Você está na página 1de 33

A Arte Medieval

Durante a Idade Média a arteA esteve


Artepredominantemente
Medieval comprometida com o
projeto de difusão e propaganda do Cristianismo europeu. Durante este período,
visto que a vasta maioria dos camponeses era iletrada, as artes visuais eram o
principal método para comunicar as idéias religiosas aos fiéis, juntamente da
apresentação de sermões. A Igreja Católica era uma das poucas instituições
ricas o suficiente para remunerar a obra dos artistas, e portanto a maior parte
das obras eram de natureza religiosa (condicionando o que se conhece por arte
sacra).

Desde a queda do Império Romano, muitas das técnicas artísticas desenvolvidas


na Grécia Antiga foram perdidas, o que levou a pintura medieval a ser
predominantemente bidimensional. Como não havia nenhuma noção de
perspectiva na produção artística do período, as personagens retratadas eram
pintadas maiores ou menores de acordo com sua importância e seu simbolismo
e não de acordo com sua posição relativa à tela e ao olho do observador. Ao
lado da pintura, a tapeçaria era a mais importante forma de arte medieval: as
peças de tapeçaria eram elementos necessários para manter o calor interno dos
castelos no inverno (os quais eram construídos predominantemente com pedra).
A mais famosa tapeçaria medieval é o ciclo conhecido como A senhora e o
unicórnio.
• As duas principais manifestações arquitetônicas (principalmente
relacionadas à construção de catedrais) eram o românico (até meados
do século XII) e o gótico (de meados do século XII em diante).
Apesar de ambas serem normalmente associadas a diferentes períodos
históricos, elas nunca deixaram de ser construídas e eventualmente
manifestavam-se paralelamente. Destaca-se também a formação das
corporações de ofícios, especialmente durante o período do
Renascimento comercial, reunindo artesãos que detinham o
monopólio do conhecimento prático de determinado assunto.
• Vale ressaltar que o povo durante a Idade Média não possuía o hábito
da leitura, visto que eram poucos aqueles que tinham acesso à escrita e
que podiam ler. Portanto, as artes visuais foram um dos principais
meios encontrados pela Igreja Católica de passar para a sociedade os
valores do cristianismo.
• A maioria dos artistas medievais eram anônimos e o trabalho coletivo
era bastante comum. Além disso, é difícil identificar artistas
individuais no período.
O pensamento medieval, dominado pela religião, cede lugar a uma cultura voltada
para os valores do indivíduo. Os artistas, inspirando-se uma vez mais no legado
clássico grego, buscam as dimensões ideais da figura humana e a representação fiel
da realidade. Esse período corresponde à Baixa Idade Média e início da Idade
Moderna (do século XIII ao XVI) e pode ser dividido em Duocento (1200 a 1299),
Trecento (1300 a 1399), Quattrocento (1400 a 1499) e Cinquecento (1500 a 1599).

O movimento renascentista foi a evolução das artes, sobretudo da pintura, da


escultura, da arquitetura, da literatura e da música com características e propostas
novas. Utilizando-se de temas cristãos ou da Antiguidade greco-romana, a arte
renascentista valorizou o homem como a medida de todas as coisas. Os elementos
artísticos da Antiguidade clássica voltaram a servir de referência cultural e
artística. O humanismo colocou o homem como centro do universo
(antropocentrismo). O uso da técnica de perspectiva, de conhecimentos científicos
e matemáticos para reproduzir a natureza com fidelidade são características desta
época. A escultura e a pintura adquiriram autonomia em relação à arquitetura. As
obras dos artistas retratavam a beleza, a harmonia e o movimento do corpo
humano, em perfeitas construções anatômicas. A técnica da pintura desenvolveu-se
rapidamente, pois os artistas precisavam retratar o burguês, sua família e os objetos
de luxo de sua residência com minúcias de detalhes.
A escultura renascentista foi marcada pela expressividade e pelo naturalismo. A xilogravura
passou a ser muito utilizada nesta época. Na pintura destacam-se as obras: A Alegoria da
Primavera, de Sandro Botticcelli; A Virgem dos Rochedos, Monalisa e A Última Ceia de
Leonardo da Vinci; A Escola de Atenas, de Rafael Sanzio; o teto da Capela Sistina e a
escultura Davi de Michelangelo Buonarotti. Todas as obras revelam um acentuado espírito
crítico da época, uma valorização dos feitos humanos e uma utilização progressiva das
línguas nacionais. Nesse sentido, podemos destacar como uma influência marcante do espírito
humanista, a tradução da Bíblia do latim para o alemão pelo monge Martim Lutero,
responsável pela Reforma Protestante, movimento contra a supremacia papal iniciado na
Alemanha e inspirado no princípio de que todo fiel deveria ser capaz de ler e interpretar, por
conta própria as Sagradas Escrituras.

A música tornou-se uma arte independente e não simplesmente um instrumento auxiliar das
cerimônias religiosas. Além da música sacra, desenvolveram-se a profana e a arte do canto
coral. Compositores e músicos, em suas criações e interpretações uniam a habilidade técnica,
emoção, conseguindo efeitos extraordinários.

Com as riquezas acumuladas com o comércio, a burguesia italiana incentivava o


embelezamento das cidades, com a construção de palácios, catedrais, capelas, pontes e
monumentos em praças públicas, patrocinando do o desenvolvimento das artes em geral.
Nobres, burgueses, papas e bispos financiavam e contratavam os artistas para decorarem seus
palácios, capelas e igrejas e eram chamados de "mecenas". Ter a sua volta um punhado de
artistas e intelectuais significava prestígio e poder para as ricas famílias da época.
Vincent de Beauvais
escrevendo em seu
escritório, em ilustração
do século XV. Até a
invenção da imprensa, os
livros, copiados
manualmente, tinham
circulação muito restrita.
Gravura do século XVI representando gráficos trabalhando
em uma oficina que contava com os equipamentos
tipográficos inventados por Gutemberg.
CARACTERÍSTICAS:

Humanismo: forma mais terrena, concreta, de pensar a


ciência, a moral, a religião etc.
Antropocentrismo: o homem passa a ser visto como o
centro do Universo, negando o Teocentrismo Medieval.
Individualismo: valorização da capacidade de criação e
o espírito de competição.
Racionalismo: sobreposição da ciência
(experimentalismo) sobre a fé (dogmas).
Naturalismo: preocupação em retratar fielmente os
homens e animais nas artes(detalhes anatômicos).
Heliocentrismo: o sol visto como centro do Universo,
contrariando a concepção geocêntrica de Ptolomeu.
Hedonismo: valorização dos prazeres do corpo e do
espírito etc.
Gravura do alemão
Durer. Aqui, Jesus
Cristo está pensativo e
melancólico. O gosto
pelo corpo e a
humanização de Deus
são típicos do
Renascimento, mas o
estilo alemão é bem
diferente do italiano.
As três graças
Compare estas duas ilustrações italianas. A da
esquerda é medieval (século XIV) e a da direita pertence
a uma obra renascentista de Botticelli (século XV). Na
pintura medieval, as três moças são praticamente
idênticas, até mesmo na postura (louras, mão direita
levantada, roupa uniformizada). No quadro renascentista,
destacam-se as diferenças individuais (cada moça tem
suas próprias características). Note a importância dada ao
corpo humano: rígido na obra medieval; gracioso e
atraente na renascentista.
As três graças
Diagrama do sistema heliocêntrico de Copérnico, com a
Terra e os planetas em órbita em torno do Sol; De
revolutionibus (1543).
ANALOGIA ENTRE O HOMEM MEDIEVAL E O
RENASCENTISTA: (MODERNO)

Enquanto o homem medieval era temente a Deus,


envolvido na cristandade e acomodado às
restrições/obrigações servis, o homem moderno tornou-
se crítico, individualista, envolvido no espírito de
competição capitalista.
FATORES DO PIONEIRISMO ITALIANO NO
RENASCIMENTO:
Desenvolvimento comercial
de suas cidades;
Mecenato (burguesia
incentivadora e protetora das
artes);
Abrigo dos sábios e artistas
bizantinos, com a queda de
Constantinopla;
Sede do Império Romano.

No centro da figura, o atento Maximiliano Sforza, filho de


importante família de Milão, rodeado de colegas
desinteressados na aula.
PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS DO
RENASCIMENTO ARTÍSTICO-CULTURAL NA
ITÁLIA:
Nicolau Maquiavel – O Príncipe
Giovanni Boccaccio – O Decameron
Dante Alighieri – A Divina Comédia
Leonardo da Vinci – A Gioconda e A Santa Ceia.
Michelangelo – Afrescos no teto da Capela Sistina,
Moisés, Pietá
Sandro Botticelli – O Nascimento de Vênus, A Primavera
Rafael Sânzio – Diversas Madonas
William Shakespeare
Nicolau Maquiavel
Lourenço de Médici

Leonardo da Vinci Sandro Botticelli Dante Alighieri


A ESCULTURA RENASCENTISTA
Na escultura renascentista, desempenham um papel decisivo o estudo das proporções antigas e a
inclusão da perspectiva geométrica. As figuras, até então relegadas ao plano de meros elementos
decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a pouco total independência. Já desvinculadas
da parede, são colocadas em um nicho, para finalmente mostrarem-se livres, apoiadas numa base
que permite sua observação de todos os ângulos possíveis.
O estudo das posturas corporais traz como resultado esculturas que se sustentam sobre as próprias
pernas, num equilíbrio perfeito, graças à posição do compasso (ambas abertas) ou do
contrapposto (uma perna na frente e a outra, ligeiramente para trás). As vestes reduzem-se à
expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o dinamismo, revelando uma
figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas.
Outro gênero dentro da escultura que também acaba sendo beneficiado pela aplicação dos
conhecimentos da perspectiva é o baixo-relevo (escultura sobre o plano). Empregando uma
técnica denominada schiacciato, Donatello posiciona suas figuras a distâncias precisas, de tal
maneira que elas parecem vir de um espaço interno para a superfície, proporcionando uma ilusão
de distância, algo inédito até então.
Desse modo, ao mesmo tempo que se torna totalmente independente da arquitetura, a escultura
adquire importância e tamanho. Reflexo disso são as primeiras estátuas eqüestres que dominam
as praças italianas e os grandiosos monumentos funerários que coroam as igrejas. Pela primeira
vez na história, sem necessidade de recorrer a desculpas que justificassem sua encomenda e
execução, a arte adquire proporções sagradas.
Na famosa Pietá Michelangelo representou Cristo morto no
colo de Maria. Expressa o infinito amor da mãe pelo filho.
A PINTURA RENASCENTISTA

Até o advento do renascimento, só era possível, na pintura, transpor para a tábua ou para a parede
duas dimensões: comprimento e largura. Era impossível captar no plano a profundidade, a luz ou
o volume. É por esse motivo que a perspectiva, tanto aqui quanto na arquitetura, passa a ser um
elemento de fundamental importância. Graças e ela os pintores renascentistas conseguem criar o
que até então era inconcebível: espaços reais sobre uma superfície plana.
As figuras, dispostas numa composição estritamente simétrica, a variação de cores frias e quentes
e o manejo da luz permitem criar distâncias e volumes que parecem ser copiados da realidade. A
reprodução da figura humana, a expressão de suas emoções e o movimento ocupam lugar
igualmente preponderante. Os temas a representar continuam sendo de caráter estritamente
religioso, mesmo que, agora, com a inclusão de um novo elemento...
... a burguesia, que queria ser protagonista da história do cristianismo. Não é de admirar, portanto,
que as pessoas se façam retratar junto com a família numa cena do nascimento de Cristo, ou
ajoelhadas ao pé da cruz, ao lado de Maria Madalena e da Virgem Maria. Até mesmo os
representantes da Igreja se rendem a esse curioso costume. Muito diferentes no espírito, embora
nem por isso menos valiosos, são os resultados obtidos paralelamente nos países do norte.
Os mestres de Flandres, deixando de lado as medições e a geometria e recorrendo à câmara
escura, também conseguem criar espaços reais no plano, embora sem a precisão dos italianos. A
ênfase é colocada na tinta (são eles os primeiros a utilizar o óleo) e na reprodução do natural de
rostos, paisagens, fauna e flora, com um cuidado e uma exatidão assombrosos, o que acabou
resultando naquilo a que se deu o nome de Janela para a Realidade.
Sandro Botticcelli, ao desenhar este belo Nascimento de Vênus,
inspirou-se na mitologia clássica greco-romana; ele queria reconciliar
o pensamento cristão com o pensamento pagão da Antiguidade.
A ARQUITETURA NO RENASCIMENTO
Os arquitetos do renascimento conseguiram, mediante a medição e o estudo de antigos templos e
ruínas, assim como pela aplicação da perspectiva, chegar à conclusão de que uma obra
arquitetônica completamente diferente da que se vira até então não era nada mais que pura
geometria euclidiana. O módulo de construção utilizado era o quadrado, que aplicado ao plano e
ao espaço deu às novas edificações proporções totalmente harmônicas. As ordens gregas de
colunas substituíram os intermináveis pilares medievais e se impuseram no levantamento das
paredes e na sustentação das abóbadas e cúpulas. São três as ordens mais utilizadas: a dórica, a
jônica e a coríntia, originadas do classicismo grego. A aplicação dessas ordens não é arbitrária.
Elas representam as tão almejadas proporções humanas: a base é o pé, a coluna, o corpo, e o
capitel, a cabeça. As primeiras igrejas do renascimento mantêm a forma da cruz latina, o que
resulta num espaço visivelmente mais longo do que largo. Entretanto, para os teóricos da época, a
forma ideal é representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega, mais freqüente nas igrejas do
renascimento clássico. As obras da arquitetura profana, os palácios particulares ou comunais,
também foram construídas com base no quadrado. Vistos de fora, esses palácios se apresentam
como cubos sólidos, de tendência horizontal e com não mais de três andares, articulados tanto
externa quanto internamente por colunas e pilares. Um pátio central, quadrangular, tem a função
de fazer chegar a luz às janelas internas. A parede externa costuma receber um tratamento rústico,
sendo a almofadilha mais leve nos andares superiores. A ordem das colunas varia de um andar
para outro e costuma ser a seguinte: no andar térreo, a ordem toscana, uma variante da arquitetura
romana, no pavimento principal, a jônica, e no superior, a coríntia. A divisão entre um nível e
outro é feita por diferentes molduras e uma cornija que se estende por todo o piso de cada andar,
exatamente abaixo das janelas. Têm geralmente forma retangular e são coroadas por uma
finalização em arco ou triângulo.
Vista da Cúpula da Basílica de São Pedro,
Catedral de Florença Vaticano
Michelangelo trabalhou
durante quatro anos na
pintura do teto da
Capela Sistina, no
Vaticano, onde concebeu
e realizou grande
número de cenas do
Antigo Testamento. A
cena mais
representativa é a da
criação do homem, em
que Deus estende a mão
para tocar a de Adão.
Ao morrer, com aproximadamente 67 anos, Leonardo da Vinci deixou cerca de
quatro mil páginas, com desenhos, anotações, projetos de
máquinas e tratados científicos. Entre seus projetos,
encontramos máquinas voadoras, máquinas de guerra
(capazes de lançar bombas à distância), máquinas têxteis,
esboços precisos de músculos, de nervos e do cérebro
humano. Ao lado, uma das páginas deixadas por Da Vinci, na
qual se pode ver o projeto de um laminador movido por roda
hidráulica.
A revolução científica do Renascimento trazia revelações no
campo da medicina que contrariavam dogmas da época.
Vessálio, o pai da moderna anatomia, comprovou que o homem
possui o mesmo número de costelas que a mulher. Harvey
demonstrou que o sangue não circula em uma única direção.
A EXPANSÃO DO RENASCIMENTO CULTURAL
PELA EUROPA:
William Shakespeare: Romeu e Julieta, Hamlet, Otelo
Inglaterra Thomas Morus: Utopia

As obras de Shakespeare estão ainda hoje


presentes no teatro e no cinema.

Michel de Montaigne: “Ensaios críticos”


França François Rabelais: “Gargântua e Pantagruel”

El Greco: O enterro do conde de Orgaz


Espanha Miguel de Cervantes: Dom Quixote
Sancho Pança e Dom Quixote. ( Azulejos em La Mancha, Espanha)

Países Baixos – Erasmo de Rotterdam: Elogio da Loucura


Portugal – Luis de Camões – Os Lusíadas
PRINCIPAIS EXPOENTES DO RENASCIMENTO
CIENTÍFICO:

Nicolau Copérnico: Teoria heliocêntrica


Galileu Galilei: Telescópio (considerado “pai da Física
moderna”)
Miguel Servet e William Harvey: estudos acerca da
circulação sanguínea, dissecando corpos.
Arte Medieval X Arte Renascentista

Você também pode gostar