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CADERNOS DE EXCELÊNCIA

GUIA DE AUTO-AVALIAÇÃO
SÉRIE CADERNOS DE EXCELÊNCIA

RESPONSABILIDADE AGRADECIMENTOS
Marcelo Marinho Aidar – Superintendente de A equipe de redação agradece a Jairo Barreto
Premiação e Aplicações do MEG dos Santos pelas críticas e sugestões ao Caderno
Liderança.
REDAÇÃO
COLABORAÇÃO
COORDENAÇÃO GERAL
Paulo Sergio Duarte de Almeida Valladares C. Adriano Silva
Carla Marina Soriano
EQUIPE Christiane Rodrigues
Caio Márcio Becker Soares
Carlos Amadeu Schauff PROJETO E PRODUÇÃO GRÁFICA
Cesarino Carvalho Júnior
Francisco Paulo Uras Inah de Paula Comunicações
Joaquim Emanuel Santini
Jorge Emanuel Reis Cajazeira © DIREITOS RESERVADOS
Mauro Sergio Sguerra Paganotti
Odair Mesquita Quintella Proibida a reprodução total ou parcial desta
Ricardo Motta publicação sem o prévio consentimento, por
Rodolfo Cardoso escrito, da FNQ.
Ronaldo Darwich Camilo
Publicado por
REVISÃO ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL
Fernando Pachi
Odair Mesquita Quintella

MISSÃO VISÃO

Disseminar os fundamentos da excelência em Ser um dos principais centros mundiais de


gestão para o aumento de competitividade das estudo, debate e irradiação de conhecimento
organizações e do Brasil. sobre excelência em gestão.

Fundação Nacional da Qualidade

Cadernos de excelência: Guia de Auto-avaliação / Fundação Nacional da Qualidade. – São Paulo: Fundação
Nacional da Qualidade, 2008. – (Série Cadernos de Excelência, n.9.).

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-60362-48-6

1. Critérios de Excelência. 2. Fundação Nacional da Qualidade. 3. Gestão da Qualidade Total.


4. Excelência empresarial. 5. Gestão de melhorias.

CDD 658.562

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COMITÊ DE
AUTO-AVALIAÇÃO

A FNQ agradece a todos os representantes das organizações participantes do Comitê de


Auto-Avaliação pela colaboração na revisão deste Caderno de Excelência, nesta terceira
edição, enriquecendo o seu conteúdo e adaptando-o à realidade e à necessidade das organi-
zações, com o objetivo de contribuir com as que pretendam enveredar por um processo de
auto-avaliação da gestão na busca pela excelência da gestão.

Albras Aluminio Brasileiro S/A Edvaldo Sales


Associação Qualidade Rs - Pgq Juliano Zimmermann
Banco Bradesco S/A Ines Therezinha leonel Sanches
Analu Maria Macegosso Dias
Banco do Brasil S.A. Maria Cristina F. de O. Moita
Banco Itaú S.A. Jose Emmanuel Whitaker Vidigal
Marcos Della Barba
Brasal Refrigerantes S.A. Patrícia Aparecida de Siqueira Santana
Braskem S.A. Tsiane Poppe Araújo
Bridgestone Firestone do Brasil Ind. e Com. Ltda. Simone Fernandes Hosaka
Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) José Manoel Tito da Motta
Claúdio Osnei Garcia
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) Maria Thereza Rubim Camargo Soares
Andréia Guaracho Ramos
Companhia Paranaense de Energia (Copel) Jaqueline M. Gomes
Companhia Paulista de Força e Luz (Cpfl) Claúdia Korsakas
Cqa Consultoria em Qualidade S/C Ltda Francisco Paulo Uras
Eaton Ltda. - Divisão Transmissões Cesarino C. Junior
Eleb - Embraer Liebherr Equipamentos do Brasil S/A Marcos Jaguaribe
Elektro Eletricidade e Serviços S/A Alexandre Carrasco
Evaldo Serra da Silva
Fase Gestão Organizacional Francisco Alberto Souto Emilio
Fecomercio Randolfo Sousa Neto
Fras-le S/A Gilmar Casagrande
Leonardo S. Borges
Furnas Centrais Elétricas S.A. Renata Cruz de Baère
Gerdau Aços Longos S/A Verônica Pires Gonçalves
(Continua)

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(Continuação)

Ibope Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística Ltda. Vera Marchesi


Instituto de Pesquisas Eldorado Rene S. Khouri
Isat Comunicacao Digital Ltda Dorian Guimarães
Laboratório Weinmann Ltda. Mariana Haussen
Lannes & Hoffmann Assessoria e Treinamento Ltda Silvana Hoffmann
Nextel Telecomunicações Ltda Sergio Gomes Castejon
Petroleo Brasileiro S/A (Petrobras) José Carlos Barra
Petroquímica União S.A. Dilermando Nogueira Jr
Phyton Fórmulas Magistrais e Oficinais Ltda (Farmoterápica) Iara Aydos
Ubiara Canguçu Marfinati
Promon Engenharia Ltda Ivan Cozaciuc
Qualityway Jailson Motta dos Santos
Redecard S/A Wagner de Araújo
Robert Bosch Ltda Aguinaldo Matzenbacher
Santista Textil Brasil S/A Geraldo Silva Filho
Senai Sc - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Gelson R. T. Pinto
Serasa S/A Eduardo Kazuo Mimori
Ronaldo Henrique
Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) Marta Pahl
Serviço Social da Indústria - BA (Sesi – Bahia) Patrícia Campos
Siemens Ltda André Luiz Rocha de Figueiredo
Daniela Cardim Scacchetti Taibo
Antonio Carlos Gomes
Telecomunicações de São Paulo S/A (Telefonica) Denis Roberto de Carvalho
Renata Guimarães
Volkswagen do Brasil - Industria de Veículos Automotores Ltda Dárcio J. Cavana
Votorantim Investimento Industrial S/A David Canassa

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APRESENTAÇÃO

Este Caderno compõe a série Cadernos de Excelência, que tem por finalidade divulgar o Modelo de Excelência da
Gestão® (MEG) da FNQ – Fundação Nacional da Qualidade. Destina-se a esclarecer as dúvidas de seus usuários
sobre o Modelo e a satisfazer aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre seu conteúdo. É uma va-
liosa ferramenta para quem pretende aperfeiçoar-se como membro da Banca Examinadora do Prêmio Nacional da
Qualidade (PNQ), aprimorar a gestão de sua organização ou preparar uma candidatura ao PNQ.

O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) está apresentado na publicação Critérios de Excelência, editada, anu-
almente, pela FNQ. Para uma leitura mais eficaz dos Cadernos desta série, recomenda-se que seja efetuada em
conjunto com os Critérios de Excelência.

Os Cadernos de Excelência são publicados na forma de fascículos, de modo a tornar a leitura mais agradável e a facilitar
seu manuseio. A série está organizada em dez volumes:

• Introdução ao Modelo de Excelência da • Informações e Conhecimento


Gestão® (MEG)
• Pessoas
• Liderança
• Processos
• Estratégias e Planos
• Resultados
• Clientes
• Guia de Auto-avaliação
• Sociedade

Escritos em linguagem acessível, os Cadernos de Excelência descrevem como os requisitos dos Critérios de Excelência
podem ser implementados a partir de soluções práticas, sem caráter prescritivo. Como ilustrações, são apresentados
exemplos de empresas finalistas ou vencedoras do PNQ, revelando o quanto podem ser proativas, refinadas ou ino-
vadoras as abordagens adotadas. No caso da sua utilização por organizações públicas, alguns conceitos como cliente,
mercado e concorrência precisam ser adaptados.

Espera-se que o leitor seja estimulado a consultar os Cadernos sempre que necessário e que se beneficie com os
exemplos apresentados. A série está disponível também em meio eletrônico – www.fnq.org.br.

Equipe de Redação

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 5


GUIA DE
AUTO-AVALIAÇÃO

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................5
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................7
A AUTO-AVALIAÇÃO E O CONTEXTO NA GESTÃO ..................................................9
PREMISSAS PARA A AUTO-AVALIAÇÃO .......................................................................12
PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................13
Etapa 1 – Mobilização ........................................................................................................14
Etapa 2 – Planejamento......................................................................................................15
Objetivo, escopo e benefícios ............................................................................15
Designação do time condutor ............................................................................17
Seleção dos avaliadores ......................................................................................17
Critérios de avaliação .........................................................................................18
Técnicas de auto-avaliação ................................................................................19
Comunicação, monitoramento e reconhecimento ...........................................22
Eventos de capacitação ......................................................................................23
Cronograma e recursos ....................................................................................... 23
Etapa 3 – Capacitação ......................................................................................................... 23
Etapa 4 – Execução da auto-avaliação ...............................................................................24
Avaliação do desempenho por meio dos resultados.........................................25
Etapa 5 – Análise dos resultados da auto-avaliação ..........................................................26
Etapa 6 – Definição dos projetos de melhoria .................................................................. 27
Etapa 7 – Implementação e monitoramento dos projetos de melhoria ..........................28
Etapa 8 – Avaliação e melhoria do processo de auto-avaliação .......................................29
ANEXO I ..................................................................................................................................31
ANEXO II.................................................................................................................................32
ANEXO III ...............................................................................................................................33
ANEXO IV ...............................................................................................................................34
ANEXO V .................................................................................................................................35
ANEXO VI ...............................................................................................................................36
ANEXO VII ..............................................................................................................................37
ANEXO VIII ............................................................................................................................38
ANEXO IX ...............................................................................................................................39
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................40

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INTRODUÇÃO
O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) reflete o
que de mais avançado existe em tecnologia de gestão
nas organizações de Classe Mundial.

PERGUNTA-CHAVE
QUAL A FUNÇÃO DESTE CADERNO?

Os Critérios de Excelência, Rumo à Excelência e Com-


promisso com a Excelência, baseados no Modelo de
Excelência da Gestão® (MEG), permitem às organiza-
ções avaliar quanto os processos gerenciais instituídos
estão gerando resultados para o negócio e se esses
resultados serão sustentados no futuro por meio da
aplicação sistemática dessas práticas.

Estes Critérios são genéricos e se aplicam a qualquer


organização, pública ou privada, pequena ou grande,
com ou sem fins lucrativos, corporativa ou unidade PERGUNTA-CHAVE
autônoma, sendo necessária a apresentação de resulta- O QUE É UMA AUTO-AVALIAÇÃO?
dos que contemplem todas as partes interessadas. Os
Critérios definem o que uma organização de excelência A auto-avaliação tem por princípio realizar uma análise
deve apresentar, mas não o como praticar. regular, sistemática e abrangente dos processos geren-
ciais e dos resultados de uma organização, utilizando
A auto-avaliação do sistema de gestão da organização, como base os Critérios de Excelência, Rumo à Excelência e
baseada no MEG, permite às organizações avaliar o Compromisso com a Excelência. A auto-avaliação permi-
ambiente interno (pontos fortes e oportunidades para te à organização identificar claramente os seus pontos
melhoria), servindo de base para a elaboração dos ob- fortes e as oportunidades para melhoria. Gera ações
jetivos estratégicos. Isto permite uma visão global e planejadas para melhorar as oportunidades identifi-
sistêmica do modus operandi, fornecendo feedback sobre cadas e, quando procedente, incrementar seus pontos
a eficácia das práticas adotadas, tornando-se um impor- fortes, monitorando a implementação das ações e dos
tante instrumento para o aprendizado da organização. incrementos.

A auto-avaliação tem o pressuposto de contribuir com PERGUNTA-CHAVE


um diagnóstico na aplicação do MEG pelas organiza- QUAIS BENEFÍCIOS PRETENDO ALCANÇAR
ções, permitindo a comparação com os requisitos de
COM A APLICAÇÃO DA AUTO-AVALIAÇÃO?
uma organização de Classe Mundial, identificando
pontos fortes que sustentam a gestão e as oportunida-
O objetivo primordial da auto-avaliação é contribuir
des para melhoria.
para o aprendizado organizacional. Se bem aplicada,
deve servir de subsídio para outros processos de ges-
“A análise e a reestruturação com base nos
tão da organização, incluindo o processo de formulação
fundamentos e critérios exigem um tratamento sis-
das estratégias no ciclo de planejamento estratégico.
tematizado dos processos de gestão e de como eles
se relacionam com cada uma das partes interessa-
A auto-avaliação permite às organizações, indepen-
das. Eles nos obrigam a olhar para fora e para dentro
dentemente do escopo de aplicação do processo,
da empresa, a buscar referenciais comparativos, in-
usufruir uma gama de benefícios na aplicação do Mo-
tegrar processos e pessoas, mobilizar e desenvolver
delo de Excelência da Gestão® por meio dos Critérios
um importante ciclo de aprendizado.”
de Excelência, Rumo à Excelência e Compromisso com a
Wilson Matsumoto –Superintendente Petroquímica
Excelência.
União – Classe Mundial 2005
Alguns benefícios:
Cada vez mais as organizações utilizam os Critérios de
Excelência, Rumo à Excelência e Compromisso com a Ex- • aplicar abordagens bem estruturadas, baseadas em
celência como modelo para a auto-avaliação da gestão. fatos, capazes de identificar os pontos fortes e as
Com a globalização dos negócios, o MEG passa a ser oportunidades para melhoria, com o progresso da
adotado por organizações nacionais e multinacionais. implementação de ações monitorizado;

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 7


• subsidiar a análise de ambiente no ciclo de planeja- Exemplos de organizações que adotam o Modelo de
mento estratégico; Excelência da Gestão® (MEG): 1– Petrobras S. A.,
• tornar comum uma linguagem de gestão e um pro- que, desde 1992, adota os Critérios de Excelência do
cesso de aprendizado, com base em conceitos uni- Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), inicialmente
versalizados; em conjunto com os Critérios de Conformidade. Em
2006, os dois documentos foram integrados no Guia
• formar pessoas nos conceitos fundamentais de ex-
Petrobras de Gestão para a Excelência (figura 1). 2- Ea-
celência e proporcionar-lhes os meios de compa-
ton Ltda. — Divisão Transmissões, que, desde 1996,
tibilizar suas atividades e responsabilidades com
aplica um modelo corporativo baseado nos critérios do
esses conceitos;
Malcolm Baldrige (MBNQA), inicialmente denomina-
• desenvolver as competências das lideranças da or- do Total Quality Leadership (TQL), depois alterado
ganização; para Eaton Quality Award — EQA (Classe Mundial,
• envolver neste processo pessoas em todos os níveis 2001, p. 50), atualmente denominado Eaton Business
e unidades da organização; Excellence Certification — EBEC (Classe Mundial,
• avaliar a organização de uma forma coerente em ní- 2006, p. 64), tendo sido finalista do PNQ em 2001 e
vel macro (organização) ou micro (área); em 2006. Organizações do Grupo Dana, que utiliza-
vam o Dana Quality Leadership Process — DQLP,
• identificar as melhores práticas (pontos fortes) e
também baseado nos critérios do Malcolm Baldrige
disseminá-las pela organização;
(MBNQA), compreendendo a Dana Indústrias, Divi-
• permitir o benchmarking; são de Eixos Diferenciais, finalista em 2002 e 2003,
• subsidiar o reconhecimento interno pelo progresso que aplicava desde 1997, e a Dana Albarus — Divisão
alcançado, por meio de prêmios, baseado em crité- de Cardans, vencedora do PNQ em 2003, que aplicava
rios menos subjetivos; e desde 1996 (Classe Mundial, 2003, p. 29 e 67).
• preparar a organização para uma eventual partici-
pação no Prêmio Nacional da Qualidade® ou nos
prêmios regionais e setoriais.

O SUCESSO DA AUTO-AVALIAÇÃO DEPENDE


DA PARTICIPAÇÃO DA DIREÇÃO NA LIDE-
RANÇA DESTE PROCESSO.

Em resumo, a auto-avaliação:
• potencializa o sistema de gestão, por meio dos pon-
tos fortes e das oportunidades para melhoria iden-
tificados;
• promove a visualização e a integração do sistema
de gestão;
• garante forte foco em resultados, quando da avaliação
do desempenho dos resultados dos indicadores; e Figura 1: O processo de auto-avaliação da Petrobras
Fonte: Petrobras, 2007.
• gera referenciais que permitem avaliar a eficácia do
modelo de excelência adotado.

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A AUTO-AVALIAÇÃO E O
CONTEXTO NA GESTÃO
PERGUNTA-CHAVE
O PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO NÃO CONCORRE COM OUTRAS INICIATIVAS
DA ORGANIZAÇÃO?

A auto-avaliação está inserida no contexto da gestão, como mostra a figura 2. Adotar o Modelo de
Excelência da Gestão® (MEG) ou modelos semelhantes não representa nenhum esforço adicio-
nal quando se busca a melhoria contínua da gestão em todas as perspectivas do negócio.

Qualquer modelo de gestão comandado por líderes, seja em uma organização pública ou
privada, com ou sem fins lucrativos, de pequeno, médio ou grande porte, deve apoiar-se na
atividade de gerir pessoas e processos, para aumentar a satisfação dos clientes e das demais
partes interessadas, focando na visão de futuro, com base num posicionamento estratégico
apoiado na análise de fatos, dados e informações , gerando resultados para a sobrevivência
do negócio.

Depoimentos de líderes
“A utilização dos Critérios de Excelência do PNQ, a partir de 1998, se mostrou um
instrumento importante no desenvolvimento contínuo do modelo Qualidade Total
Politeno – QTP. Por meio de auto-avaliação e da participação no PNQ nos anos de 2000
e 2001 (quando a empresa foi finalista por duas vezes) e 2002, a Politeno desenvolveu
e aprimorou suas práticas[...]”
Jaime Sartori, diretor-superintendente, Politeno (Classe Mundial, 2004).
“Os Critérios de Excelência da FPNQ permitem que as empresas estruturem um
sistema de gestão orientado para a estratégia, onde a busca por resultados se faz por
meio do aprendizado permanente. Há quatro anos entregamos o primeiro Relatório de
Gestão. Os feedback do Relatório de Avaliação nos deram as diretrizes para o aperfeiço-
amento e as oportunidades de melhorias. Passo a passo, estabelecemos novos padrões
de excelência que nos levaram à obtenção do PNQ em 2004”- Cláudio Horta Mendes,
diretor, Belgo Juiz de Fora (Classe Mundial, 2004).

A auto-avaliação vem, de forma singular, organizar a gestão e contribuir para a busca de sig-
nificativos e compensadores resultados organizacionais. As palavras de líderes que adotam o
Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) como meio para melhorar a gestão, evidenciam a
importância de aplicar o modelo na auto-avaliação.

A gestão do negócio compreende as práticas que no dia-a-dia permitem à organização gerir


resultados alcançados por meio de estratégias estabelecidas ou simplesmente pelo acompa-
nhamento / monitoramento da gestão. Os indicadores de acompanhamento permitem avaliar
o sucesso do negócio, enquanto o alcance das estratégias avalia a eficácia da gestão, permitindo
à organização apresentar resultados às partes interessadas. A auto-avaliação contribui para o
balanceamento entre as práticas e os resultados, dentro de um modelo, independentemente
do método adotado pela organização. O equilíbrio entre esses critérios demonstra a excelência
na gestão. A figura 2 procura mostrar como o Modelo de Excelência da Gestão® da FNQ con-
tribui com a auto-avaliação das organizações, independentemente do modelo de gestão que
ela adote, havendo sempre um alinhamento entre os modelos.

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 9


Gestão da Organização Resultados da
Eficácia
Organização
na Gestão
Estratégias
e Planos

Processos
Direção Indicadores
Resultados Estratégicos
Negócio Premiação
Alcançados
Diretrizes PLR pelo
PE
Estratégias sucesso
Pessoas
Metas
Controle da
Gestão

Clientes Indicadores Indicadores


Produtos
e Mercado de Eficiência Táticos e
e Serviços
e Eficácia Operacionais
Gestão do Dia-a-Dia

Sucesso
na Gestão
Auto-Avaliação da Gestão

Critérios de Excelência e
Referenciais externos
Excelência
na Gestão
Figura 2: Auto-avaliação no contexto da gestão
Fonte: FNQ, 2007.

Um dos grandes desafios para a aplicação da auto-ava- Ao identificar as oportunidades para melhoria, en-
liação consiste em articular essa prática com outras volvendo toda a organização no estabelecimento do
iniciativas concorrentes na organização, consistindo processo, na capacitação das pessoas, nas reflexões ao
em fator relevante para o seu sistema de aprendizado longo do ciclo e na geração de um produto final com
e de planejamento estratégico. alto valor agregado, a organização aprende.

A) A AUTO-AVALIAÇÃO E O SISTEMA DE APRENDIZADO B) A AUTO-AVALIAÇÃO E O CICLO DE PLANEJAMENTO


ESTRATÉGICO
PERGUNTA-CHAVE
COMO PODE A AUTO-AVALIAÇÃO CONTRI- O produto resultante da auto-avaliação é um excelen-
BUIR PARA O SISTEMA DE APRENDIZADO
te instrumento para analisar o ambiente interno da
organização, servindo como uma das entradas para o
DA ORGANIZAÇÃO E O SEU PROCESSO DE
processo de formulação das estratégias.
FORMULAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS?
As oportunidades para melhoria identificadas na auto-
Analisando a gestão das organizações ganhadoras de avaliação nem sempre devem ser tratadas no processo
prêmios reconhecidos, verifica-se que a adoção do de desenvolvimento das estratégias.
processo de auto-avaliação faz parte do sistema de
aprendizado organizacional, juntamente com outras A existência de oportunidades para melhoria, identi-
ferramentas e metodologias de gestão. ficadas para práticas de gestão específicas, devem ser
cobertas, conforme relevância e pertinência, por pro-
A auto-avaliação, quando adotada sistematicamente, jetos de melhoria coordenados pelo patrocinador do
contribui para melhorar os processos gerenciais orga- processo ou endereçadas para tratamento posterior.
nizacionais.
Muitas vezes, os recursos disponíveis para melhorar
A aplicação deste processo considera que a organização ou manter os pontos fortes identificados não são sufi-
quer aprender, e aprender com um modelo que repre- cientes. Nessas situações, o ponto de equilíbrio entre
senta o estado-da-arte na gestão, levando-a trilhar os necessidade e possibilidade deve ser considerado.
passos das organizações de Classe Mundial.

10 | Cadernos de Excelência • FNQ | Guia de Auto-avaliação


As oportunidades para melhoria identificadas como fundamentais para o negócio devem ser
tratadas no processo de formulação das estratégias, que serão desdobradas em conformidade
com um plano de ação.

A figura 3 mostra o relacionamento entre a auto-avaliação e o processo de formulação das


estratégias.

Processo de auto-avaliação Processo de formulação das estratégias

Auto-avaliação da gestão Análise de ambiente

Estratégias

Projeto de ação

Auto-avaliação
Metas desejadas
do desempenho

Pontuação comparável Desempenho esperado

Figura 3: Ciclos de auto-avaliação e de planejamento estratégico


Fonte: FNQ, 2007.

Alcançar as metas estabelecidas no processo de formulação das estratégias requer grandes


desafios e monitoramento constante dos planos de ação, mudando prioridades e eliminando
os desvios que surjam no caminho da implantação.

A figura 3 busca demonstrar que a auto-avaliação permite avaliar dois pontos num proces-
so de formulação das estratégias. Primeiro, o ambiente interno da organização, conforme
anteriormente comentado, de forma a contribuir para a formulação das estratégias; e, num
segundo momento, quando da auto-avaliação do desempenho da organização, se os resulta-
dos alcançados por meio das estratégias e dos projetos de ação decorrentes estão coerentes
com as metas estabelecidas.

A figura 3 busca demonstrar que a auto-avaliação permite aferir dois pontos num processo
de formulação das estratégias. O primeiro – o ambiente interno da organização – contribuirá
para a formação de estratégias; o segundo mostrará se os resultados obtidos são compatíveis
com as metas previstas.

A pontuação alcançada ao final da auto-avaliação será utilizada para observar a evolução da


gestão rumo à excelência. É um referencial para a busca constante da sua evolução.

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 11


PREMISSAS PARA A AUTO-
AVALIAÇÃO
PERGUNTAS- CHAVE
A REALIZAÇÃO DA AUTO-AVALIAÇÃO É COMPULSÓRIA? A DIREÇÃO ESTÁ
CONVENCIDA QUANTO AOS BENEFÍCIOS DA AUTO-AVALIAÇÃO?

O sucesso da auto-avaliação tem como premissa a participação da Direção na liderança deste


processo.

Estas premissas diferem de organizações que conhecem e praticam este processo de organi-
zações que ainda o desconhecem. Elas estão relacionadas principalmente ao convencimento
da Direção quanto aos benefícios propostos e que poderão ser obtidos pela sua aplicação.

Na experiência obtida pelas organizações que aplicam este processo e de acordo com os
membros da EFQM® (European Foundation for Quality Management) com experiência em
auto-avaliação, a maior probabilidade do sucesso existe quando a Direção da organização atua
ativamente no processo e possui sólida compreensão do Modelo de Excelência da Gestão®
(MEG) e dos conceitos fundamentais da excelência.

Alguns aspectos a ser considerados para incluir a Direção no processo:

• Em relação aos acionistas e seus representantes - a sua realização contribui com a gover-
nança corporativa.
• Em relação às estratégias da organização: sua realização é uma estratégia de diferencial
competitivo.
• Em relação aos benefícios esperados: a sua realização visa à excelência operacional.
• Em relação ao aprendizado organizacional: a sua realização busca o desenvolvimento da
liderança e da organização como um todo.

Dependendo do estágio da organização, é necessária a realização de certas atividades previa-


mente à aplicação da auto-avaliação, que podem abranger, conforme a sua pertinência:
• definição do objetivo esperado do processo;
• identificação dos concorrentes que aplicam o processo;
• apresentação de casos de sucesso na condução deste processo;
• participação em eventos relacionados (por exemplo, SEBE, etc) buscando o embasa-
mento mínimo necessário em relação aos conceitos fundamentais da excelência;
• inclusão de depoimentos de membros da Direção de organizações com caso de sucesso
comprovado; e
• identificação de possíveis patrocinador(es), de preferência, membro(s) da Direção da
organização.

12 | Cadernos de Excelência • FNQ | Guia de Auto-avaliação


PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO
PERGUNTA-CHAVE
COMO DEVE SER CONDUZIDA UMA AUTO-AVALIAÇÃO?

Uma vez a Direção convencida dos benefícios da auto-avaliação e disposta inclusive a atuar ati-
vamente no processo, a organização se encontra apta a conduzir o processo de auto-avaliação.

O processo de auto-avaliação é composto de oito etapas:


1) Mobilização
2) Planejamento
3) Capacitação
4) Execução da auto-avaliação
5) Análise dos resultados da auto-avaliação
6) Definição dos projetos de melhoria
7) Implementação e monitoramento dos projetos de melhoria
8) Avaliação e Melhoria do processo de auto-avaliação

Esse processo é representado na figura 4 e pode ser aplicado por organizações de qualquer
tipo e tamanho; completa, autônoma ou multilocalidades; uma área, departamento, negócio
ou unidade de negócio.
S PE

1 2 3 4 5 Estratégico? N 6 7 8

Figura 4: O processo de auto-avaliação


Fonte: FNQ, 2007.

É importante destacar que o início de uma etapa não depende necessariamente da conclu-
são de uma etapa anterior, podendo ser realizadas simultaneamente, dependendo do estágio
da gestão da e da velocidade que se pretende dar na realização do processo.

Outro aspecto a ser considerado é a utilização de softwares de apoio à realização do processo de


auto-avaliação. Existem programas relacionados para diagnóstico, auto-avaliação e avaliação.

O software para diagnóstico tem como objetivo principal estabelecer uma visão simples e
rápida do quanto a organização entende os Critérios de Excelência e em qual nível a mesma
se encontra, permitindo assim selecionar os Critérios mais adequados para aplicar no pro-
cesso. A uma organização que desconhece os Critérios de Excelência sugere-se a realização
deste diagnóstico.

O software de auto-avaliação é mais rico no seu conteúdo, apresentando maior detalhe dos
processos e requisitos dos Critérios de Excelência. Este programa facilita o processo de
auto-avaliação quando aplicado na técnica de workshop apresentada na etapa 2 deste Guia.

O software de avaliação é um programa aplicado no processo do Prêmio Nacional da Quali-


dade - PNQ. Sua utilização é recomendada por organizações que se encontram em estágios
avançados de gestão, viabilizando a geração de um relatório de avaliação mais detalhado.
Normalmente é aplicado por organizações que praticam um processo similar aos processos
dos prêmios pela qualidade na gestão.

Estes softwares podem ser encontrados na página do site da Fundação Nacional da Qualidade
(www.fnq.org.br).
Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 13
ETAPA 1 – MOBILIZAÇÃO pelas pessoas envolvidas com o escopo da avaliação. Esta
equipe consiste naquela de mais alto nível compondo o
patrocínio, a liderança e a expertise do processo.

Em função do tamanho e característica da organiza-


ção, a equipe de coordenação e o time de condução do
processo de auto-avaliação podem ser compostos pelas
mesmas pessoas, não havendo justificativa de se dife-
A etapa 1 contempla as seguintes atividades: renciar sua composição.
• Designar o patrocinador representante da Direção.
• Identificar a equipe responsável pela coordenação As responsabilidades dos membros da equipe respon-
do processo de auto-avaliação. sável pela coordenação do processo de auto-avaliação
devem ser claras e estabelecidas em comum acordo com a
• Definir responsabilidades dos membros da equipe
equipe. A harmonia da equipe é fundamental para obter
responsável pela coordenação do processo de auto-
o resultado esperado. As responsabilidades se apóiam no
avaliação.
compromisso de cada um executar as tarefas designadas.
• Promover o alinhamento dos conceitos fundamen-
tais para a equipe responsável pela coordenação do
processo de auto-avaliação (capacitação inicial).
PERGUNTA-CHAVE
O QUE SIGNIFICAM OS “FUNDAMENTOS DA
A etapa de mobilização é primordial para o sucesso de EXCELÊNCIA EM GESTÃO”?
todo o processo. A mobilização consiste em colocar em
prática, por meio das pessoas, uma mudança estabele-
A mobilização passa pela necessidade de estabelecer
cida e concebida com o fim de, neste caso, melhorar a
o nível das pessoas da equipe nos fundamentos da ex-
gestão da organização.
celência, apresentados nos Critérios de Excelência, que
representam a base da gestão das organizações que se
A mobilização compreende a necessidade de compati-
destacam pelo elevado desempenho, consideradas líde-
bilizar o benefício esperado pela organização, conforme
res de Classe Mundial. Os fundamentos são conceitos
citado na Introdução e nas Premissas para a auto-ava-
que se expressam em práticas aplicadas por meio de pro-
liação deste Guia, com a condução deste processo.
cessos que levam a organização à gestão pela excelência.
As ações para mobilização na aplicação do processo de
Avaliar em que nível esses fundamentos são aplicados
auto-avaliação são estabelecidas em função do nível de
pela organização, na visão do time, é uma forma de ve-
conhecimento que a organização possui sobre o pro-
rificar o quanto estes conceitos são conhecidos. Uma
cesso. Se a organização é parte de uma corporação que
avaliação do conhecimento dos fundamentos permite
estabelece o processo de forma compulsória, um foco
identificar necessidades de nivelamento prévio dos
de obrigatoriedade com menos liberdade de atuação é
conhecimentos antes da realização da auto-avaliação
requerido. Caso contrário, técnicas motivacionais de-
do sistema de gestão.
vem ser aplicadas para engajar as pessoas no processo.
Recomenda-se avaliar o nível de entendimento dos
A mobilização se inicia pela definição de uma equi-
fundamentos da excelência por parte dos participan-
pe de coordenação do processo que seja conhecida e
tes do processo de auto-avaliação como condição que
prestigiada pela Direção. Essa equipe será responsá-
contribua para uma aplicação mais homogênea do
vel pela manutenção do objetivo e do planejamento,
processo. Embora não tenha o objetivo primordial de
para que os resultados esperados sejam atingidos.
capacitação, esta avaliação do nivelamento pode con-
tribuir com este fim.
A designação do patrocinador do processo pela Direção
passa por escolher alguém que tenha motivação para
Método
melhorar a organização e tenha facilidade para agir como
Para avaliar o nível de entendimento dos funda-
agente de mudanças. Algumas atividades a serem rea-
mentos da excelência pelos participantes, sugerimos
lizadas pelo patrocinador permitem definir o seu perfil,
aplicar o formulário apresentado no anexo I.
a saber: conduzir times, liderar o processo, desenvolver
• Distribuir os formulários aos participantes.
o propósito do processo, pesquisar os critérios a serem
• Solicitar a identificação individual de três
adotados, suportar as necessidades de recursos, tomar
práticas da organização que exemplifiquem a
decisões, ponderar os prós e contras, dentre outras.
aplicação do conceito na ótica do participante.
• Debater em grupo para avaliar o grau de en-
A identificação da equipe responsável pela coordenação
tendimento.
do processo de auto-avaliação passa pela análise do pa-
Este exercício deve ser coordenado por uma pes-
trocinador e deveria abranger membros da Direção. Esta
soa com experiência nos conceitos fundamentais
equipe pode ser formada por pessoas de diversas áreas
da excelência na gestão.
e funções com afinidades aos Critérios de Excelência e

14 | Cadernos de Excelência • FNQ | Guia de Auto-avaliação


ETAPA 2 – PL ANEJAMENTO que se espera do processo de auto-avaliação e da téc-
nica a ser aplicada na etapa 4.

Devem ser claramente identificados as partes interessadas,


os produtos e os processos relacionados com a organiza-
ção. Em unidades autônomas ou organizações integrantes
de conglomerado, é comum que algum processo aplicado
seja gerenciado parcial ou totalmente pela organização
A etapa 2 contempla as seguintes atividades: matriz ou holding, assim como existem áreas da organi-
• Definir o objetivo, o escopo e os benefícios esperados. zação que, muitas vezes, apresentam critérios aplicáveis
• Designar o time responsável pela condução do pro- exclusivamente a elas, enquanto outros são aplicados por
cesso de auto-avaliação. outras áreas, por exemplo, a área de Recursos Humanos e
o Critério Pessoas dos Critérios de Excelência.
• Selecionar os avaliadores.
• Definir os critérios para auto-avaliação. A Volkswagen, por meio do processo de qualificação
• Definir as técnicas para auto-avaliação. ao seu Prêmio de Gestão de Alta Performance (figura
• Definir os eventos de comunicação, monitoramen- 5) apresenta um exemplo típico de organização que
to e reconhecimento. estabelece como escopo as áreas, plantas e células, de-
monstrando que um processo de auto-avaliação pode
• Definir os eventos de capacitação.
ser aplicado em vários níveis organizacionais.
• Definir o cronograma e os recursos.
Decisão de
A etapa de planejamento consiste na definição dos di- participação
versos fatores relacionados à abrangência e à aplicação
do processo de auto-avaliação, visando a projetar as ne- Treinamento
cessidades para a boa execução do processo. É a etapa e Assistência
com o maior número de atividades a serem realizadas. (2)
WORKSHOP
Exercício PQ-3 P
(COM
O sucesso do planejamento representará o sucesso do • Prévio A D
AVALIADOR C
processo de auto-avaliação. O planejamento é condu- • Formal
INTERNO)
zindo pelo patrocinador com apoio do time responsável
pela coordenação do processo de auto-avaliação.
NÃO
Aprovada?

OBJETIVO, ESCOPO E BENEFÍCIOS


COM SIM
ASSISTÊNCIA Processo de
PERGUNTA-CHAVE DA QA Auto-avaliação Critérios A
P
D
O QUE ESPERO COM ESTA AUTO-AVALIAÇÃO? I (I.1 a I.5) a II
QUAL A ABRANGÊNCIA QUE DEVEMOS ADOTAR?
Pronta para a NÃO
A definição do objetivo, do escopo (incluindo abran- candidatura?
gência e aplicação) e dos benefícios esperados, permite
SIM (3)
estabelecer o contorno para aplicação do processo de
auto-avaliação. Petição

O objetivo está relacionado à meta que se pretende WORKSHOP


alcançar, que pode estar ligada a um resultado qualita- (COM Avaliação GAP
tivo ou quantitativo. AVALIADOR
INTERNO)
O escopo é a definição da abrangência da auto-avalia- NÃO
Aprovada?
ção — área, unidade ou toda a organização — e dos
benefícios esperados, que podem ser alguns dos cita-
SIM
dos no capítulo da Introdução ou outros que a Direção
Recomendação
considerar. Esta atividade contribui com a definição
ao Prêmio
das técnicas de avaliação a serem aplicadas e permite
a identificação das partes interessadas da organização
Cerimônia de
e dos elementos básicos que compreendem o negó- Reconhecimento
cio, podendo ser realizada em contatos individuais ou
em reuniões com quem detém as informações. A sua Figura 5: Processo de qualificação ao Podium 3 da
duração está associada ao refinamento que se preten- Volkswagem do Brasil
de obter das informações, em função dos benefícios Fonte: VW, 2007.

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 15


A Votorantim também apresenta uma abordagem O preenchimento do Quadro 1, de acordo com a visão
própria na aplicação do seu processo de auto-avalia- das pessoas que realizarão a avaliação, contribui para a
ção denominado Sistema de Avaliação do Sistema de identificação das partes interessadas.
Gestão Votorantim (figura 6), que consiste no escopo
da auto-avaliação dos seus processos organizacionais. Parte interessada é um indivíduo ou grupo de in-
Caso interessante, voltado para uma visão multi-área. divíduos com interesse comum no desempenho da
organização e no ambiente em que ela opera. Por
exemplo: clientes, força de trabalho, acionistas, forne-
cedores e comunidade.

Aqueles indivíduos que não reúnem ao menos um dos


atributos (poder, legitimidade e urgência), ou seja, não
afetam e/ou não são afetados pelos resultados da orga-
nização, não são partes interessadas.

Dependendo-se do escopo do processo de auto-ava-


liação, consideram-se como partes interessadas os
clientes e fornecedores internos, organizações-mães e
define-se como acionista o superior na hierarquia da
estrutura formal do organograma.

Figura 6: O processo de auto-avaliação da Votorantim Quadro 1: Definição de partes interessadas mais comuns
Fonte: Votorantim, 2007.
Partes Interessadas Partes
(Stakeholders) – Definição Interessadas
A identificação das partes interessadas referentes à or-
Acionistas
ganização, antes de começar a etapa de avaliação dos
Proprietários, investidores, indivíduos ou
Critérios, ajudará no entendimento e aplicação dos re- grupos que tenham interesse específico na
quisitos. organização.
Cliente
As partes interessadas podem variar de organiza-
Destinatário dos produtos ou serviços da
ção para organização, em função da categoria à qual organização.
pertence, do perfil da organização ou do escopo esta-
Fornecedor
belecido.
Qualquer organização que forneça bens ou
serviço aplicados durante o projeto e a pro-
Exemplos de partes interessadas dução e utilizados no produto e/ou serviço
Santa Casa da Misericórdia da organização.
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, 2002. Sociedade
• Médicos Comunidade e públicos atingidos pela
• Funcionários organização quanto a seus sistemas, pro-
• Pacientes e Acompanhantes (Clientes) cessos, produtos e serviços.
• Fornecedores Força de trabalho
• Instituições Conveniadas Pessoas que compõem uma organização e
• Mercado e Comunidade que contribuem para a consecução das suas
• Cetrel estratégias, dos seus objetivos e das suas
metas, tais como: empregados em tempo
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, 1999. integral ou parcial, temporários, autônomos
• Acionistas e contratados de terceiros que trabalham
• Clientes sob supervisão direta da organização.
• Comunidades
• Empregados Fonte: FNQ, 2007.
• Fornecedores e Parceiros
• Sociedade A construção do mapa do negócio da organização
Joal Teitelbaun permitirá aos avaliadores um entendimento geral da
Fonte: FNQ: Relatório da Gestão, 2003. organização.
• Colaboradores
• Fornecedores/Parceiros/Empreiteiros e Pro- O mapa de negócios facilita a identificação da missão
jetistas e da atividade-fim que a organização realiza. Um bom
• Clientes mapeamento do negócio apresenta as partes interessa-
• Comunidade das, processos, segmentos e mercados de atuação. As
• Sociedade entradas e saídas são facilmente compreendidas, per-
• Acionistas/Alta Direção mitindo-se não causar viés na avaliação.

16 | Cadernos de Excelência • FNQ | Guia de Auto-avaliação


Uma proposta de mapa do negócio é sugerida pela FNQ no seu cur- SELEÇÃO DOS AVALIADORES
so de formação de examinadores para a banca do PNQ, conforme
apresentado na Figura 7.
PERGUNTA-CHAVE
QUEM DEVE SER SELECIONADO
4 8
7 COMO AVALIADOR?
1 2 3 5 6
4A
4B
Os Avaliadores, responsáveis pela ve-
rificação da aderência dos processos
organizacionais aos requisitos dos critérios
adotados, podem ser selecionados a partir
11 9 10 de três critérios:
12
A) AVALIADORES INTERNOS (EQUIPE PRÓ-
1. fornecedores para o processo 5. produtos
PRIA OU CORPORATIVA)
2. matérias-primas e insumos 6. clientes-alvo
3. processos de fornecimento 7. segmentos-alvo
4. processos relativos ao produto 8. mercados-alvo A participação de um avaliador interno é
(missão) 9. processos de apoio recurso adotado por muitas organizações
4A processo de projeto de pro- 10. produtos dos processos de apoio que aplicam o processo de auto-avaliação
dutos e de produção 11. força de trabalho sistematicamente. Consiste em desenvol-
4B processos de produção 12. comunidade/sociedade ver pessoas, com vínculo empregatício, nos
conceitos de um modelo de excelência em
Figura 7: Modelo de mapa do negócio (Colocar aqui a nova figura gestão, para atuar no processo em todas as
elaborada pela FNQ) suas etapas. Compete-lhe aplicar o processo
Fonte: FNQ, 2007. de auto-avaliação no seu conceito mais ge-
nuíno, ou seja, “faça você mesmo”.
DESIGNAÇÃO DO TIME CONDUTOR O custo e a manutenção das competências
pela organização é que constituem os bene-
PERGUNTA-CHAVE fícios desta escolha.
QUAL O PAPEL DO TIME CONDUTOR?
B) AVALIADORES INDEPENDENTES
A designação do time responsável pela condução do processo de
auto-avaliação compreende em definir as pessoas que irão fornecer as A inclusão de um avaliador independente
informações por meio de respostas aos Questionários, participação nos no processo favorece a isenção na identifi-
Workshops, respostas às Entrevistas ou preparação do Relatório de Ges- cação dos pontos fortes, e principalmente,
tão, dependendo da técnica de auto-avaliação definida nesta etapa. das oportunidades para melhoria. Essa esco-
lha consiste em selecionar um especialista
Este time necessita ser capacitado nos conceitos e atividades deste nos conceitos de modelos de excelência em
processo a fim de contribuir com uma auto-avaliação que venha de gestão, tendo-se a extensão do seu trabalho
encontro com os anseios da Direção. definida pela organização, podendo-se par-
ticipar desde a elaboração do questionário
Como citado anteriormente na etapa 1, em função do tamanho e ou relatório de gestão até o acompanhamen-
característica da organização, o time de condução do processo de to da implementação do plano de ação. Na
auto-avaliação e a equipe de coordenação podem ser compostos pe- intenção de adotar requisitos próprios da
las mesmas pessoas, não havendo justificativa de se diferenciar sua organização no processo de auto-avaliação,
composição. uma adaptação do avaliador a estes requisi-
tos é requerida.
Organizações que praticam o processo de auto-avaliação, como a
Bosch, a Eaton e a Votorantim, organizam o time de acordo com os A visão externa e imparcial de um especialis-
Critérios de Excelência. ta são os grandes benefícios dessa escolha.

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 17


C) AVALIADORES INTERNOS E INDEPEN- CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
DENTES
PERGUNTA-CHAVE
A compatibilização dos dois critérios acima, QUAIS CRITÉRIOS ADOTAR? O CRITÉRIO PODE POSSUIR
o que é muito comum entre as organizações
REQUISITOS PRESCRITIVOS?
praticantes do processo, soma-se à visão
externa e imparcial de um avaliador inde-
pendente, o conhecimento da organização A definição dos critérios de avaliação compreende a necessidade
pelo avaliador interno. Conceitos e práticas de estabelecer previamente o nível de requisitos que se pretende
enriquecem o processo de auto-avaliação. A adotar para avaliar o estágio da gestão em que se encontra a orga-
aplicação desta escolha considera que um nização. Os Critérios de Excelência, Rumo à Excelência e Compromisso
avaliador independente atue como sênior, com a Excelência, definidos, servirão de base para questionamentos e
mediando a avaliação, suportado por um reflexão, assim como para avaliar o grau de aderência aos requisitos
avaliador interno conhecedor das práticas da específicos, seja do segmento de atuação (prêmios setoriais) ou da
organização. própria organização (reconhecimentos internos).

Os benefícios dessa escolha se encontram na Nível de maturidade


diversidade da experiência dos avaliadores.
Estado-da-arte
O avaliador deve ser capacitado para aplicar
os critérios adotados pela organização.
Classe
Avançado Mundial
Tendo como base o Código de Ética da
FNQ, apresentado no documento Instruções
para Candidatura 2007, o avaliador deve se
comprometer a manter princípios éticos no Implementando as
cumprimento de suas atribuições e pres- práticas de gestão
tar serviços de elevado padrão profissional, Intermediário
considerando-se a honestidade, confiden-
cialidade, dignidade, veracidade, exatidão,
imparcialidade e responsabilidade perante a
organização avaliada.

O avaliador deve salvaguardar as informações


recebidas durante o processo de auto-avalia- Inicial
ção, evitando discuti-las com outro avaliador
e colegas de profissão, exceto quando a troca
Tempo e esforço
de informações fizer parte deste processo.

Independentemente da técnica adotada no


processo de auto-avaliação, o avaliador tem
função essencial na ação como instrutor,
mediador, facilitador e avaliador. Às caracte- Figura 8: Evolução e Estágios de Maturidade da Gestão
Fonte: FNQ, 2007.
rísticas individuais do avaliador acima citadas,
acrescentem-se as seguintes competências:
capacidade de análise, respeito aos procedi- Dependendo do estágio da gestão (figura 8) em que se encontra a
mentos, organização de trabalho, facilidade organização ou dos propósitos para os quais se pretende realizar o
de comunicação, trabalho em equipe, discri- processo de auto-avaliação, os critérios a serem adotados podem di-
ção, empatia, foco na tarefa, disciplina e visão ferir dos Critérios de Excelência, Rumo à Excelência e Compromisso com
sistêmica. Essas competências são desejáveis, a Excelência da FNQ ou serem acrescidos requisitos específicos do
mas não são excludentes. setor ou da organização.

18 | Cadernos de Excelência • FNQ | Guia de Auto-avaliação


A) PNQ, PRÊMIOS REGIONAIS E SETORIAIS do seu modelo de processo onde três níveis de aplica-
ção são estabelecidos, a saber: Podium 1, Podium 2 e
Os Critérios de Excelência, Rumo à Excelência e Compro- Podium 3, e solicita como requisitos de avaliação prá-
misso com a Excelência da FNQ são compostos por oito ticas definidas no sistema de gestão da qualidade. Não
Critérios e elementos estruturais. A utilização destes menos diferente, o Itaú alinha o seu processo de auto-
Critérios permite avaliar o grau máximo de uma or- avaliação aos vários sistemas de gestão estabelecidos
ganização para os processos gerenciais e resultados, pela organização, enquanto que a Votorantim tem seu
que é a excelência. Portanto, deveriam ser aplicados Sistema de Avaliação do SGV (Sistema de Gestão Vo-
no processo de auto-avaliação por organizações que se torantin) com foco nos seus processos organizacionais.
encontram num estágio de práticas diferenciadas e re-
sultados sustentáveis ao longo dos ciclos de gestão.
TÉCNICAS DE AUTO-AVALIAÇÃO
Os critérios de prêmios regionais e setoriais são ali-
nhados aos Critérios de Excelência, Rumo à Excelência PERGUNTA-CHAVE
e Compromisso com a Excelência da FNQ, sendo com-
postos por critérios e elementos estruturais, como o QUAIS SÃO AS TÉCNICAS EXISTENTES PARA
embasamento nos fundamentos da excelência. Dife- A AUTO-AVALIAÇÃO?
rem nos requisitos que avaliam o grau de maturidade
do sistema de gestão da organização. O modelo inter- São várias as técnicas para se aplicar no processo de
mediário apresenta um grau classificado como “Rumo auto-avaliação. A definição destas técnicas depende
à Excelência” e o modelo para iniciantes, um grau das variáveis que se adotam na aplicação.
classificado como “Compromisso com a Excelência“.
Em função dos benefícios citados na introdução, a
Escolher os requisitos dentre os modelos citados é FNQ sugere a utilização de uma das quatro técnicas
uma decisão da organização. apresentadas a seguir (figura 9). O resultado do apren-
dizado e os benefícios esperados com a realização do
processo de auto-avaliação são os principais critérios
B) CRITÉRIOS INTERMEDIÁRIOS para a escolha. A riqueza nos comentários está na di-
ferença das técnicas aplicadas, porém nenhuma delas
Existem prêmios que adotam critérios intermediários. é menos importante. A elaboração de um relatório da
São compostos de critérios e elementos estruturais. gestão permite um trabalho mais completo e de gran-
Neste caso, o grau de maturidade da gestão se encon- de reflexão para o aprendizado, mas também demanda
tra num estágio que poderia ser classificado de “ótimo mais esforços da organização.
desempenho”. Assim, os esforços para alcançar o Prê-
mio Nacional da Qualidade® seriam menores, embora As técnicas de auto-avaliação podem ser complementa-
a simples correlação entre as pontuações, não garanta a res ou evoluir na aplicação à medida que a organização
conquista deste Prêmio. desenvolve seu sistema de gestão. Uma seqüência lógica
para a aplicação das técnicas seria: questionário, entrevis-
tas, workshop e relatório da gestão. Após esta última, a
C) AGREGAR REQUISITOS PRÓPRIOS organização teria o material preparado para uma eventual
participação no processo de premiação escolhido.
É comum nas organizações a adoção dos requisitos dos
Critérios de Excelência, Rumo à Excelência e Compromis- Grau de
so com a Excelência, independentemente do modelo aprendizado
de pontos que se adote, incluindo-se requisitos pres-
critivos aos Critérios, como pode ser verificado nos Alto
exemplos citados nos Anexos II, III, IV, V e VI. Relatório da Gestão

Agregar requisitos próprios permite incorporar no Workshop


processo de auto-avaliação a verificação de padrões e
processos gerenciais a que o sistema de gestão deve
Entrevistas
atender, permitindo-se, assim, principalmente para
organizações autônomas e de multilocalidades, uma
Questionário
padronização na gestão.
Baixo
Como exemplos de organizações que adotam requisitos Baixo Alto
Grau de esforço
próprios, além da Petrobras citada anteriormente, têm-
se a Eaton Ltda. – Divisão Transmissões, que incorpora
ferramentas de gestão estabelecidas pelo seu Modelo Figura 9: Grau de relevância entre as técnicas de auto-
de Gestão denominado Eaton Business System, além de avaliação.
métricas e metas prescritivas; e a Volkswagem por meio Fonte: FNQ, 2006.

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 19


A) POR MEIO DE QUESTIONÁRIO A técnica do questionário, como recomendação, não
deve ser aplicada para um grupo muito extenso de
A técnica de auto-avaliação por meio de questionário pessoas, pois o excesso de respostas dificultará a vali-
é a que exige menos recursos e pode ser concluída em dação do conteúdo.
menor tempo, tão logo a organização tenha o questio-
nário estabelecido. O questionário é um instrumento
que permite um trabalho individual para a auto-ava- B) POR MEIO DE ENTREVISTAS
liação, colhendo-se dessa forma, a percepção de cada
indivíduo acerca da gestão da organização. A técnica de entrevistas, no âmbito do processo de
auto-avaliação, consiste em realizar vários eventos com
O questionário pode variar de forma, a critério da or- pessoas da organização, nos quais são identificadas as
ganização, apresentando desde uma simples resposta práticas que respondem aos requisitos dos critérios
sim/não até uma forma mais sofisticada, incluindo-se adotados.
escala de pontuação e descrição das respostas/práticas
que dão sustentação à pontuação. Esta técnica permite ao avaliador, no momento das
entrevistas, questionar o entrevistado, assim como es-
A elaboração do questionário permite sua aplicação em clarecer para ele os conceitos dos requisitos.
outras técnicas de auto-avaliação, por exemplo, em en-
trevistas e workshops. O avaliador, de posse de um questionário ou dos
próprios Critérios de Excelência adotado, aborda o en-
A FNQ sugere um modelo de questionário que pode
trevistado, com o objetivo de colher evidências das
ser aplicado nas três técnicas citadas, nos moldes do
práticas que respondem aos requisitos, anotando-as.
exemplo do Anexo I.
Nesta abordagem, é possível identificar os pontos
No caso da avaliação do desempenho ou especificamen- fortes e as oportunidades para melhoria existentes na
te do Critério de Resultados quando da adoção dos Critérios gestão da organização.
de Excelência, Rumo à Excelência e Compromisso com a Ex-
celência da FNQ, sugere-se que seja avaliado utilizando Para a avaliação do desempenho ou especificamente
o modelo de coleta de informações (Anexos VII e VIII), do Critério de Resultados quando da adoção dos Critérios
por meio do qual os responsáveis por preencher o ques- de Excelência, Rumo à Excelência e Compromisso com a
tionário poderão, utilizando os resultados dos indicadores Excelência da FNQ, sugere-se que seja avaliado, à me-
ou pelo seu conhecimento, preencher as informações re- dida que as entrevistas acontecerem, solicitando-se
queridas. Neste caso, a subjetividade pode ser adotada. evidências dos resultados pertinentes a cada indica-
dor, conforme o Critério que está se avaliando. Por
A pontuação pode ser estabelecida por quem preenche exemplo, item 8.4, quando se avaliar o Critério Pessoas.
o questionário ou o avaliador estabelece a pontuação Um modelo sugerido para a coleta de resultados poder
após receber todos os questionários respondidos. ser verificado no Anexo VII.

Qualquer técnica adotada tem suas vantagens e des- Durante a entrevista, o avaliador pode colher a pon-
vantagens quanto à sua aplicação. Especificamente tuação em concordância com o entrevistado ou pode
para a técnica do questionário, citam-se: estabelecer a pontuação após realizar as entrevistas,
considerando-se os relatos.
Vantagens
• maior rapidez no processo; As vantagens e desvantagens desta técnica de auto-
• segmentação da avaliação conforme a necessidade avaliação podem compreender:
de informação; e
• personalização do questionário. Vantagens
• esclarecimento do entrevistado quanto aos conceitos;
Desvantagens • identificação dos pontos fortes e oportunidades
• dependência do conhecimento de quem preenche para melhoria;
o questionário; • personalização do questionário;
• não-identificação de pontos fortes e oportunidades • segmentação da avaliação conforme necessidade
para melhoria; de informação; e
• trabalho adicional requerido na avaliação e consoli- • o avaliador pode realizar o consenso entre os entre-
dação das respostas obtidas; vistados visto que participa de todas as entrevistas.
• geração de uma lista de práticas, às vezes de difícil
interpretação; Desvantagens
• não-permissão do consenso entre os que preen- • dificuldade na programação das entrevistas; e
chem os questionários; e
• trabalho adicional requerido na avaliação e consoli-
• subjetividade na avaliação do Critério Resultados. dação das respostas obtidas.

20 | Cadernos de Excelência • FNQ | Guia de Auto-avaliação


A técnica de entrevistas, como recomendação, deve A formação dos grupos de auto-avaliação deve contem-
ser aplicada por um grupo de pessoas com conheci- plar as pessoas responsáveis pelos requisitos a serem
mento da gestão da organização, conforme o requisito auto-avaliados e pessoas que são partes interessadas
que se pretende avaliar. Esta abordagem favorece o nos requisitos.
resultado do processo de auto-avaliação na busca de
informações mais precisas quanto às áreas de melhoria O modelo de questionário (Anexos II e VII), aqui su-
da organização. gerido para aplicação desta técnica, apresenta campos
específicos para identificação dos pontos fortes e das
oportunidades para melhorias que servirão de base para
C) POR MEIO DE WORKSHOP reflexão no momento da pontuação.

A técnica de auto-avaliação por meio de um workshop Como vantagens e desvantagens desta técnica, citam-se:
permite a geração de discussões e de decisões por
parte dos integrantes dos grupos de trabalho, contri- Vantagens
buindo para fornecer evidências das práticas aplicadas
pela organização, bem como para estabelecer consenso • esclarecimento dos participantes do workshop
entre os integrantes. quanto aos conceitos;
• identificação dos pontos fortes e oportunidades
Esta prática possibilita à organização envolver, no para melhoria;
grupo do processo de auto-avaliação, pessoas de suas
diversas áreas, tornando-se mais ricas as informações • riqueza na dinâmica envolvendo as partes interes-
obtidas. sadas; e
• consenso obtido pelos participantes do workshop.
O workshop pode ser realizado considerando-se dois
agrupamentos de pessoas: agrupamento pelos Critérios Desvantagens
de Excelência, Rumo à Excelência e Compromisso com a
Excelência ou um único agrupamento geral dos parti- • número de homens/hora disponíveis num mesmo
cipantes. No primeiro tipo de agrupamento, a técnica momento; e
é aplicada em dois estágios onde num primeiro mo- • dificuldade na programação do workshop.
mento os grupos realizam a auto-avaliação e, num
segundo, apresentam para os demais grupos validarem A participação do avaliador como facilitador neste
as respostas aos requisitos. No agrupamento único, a processo é fundamental, pois os workshops podem se
auto-avaliação e a validação ocorrem conjuntamente. tornar infindáveis, em função das discussões e da falta
de consenso.
O consenso é rico em obter pontos fortes e oportuni-
dades para melhorias reconhecidas por todos.
D) POR MEIO DA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DA GESTÃO

Esta técnica demanda mais homem/hora num mesmo


A técnica de auto-avaliação, a partir da elaboração do
espaço de tempo. A experiência em aplicar esta téc-
relatório da gestão é a mais rica para o aprendizado
nica permite que o evento workshop seja realizado em
da organização, mas também é a que demanda mais
duas etapas e em dias distintos. No primeiro, identifi-
tempo e esforço. Muitas organizações que adotam os
cam-se as práticas, os pontos fortes e as oportunidades
Critérios de Excelência em seu sistema de aprendizado
para melhorias; no segundo, realiza-se a validação das
aplicam esta técnica, como as vencedoras do PNQ,
práticas, dos pontos fortes, das oportunidades para me-
Cetrel (1999) e Joal Teitelbaum (2003), bem como a
lhorias e das pontuações.
Dana Albarus (2002), que cita os critérios internos do
DQLP (Dana Quality Leadership Process), baseado
Sugere-se, para a técnica de workshop, que a avaliação
nos critérios do Malcom Baldrige (prêmio americano).
do desempenho ou especificamente do Critério de Re-
sultados quando da adoção dos Critérios de Excelência,
A técnica consiste em elaborar um relatório da gestão,
Rumo à Excelência e Compromisso com a Excelência da
conforme solicitado pelas regras do PNQ (ver Instru-
FNQ, seja realizada utilizando-se evidências dos re-
ções para Candidatura PNQ 2007) ou pelas regras do
sultados pertinentes para cada indicador identificado
modelo adotado, no qual os processos gerenciais da
pela organização em resposta aos itens. Esta prática
organização em resposta aos requisitos dos Critérios de
permite uma análise global do desempenho da orga-
Excelência são descritos.
nização por um grupo de pessoas de áreas distintas, o
que nem sempre é possível no dia-a-dia.
Os resultados da organização referentes à avaliação do
desempenho ou especificamente do Critério de Resul-
A pontuação dos itens nesta técnica deve ser obtida
tados quando da adoção dos Critérios de Excelência, Rumo
pelo avaliador no momento do workshop, em consen-
à Excelência e Compromisso com a Excelência da FNQ,
so com os participantes dos grupos.
devem ser demonstrados no relatório da gestão.

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 21


A organização encaminha o relatório ao(s) avaliador(es)
para que analise(m) o descrito em comparação com os PERGUNTA-CHAVE
critérios adotados. Após esta análise, o(s) avaliador(es) QUAIS SÃO OS EVENTOS DE COMUNICAÇÃO,
agenda(m) as entrevistas de verificação para esclarecer
MONITORAMENTO E RECONHECIMENTO
as dúvidas oriundas da análise. Apura-se nesta análise
o desempenho dos resultados da organização. NECESSÁRIOS?

Nesta técnica, a pontuação é auferida pelo(s) A definição destes eventos deve ser conduzida pelo
avaliador(es). Sua vantagem está em proporcionar a patrocinador do processo de auto-avaliação, de forma
oportunidade de reflexão por parte das pessoas quan- a encorajar todos os que serão envolvidos no processo.
do da elaboração do relatório da gestão, bem como a
organização recebe como produto o relatório de ava- Deve possibilitar condições para a mudança da cul-
liação, gerado por avaliador(es) isento(s), dependendo tura interna da organização e melhorar o nível de
do tipo de avaliador selecionado, conforme detalhado entendimento dos conceitos do Modelo de Excelên-
no próximo item. cia adotado.

A técnica de elaboração do relatório da gestão simula A descrença no modelo ou o paradigma de que se trata
o processo de avaliação adotado pelos prêmios de ex- de mais um modismo ou mais uma atividade a se rea-
celência na gestão que compõem a Rede Nacional da lizar são posturas defensivas e orientadas para o status
Gestão, permitindo-se a preparação para a participação quo, levando o processo ao insucesso. Um ambiente
nos mesmos, se esta for a intenção da organização. propício de confiança e de vontade de trabalhar em
equipe para melhorar a gestão da organização como
As vantagens e desvantagens, neste caso, são: um todo tem grande importância.

Vantagens O comprometimento com a melhoria contínua deve


ser premissa na gestão. Com este princípio, a sensibili-
• reflexão no momento de elaborar o relatório da ges- zação para o processo de auto-avaliação será facilitada.
tão;
• identificação de pontos fortes e das oportunidades A comunicação com os envolvidos no processo deve
para melhoria; e esclarecer quem será o patrocinador, a equipe de co-
ordenação, o time de condutores, o período em que o
• riqueza na dinâmica envolvendo as partes interes- processo será realizado, os participantes, onde ocorrerá
sadas. e qual técnica será aplicada. A comunicação a partir da
Direção da organização é de extrema relevância.
Desvantagens
• tempo e esforço das pessoas aplicados na elabora- Os eventos de monitoramento que devem ocorrer ao
ção do relatório da gestão; longo do processo, necessitam ser planejados como
forma de estabelecer um redirecionamento e verificar
• necessidade de avaliador(es) com experiência nos o rumo no andamento dos trabalhos, verificando se o
critérios adotados; e processo ocorre conforme planejado. Estes eventos
• dificuldade na programação das entrevistas do(s) podem ser realizados conjuntamente com os eventos
avaliador(es). tradicionais da organização, como nas reuniões da lide-
rança, nas reuniões de análise crítica, nas reuniões de
A opção por esta técnica deve ter uma análise clara da apresentação de projetos e resultados, dentre outros.
liderança da organização quanto ao tempo que será des-
pendido na elaboração do relatório da gestão, para que O monitoramento deve prever uma agenda mínima
toda a riqueza do processo de auto-avaliação não seja pre- baseada nos principais pontos a serem monitorados no
judicada em função do homem/hora disponibilizado. processo.

O reconhecimento, e suas formas, é uma prática que


COMUNICAÇÃO, MONITORAMENTO E deve ser planejada e comunicada a todos os envol-
RECONHECIMENTO vidos antecipadamente ao início da realização da
auto-avaliação. Há organizações que entendem que o
reconhecimento pode causar distorção nos resultados
A comunicação é uma atividade de esclarecimento
da auto-avaliação.
sobre o objetivo da aplicação do processo de auto-ava-
liação e os benefícios para a organização.
A maioria das organizações reconhece as pessoas que
participam do processo, e os demais funcionários,
Os eventos de comunicação, monitoramento e reco-
como meio de buscar o comprometimento de todos na
nhecimento devem ser realizados de forma alinhada
busca da melhoria contínua na gestão.
com o objetivo do processo de auto-avaliação.

22 | Cadernos de Excelência • FNQ | Guia de Auto-avaliação


As práticas de reconhecimento são as mais diversas, definir em que momento do ano é melhor conduzir o
desde ajuda financeira até eventos e comemorações processo. Pense sempre na disponibilidade da Direção,
com todas as pessoas da organização, como de entrega lembrando que o engajamento dela é fundamental.
de mimos alusivos ao processo.
O ideal é conduzir o processo de auto-avaliação de forma
O reconhecimento contribui com a manutenção da a possibilitar que os resultados contribuam como infor-
auto-estima por projetos de melhoria, reforça as res- mações para o processo de formulação das estratégias.
ponsabilidades das pessoas envolvidas nas atividades
estabelecidas, contribui com a causa da mudança, a in- Os recursos para a condução do processo devem ser ne-
tegração, o comprometimento e motivação das pessoas. gociados individualmente com os líderes responsáveis,
não se esquecendo de que o processo termina com a im-
Alguns exemplos podem ser citados: a Eaton reconhece plementação de ações que atendam as oportunidades
a organização com um símbolo da conquista, nos moldes para melhoria identificadas. Em função destas oportu-
da FNQ, e num evento de reconhecimento em função nidades, pode ser necessário garantir no orçamento da
do nível alcançado; a Volkswagem estabeleceu um re- organização, recursos financeiros para este fim.
conhecimento formal para três categorias denominadas
de Podium 1, Podium 2 e Podium 3; e a Petrobras reco- Na etapa 5, serão realizadas a análise e a priorização
nhece os destaques com um troféu numa cerimônia que como função do intento estratégico de direcionar as
conta com a presença da Alta Administração. oportunidades para melhoria, ou pontos fortes para o
ciclo de planejamento estratégico, ou, ainda, de tratá-
las como projetos de melhoria (conforme etapa 6). Na
EVENTOS DE CAPACITAÇÃO primeira hipótese, o processo de formulação das estra-
tégias irá estabelecer cronograma e recursos.
PERGUNTA-CHAVE
A CAPACITAÇÃO É NECESSÁRIA?

A definição dos eventos de capacitação deve ser basea-


ETAPA 3 – CAPACITAÇÃO
da no nível de conhecimento das pessoas participantes
do processo nos conceitos definidos na etapa 3 de Ca-
pacitação. Um bom planejamento não deixa de definir
quais os eventos que irão elevar o nível de aplicação do
processo de auto-avaliação.

Exemplos de eventos que podem ser identificados A etapa 3 contempla as seguintes atividades.
contemplam: • Capacitar os Avaliadores.
• Formação dos Avaliadores; • Capacitar os Avaliados.
• Apresentação dos critérios de avaliação aos partici-
pantes do processo; • Outras capacitações estabelecidas na etapa do pla-
nejamento.
• Workshop com especialista em gestão de projetos
e gestão de mudanças; Esta etapa tem como objetivo levar às pessoas parti-
• Cursos oferecidos pela Fundação Nacional da Qua- cipantes do processo de auto-avaliação, incluindo os
lidade; e avaliados, o conhecimento de alguns conceitos aplicá-
• Outros conforme perfil e necessidade da organização. veis aos requisitos, critérios e fatores de pontuação.

CRONOGRAMA E RECURSOS A capacitação deve proporcionar o nivelamento desses


conceitos e fatores, para maximizar o alinhamento na
identificação das práticas que atendem aos requisitos,
PERGUNTA-CHAVE assim como dos pontos fortes, das oportunidades para
QUAIS AS PREOCUPAÇÕES NO ESTABELECI- melhoria e da pontuação, seja de enfoque e aplicação
MENTO DO CRONOGRAMA E RECURSOS? ou de resultados.

O estabelecimento de um cronograma que compreenda Não é objetivo deste Guia explicar os conceitos, mas
o tempo e as atividades a serem aplicadas ao longo do fortalecer a necessidade de que sejam discutidos com
processo parece uma tarefa simples e fácil, mas não é os participantes do processo, como anteriormente cita-
o que ocorre com as organizações que praticam o pro- do, antes de aplicar o processo de auto-avaliação.
cesso. Alguns comentários são necessários para alertar o
patrocinador na condução desta atividade. É comum a Os conceitos que tratam dos elementos principais a se-
organização trabalhar sobre pressão, com outras ativida- rem considerados na resposta aos requisitos dos itens
des concorrendo com o processo. Por isso, é importante dos Critérios de Excelência, Rumo à Excelência e Compro-

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 23


misso com a Excelência, baseados no Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), contemplam:
Processos gerenciais, Padrões de trabalho, Diagrama da gestão, a palavra “Como”, Sistema
de pontuação, Enfoque, Aplicação, Aprendizado, Integração, Resultados Organizacionais, e
Diretrizes para a pontuação.

É também interessante considerar a capacitação em metodologias de gestão de projetos e


gestão de mudanças (change management). A condução de ações que busquem melhorias fruto
das oportunidades identificadas no processo de auto-avaliação, passa necessariamente por
uma implementação estruturada e capaz de minimizar resistências e frustrações.

Em relação aos Avaliadores, recomenda-se capacitação mais detalhada em relação aos Crité-
rios de Avaliação e às Técnicas de Avaliação selecionados anteriormente. Esta capacitação
pode incluir participação no curso de Preparação para a Banca Examinadora do PNQ e dos
Prêmios Regionais e Setoriais.

Os conceitos básicos apresentados são exaustivamente trabalhados nos cursos oferecidos


pela FNQ e podem ser encontrados nas publicações desta Fundação.

ETAPA 4 – EXECUÇÃO DA AUTO-AVALIAÇÃO

A etapa 4 contempla as seguintes atividades:

• Obter as informações por meio das técnicas de auto-avaliação;


• Validar as informações, incluindo a consulta aos documentos e banco de dados; e
• Avaliar as informações (estabelecer a pontuação).

A aplicação da auto-avaliação pela organização pode ocorrer utilizando-se inúmeras técnicas,


mencionadas na etapa de Planejamento — item “Técnicas de auto-avaliação”. Exemplos:
questionário, entrevistas, workshop e relatório da gestão.

É importante destacar que a utilização de mais de uma destas técnicas pode ser realizada
simultaneamente, complementando com consulta a documentos e Banco de Dados da or-
ganização.

As variáveis existentes nesta etapa do processo diferem em função da técnica, mas as ativi-
dades básicas são as mesmas, conforme detalhado no Quadro 2.

No caso do workshop as atividades destacadas no Quadro 2 podem ser realizadas num mesmo
momento, dependendo da forma de organização do mesmo.

O estabelecimento da pontuação é uma atividade que pode ser descartada pela organização,
caso o interesse seja a identificação de oportunidades para melhorias, e não a sua medição.

24 | Cadernos de Excelência • FNQ | Guia de Auto-avaliação


Quadro 2: Execução da auto-avaliação
Técnica Obtenção Validação Avaliação
O avaliador enviará o documento aos A função de validar as informações é do A pontuação é estabelecida pelo
que o preencherão, estabelecendo avaliador. Este, de posse dos questio- avaliador, que, em função das respostas
um tempo para a sua devolução, com nários respondidos, avalia a pertinência obtidas para os requisitos, aplica os
Questionário as informações sobre as práticas que das respostas em atendimento aos fatores de pontuação, conforme as
atendam aos requisitos dos itens. requisitos dos itens, podendo conside- Tabelas de Pontuação dos Critérios, ou
rá-las ou não. conforme tabelas oriundas do critério
escolhido (Critérios de Avaliação).
O avaliador deve planejar uma agenda O avaliador deve validar as informações Assim como a técnica de questioná-
das entrevistas com tempo previamente no momento que as obtém, incluindo rio, a pontuação é estabelecida pelo
estabelecido e comunicar os entrevista- as informações obtidas ao longo das avaliador, que, em função das respostas
dos. De posse de um questionário deve entrevistas. Nesta técnica pode ocorrer obtidas para os requisitos nas entre-
obter as informações dos entrevistados a necessidade da realização de entrevis- vistas, aplica os fatores de pontuação,
Entrevistas
quanto às práticas que atendem aos tas adicionais. conforme Tabelas de Pontuação dos
requisitos, e à medida que a entrevista Critérios, ou conforme tabelas oriundas
se desenvolva deve-se estudar com do critério escolhido (Critérios de
os entrevistados os pontos fortes e as Avaliação).
oportunidades para melhoria.
O avaliador deve planejar o workshop, A validação das informações depen- A pontuação pode ser estabelecida de
verificando a necessidade de realizá-lo derá da extensão do workshop. Se duas formas: a) se as informações forem
ou não em conjunto com a validação as informações forem colhidas por colhidas por grupos definidos para cada
das informações. Lembre-se de que o grupos definidos para cada Critério, a critério, deve ser definida por eles e
planejamento do workshop deve ser mais validação, mediada pelo avaliador, deve levada ao consenso no momento das
detalhado, pois envolve várias pessoas ser efetuada por meio de apresentação validações das práticas; b) estabelecida
num mesmo tempo. Portanto, o local e o de cada grupo para os demais, em que em consenso pelo grupo em geral,
horário devem ser previamente agenda- ocorrerá a validação. Caso contrário, a mediado pelo avaliador.
Workshop dos. As informações no workshop podem validação ocorrerá conjuntamente, con-
ser obtidas mediante a formação de forme citado na etapa de Obtenção.
grupos definidos por Critérios, para res-
ponderem um questionário. O avaliador
pode coordenar os trabalhos, buscando
captar as informações (práticas, pontos
fortes e oportunidades para melhoria),
podendo, neste caso, ocorrer a validação
conjuntamente.
O patrocinador, em conjunto com a equi- A validação é efetuada por um avalia- A pontuação é estabelecida pelo avalia-
pe responsável, redige um relatório, nos dor que analisará o descrito no relatório dor, que, em decorrência das respostas
moldes das regras do PNQ. O relatório da gestão, confrontando com os requi- obtidas, aplica os fatores de pontuação,
da gestão conterá todas as práticas que sitos dos Critérios. Esta validação pode conforme as Tabelas de Pontuação dos
respondem aos requisitos dos Critérios contemplar uma visita do avaliador Critérios, ou conforme tabelas do crité-
de Excelência. A elaboração do relatório às áreas da organização, para uma rio escolhido (Critérios de Avaliação).
Relatório da da gestão deve refletir a gestão da orga- verificação in loco ou, simplesmente, a
gestão nização. Para tanto deve ser elaborado descrição de um Relatório de Avaliação,
dentro de um tempo planejado, para que, identificando os pontos fortes e as
ao término da redação, as informações oportunidades para melhoria, ficando
apresentadas não deixem de apresentar à critério dos membros da organização
com fidelidade a gestão. O patrocinador a análise da pertinência desse relatório
deve estabelecer um cronograma para a ou do descrito no relatório da gestão, no
elaboração do relatório. próximo ciclo.
Fonte: FNQ, 2007.

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO POR MEIO DOS RESULTADOS

As atividades para auto-avaliar o desempenho por meio dos resultados da organização não são
diferentes das descritas acima. A particularidade está em utilizar os resultados dos indicadores
que são apresentados, ou avaliar considerando o conhecimento e o sentimento das pessoas que
participam do processo.

Muitas organizações que aplicam o processo de auto-avaliação prescrevem indicadores próprios


da gestão, estabelecendo assim uma avaliação dos resultados de maneira alinhada com as metas
desejadas. Esta prática permite a comparação no caso de organizações de multilocalidades.

Ao adotar a técnica do questionário ou da entrevista é interessante solicitar, ao menos, os nomes dos


indicadores que a organização utiliza na gestão dos resultados. Aplicando o formulário sugerido no
Anexo VII, que pode fazer parte do questionário mencionado em “Técnicas de auto-avaliação”,
o avaliador aplica os fatores de pontuação, conforme as Tabelas de Pontuação dos Critérios de
Excelência 2007, ou conforme as tabelas oriundas do critério escolhido (Critérios de Avaliação).

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 25


No caso de se aplicar a técnica de relatório da gestão, a es- No caso da adoção dos Critérios de Excelência, sabendo-
colha já está implícita, ou seja, os resultados fazem parte se que estes são integrados entre si, é comum ocorrer
do relatório fornecido para o processo de auto-avaliação. oportunidades para melhoria, em diferentes itens que
podem ser agrupadas para geração de um único pro-
O produto final desta etapa do processo compreende jeto de melhoria e assim customizá-lo. O responsável
um relatório de avaliação contendo informações obti- pelo critério, se existir, ou a equipe de coordenação do
das ao longo das etapas do processo. A sua completude patrocinador do processo, consolida as oportunidades,
está condicionada à adequação à técnica aplicada e adotando alguma ferramenta de gestão que permita o
pode conter as práticas que atendem aos requisitos agrupamento.
dos critérios, os pontos fortes, as oportunidades para
melhoria e a pontuação. Uma vez agrupadas as oportunidades para melhoria, o
patrocinador do processo, suportado pelo time respon-
Para dar para credibilidade ao processo, o resultado da sável pela sua coordenação, define a prioridade para a
auto-avaliação deve ser comunicado às partes interes- geração das ações, levando em conta os impactos e os
sadas, em conformidade com cada pertinência. riscos relacionados com o negócio, bem como os recur-
sos necessários e disponíveis.

Finalmente, realiza-se também nesta etapa, a análise e


ETAPA 5 – ANÁLISE DOS a priorização em função do objetivo estratégico (Figu-
RESULTADOS DA ra 10) de direcionar as oportunidades para melhoria ou
pontos fortes para o ciclo de planejamento estratégico
AUTO-AVALIAÇÃO ou tratá-los por meio de projetos de melhoria (confor-
me etapa 6).

As oportunidades para melhoria devem ser avaliadas


quanto à representatividade estratégica e aos recursos
que demandarão para sua implementação, estabele-
A etapa 5 contempla as seguintes atividades: cendo assim a necessidade de ação estratégica para
incorporá-las na gestão.
• Consolidar informações resultantes da auto-avaliação
e agrupá-las por afinidades; O Relatório do Comitê Temático de Benchmarking
editado pela FNQ apresenta em seu capítulo 6 (Ana-
• Definir prioridades considerando impactos no ne-
lisar os Dados) algumas diretrizes, que, por analogia,
gócio versus recursos necessários; e
poderiam ser adotadas nesta etapa do processo.
• Definir tratativa a ser dada: Projeto de Melhoria ou
Plano Estratégico. As oportunidades para melhorias e os pontos fortes
identificados e priorizados como intentos estratégicos
Ao término da auto-avaliação, a organização dispõe de devem integrar as informações do ciclo de planeja-
várias oportunidades para melhorias, identificadas ao mento estratégico. A partir desse ponto, passam a fazer
longo do processo. Essas oportunidades podem implicar parte das análises do processo. Uma organização que
ações estratégicas, mas podem também gerar soluções possui um processo de formulação das estratégias es-
mais rápidas de decisão (Figura 10). truturado, permite que qualquer ação oriunda dessas
análises seja monitorada pelas suas etapas, deixando
Nem sempre é possível implementar ações para todas de ser acompanhadas pelo monitoramento dos planos
as oportunidades identificadas, em função da escassez de ação de melhorias, descrito na etapa 7.
dos recursos necessários, ou ainda, do fato de não re-
presentar ações relevantes na gestão da organização,
Seleção e Priorização
gerando baixo impacto na melhoria da gestão. Relevância
Projeto Plano
Portanto, a priorização das oportunidades identificadas Estratégico
de Melhoria
e o direcionamento das ações são fundamentais para o
sucesso do resultado do processo de auto-avaliação.
Gestão Gestão
O primeiro passo nesta etapa do processo é a conso- Dia-a-Dia Estratégica
lidação das informações resultantes da auto-avaliação.
Essas informações devem ser agrupadas por afinidade.
Exemplo: Oportunidades para Melhoria Estratégi- Baixa
cas e Oportunidades para Melhoria Operacionais. A
consolidação irá gerar subsídios que norteiam o esta- Figura 10: Prioridades das Oportunidades para Melhoria
belecimento de ações de melhoria. Fonte: FNQ, 2007.

26 | Cadernos de Excelência • FNQ | Guia de Auto-avaliação


Esta etapa é a mais crucial do processo. Ação sem rea-
A PRIORIDADE NÃO DEVE SER CONSIDERADA ção gera o descrédito do processo. Portanto, executar
EM FUNÇÃO DA VONTADE DO PATROCINADOR um processo de auto-avaliação e não agir na incorpora-
ção de melhorias na gestão não é uma boa prática.
OU DA PONTUAÇÃO OBTIDA NO PROCESSO.
O COMPROMETIMENTO DA DIREÇÃO E DAS O estabelecimento do projeto de melhoria, coorde-
PESSOAS ENVOLVIDAS COM AS OPORTUNI- nado pelo patrocinador do processo, deve contemplar
DADES PARA MELHORIA E AS NECESSIDADES as ações provenientes da análise das oportunidades
DE MELHORIAS NA GESTÃO SÃO OS PONTOS para melhorias e dos pontos fortes identificados e
priorizados, que não foram integrados no processo de
CHAVE DA MOTIVAÇÃO PARA A AÇÃO.
formulação das estratégias (etapa 5). A redundância no
tratamento e as ações difusas devem ser evitadas.
O resultado da auto-avaliação e o respectivo tratamen-
to dado (Projeto de Melhoria ou Plano Estratégico) Durante a definição e detalhamento das ações para os
devem ser comunicados às partes interessadas, quan- Projetos de Melhoria, devem ser considerados: o que
do pertinente. será feito, por quê será feito, como será feito, por quem
será feito, quando será feito, onde será feito e quanto
A comunicação à toda a organização, em especial à custará a implementação das ações.
Direção, pode ocorrer por meio de reuniões que inclu-
am todos os níveis hierárquicos, ou por outros meios, Projeto de melhoria
como a distribuição de um relatório de avaliação final • O quê?
ou discutindo caso a caso com as partes envolvidas. • Por quê?
• Como?
O envolvimento de outras partes interessadas nas infor-
• Quem?
mações sobre o resultado é uma decisão da organização.
• Quando?
Deve-se considerar, porém, que oportunidades para
• Onde?
melhorias, identificadas, necessitarão da contribuição
• Quanto custa?
de todas as partes interessadas. Por isso, é fundamental
• Como medir?
que todos tenham conhecimento sobre o processo, pois
não haverá comprometimento se não houver clareza so-
bre as razões que levem ao envolvimento de todos. Cabe ressaltar que o Banco de Boas Práticas da FNQ,
disponibilizado no seu site para as organizações man-
A apresentação deve ocorrer o mais breve possível, ao final tenedoras, pode ser uma fonte de benchmarking na
desta etapa, para que as informações dispostas no relató- definição das ações para os Projetos de Melhoria.
rio de auto-avaliação não sejam questionadas no futuro, e
para que as etapas seguintes do processo possam ser en- Os projetos de melhorias devem ser acordados com
caminhadas com o conhecimento pertinente a todos, para toda a liderança.
que sejam alcançados os benefícios esperados.
Os indicadores que avaliarão o sucesso da im-
A apresentação reforça o compromisso para o acom-
plantação dos projetos de melhoria devem ser
panhamento e comprometimento das pessoas que
estabelecidos nesta etapa. A pontuação obtida ao
tratarão das ações de melhoria.
término do processo de auto-avaliação poderá servir
de balizamento futuro para avaliar a implementação
das melhorias. Mas é preciso considerar que os mo-
ETAPA 6 – DEFINIÇÃO DOS delos de gestão passam por evoluções ao longo dos
PROJETOS DE MELHORIA ciclos e muitas vezes não permitem uma adequada
comparação com ciclos anteriores. As organizações
implementam melhorias com vistas a aprimorar os
resultados da gestão. Portanto, os indicadores que
monitoram estes resultados são excelentes fontes
para monitorar os projetos de melhoria.
A etapa 6 contempla as seguintes atividades:
Um modelo de formulário para estabelecimento de um
• Avaliar as Oportunidades para Melhoria prioriza- projeto de melhoria pode ser verificado no Anexo IX.
das, para definição dos Projetos de Melhoria.
• Definir e detalhar as ações para os Projetos de Considere, no estabelecimento de um projeto de
Melhoria. melhoria, a aplicação de ferramentas de gestão que
• Definir os indicadores de acompanhamento da im- contribuam com a implementação da ação. A adoção
plantação dos Projetos de Melhoria. de certos tipos de ferramentas permitirá eliminar a
subjetividade no estabelecimento das ações.
• Comunicar as partes interessadas.

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 27


Adotar uma metodologia de gestão de projetos desde a Internamente, os responsáveis pela implementação
etapa de estabelecimento das ações é uma prática que das ações devem identificar as pessoas da organização
deve ser considerada, pois permite uma gestão estru- em linha com a melhoria a ser implementada. As pes-
turada na implementação de ações. soas devem sentir que fazem parte da implementação
e que sua contribuição é essencial para as melhorias a
Uma vez estabelecido, o projeto de melhoria deve ser serem alcançadas.
comunicado a todas as partes interessadas, conforme
pertinência das ações. A existência de programas de melhorias na organização
pode contribuir com a implementação das ações. Faci-
Um cronograma para a implementação das ações de litadores externos, de grupos de melhorias, podem ser
melhorias deve ser estabelecido. Ele servirá de base requeridos para contribuir com esta etapa do processo.
para a etapa 7 deste processo. Entretanto os métodos de implementação devem ser
validados junto aos responsáveis pela implementação
das ações e as pessoas-chave na organização, como for-
ma de garantir a otimização de esforços.
ETAPA 7 – IMPLEMENTAÇÃO
E MONITORAMENTO DOS Dependendo da complexidade dos projetos de melho-
ria e do estágio da organização, conceitos de gestão de
PROJETOS DE MELHORIA projetos e gestão de mudanças, se aplicáveis, devem
ser disponibilizados para as pessoas envolvidas na im-
plementação das ações.

Especificamente, no caso de gestão de mudanças,


visa-se uma abordagem mais competitiva e transfor-
madora, que busca eliminar resistências das pessoas
por meio de velocidade, forma e profundidade que se
A etapa 7 contempla as seguintes atividades:
pretende dar às mudanças. Não é considerada, neste
• Assegurar a adequada participação das partes en- aspecto, a implementação de ações de melhorias que
volvidas; podem ser tratadas por métodos mais simples, como
algum tipo de metodologia para análise e resolução
• Validar os métodos de implementação;
de problemas.
• Definir e monitorar indicadores para os diversos
níveis de gestão de projetos; A gestão de mudanças é um assunto que requer al-
gumas páginas para ser bem esclarecida, mas não é o
• Integrar o monitoramento dos projetos de melhoria
objetivo deste Guia. Aqueles que pretendem apro-
com a gestão regular da organização; e
fundar neste assunto - visto que mudanças intensas
• Identificar desvios e tomar ações, incluindo alte- poderão ser requeridas na organização, fruto do re-
rações em planos e validando na mesma instância sultado do processo de auto-avaliação - devem buscar
que o criou ou o aprovou. maiores informações em literaturas especializadas
ou com especialistas. A gestão de mudanças está im-
A grande dificuldade encontrada pelas organizações plícita em todas as etapas do processo, porém uma
nesta etapa do processo é a concorrência de outros oportunidade para melhoria identificada, por si só,
projetos existentes na organização. A persistência e a pode requerer um projeto de melhoria, identificado
coordenação na implementação e monitoramento das na etapa 6, e a gestão de mudanças deveria ser prati-
ações são os pontos-chave para a eficiência desta etapa. cada em maior profundidade.

O envolvimento de outras partes na implementação e O sucesso na implementação da gestão de mudan-


monitoramento dos projetos de melhoria, assim como ças está intimamente relacionado à estratégia que se
o envolvimento na etapa de definição dos projetos de adota. A finalidade está em conquistar o engajamento
melhoria, é uma decisão da organização. Mas em al- do maior número de pessoas envolvidas, de forma a
guns casos, as ações a serem tomadas necessitarão da superar as dificuldades existentes. A implantação de
contribuição das outras partes. O mesmo ocorre com a mudanças deve ser gerenciada utilizando abordagens
necessidade de envolver as partes que participaram da sistêmicas baseadas em modelos reconhecidos.
etapa 6 (definição dos projetos de melhoria), haja vista
que elas conhecem o discutido e com isso irão contri- O MONITORAMENTO DO PROJETO PELA
buir com as ações a serem implementadas. Portanto, DIREÇÃO CONTRIBUI FORTEMENTE PARA A
deve-se assegurar a participação das partes envolvidas,
IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES.
conforme pertinência.

28 | Cadernos de Excelência • FNQ | Guia de Auto-avaliação


Assim como qualquer atividade da organização, a implementação das ações de melhorias
deve ser monitorada regularmente, sob uma base planejada.

O monitoramento contempla o acompanhamento dos indicadores definidos para os diversos ní-


veis da gestão dos projetos, os marcos intermediários e o percentual do caminho percorrido para
alcançar a melhoria esperada.

O acompanhamento da implementação dos projetos de melhoria, integrados à gestão regu-


lar da organização, ou seja, ao sistema gerencial da organização, por meio, por exemplo, de
reuniões semanais e mensais de acompanhamento da gestão, é uma das formas mais eficazes
para monitorar. Essa integração estabelece a relevância pela Direção, facilita a gestão e oti-
miza os recursos da organização.

Os registros do acompanhamento e das realizações alcançadas devem ser estabelecidos


como forma de evidenciar, num próximo ciclo de auto-avaliação, o produto do sistema de
aprendizado da organização e validar o comprometimento com o processo.

A comunicação às partes interessadas quanto ao andamento da implementação é essencial


para manter a motivação da equipe e demonstrar o progresso do projeto de melhoria estabe-
lecido, bem como a importância do processo, reconhecida pela Direção.

As decisões capazes de alterar o estabelecido no planejamento das ações de melhoria, in-


cluindo a identificação de desvios, devem ser do conhecimento de todos os envolvidos na
etapa 6, e revalidadas pelos mesmos que aprovaram o plano, ou seja, pela mesma instância
que o criou ou aprovou.

As etapas 6 e 7 ao longo do processo de auto-avaliação não devem ser tratadas isoladamente,


embora numa seqüência lógica de processo sejam alinhadas, as mesmas podem ocorrer con-
juntamente ou serem revisitadas de forma a contribuir com o alcance do objetivo e benefício
esperado do processo. Toda vez que uma revisão no planejamento for necessária, a etapa 6 de
definição dos projetos de melhoria deve ser considerada, revisando o produto desta etapa.

ETAPA 8 – AVALIAÇÃO E MELHORIA DO


PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO

A etapa 8 contempla as seguintes atividades:

• Analisar criticamente cada etapa do processo de auto-avaliação e identificar o que deu


certo e o que deu errado.
• Definir alterações e destacar aspectos a serem mantidos no processo de auto-avaliação
para o próximo ciclo.
• Assegurar que o aprendizado seja implementado no próximo ciclo.
O patrocinador deve obter a opinião da Direção e de todos os envolvidos no processo quanto ao
que deu certo ou errado ao longo deste ciclo, e que poderia ser melhorado para o próximo ciclo
de auto-avaliação, compreendendo todas as atividades. Assim, esta etapa deve ser realizada antes
do próximo ciclo de auto-avaliação.

Essas opiniões, associadas às informações obtidas pelos indicadores do processo de auto-


avaliação e na realização de benchmarking como outra organização, caso aplicável, devem ser
consideradas, quando pertinente, no próximo ciclo do processo de auto-avaliação, após a

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 29


análise promovida por uma equipe formada pelo patrocinador do processo. Uma análise
efetiva permite identificar as coisas que deram certo e as manterem, e as que deram erra-
das, corrigirem no próximo ciclo por meio de melhorias estabelecidas e conduzidas pelo
patrocinador.

A programação da próxima auto-avaliação deve ser planejada, buscando-se evoluir no pro-


cesso, conforme o comentado em “Técnicas de auto-avaliação”. A possibilidade de realizar
um processo de auto-avaliação mais formal ou mais aprofundada que a anterior deveria ser
um propósito.

Muitas organizações têm estabelecido a periodicidade anual para aplicação do processo de


auto-avaliação; outras, dependendo do estágio em que se encontram, espaçam a freqüência.
A cada ciclo de auto-avaliação, as oportunidades para melhoria vão se tornando mais refina-
das e conceitualmente mais profundas.

Algumas questões de avaliação


(Adaptado da FonteL: Australian Quality Council - CadernoAvaliar a Excelência EFQM – ISBN 90-5236-452-4)

• Realizamos o que planejamos?


• Alcançamos os objetivos definido no prazo e custo planejado?
• Os produtos esperados foram produzidos?
• O escopo definido é o correto?
• Haverá um processo ciclo? Quem decide?
• As pessoas certas foram envolvidas?
• Quem mais poderíamos envolver?
• Quais papéis foram desempenhados?
• Quão eficazes foram estes papéis?
• O que podemos fazer para aumentar a eficácia?
• A técnica aplicada foi eficaz?
• Utilizamos adequadamente as informações?
• Os métodos de análise podem ser melhorados?
• A comunicação ao longo do processo foi eficiente?
• O processo contribuiu com as estratégias da organização?
• A auto-avaliação ajudou a melhorar a gestão?
• A auto-avaliação ajudou no alcance da missão e da visão?
• Quais foram as conseqüências indesejáveis do processo?
• Que questões relacionadas com os valores emergiram e como lidar com elas?

O processo de auto-avaliação deve ser entendido como um trabalho de longo prazo, e não
como uma iniciativa pontual.

Exemplos de organizações que alcançaram o estágio de premiações reconhecidas, após al-


guns ciclos de avaliações, são muitos, e podemos citar dentre as mais recentes: a Serasa,
ganhadora dos ciclos do PNQ nos anos de 1995, 2000 e 2005 (Classe Mundial, 2005); o Sesi
DR – BA, com a participação na etapa II do PNQ em 2002 e finalista em 2003 e 2004 (His-
tórico da Busca pela Excelência – Classe Mundial, 2004); a Belgo Juiz de Fora, participante
da etapa I do PNQ em 2001, etapa II em 2002, etapa III em 2003 e vencedora em 2004
(Crescimento do Caixa Operacional – Classe Mundial, 2004); e a CPFL, que desde 2002
vem participando do PNQ, disputando quatro edições, sendo finalista em 2004 e vencedora
em 2005 (Ficha Técnica – Classe Mundial, 2005).

Assegurar a continuidade do processo de auto-avaliação é primordial para uma organização


que vislumbre ser reconhecida como uma organização de Classe Mundial.

30 | Cadernos de Excelência • FNQ | Guia de Auto-avaliação


ANEXO I
AVALIAÇÃO DO ENTENDIMENTO DOS FUNDAMENTOS DA
EXCELÊNCIA
Práticas da organização que exem-
Fundamento Conceito
plificam a aplicação do conceito
Entendimento das relações de interdependência entre os
PENSAMENTO
diversos componentes de uma organização, bem como en-
SISTÊMICO
tre a organização e o ambiente externo.
Busca e alcance de um novo patamar de conhecimento
APRENDIZADO
para a organização por meio da percepção, reflexão, avalia-
ORGANIZACIONAL
ção e compartilhamento de experiências.
Promoção de um ambiente favorável à criatividade, expe-
CULTURA DE
rimentação e implementação de novas idéias que possam
INOVAÇÃO
gerar um diferencial competitivo para a organização.
Atuação de forma aberta, democrática, inspiradora e moti-
LIDERANÇA E
vadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da cultura
CONSTÂNCIA DE
da excelência, à promoção de relações de qualidade e à
PROPÓSITOS
proteção dos interesses das partes.
Compreensão e segmentação dos conjuntos de atividades
da organização que agreguem valor para as partes inte-
ORIENTAÇÃO
ressadas, sendo que a tomada de decisões e a execução
POR PROCESSOS E
de ações deve ter como base a medição e análise do de-
INFORMAÇÕES
sempenho, levando-se em consideração as informações
disponíveis, além de incluir os riscos identificados.
Compreensão dos fatores que afetam a organização, seu
VISÃO DE FUTURO ecossistema e o ambiente externo no curto e no longo prazo,
visando à sua perenidade.
Alcance de resultados consistentes, assegurando a pere-
nidade da organização pelo aumento de valor tangível e
GERAÇÃO DE VALOR
intangível de forma sustentada para todas as partes inte-
ressadas.
Estabelecimento de relações com as pessoas, criando
condições para que elas se realizem profissionalmente e
VALORIZAÇÃO DAS
humanamente, maximizando seu desempenho por meio
PESSOAS
do comprometimento, desenvolvimento de competências
e espaço para empreender.
Conhecimento e entendimento do cliente e do merca-
CONHECIMENTO
do, visando à criação de valor de forma sustentada para o
SOBRE O CLIENTE E O
cliente, e conseqüentemente, gerando maior competitivi-
MERCADO
dade nos mercados.
Desenvolvimento de atividades conjuntamente com
DESENVOLVIMENTO outras organizações, a partir da plena utilização das com-
DE PARCERIAS petências essenciais de cada uma, objetivando benefícios
para as partes.

Atuação que se define pela relação ética e transparente


da organização com todos os públicos com os quais ela se
relaciona, estando voltada para o desenvolvimento sus-
RESPONSABILIDADE
tentável da sociedade, preservando recursos ambientais e
SOCIAL
culturais para gerações futuras; respeitando a diversidade
e promovendo a redução das desigualdades sociais como
parte integrante da estratégia da organização.

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 31


ANEXO II e) Como as pessoas com potencial de liderança são identifica-
das, desenvolvidas e preparadas para o exercício da liderança?

Descrição das práticas


QUESTIONÁRIO DE AUTO-
AVALIAÇÃO (MODELO A)
EXEMPLO: CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA, 2008. f) Como os líderes atuais são avaliados e desenvolvidos em re-
lação às competências desejadas pela organização? Apresentar
as competências desejadas para os líderes da organização.
1 LIDERANÇA (110 PONTOS)
Este critério examina a governança da organização, incluin- Descrição das práticas
do aspectos relativos à transparência, eqüidade, prestação
de contas e responsabilidade corporativa. Também exa-
mina como é exercida a liderança, incluindo temas como
o estabelecimento dos padrões de trabalho, aprendizado e g) Como são estabelecidos os principais padrões de trabalho,
mudança cultural. O Critério aborda a análise do desem- verificando o seu cumprimento e tomadas as ações corretivas
penho da organização enfatizando a comparação com o de quando necessário?
outras organizações, o atendimento aos requisitos das partes
interessadas e a avaliação do êxito das estratégias. Descrição das práticas

1.2 EXERCÍCIO DA LIDERANÇA (40 PONTOS)


Este item examina a implementação de processos gerenciais
h) Como é implementado o aprendizado e desenvolvida
que contribuem diretamente para o objetivo de mobilizar a
a inovação na organização? Destacar as formas utilizadas
força de trabalho e obter o apoio das demais partes interessa-
para estimular o aprendizado e a incorporação de melhores
das para o êxito das estratégias e efetuar as mudanças culturais
práticas de outras organizações. Apresentar as principais me-
necessárias para a organização.
lhorias e inovações implementadas nos processos gerenciais
a) Como a Direção, e em particular o principal executivo, nos últimos três anos.
exerce a liderança e interage com as partes interessadas,
identificando expectativas, buscando o alinhamento e a Descrição das práticas
mobilização da força de trabalho, o apoio das demais partes
interessadas para o êxito das estratégias, a construção de par-
cerias e o alcance sustentado dos objetivos da organização?

Descrição das práticas Descreva os pontos fortes referentes aos requisitos


do item.

b) Como são analisadas, planejadas e estimuladas as mudan-


ças culturais na organização necessárias para a internalização
dos Valores e Princípios organizacionais e para consecução
Descreva as oportunidades para as melhorias
das estratégias?
identificadas.
Descrição das práticas

Tabela de Pontuação
c) Como a organização estimula a diversidade de idéias, de 0% 20% 40% 60% 80% 100%
culturas e de pensamento junto a força de trabalho?
Inadequadas
Reativas
Descrição das práticas Não estão Algum (as) Muitas A maioria Quase Todas
Não relatado (>0 e <1/4) (>1/4) (>1/2) todas (>3/4) (=100%)
Não há
Não são
Enfoque

d) Como os Valores e os Princípios organizacionais são comu- 0% 20% 40% 60% 80% 100%
nicados à força de trabalho e, quando pertinente, às demais Aplicação
partes interessadas? Destacar de que forma é assegurado o 0% 20% 40% 60% 80% 100%
entendimento dos Valores e dos Princípios organizacionais. Aprendizado
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Descrição das práticas Integração
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Obs.: Aplicar as descrições apresentadas nos Critérios de Excelência

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ANEXO III
QUESTIONÁRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO (MODELO B)
EXEMPLO: CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA, 2008.

1 LIDERANÇA

1.2 EXERCÍCIO DA LIDERANÇA

Requisito
Como a Direção, e em particular o principal executivo, exerce a liderança e interage com as partes
interessadas, identificando expectativas, buscando alinhamento e a mobilização da força de trabalho, o
apoio das demais partes interessadas para o êxito das estratégias, a construção de parcerias e o alcance
sustentado dos objetivos da organização?

Práticas:
O sistema de liderança na organização está estruturado no modelo “Gestão Baseada em Estratégias”,
através dos seus desdobramentos, acompanhamentos e integrações.

Avalie se a liderança pratica o desdobramento (por exemplo: reuniões de planejamento dos Projetos de
Ação), acompanhamento (por exemplo: reuniões de monitoramento dos Projetos de Ação) e dissemi-
nação (por exemplo: reuniões de apresentação de resultados) e na negociação do apoio necessário.

Avalie como a liderança exercida permite atender às necessidades e à criação de valor para todas as
partes interessadas, considerando como as decisões são tomadas, comunicadas e implementadas.

Cada líder deve agir como empreendedor do seu negócio (ver o Caderno Liderança). Avalie se é efe-
tuada a análise do ambiente (análise de ambiente externo / interno) da organização para elaborar seu
Plano de Metas.

Quando
O sistema de liderança deve ser praticado durante todo o ciclo do Plano Estratégico (formulação, des-
dobramento, integração, monitoramento e premiação).

Padrões
PR.PE-001 - Procedimento do Planejamento Estratégico
Organogramas
Calendário de eventos

Registros

Descreva as práticas.

Descreva os pontos fortes referentes às práticas.

Descreva as oportunidades para melhorias identificadas.

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ANEXO IV
QUESTIONÁRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO (MODELO C)
(MODELO BASEADO NOS CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA 2006)

1.2 EXERCÍCIO DA LIDERANÇA (40 PONTOS)

Solicita-se informar como é exercida a liderança da organização; como a Direção interage com as partes interessadas;
como é implementada a governança; como são gerenciados os riscos empresariais; como são tomadas as decisões; e
como é implementado o desenvolvimento gerencial.

REQUISITOS DOS CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA REQUISITOS INTERNOS


a. Como é exercida a liderança na organização, visando-se à a1. Um Comitê, formado pela Direção da Unidade e lide-
criação de valor para todas as partes interessadas? rado pelo seu principal executivo conduz o processo em
busca da excelência, reunindo-se periodicamente para
planejar e acompanhar a implementação das ações de
melhorias da gestão.
b. Como a Direção interage com as partes interessadas, de- Não existem requisitos internos.
monstrando comprometimento e buscando oportunidades
para a organização?
c. Como é implementada a governança na organização, c1. A Direção da Unidade participa das equipes de auditoria
visando-se manter a confiança e proteger os interesses das de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, demonstrando,
partes interessadas? pelo exemplo, seu comprometimento com o assunto.
• Apresentar a estrutura e demais elementos que com-
põem a governança da organização.
d. Como são identificados, classificados, analisados e tratados d1. A identificação, classificação, análise e tratamento de
os riscos empresariais mais significativos que possam afetar riscos são feitos segundo o procedimento corporativo
a imagem e a capacidade da organização de alcançar os PG-0032.
objetivos estratégicos e do negócio?
• Citar os principais riscos empresariais assumidos pela
organização diante das incertezas inerentes ao negócio e
às estratégias.
e. Como as principais decisões são tomadas, comunicadas e e1. Comunicação das estratégias é feita pessoalmente pelo
implementadas? principal executivo da Unidade para os diversos públicos
de interesse.
f. Como as pessoas com potencial de liderança são identifica- Não existem requisitos internos.
das e desenvolvidas?
g. Como os líderes atuais são avaliados e desenvolvidos em g1. Os líderes são avaliados anualmente, com base nas
relação às competências desejadas pela organização? competências estabelecidas. As percepções de clientes
• Apresentar as competências desejadas para os líderes da internos, pares e gerenciados são consideradas na avalia-
organização. ção dos líderes.
g2. Os líderes implementam seus planos de desenvolvimen-
to, objetivando a redução dos hiatos e a melhoria contínua
das competências.
g3. Os resultados da avaliação dos líderes são utilizados como
subsídio para as decisões relativas à progressão na carreira.
g4. As competências individuais dos líderes estabelecidas
incluem: atuação estratégica; criatividade; iniciativa;
orientação para resultados; capacidade de decisão.

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ANEXO V
QUESTIONÁRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO (MODELO D)

ANÁLISE DO SISTEMA fotos, croquis para facilitar a compreensão? Os padrões


contemplam o resultado esperado e as ações corretivas
que devem ser tomadas na ocorrência de resultados não
I.5 PADRONIZAÇÃO desejados?
INTRODUÇÃO: Padronizar um processo significa • São definidos critérios de aceitação para liberação das ca-
definir padrões11 para todos os fatores de produção racterísticas de produto que apresentem subjetividade na
(6M’s) envolvidos, com o objetivo de garantir a sua avaliação? Estes critérios estão compatíveis com os crité-
repetibilidade, obtendo-se o resultado desejado com rios utilizados nos pontos de liberação do produto?
a menor variabilidade possível. • De que maneira a célula capacita os atuais e os novos
colaboradores, de todos os turnos, para o cumprimento
1. Qual a sistemática utilizada, pela célula para elaboração e dos padrões estabelecidos? Como a célula considera o
revisão dos padrões? operador apto para exercer a atividade? A carta de ver-
satilidade é mantida atualizada?
• Que critérios são considerados para priorizar as atividades
• De que maneira os padrões são disponibilizados para
que devem ser padronizadas? São consideradas as opera-
utilização dos colaboradores envolvidos?
ções complexas e aquelas que envolvem a fabricação das
características críticas e significativas? São consideradas • Que informações são utilizadas, pela célula, como fonte
atividades operacionais e de medição/avaliação? de dados para a revisão do padrão? Alterações no produto,
no processo ou no meio de controle são consideradas?
• A célula utiliza a abordagem multifuncional para a ela-
boração e revisão dos padrões? Quais áreas participam 2. Como a célula avalia se as atividades são realizadas
da equipe multifuncional? Como estão definidas as res- conforme definidas nos padrões estabelecidos? Como os
ponsabilidades pela elaboração/revisão dos padrões? Os eventuais desvios são corrigidos e monitorados?
operadores da célula participam da elaboração/revisão
dos padrões? 3. Qual a sistemática utilizada, pela célula, para revisão e
aperfeiçoamento dos padrões? Os resultados dos indicado-
• Os padrões descrevem a atividade a ser executada de res internos e externos são considerados? Qual é a relação
forma clara, utilizando, quando necessário, desenhos, desta sistemática com os Planos de Controle?

GUIA PARA PONTUAÇÃO 5. Tal como o item 4, porém, a célula elabora padrões para
as atividades de medição/avaliação.
I.5 PADRONIZAÇÃO 6. Tal como o item 4, porém, a célula elabora padrões para
0. A célula não apresenta uma sistemática para elaboração/ as suas principais operações. O treinamento on-the-job é
revisão dos padrões. utilizado na preparação dos operadores para o desenvolvi-
mento das atividades. A célula adota uma sistemática para a
revisão dos padrões.
1. A célula utiliza uma abordagem multifuncional para ela-
borar/revisar os padrões para poucas operações complexas
e/ou operações que envolvam a fabricação das característi- 7. Há pelo menos 6 meses, a célula avalia se as atividades
cas críticas e significativas. são realizadas conforme definidas nos padrões e eventuais
desvios são corrigidos e monitorados.
2. Tal como o item 1, porém, a célula elabora padrões para
algumas operações complexas e/ou operações que envol- 8. Tal como o item 7, porém, há evidências de que a célula
vam a fabricação das características críticas e significativas. aperfeiçoa suas práticas para elaborar/revisar os padrões.

3. A célula desenvolve padrões conforme as prioridades esta- 9. Tal como o item 8, porém, a célula elabora padrões para
belecidas, e, em situações envolvendo subjetividade, define todas as operações complexas e/ou operações que envolvam
critérios de aceitação, alinhados aos pontos de liberação. a fabricação das características críticas e significativas e para
as atividades de medição/avaliação.
4. Tal como o item 3, porém, há pelo menos 3 meses, a cé-
lula elabora padrões para a maioria das operações complexas 10. Tal como o item 9, porém, a célula inova a sua siste-
e/ou operações que envolvam a fabricação das característi- mática de elaboração/revisão dos padrões, obtendo uma
cas críticas e significativas. melhoria representativa nos resultados da célula.

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ANEXO VI
QUESTIONÁRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO (MODELO E)
Seleção de fornecedores
1 Dimensão avaliada 1 - Fraco 2 - Abaixo da Média 3 - Satisfatório 4 - Acima da Média 5 - Classe Mundial
Tamanho e seleção Grande número de Grande número de Base de fornecedo- Base de for- Base de forne-
da base de fornece- fornecedores sem fornecedores com res selecionada de necedores bem cedores pequena
dores critérios claros para alguns critérios acordo com critérios racionalizada e consolidada
qualificação; Vários gerais para quali- claros e objetivos; (poucos e bem- com um número
pontos de contato ficação; Ponto de Ponto de contato preparados); Planos selecionado de
para grandes forne- contato único para único para grandes de racionalização significantes parce-
cedores grandes fornece- fornecedores adicional já estabe- rias; Metodologia
dores lecidos estabelecida para
aumento ou redu-
ção do tamanho da
base conforme si-
tuação de mercado
corrente
Checklist Proposto
Níveis RM
Existe uma sistemática estruturada de seleção de fornecedores? … Sim … Não … Não Aplicável
1 … Mais da metade do número de fornecedores da base estão sem nenhum critério para qualificação e seleção
1 … Grandes fornecedores tem múltiplos pontos de contato na organização
2 … Mais da metade do número de fornecedores da base tem alguns critérios gerais para qualificação e seleção
2 … Grandes fornecedores tem somente um único ponto de contato
3 … A base de fornecedores foi selecionanda de acordo com critérios claros e objetivos, mas não está bem racionalizada
4 … A base de fornecedores está bem racionalizada com poucos e bem preparados fornecedores
4 … A unidade tem planos de racionalização adicional da base de fornecedores já estabelecidos
5 … A base de fornecedores é pequena e consolidada com um número selecionado de significantes parcerias
5 … A unidade utiliza metodologia padronizada ? para o aumento ou a redução do tamanho da base conforme situação de mercado corrente

Indique para os sub-processos de gestão abaixo relacionados, qual o nível de disseminação das práticas do sub-processo entre as
partes interessadas (grupo de compras corporativo, produção, manutenção, suprimentos da unidade, expedição, ...)
Sub-processo Sub-processo Sub-processo Sub-processo Sub-processo Sub-processo
não disseminado disseminado por disseminado disseminado disseminado em disseminado em
Sub-Processos / ou disseminado algumas áreas, pela maioria das pelas principais quase todas as todas as áreas,
Dimensões Avaliadas por poucas áreas, produtos e áreas, produtos e áreas, produtos e áreas, produtos e produtos e
processos e/ou processos. processos. processos. processos. processos.
produtos.
1 Tamanho e seleção da
base de fornecedores { { { { { {
2 Qualidade da base de
fornecedores { { { { { {

3 Grau de “global sourcing” { { { { { {

... { { { { { {
25 Desenvolvimento de
fornecedores { { { { { {
26 Avaliação de risco do
fornecedor { { { { { {

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ANEXO VII
AUTO-AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OU DO
CRITÉRIO DE RESULTADOS (MODELO A)

CRITÉRIO 8 - RESULTADOS
ITEM 8.4 - RESULTADOS RELATIVOS ÀS PESSOAS

Registros

Referencial Tendência
Nome dos Indicadores Nível Atual
Comparativo 2003 - 2006
Evolução do PPR (% do salário) ND Impossível Favorável
Horas de treinamento por funcionário (H) Concorrente Favorável Favorável
Rotatividade (%) ND Impossível Desfavorável
Índice de acidentes (Qtde.) ND Impossível Favorável
Absenteísmo (%) Melhor da Indústria Desfavorável Favorável
Satisfação dos funcionários (nota) ND Impossível Sem tendência

Descreva os pontos fortes referentes aos resultados da organização.

Descreva as oportunidades para melhorias identificadas.

Tabela de Pontuação
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Não foram
Desfavorável Algum(ns) Muitos A maioria Quase todos Todos
Nenhum (>0 e <1/4) (>1/4) (>1/2) (>3/4) (=100%)
Não são
Relevância
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Tendência
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Nível atual
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Obs.: Aplicar as descrições apresentadas nos Critérios de Excelência

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ANEXO VIII
AUTO-AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OU DO
CRITÉRIO DE RESULTADOS (MODELO E)

Qual é o status atual da implementação dos KPI’s (Key Performance Indicator) na sua unidade?

Não aplicado Estruturado Padronizado Implementação Monitorado

1. Evolução no índice de preços da cesta


de matérias primas e insumos
Ver ~ { { { {
2. Redução de custos em compras de
projetos
Ver ~ { { { {

3. Cobertura de estoques de sobressalentes Ver ~ { { { {


4. Distribuição de itens sobressalentes
por cobertura
Ver ~ { { { {

5. Lead time de compras Ver ~ { { { {

6. Atendimento no prazo Ver ~ { { { {

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ANEXO IX
FORMULÁRIO PROJETO DE MELHORIA

PROJETO DE MELHORIA
(5W2H)

ASSUNTO ÁREA INDICADOR Data Emissão:


Data Revisão:
Ações Resultado/Melhoria esperada Responsável Data (When?) Quanto? (How much)
Nº O quê? What?) Como? (How?) Onde? (Where?) (Why?) (Who?) Inicio Fim Recurso Saving
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 39


BIBLIOGRAFIA
1. ASOCIACIÓN ESPAÑOLA DE NORMALIZA- 9. FUNDAÇÃO PARA O PRÊMIO NACIONAL DA
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2. BLAZEY, Mark L. Insights to performance ex-
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São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2007.
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6. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. User’s Guide: Organization Diagnosis, Design, and
Critérios de excelência 2008: o estado da arte da Transformation. New Jersey: John Wiley &Sons, 2006.
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Nacional da Qualidade, 2007. Relatório do Comitê Temático. Rio de Janeiro: Ed.
Qualitymark, 2005.
7. FUNDAÇÃO PARA O PRÊMIO NACIONAL DA
QUALIDADE. Classe Mundial 2001. São Paulo: 17. PETROBRAS/DSG/PG. Guia Petrobras de Ges-
Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade, 2001. tão para a Excelência. Rio de Janeiro: EDISE, 2006.

8. FUNDAÇÃO PARA O PRÊMIO NACIONAL DA 18. VOLKSWAGEM do Brasil. Estratégia da Qua-


QUALIDADE. Classe Mundial 2002. São Paulo: lidade: Prêmio Volkswagem de Gestão de Alta
Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade, 2002. Performance. São Paulo, 2006.

40 | Cadernos de Excelência • FNQ | Guia de Auto-avaliação


Série “Cadernos de Excelência”

INTRODUÇÃO AO CADERNOS LIDERANÇA; ESTRATÉGIAS E PLANOS; CADERNO


MODELO DE CLIENTES; SOCIEDADE; INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO; AUTO-AVALIAÇÃO
EXCELÊNCIA DA PESSOAS; PROCESSOS; E RESULTADOS. E GESTÃO DE
GESTÃO ® (MEG) MELHORIAS

OBJETIVO OBJETIVO

Proporcionar Fornecer uma visão


uma visão global global do ciclo PDCA
do Modelo, seus de gestão de melhorias,
fundamentos e sua enfatizando a auto-ava-
aplicação. liação, as suas diferentes
metodologias e práticas
PÚBLICO-ALVO de planejamento e
Todos que tenham controle.
interesse em utili-
PÚBLICO-ALVO
zar o Modelo, tanto
para implementação Todos que pretendam
na sua organização implementar uma ges-
quanto para uma ava- tão de melhorias a partir
liação. de uma auto-avaliação
tendo como referência o
Modelo de Excelência
de Gestão® (MEG).

OBJETIVO

Explicar detalhadamente o Modelo,


seus requisitos e suas inter-relações.

PÚBLICO-ALVO

Todos que estão implementando o


Modelo e o utilizando para avaliação de
uma organização.

Guia de Auto-avaliação | Cadernos de Excelência • FNQ | 41


Realização

Av. das Nações Unidas, 11.857, 6º andar, Conj. 62


Brooklin Novo, 04578-000, São Paulo, SP, Brasil
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