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Noções de Metalurgia Física PDF
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SUMÁRIO
I- INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
ii
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO IV
Alexandre Alvarenga Palmeira, MSc
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ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO IV
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ÍNDICE DE FIGURAS
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PROCESSOS DE FABRICAÇÃO IV
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ÍNDICE DE TABELAS
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PROCESSOS DE FABRICAÇÃO IV
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RESUMO
Os metais são compostos por átomos arranjados segundo formas geométricas
específicas, onde comportamento plástico dos metais está intimamente ligado a
estrutura atômica do mesmo. Dentre as estruturas cristalinas dos metais, as mais
importantes são: CCC, CFC e HC. As estruturas cristalinas formam as redes cristalinas,
que compõem os grãos, porém tais redes não são perfeitas, apresentando de feitos ditos:
pontuais, lineares, planares e volumétricos. Estes defeitos influem diretamente nas
propriedades dos metais, como também na forma e quantidade de deformação plástica
que o material poderá absorver durante um processo de conformação. Gerando, muitas
vezes, um estado encruado. Vários fatores que afetam a microestrutura do metal
deformado, tais como: a EDE, a presença de atomos de soluto, o tamanho inicial do grão,
a taxa e a temperatura de deformação. Logo o material apresenta heterogeneidades na
sua microestrutura, dentro de um mesmo grão ou entre grãos, causadas pela
deformação, tais como, as bandas de transição, as bandas de cisalhamento e as maclas
de deformação. Em alguns casos podem ocorrer transformações de fase induzidas por
deformação plástica, ou até amolecimento por deformação. Durante a conformação o
metal pode ser trabalho à quente, à morno e à frio, sendo assim os processos de
conformação são normalmente classificados em operações de trabalho a quente, a morno
e a frio. O trabalho a quente é definido como a deformação sob condições de temperatura
e taxa de deformação tais que processos de recuperação e recristalização ocorrem
simultaneamente com a deformação. De outra forma, o trabalho a frio é a deformação
realizada sob condições em que os processos de recuperação e recristalização não são
efetivos. No trabalho a morno ocorre recuperação, mas não se formam novos grãos (não
há recristalização). Influenciando diretamente em sua propriedades. As propriedades
mecânicas dos metais são diretamente afetadas pelo encruamento e recristalização do
mesmo, tornando muito importante a perfeita compeenção dos processos de recuperação
e recristalização.
Palavras Chaves: Microestrutura, Encruamento e Materiais
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I- INTRODUÇÃO
Após a descoberta da difração de raios X por cristais metálicos por Von Laue, em
1912, e da constatação de que os metais eram compostos fundamentalmente por átomos
arranjados segundo formas geométricas específicas, foram feitas muitas investigações das
relações entre estrutura atômica e comportamento plástico dos metais. Grande parte do
trabalho fundamentalmente sobre deformação plástica dos metais tem sido realizada em
amostras de monocristais, afim de eliminar os efeitos complexos de contornos de grão e as
restrições impostas por grãos vizinhos e partículas de segunda fase.
A análise de difração de raio X mostra que os atomos de um cristal estão arranjados
numa forma regular e repetida na três dimensões. Este arranjo atômico dos metais é
representado de maneira mais simples através de uma rede cristalina na qual os átomos são
visualizados como esferas rígidas localizadas em posições particulares de um arranjo
geométrico.
As forças entre eles são portanto isotrópicas. Os átomos são organizados em um
arranjo (reticulado) espacial, que é uma coleção tridimensional de pontos, onde cada ponto
do arranjo (reticulado) é idêntico a qualquer outro ponto. O reticulado pode ser descrito
pela célula unitária (modelo geométrico), que é a menor unidade de repetição do
reticulado. Em alguns metais, como por exemplo o Al e o Mg, é mais simples visualizar os
átomos como um empilhamento de camadas, onde cada átomo tem 12 vizinhos (outros
átomos) mais próximos, 6 em seu próprio plano, 3 no plano superior adjacente e 3 no plano
inferior. Estas são as chamadas estruturas compactas.
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Direções Cristalinas
direções e planos específicos fixados no espaço absoluto serão alterados caso a origem seja
mudada, porém todas as designações serão auto-consistentes se partirem da origem como
uma referência absoluta. Por exemplo: dada uma origem qualquer, haverá sempre uma
direção [110] definida univocamente, e [110] sempre fará exatamente o mesmo ângulo
com a direção [100].
Planos atômicos
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Esta é uma célula unitária de uma estrutura cúbica de corpo centrado, ccc. Como
visto, ela contém um átomo em cada vértice do cubo e um átomo em seu centro. Sendo
assim, cada célula unitária contém dois átomos (8 dos vértices que estão compartilhados
com mais 7 outras células + 1 átomo do centro: 8 x 1/8 + 1 = 2).
Considerando que número de coordenação seja o número de vizinhos mais
próximos de um átomo, temos para a estrutura cúbica de corpo centrado, o número de
coordenação 8. Definindo o fator de empacotamento como a relação entre o volume
ocupado pelos átomos e o volume da célula unitária, temos:
2 x (4 3 πr 3 )
fator de empacotamento = 3
= 0,68 (2. 1)
4 r
3
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Como visto, ela contém um átomo em cada vértice do cubo além de um átomo em
cada face do cubo. Logo, cada célula unitária contém quatro átomos (8 dos vértices, que
estão compartilhados com mais 7 outras células + 6 átomos das faces, que estão
compartilhados, cada qual, com outra célula 8 x 1/8 + 6 x ½ = 4).
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4 x (4 3 πr 3 )
fator de empacotamento = = 0,74 (2. 2)
(4r 2 )
3
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Os defeitos em linha são imperfeições em uma estrutura cristalina nas quais uma
linha de átomos tem uma estrutura local que difere da estrutura circunvizinha. Os defeitos
de linha são extrínsecos: sua presença não é necessária por razões termodinâmicas; eles
são criados devido às condições de processamento (a forma usada na fabricação do
material) e por forças mecânicas que atuam sobre o material. Estão quase sempre
presentes nos cristais reais. Por exemplo em um material típico, aproximadamente 5 de
cada 100 milhões de átomos (0,000005%) pertencem a um defeito de linha. Em uma
porção de material de 10 cm3 (cerca do tamanho de um dado de seis lados), haverá
aproximadamente 1017 átomos que pertencem a defeitos de linha. Os defeitos em linha,
que são chamados discordâncias, e têm uma forte influência sobre as propriedades
mecânicas dos metais e de alguns cerâmicos.
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*
C.F. Elam, The Distortion of Metal Crystals, Oxford Univ. Press,London, 1935.
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– Discordâncias
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DEFEITOS PLANARES
– Contornos de Grão
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Figura 26: Contorno de macla conforme pode ser observado através de microscopia ótica.
– Defeito de Empilhamento
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DEFEITOS VOLUMÉTRICOS
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Figura 31: Compactado de pó de ferro após sinterização a 1.150oC, por 120 min em
atmosfera de hidrogênio.
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por lamelas alternadas de duas fases: ferrita (ou ferro-α) e cementita (ou carboneto de
ferro).
Figura 33: Inclusões de óxido de cobre (Cu2O) em cobre de alta pureza (99,26%)
laminado a frio e recozido a 800oC.
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Em um estado geral de tensões, temos que as deformações (ε1, ε2 e ε3) são dadas
pelas equações (2. 3), a seguir:
1
ε1 = [σ 1 − ν (σ 2 + σ 3 )]
E
(2. 3)
ε 2 = [σ 2 −ν (σ 1 + σ 3 )]
1
E
ε 3 = [σ 3 − ν (σ 1 + σ 2 )]
1
E
Somando membro a membro das equações (2. 3), chega-se:
3 (1 − 2ν ) σ 1 + σ 2 + σ 3 (2. 4)
ε1 + ε2 + ε3 =
E 3
σ + σ 2 + σ 3 (2. 5)
σ0 = 1
3
tem-se:
3 (1 − 2ν ) (2. 6)
∆= σ0
E
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IV.1 ENCURAMENTO
†
MEYERS, M. A. e CHAWLA, K. K., Princípios de Metalurgia Mecânica. Ed. Edgard Blücher, 1982, pg. 290.
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Metais de alta EDE, as discordâncias têm um livre caminho médio maior que em metais de
baixa EDE, ou seja, elas migram distâncias maiores antes de se tornarem imóveis.
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diferenças locais de densidade de discordâncias entre os grãos são pequenas para altos
graus de deformação se comparadas com amostras com baixos graus de deformação.
E por fim a temperatura e velocidade de deformação, também apresentam
elevada influencia sobre a microestrutura do metal deformado. A densidade e distribuição
de discordâncias, a energia armazenada na deformação são fatores que dependem da
temperatura na qual o metal foi deformado. O abaixamento da temperatura de deformação
além de diminuir a mobilidade das discordâncias, pode também ocasionar a diminuição da
energia de defeito de empilhamento. Temperaturas de deformação a frio crescentes
favorecem a formação de células maiores e melhor definidas.
Já o efeito do aumento da velocidade de deformação eqüivale a um abaixamento da
temperatura de deformação. Porém, pequenas variações na temperatura de deformação
causam grandes modificações na subestrutura de discordâncias, enquanto grandes
modificações na velocidade de deformação influenciam relativamente pouco. Por
exemplo, ao duplicar-se a temperatura absoluta de deformação, o efeito é enorme em
comparação com a duplicação da velocidade de deformação.
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material. Assim, embora para muitas ligas comerciais a temperatura do TQ seja realmente
elevada em relação à ambiente, para metais como Pb e Sn, que se recristalizam
rapidamente à temperatura ambiente após grandes deformações, a conformação à
temperatura ambiente é TQ. Por outro lado, a conformação a 1.100oC é TF para o
tungstênio, cuja temperatura de recristalização é superior a esta, embora seja TQ para o
aço.
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B) DESVANTAGENS:
– Necessidade de equipamentos especiais (fornos, manipuladores, etc.) e gasto de energia
para aquecimento das peças;
– Reações do metal com a atmosfera do forno, levando as perdas de material por
oxidação e outros problemas relacionados (p.ex., no caso dos aços, ocorre também
descarbonetação superficial; metais reativos como o titânio ficam severamente
fragilizados pelo oxigênio e tem de ser trabalhados em atmosfera inerte ou protegidos
do ar por uma barreira adequada);
– Formação de óxidos, prejudiciais para o acabamento superficial;
– Desgaste das ferramentas é maior e a lubrificação é difícil;
– Necessidade de grandes tolerâncias dimensionais por causa de expansão e contração
térmicas;
– Estrutura e propriedades do produto resultam menos uniformes do que em caso de
trabalho a frio seguido de recozimento, pois a deformação sempre maior nas camadas
superficiais produz nas mesmas uma granulação recristalizada mais fina, enquanto que
as camadas centrais, menos deformadas e sujeitas a um resfriamento mais lento,
apresentam crescimento de grãos.
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Maleabilidade Ductilidade
Au Au
Ag Ag
Cu Pt
Sn Fe
Pt Ni
Pb Cu
Zn Zn
Fe Sn
Ni Pb
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O efeito do trabalho à frio pode ser reduzido ou mesmo eliminado pela manutenção
do material a uma temperatura suficientemente elevada para que a vibração térmica dos
átomos permita maior mobilidade das discordâncias. Em temperaturas de cerca de 0,3 a
0,5 Tf‡, as discordâncias são bastante móveis para formar arranjos regulares e mesmo se
aniquilarem, porém somente as discordâncias de sinais opostos se reorganizam, formando
uma estrutura celular, chamada de subgrãos, com uma pequena defasagem de orientação
cristalográfica entre as células. Este processo é chamado de RECUPERAÇÃO. É um
processo que depende do tempo, conforme mostrado na Figura 41-B, a seguir, e, embora
não mude a microestrutura, restaura parcialmente a “maciez” (menor resistência e maior
ductilidade).
A “maciez” original é inteiramente restaurada pelo aquecimento acima de
T= 0,5 Tf, quando se formam novos grãos com baixa densidade de discordâncias. Os grãos
crescem continuamente até que a estrutura toda esteja RECRISTALIZADA. A
microestrutura resultante é equiaxial, muito embora possa ser retida ou mesmo
desenvolvida uma textura cristalográfica, de recozimento. Tal processo de recozimento
envolve difusão, e portanto é grandemente dependente da temperatura e do tempo, tal fato
pode ser observado na Figura 41-C, a seguir.
‡
Temperatura de fusão
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Temperatura de
Material
Recristalização (ºC)
Cobre Eletrolítico (99,999%) 121
Cu – 5% Zn 315
Cu – 5% Al 288
Cu – 2% Be 371
Alumínio Eletrolítico (99,999%) 279
Alumínio (99,0%) 288
Ligas de Alumínio 315
Níquel (99,99%) 571
Monel (Ni-Cu) 593
Ligas de Magnésio 252
Ferro Eletrolítico 398
Aço de Baixo Carbono 538
Zinco 10
Chumbo -4
Estanho -44
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A0 − Ar
r = (2. 8)
A0
Onde A0 e Af são as áreas de seção transversal antes e após a conformação,
respectivamente.
Na laminação a frio de uma chapa de espessura inicial h0 para a espessura final hf ,
a redução pode ser obtida pela equação (2. 9), visto que a sua largura praticamente não
varia durante a laminação.
h0 − h r
r = (2. 9)
h0
Os produtos trabalhados à frio, usualmente produzidos, como tiras, chapas e fios,
agrupam-se segundo classificações que dependem do grau de encruamento, conforme
mostrado na Tabela 5, a seguir, para chapas de aço laminadas a frio. Cada estado (temper)
indica uma diferente percentagem de trabalho a frio após o último recozimento. A
classificação varia conforme o metal, sendo em geral baseada em valores comparativos do
limite de resistência à tração, e não em valores de dureza de penetração. Observe-se que
nem todas as ligas admitem os graus de encruamento correspondentes às classes mais
elevadas.
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Grau de
Designação Comercial Classe B&S
Encruamento (r%)
Chapa Recozida Soft temper 0 -
Chapa ¼ dura Quarter hard 11 1
Chapa meio dura Half (medium) hard 21 2
Chapa ¾ dura ¾ hard 29 3
Chapa (100%) dura (full) hard temper 37 4
Chapa extradura Extra-hard 50 6
Chapa com dureza de
Spring temper 60 8
mola
Chapa extramola Estra-spring 68 10
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BIBLIOGRAFIA
CHIAVERINNI, V. – Tecnologia Mecânica – Vol. I, Ed. McGraw -Hill, 2ª Edição, 1986,
Capítulo 5, pp 85-86.
CHIAVERINNI, V. – Tecnologia Mecânica – Vol. III, Ed. McGraw -Hill, 2ª Edição, 1986,
Capítulo 8, pp 91.
DIETER, G. E. – Mechanical Metallurgy - Ed. McGraw-Hill, 3ª Edição, 1988, Capítulo 4,
pp 92-129.
FREIRE, J. M. – Materias de Construção Mecância – LTC, Livros Técnicos e Científicos
Editora S.A., 19?, Capítulo 7, pp 121-126
MEYERS, M. A. e Chawla, K. K., Princípios de Metalurgia Mecânica. Ed. Edgard
Blücher, 1982, Cap. 9.
PADILHA, A. F., Siciliano Jr, F., Encruamento, Recristalização, Crescimento de Grão e
Textura, 2ª Edição. ABM – 1996, Cap. 2
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