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TATUAGENS E ESCARIFICAÇÕES

A escarificação é a prática de cortar a pele para produzir cicatrizes e formar arte no


corpo.

O que é escarificação ?

A escarificação é o uso de cicatrizes controladas para formar arte corporal, sendo


diferente de uma auto-mutilação por ter fins artísticos e estéticos e não como expressão
de formas de depressão ou baixa auto-estima. A escarificação é feita, muitas vezes, para
marcar um momento da vida das pessoas pois é um processo diferente da tatuagem e ao
final do processo de cicatrização – e da formação de uma quelóide controlada – ela terá
um aspecto tridimensional e de alto relevo, ficando algumas vezes no tom da pele.

Como é feita uma escarificação

As escarificações podem ser feitas de diversas formas e utilizando diversas ferramentas


e utensílios para isso.

Escarificação de corte e de remoção de pele: Esse é o tipo mais comum de escarificação,


sendo normalmente feita com um bisturi que vai cortar a pele a una profundidade de
aproximadamente 3mm. Para uma escarificação de corte ou remoção é feito um
decalque que é aplicado sobre a pele para marcação e em seguida são feitos os cortes.
Normalmente são desenhos simples, linhas retas e uniformes para se ter um bom
resultado. A diferença da escarificação de corte para a escarificação com remoção é que
na de corte é feito apenas um corte fino feito com o bisturi e na remoção há remoção da
pele com a ajuda de uma pinça de dissecação. O tamanho da pele removida na
escarificação com remoção varia de acordo com o desenho e algumas vezes diversas
‘fatias’ de pele são removidas em apenas uma arte.

Escarificação Química: é a escarificação acentuada por um produto químico ou


totalmente produzida por um produto do mesmo tipo. No primeiro caso, a escarificação
é feita por meio de corte, as linhas são marcadas na pele e logo após, um produto
químico comum (como sabão) é adicionado à escarificação para produzir cicatrizes
mais acentuadas e altas. No segundo tipo de escarificação química, um produto químico
é usado para formar a marca na pele. Após a limpeza e preparo do local
da escarificação, uma área é isolada por meio de um produto químico impermeável
como vaselina ou mesmo uma fita adesiva de alta resistência, após este preparo o
produto químico é espalhado no local e após um período de 2 a 10 minutos é removido
com água em abundância.

Apesar de o uso de produtos químicos como ácido sulfúrico, ácido clorídrico, hidróxido
de sódio, soda cáustica ou hidróxido de potássio parecer óbvio no caso de
uma escarificação química, estes produtos nunca devem ser usados para esta prática
pois devem ser usados produtos totalmente solúveis em água e que não queimem em
alguns segundos já que sua remoção tem que ser rápida e precisa antes que causem uma
queimadura mais profunda do que o desejado. Tais soluções precisariam ser
neutralizadas antes de serem removidas da pele e a água não faria isso, espalhando elas
e causando grandes queimaduras por onde passassem.

Os melhores produtos químicos para uma escarificação química seriam os oxidantes.


Mesmo que os oxidantes precisem de água para ativar suas reações, eles são
neutralizados por grandes quantidades de água. Os únicos oxidantes não indicados para
uma escarificação química são os à base de cloro por serem extremamente tóxicos. O
mais indicado para a uma escarificação química é o AgNO 3, um oxidante não-tóxico.

Vale lembrar que uma escarificação química é mais dolorosa do que uma tatuagem e
oferece riscos à saúde, diferente da escarificação comum.

Escarificação por abrasão: É um método muito raro de se fazer uma escarificação por
ser muito doloroso. Na escarificação por abrasão, normalmente uma ferramenta é
utilizada para “roer” a pele até formar a arte desejada. Um outro motivo para não se
fazer uma escarificação por abrasão é o fato de que durante o processo muito sangue e
resíduos de pele são espalhados no local, tornando-o menos estéril e assim, inadequado
para a prática de modificação corporal.
Escarificação com máquina de tatuagem: É a escarificação feita com uso da máquina de
tatuagem mas sem tinta e passando a agulha várias vezes pelo mesmo local. Este tipo
de escarificação cria uma cicatriz menos visível mas muito mais rica em detalhes, quase
como uma tatuagem transparente.

Cicatrização de uma escarificação

O resultado final de uma escarificação depende do quanto ela é irritada ao longo da


recuperação para que se formem cicatrizes ou queloides controladas. Ao contrário do
que parece, é necessário muito cuidado neste processo para evitar que a cicatriz se
descontrole e se torne um verdadeiro problema, causando uma queloide descontrolada
no lugar da escarificação.

O que ajuda na formação de uma escarificação é a demora no processo de cicatrização,


muitos costumam evitar o surgimento de cascas na escarificação por meio de abrasão ou
irritando a ferida por meio de irritantes químicos ou naturais como pasta de dentes ou
suco de frutas cítricas. As vezes tintura de iodo é utilizada na escarificação para atrasar
a cicatrização por até meses.

As queloides são procuradas em uma escarificação para ter um efeito 3D e de alto


relevo. Em casos onde o resultado pretendido não é alcançado na escarificação, ela pode
ser cortada novamente.
Perigos e cuidados com uma escarificação

A escarificação é um trauma à pele e muitos a consideram como uma prática não


segura, por isso deve ser bem cuidada. Devido ao risco de infecção, além dos materiais
corretos para a prática da escarificação, é necessário um profissional apto para a
realização e a ferida deve ser mantida limpa por meio de sabonete anti-séptico e uma
boa higiene geral. Se você pretende fazer uma escarificação, tenha muito cuidado e siga
à risca todas as indicações do profissional.

A escarificação no Brasil

A escarificação – como a conhecemos hoje – está inserida no Brasil há


aproximadamente uma década. Fato curioso é que os primeiros profissionais nacionais
da escarificação não atuam mais no ramo, o que dificulta bastante o nosso entendimento
de como tudo exatamente começou e aconteceu por aqui. O que sabemos é que os
primeiros “escarificadores”, são até hoje citados como grande referencial pelos
profissionais que ainda atuam no Brasil.

A tatuagem é o resultado de um depósito de pigmentos coloridos (ou não) insolúveis


na pele. Esses pigmentos formam um desenho e permanecem definitivamente na
camada sub-cutânea.

Hoje em dia, a técnica mais comum introduz esses pigmentos com o uso
de agulhas especiais na segunda camada do tecido epitelial (pele), na região da derme.
Mas há outras técnicas utilizadas, como a sumi, que usa o bambu em lugar de agulhas.

A tatuagem surgiu primeiramente entre tribos e clãs, como fator distintivo de grupo.
Estima-se que isso ocorreu há pelo menos 3500 anos atrás. Inclusive, foi comprovada
uma tatuagem em uma múmia do século VII dos nossos tempos – e há ainda quem
diga que é um sintoma da modernidade. Depois, com as evoluções sociais e da própria
tatuagem passou a ser o que é hoje, ou seja, mais uma expressão da personalidade, uma
marca particular do indivíduo.

Segundo o jornalista João do Rio: “primeiro homem, ao perder o pêlo, descobriu a


tatuagem”.

Outra forma de uso da tatuagem era para marcar os fatos que marcavam fases da vida,
dentre eles o nascimento, a puberdade, a reprodução e a morte. Em tempos modernos, a
tatuagem se disseminou primeiro entre marinheiros para, décadas depois se tornar
comum entre presidiários. Foi por conta disso que, por um longo tempo tatuados foram
marginalizados.

O crescimento das tattoos em peles femininas é algo recente. Sendo hoje visto como
algo normal, foi outrora visto como bizarrice tamanha ao ponto de mulheres tatuadas se
tornarem atrações em circo. Mas nem sempre foi motivo de entretenimento, houve ainda
momentos de utilização de tatuagens para fins terríveis, como para marcação
de prisioneiros judeus, que foram numerados durante a Segunda Guerra Mundial.
OTZI

Um acaso levou à descoberta de uma múmia de cinco mil anos, congelada e soterrada
nos Alpes do Tirol, na fronteira entre a Itália e a Áustria. Ela foi batizada como Ötzi, o
homem de gelo, por ter sido encontrada no maciço de Ötzal. A descoberta gerou uma
série de pesquisas por parte de estudiosos de várias áreas, o que aponta a grande
importância da descoberta, já que é uma das poucas múmias bem conservadas
encontradas na Europa.

Apesar do enigma, o que é mais interessante nesta história toda é a reconstrução de um


passado muito distante proporcionado pelo encontro desta múmia. Segundo Jean
Guilaine, historiador e professor do Collège de France, Ötze foi encontrado por acaso
durante uma caminhada do casal alemão Erika e Helmute Simon pela montanha
Similaun, sendo que os arqueólogos dataram a idade da múmia em 5 mil anos, já que os
vestígios vegetais encontrados nos equipamentos do homem indicavam que ele havia
vivido entre os anos de 3300 e 3100 a.C.

A conservação do corpo em baixas temperaturas possibilitou saber que era um homem


que tinha entre 40 e 50 anos quando morreu, detentor de cabelos crespos e castanhos,
cultivava ainda uma barba. Este conhecimento foi obtido com os pelos encontrados em
suas roupas e objetos. Tinha ainda tatuagens que adornavam os pontos dolorosos de seu
corpo causado por uma possível artrose. Estas marcas feitas com carvão podem indicar
um conhecimento do corpo semelhante ao da acupuntura chinesa, já que as marcas estão
em locais que também são indicados por este ramo da medicina oriental.

Memorial construído no local onde foi encontrado Ötzi. **

Foram encontrados ainda objetos que poderiam apresentar detalhes das condições de
vida dos seres humanos durante o Neolítico. Ötzi vestia roupas feitas de pele de cabra,
veado e urso, ostentando na cintura uma bolsa de couro, onde foi encontrada uma
raspadeira, uma broca, uma lâmina de sílex (rocha utilizada para a fabricação de
instrumentos), uma agulha de osso, um amolador de pedra e alguns fungos,
possivelmente utilizado para fins medicinais.

As armas que ele tinha em seu poder eram um arco incompleto de 1,8 metros de
comprimento e com as flechas também em mau estado de conservação. Ötzi possuía
ainda um instrumento para retalhar animais, tendões de pássaros e alguns pedaços de
galhadas de veados, que foram interpretados pelos arqueólogos como possível matéria-
prima para a construção de projéteis para as flechas.

De coletas de vestígios de seu trato digestivo foi possível indicar que ele se alimentava
de trigo possivelmente moído, utilizado como farinha para a produção de pão, e outras
plantas. Restos em seu intestino indicam que se alimentou também de carne de animais,
como o veado vermelho e cabra montanhesa alpina. Fungos foram encontrados em seu
intestino, o que pode indicar a utilização destes seres vivos na conservação de alguns
alimentos.

Mas quem era este homem? As hipóteses levantadas é que ele poderia ser um prospector
em busca de cobre, um xamã solitário ou um pastor de cabras. As causas de sua morte
pode ter sido o frio, em decorrência de um ferimento de flecha no ombro ou mesmo que
tenha morrido ao fugir de uma tempestade. Não é possível saber precisamente as
condições de vida de Ötzi, mas o que realmente interessa é que seu corpo, que hoje se
encontra no Museu do Homem de Gelo, localizado em Bolzano, na Itália, levanta
muitas dúvidas, mas também aponta vários caminhos de estudo para se conhecer os
estilos de vida de nossos antigos antepassados.

Referência Bibliografica

https://www.mundodastatuagens.com.br/historia-da-tatuagem/

http://www.tintanapele.com/2013/03/escarificacao.html

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