema estrutural da
superestrutura:
– Ponte em viga;
– Ponte em pórtico;
– Ponte em arco;
– Ponte pênsil;
– Ponte estaiada.
Classificação das pontes
• Ponte em viga:
Classificação das pontes
• Em geral, têm altura constante e são
executadas em concreto armado ou
protendido.
• As vigas principais podem ser ou não pré-
moldadas.
• Vãos até 25 metros em concreto armado, a
estrutura será mais econômica.
Classificação das pontes
• Para pré-dimensionamento adotar as seguintes relações entre
altura do vigamento e o vão para vigas biapoiadas com
balanços:
Classificação das pontes
• Ponte em pórtico:
– Uma variante das pontes retas são conhecidas
como pontes em pórticos, que através das formas
dos pilares ou da ligação com as vigas principais
(sem aparelho de apoio), fazem com que o
conjunto vigas principais/pilares devem ser
analisados como pórticos.
Classificação das pontes
• Ponte em pórtico:
Classificação das pontes
• Ponte em arco:
– O esquema estático em arco é interessante pois o
efeito da flexão é reduzido. assim, consegue-se
vencer grandes vãos com uma estrutura esbelta.
tem-se executado pontes em arcos com vãos de
até 300 metros.
Classificação das pontes
• Ponte em arco:
Classificação das pontes
• Ponte pênsil:
– É um tipo de ponte suspensa, que é sustentada
por sistema de cabos e mastros. Na ponte pênsil
os cabos principais partem de um mastro a outro
formando uma parábola. Dos cabos principais
partem os cabos de sustentação da plataforma,
que são verticais e espaçados igualmente. É uma
técnica construtiva anterior ao da ponte estaiada.
Classificação das pontes
• Ponte pênsil:

Imagem por: Rich Niewiroski Jr. Ponte Akashi-Kaikyo


Classificação das pontes
• Ponte estaiada:
– O vigamento fica suspenso por cabos denominados de estais
que são fixados nas torres;
– O vão da viga fica reduzido entre os estais;
– As vigas são em geral pré-moldadas e são executadas
conjuntamente para os 2 lados da torre;
– Os estais são tracionados e ocorre compressão nas vigas;
– Um tabuleiro contínuo com altura reduzida;
– Uma ou mais torres;
– Cabos são tensionados diagonalmente das torres;
– Cabos de aço (flexíveis): vulneráveis ao vento;
– Peso leve da ponte: vantagem durante terremotos;
– Comprimento de vãos típicos: de 110 até 480 metros;
– Aparência moderna.
Classificação das pontes
• Ponte estaiada:
Classificação das pontes
• Segundo o material da superestrutura:
– Pontes de madeira;
– Pontes de alvenaria;
– Pontes de concreto armado;
– Pontes de concreto protendido;
– Pontes de aço;
– Pontes mistas (concreto e aço).
Classificação das pontes
• Pontes de madeira:
Classificação das pontes
• Pontes de alvenaria:
Classificação das pontes
• Pontes de concreto armado:
Classificação das pontes
• Pontes de concreto protendido:
Classificação das pontes
• Pontes de aço:
Classificação das pontes
• Pontes mistas (concreto e aço):
Classificação das pontes
• Segundo a posição do tabuleiro:

Para as pontes pênseis e para as pontes estaiadas o tabuleiro é sempre inferior.


Classificação das pontes
• Segundo a mobilidade
dos tramos:
Classificação das pontes
Classificação das pontes
• Segundo o tipo estático da superestrutura:
– Isostática: Usualmente empregado em pontes
construídas com pré-moldados:
Classificação das pontes
– Hiperestática:
Classificação das pontes
• Segundo o tipo construtivo da superestrutura:
– “In loco”: A superestrutura é executada no próprio local da
ponte, na posição definitiva, sobre escoramento
apropriado, apoiando-se diretamente nos pilares;
– “Pré-moldada”: Os elementos da superestrutura são
executados fora do local definitivo (na própria obra, em
canteiro apropriado ou em usina distante) e, a seguir,
transportados e colocados sem pilares. Esse processo
construtivo é muito usual em pontes de concreto
protendido, principalmente quando houver muita
repetição de vigas principais. A pré-moldagem da
superestrutura, em geral, não é completa (são pré-
moldados quase sempre, apenas os elementos do sistema
principal, vigas principais), o restante da superestrutura
deve ser executado “in loco”.
Classificação das pontes
• Segundo o tipo construtivo da superestrutura:
– “Em balanços sucessivos”: a ponte tem sua
superestrutura executada progressivamente a
partir dos pilares já construídos. Cada parte nova
da superestrutura apoiando-se em balanço na
parte já executada. A grande vantagem é a
eliminação total (quase sempre) dos
escoramentos intermediários. Trata-se de uma
execução “in loco”, porém com características
especiais. Vídeo: Balanços
sucessivos
Classificação das pontes
• Segundo o tipo construtivo da superestrutura:
– “Em aduelas ou segmentos”: é semelhante ao dos
balanços sucessivos, sendo também utilizado em
obras de concreto protendido. Difere porém do
processo anterior, em que as partes
sucessivamente colocadas em balanço e apoiadas
no trecho já construído são pré-moldadas.
Classificação das pontes
• Segundo a seção transversal as pontes de
concreto se classificam em:
– Ponte de laje:

– Ponte de viga:
Classe 36
Reforço – Classe 45

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