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A Alma de Todo Apostolado
A Alma de Todo Apostolado
A Alma de Todo Apostolado
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Abade de Sept-Fons
Parte III
“É mais difícil viver bem quando se tem encargo de almas —diz São Tomás—
por causa dos perigos exteriores”.52 Falámos deste perigo no capítulo precedente.
Enquanto o apóstolo desprovido de espírito interior ignora os perigos a que as
obras dão origem e se assemelha a um viajante que atravessa desarmado uma floresta
infestada de bandidos, o verdadeiro apóstolo acautela-se desses perigos todos os dias,
mediante o exame de consciência, que lhe faz descobrir os seus pontos fracos.
Se outra vantagem não tivesse a vida interior, já esta contribuiria para nos
preservar das surpresas da jornada, pois que o perigo previsto está meio afastado. Mas a
sua utilidade é muito superior. A vida interior torna-se para o homem de obras, uma
armadura completa: “Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às
ciladas do demónio”;53 armadura divina que lhe permite: “resistir no dia mau e ficar de
pé depois de ter vencido em tudo”, santificando todos os seus actos.
A vida interior “cinge os rins” do apóstolo com a pureza de intenções. Os seus
pensamentos, desejos e afectos estão postos em Deus, e os prazeres e distracções não o
afastam desse caminho.
Reveste-o da “couraça da justiça” que torna varonil o seu coração e o defende
das seduções das criaturas, do espírito do século e dos assaltos do demónio.
“Calça-o” com a discrição e o recato, fazendo-o aliar a simplicidade da pomba à
prudência da serpente.
Satanás e o mundo procurarão incutir-lhe os sofismas da falsa doutrina, e relaxar
os seus costumes. Ele, porém, defende-se com o “escudo da fé”, que faz brilhar aos
olhos da alma o esplendor do ideal divino.
Conhecimento do seu nada, solicitude pela própria salvação, convicção de que
não conseguirá progredir sem o socorro da graça e, por conseguinte, oração constante e
fervorosa, tanto mais eficaz quanto mais confiante, eis o “elmo da salvação” que
defende a alma dos ataques do orgulho.
Assim armado, dos pés à cabeça, poderá o apóstolo entregar-se sem temor às
obras, e o seu zelo, inflamado pela meditação do Evangelho e fortificado pelo pão
eucarístico, tornar-se-á uma “espada” que lhe servirá para combater os inimigos da sua
alma e conquistar incontáveis almas para Cristo.
b) Repara as forças do apóstolo
No meio de trabalhos e preocupações, e apesar do contacto habitual com o
mundo, o santo preserva o seu espírito interior e dirige os seus pensamentos e intenções,
unicamente, para Deus. A actividade exterior está nele tão sobrenaturalizada e tão
abrasada pelo amor que, longe de diminuir as suas forças, o faz crescer sempre em
graça.
Nas outras pessoas, mesmo fervorosas, ao cabo de certo tempo consagrado às
ocupações exteriores, a vida sobrenatural começa a sofrer algum prejuízo. Absorvidas
com o bem a fazer ao próximo, movidas por uma compaixão pouco sobrenatural pelas
misérias a aliviar, o seu coração imperfeito dirige a Deus chamas menos puras,
escurecidas pelo fumo de numerosas imperfeições.
Deus não pune essa fraqueza com a diminuição da sua graça, e não trata com
rigor esses desfalecimentos, se a alma fizer esforços sérios de vigilância e oração
durante o trabalho e se, após este, voltar para junto d’Ele, a fim de reparar as forças. A
contínua renovação de propósitos do apóstolo, mesmo nas quedas, alegra o coração
paternal de Deus.
Naqueles que lutam, essas imperfeições vão-se tornando cada dia menos
frequentes, à medida que a alma aprende a recorrer a Jesus, que lhe diz: “Vem a Mim,
pobre cervo ofegante, sequioso pelo cumprimento da jornada. Vem encontrar nas águas
vivas novas forças para outras carreiras. Aparta-te um instante da multidão, que não te
dará o alimento de que carecem as tuas forças esgotadas”.
“Vem aqui, à parte, a um lugar deserto e repousa um pouco” (Mc 6, 31). “No
sossego e na paz que encontras junto de Mim, recuperarás o teu primeiro vigor, e
aprenderás a fazer mais com menor dispêndio de forças. Elias, fatigado, desanimado,
viu as suas energias reanimadas por um pão misterioso. Procederei do mesmo modo
contigo, não só com a minha palavra, que é vida, mas com a minha graça, isto é, com o
meu sangue, orientarei, de novo, o teu espírito para os horizontes eternos e renovarei,
entre o meu coração e o teu, um pacto de intimidade. Vem, que Eu te consolarei das
tristezas e das decepções da viagem, e no fogo do meu amor, retemperarás o aço das
tuas decisões”.
“Vinde a Mim todos os que estais fatigados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mt
11, 28).
c) Multiplica as suas energias e méritos
“Tu, pois, filho, fortifica-te na graça que está em Jesus Cristo” (2 Tim 2, 1). A
graça é a participação na vida do Homem-Deus. Jesus é a força por essência. N’Ele
reside, em toda a plenitude, a força do Pai, a omnipotência da acção divina, e o seu
Espírito é chamado Espírito de Força.
“Ó Jesus —exclama São Gregório de Nazianzo— somente em Vós reside toda a
minha força”. “Fora de Cristo —diz por sua vez São Jerónimo— eu sou de todo
impotente”.
O Doutor seráfico, no 4º livro do seu Compêndio de Teologia, enumera os cinco
caracteres principais que em nós reveste a força de Jesus:
O primeiro é empreender coisas difíceis e enfrentar, resolutamente, os
obstáculos: “Animai-vos e sede fortes de coração” (Sl 30, 25).
O segundo é o desprezo das coisas da terra: “Por seu amor quis perder tudo,
avaliando-o como esterco, a fim de ganhar Cristo” (Fil 3, 8).
O terceiro, a paciência nas tribulações: “O amor é forte como a morte” (Cant 8,
6).
O quarto, a resistência às tentações: “O diabo anda em redor de vós como um
leão furioso... resisti-lhe fortes na fé” (1 Ped 5, 8-9).
O quinto é o martírio interior, o testemunho, não do sangue, mas da própria
vida, que se consome no desejo de pertencer a Jesus. Consiste em combater a
concupiscência, dominar os vícios e trabalhar, com energia, na aquisição das virtudes:
“Combati o bom combate” (2 Tim 4, 7).
Enquanto o homem exterior confia nas suas forças naturais, o homem interior
apenas vê nelas auxiliares úteis, embora insuficientes. O conhecimento da sua fraqueza
e a fé na omnipotência de Deus dão-lhe, como a São Paulo, a medida exacta das suas
forças. À vista dos obstáculos que se erguem diante dele, exclama com humilde altivez:
“Quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Cor 12, 10).
Sem vida interior —diz São Pio X— faltarão as forças para aguentar com
perseverança os aborrecimentos que qualquer apostolado acarreta: a frieza e falta de
apoio das próprias pessoas de bem, as calúnias dos adversários, e, às vezes, até os
ciúmes dos amigos, dos companheiros de armas... Só a virtude paciente, fortalecida no
bem e, ao mesmo tempo, suave e delicada, é capaz de remover ou diminuir tais
dificuldades.54
Mediante a vida de oração, como seiva que corre da cepa para os ramos, a força
divina desce à alma do apóstolo para lhe fortalecer a inteligência, comunicando-lhe uma
fé mais viva. Então ele progride, porque essa virtude alumia o seu caminho, e avança
confiante, porque sabe para onde vai e como vai. A esta iluminação, junta-se o
fortalecimento sobrenatural da vontade, que torna os fracos capazes de actos heróicos.
Assim se realiza o “Permanecei em Mim” (Jo 15, 4). Esta união com Aquele que
é o Leão de Judá, o Pão dos fortes, o Imutável, explica a maravilhosa constância e a
firmeza tão perfeita que, nesse admirável apóstolo que foi São Francisco de Sales, se
aliavam a uma incomparável doçura e humildade. O espírito e a vontade fortificam-se
com a vida interior, porque o amor se fortifica. Jesus vai, progressivamente,
purificando, dirigindo e aumentando esse amor. Torna-o participante nos sentimentos de
compaixão e abnegação do seu Coração adorável. Se esse amor se torna paixão, leva-o a
por em acção todas as forças naturais e sobrenaturais.
A multiplicação das energias, pela vida de oração, aumenta, também, os méritos;
basta lembrar que o mérito consiste menos na dificuldade de praticar um acto, do que no
grau de caridade com que tal acto se pratica.
d) Dá-lhe alegrias e consolações
Só o amor ardente e constante pode alegrar a existência, porque fortalece o
coração, até no meio das maiores aflições e trabalhos.
A vida do apóstolo é uma cadeia de sofrimentos e fadigas. Se ele não tem a
firme convicção de que Jesus o ama, terá muitíssimas horas tristes e sombrias, ainda que
possua um carácter alegre. O demónio tentará deslumbrá-lo com a miragem de
consolações humanas e êxitos aparentes, a fim de o atrair. Só o Homem-Deus pode
fazer uma alma exclamar como o Apóstolo: “Estou inundado de alegria, no meio de
todas as nossas tribulações” (2 Cor 7, 4). A parte superior do seu ser, como a de Jesus
em Getsemani, goza de uma felicidade que, embora não seja perceptível pelos sentidos,
é superior a todas as alegrias humanas.
No meio das provações, contradições, humilhações, perda de seres queridos ou
de bens, a alma aceitará estas cruzes com sentimentos inteiramente diversos dos que
tinha logo após a sua primeira conversão.
Cresce, dia a dia, na caridade. Pouco importa que o seu amor não seja sensível;
que o divino Mestre a trate como alma forte, levando-a pelas vias de um aniquilamento
cada vez mais profundo, ou pela senda austera da expiação, por si e pelo mundo.
Favorecida pelo recolhimento, alimentada na Eucaristia, o seu amor cresce
continuamente. Prova-o a generosidade paciente, compassiva e ardorosa com que se
sacrifica à procura de almas; generosidade que só se explica pela presença de Jesus na
sua alma: “É Cristo quem vive em mim”.
O sacramento do amor deve ser o da alegria. Não tem vida interior a alma que
não é eucarística e que não experimenta a doçura inefável do dom de Deus.
A vida do apóstolo é uma vida de oração. “Vida de oração —diz o Santo Cura
d’Ars— eis a grande felicidade deste mundo. Oh vida admirável! Oh admirável união
da alma com Nosso Senhor! A eternidade é curta para se compreender essa felicidade
(…). A vida interior é um banho de amor em que a alma se submerge (…), e se afoga no
amor (…). Deus ampara a alma interior como a mãe que pega no filho para o cobrir de
beijos e carícias.”
Contribuir para que o objecto do seu amor seja servido e honrado é também
causa de alegria. O apóstolo conhece todas essas felicidades.
Servindo-se das obras para aumentar o seu amor, sente, ao mesmo tempo,
enorme consolação. É um “caçador de almas”, que tem a felicidade de contribuir para a
salvação daquelas que estão em perigo de condenar-se eternamente, e a alegria de
consolar o seu Deus, sabendo que se santifica e que garante a sua glória eterna.
e) Acrisola a sua pureza de intenções
O homem de fé vê nas obras, não tanto as aparências, como o papel que elas
desempenham nos planos divinos e sabe avaliar os seus resultados sobrenaturais.
Considerando-se como simples instrumento, afasta da alma qualquer auto-complacência
em relação às suas próprias qualidades, das quais desconfia sempre, confiando,
unicamente, no auxílio de Deus.
Que diferença entre esta atitude e a do apóstolo que não vive em Jesus! As
dificuldades e aflições só fortalecem a sua alma.
Por outro lado, o referido abandono não diminui o seu entusiasmo por qualquer
empreendimento. Trabalha —como gostava de dizer Santo Inácio— como se o êxito
dependesse unicamente da sua actividade, mas, na verdade, só o espera de Deus. Nada
lhe custa subordinar todos os seus projectos e esperanças aos desígnios
incompreensíveis desse Deus que, para o bem das almas, se serve mais vezes dos
fracassos que dos triunfos.
Daí resulta, para essa alma, um estado de santa indiferença pelos êxitos ou
fracassos das suas empresas. “Vós, ó meu Deus —está ela sempre pronta a dizer— não
quereis que se interrompa a obra começada. Desejais que me limite a trabalhar com
generosidade e em paz, deixando-vos decidir se o êxito vos dará mais glória do que o
acto de virtude que um revés me dará ocasião de praticar. Mil vezes bendita seja a vossa
santa e adorável vontade, tanto se os meus projectos tiverem êxito, sem que com eles
me envaideça, como se fracassarem, servindo-me, então, para humilhar-me.”
É certo que o coração do apóstolo sangra, quando contempla as tribulações da
Igreja; mas a maneira como ele sofre é completamente diferente da que experimenta o
homem que não possui espírito sobrenatural. Este entra numa actividade febril, na
impaciência e no desespero, quando sobrevêm as dificuldades. O verdadeiro apóstolo
utiliza tanto os triunfos como os revezes para aumentar a sua confiança na Providência.
Qualquer acontecimento lhe serve de motivo para fazer actos de fé. Qualquer momento
do seu trabalho perseverante lhe fornece o ensejo de praticar actos de caridade, porque,
pelo exercício da guarda do coração, procede em tudo com uma pureza de intenções
cada dia mais perfeita, e, pela renúncia desinteressada, torna o seu ministério cada vez
mais impessoal.
Deste modo, todas as acções do verdadeiro apóstolo se tornam cada dia mais
santas e o seu amor pelas almas purifica-se, amando-as unicamente por Jesus:
“Filhinhos meus, por quem eu sinto de novo as dores do parto, até que Jesus se forme
em vós” (Gal 4, 19).
f) É escudo contra o desânimo
O apóstolo que não tenha vida interior achará incompreensível esta frase de
Bossuet: “Quando Deus quer que uma obra seja toda da sua mão, tudo reduz à
impotência e ao nada e, só depois, opera”.
Nada ofende tanto a Deus como o orgulho. Ora, por falta de pureza de intenções
na busca do êxito, podemos acabar por nos erigir a nós próprios em princípio e fim das
nossas obras. Deus tem horror a essa espécie de idolatria. Por isso, quando vê que a
actividade do apóstolo é interesseira, deixa, às vezes, o campo livre às causas segundas,
e o edifício não tarda em desmoronar-se.
Activo, inteligente, dedicado, votou-se o operário ao trabalho com todo o
entusiasmo. Conheceu êxitos brilhantes, alegrou-se com eles, viu-os com complacência.
É a sua obra. A sua! Tem vontade de dizer, como Júlio César, veni, vidi, vici. “Cheguei,
vi e venci”. Pouco depois, um acontecimento permitido por Deus, uma acção directa do
demónio ou do mundo atingem a obra ou a pessoa do apóstolo e é a ruína total. A
tristeza e o desânimo, desse esforçado de ontem, provocam uma enorme devastação
interior. À alegria exuberante, sucede um abatimento profundo!
Só Nosso Senhor poderia reparar essas ruínas. Mas o infeliz já não escuta a voz
de Jesus. Tão exteriorizado anda, que, para O ouvir, seria preciso um milagre da graça;
mas ele, na sua pouca fé, já não acredita em milagres. Só uma vaga convicção na
omnipotente misericórdia de Deus é que ainda paira sobre a sua desolação, mas sem
dissipar a profunda tristeza que o inunda.
Que diferente é a alma do apóstolo que procura identificar-se com Nosso
Senhor! Para ele, os dois grandes meios de acção —sobre o Coração de Deus e sobre o
coração dos homens— são a oração e a santidade. Trabalha com generosidade e
dedicação, mas julga a miragem do êxito uma perspectiva indigna para o verdadeiro
apóstolo. Se vierem as borrascas e as ruínas, não se deixa abalar; como trabalhou,
apenas, por Nosso Senhor, esse apóstolo ouve ressoar no fundo do seu coração aquele
“Não tenhais medo!”, que outrora, durante a tempestade, restituiu a paz e a segurança
aos discípulos aterrorizados.
Um novo surto de amor pela Eucaristia, um aumento da devoção a Nossa
Senhora, eis o primeiro fruto que lhe traz a provação.
Em vez de se deixar esmagar, a alma desse apóstolo sai rejuvenescida da
provação: “A tua juventude renovada tem o vigor da águia” (Sl 102, 5). O segredo da
atitude desse humilde triunfador, perante a derrota, encontra-se na sua união confiante
com Jesus, que faziam dizer a Santo Inácio: “Se a Companhia chegasse a ser suprimida,
sem qualquer culpa da minha parte, para recuperar o sossego e a paz, bastar-me-ia um
quarto de hora de recolhimento na presença de Deus”. “Como um rochedo no meio do
mar —dizia o Santo Cura d’Ars— assim é o coração das almas interiores no meio das
humilhações e dos sofrimentos”.55
É bem certo que o apóstolo sofre. Aquilo que arruinou os seus esforços e a sua
obra, também causa a perda das suas ovelhas. Tristeza amarga para esse bom pastor;
mas tristeza incapaz de arrefecer o ardor com que vai recomeçar a sua obra. Ele sabe
que a redenção de uma alma é sempre uma obra sublime, que se realiza, sobretudo, pelo
sofrimento. Sabe, também, que as provações, generosamente suportadas, aumentam a
virtude e dão glória a Deus. Isto basta para lhe dar ânimo.
Sabe, igualmente, que poderão ser outros a recolher os frutos do seu apostolado,
e até a vangloriar-se com tais frutos. Deus, porém, conhece as autênticas causas do
êxito, que por vezes estão no trabalho ingrato, e aparentemente estéril, de um apóstolo
desconhecido. “Eu enviei-vos a ceifar o que vós não trabalhastes; outros trabalharam e
vós recolheis o fruto dos seus trabalhos” (Jo 4, 38).
No decurso da sua vida pública, Nosso Senhor —verdadeiro autor dos êxitos dos
seus Apóstolos— lançou a semente da doutrina e do exemplo, mas predisse que eles
haveriam de fazer obras maiores que as suas: “Em verdade, em verdade vos digo, aquele
que crê em Mim fará também as obras que Eu faço. Fará outras ainda maiores, porque
Eu vou para o Pai” (Jo, 14, 12).
O verdadeiro apóstolo não se deixa desanimar, nem influenciar pelas resoluções
dos pusilânimes. Não desiste, após os fracassos, porque a sua vida interior e a sua fé em
Jesus Cristo não lho permitem. Ele é como abelha infatigável que reconstrói com alegria
novos favos na colmeia devastada.
Parte IV
Parte V