Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
r e v i s ta d a s E S TA TA I S 1
CM
M
C
Y
AM_TSES_PM
2 r e v i s ta d a s E S TA TA I S
Elaboração
Desenvolvimento e Gestão André Nunes
Esteves Pedro Colnago Junior Elvira Mariane Schulz
Secretário-Executivo Juliana Xavier Araújo
Gleisson Cardoso Rubim Nicolas Eric Matoso Medeiros de Souza
Paulo Roberto Fattori
Secretário-Executivo Adjunto Paulino da Silva Marinho
Walter Baere de Araujo Filho Vitor João Fachini Vashist
Secretário de Coordenação e Governança das Empresas Colaboração
Estatais Alano Roberto Santiago Guedes
Fernando Antônio Ribeiro Soares André Gustavo César Cavalcanti
Chefia de Gabinete Antonio Sávio Lins Mendes
Cláudia de Araújo Guimarães Kattar Daiane Leticia de Castro Siqueira
Dayane Feitosa Ribeiro
Departamento de Orçamento de Estatais - DEORE
Felipe Augusto Soares Rolim
Diretor - André Nunes
Flavia Aparecida de Souza Agatti
Coordenador-Geral de Orçamento de Estatais Gerson Batista Pereira
Paulo Roberto Fattori Mariana Moya de Oliveira
Noel Dorival Giacomitti
Coordenador-Geral de Gestão da Informação de Estatais
Paulo Alves de Sá Júnior
Gerson Batista Pereira
Paulo Roberto de Carvalho
Departamento de Governança e Avaliação de Estatais - Ricardo Moura de Araújo Faria
DEGOV Thiago Longo Menezes
MP_SEST_MARCA_.pdf 1 27/10/2016 17:11:59
SEST
Coordenadora-Geral de Governança Corporativa de Estatais Y
MY
CGPAR CMY
Revista Estatais em Foco [recurso eletrônico] / Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Secretaria de
Coordenação e Governança das Empresas Estatais. Vol. 4 ( jun. 2018)- . Brasília: MP, 2018- .
Quadrimestral
1. Empresas Estatais I. Título
CDU 658:115
MP_SEST_MA
r e v i s ta d a s E S TA TA I S 3
A P R E S E N TA Ç Ã O
s e c r e tá r i o F e r n a n d o a n t ô n i o r i b e i r o S o a r e s
CM
M
C
Y
A 4ª Revista das Estatais apresenta diversos temas
sobre as empresas estatais federais brasileiras, e a
4ª edição traz, também, algumas novidades como a
sessão Conheça as Empresas Estatais Federais, que
nesta edição apresentamos a Conab e a Embrapa.
C
Y
MP_SEST_MA
r e v i s ta d a s E S TA TA I S 5
CM
M
C
Y
Sumário
Carta Anual de Governança Corporativa Pág. 06
Resoluções CGPAR nº 22 e 23 - Benefício de Assistência à Saúde das Empresas Estatais Federais Pág. 16
CONAB Pág. 27
EMBRAPA Pág. 33
C a r ta A n u a l d e G o v e r n a n ç a C o r p o r at i va
MC
C
Y
A Lei de Responsabilidade das Estatais – Lei nº Com o intuito de auxiliar as empresas estatais
13.303/2016, com o objetivo de manter elevados federais na elaboração do respectivo instrumento a
padrões de transparência nas empresas estatais SEST, juntamente com representantes do Ministério
federais, trouxe a exigência de que as empresas da Fazenda (STN, PGFN e Secretaria-Executiva),
apresentem a Carta Anual de Políticas Públicas e da B3 (antiga Bovespa) e da Comissão de Valores
Governança Corporativa. Mobiliários – CVM, desenvolveu um modelo de
Carta Anual de Políticas Públicas e Governança
O documento deve consolidar as informações
Corporativa. Trata-se de uma sugestão dirigida
relacionadas à governança da empresa, com
aos membros do Conselho de Administração,
linguagem acessível para a sociedade e investidores,
cabendo às empresas estatais federais, dentro da
além de dados sobre as atividades desenvolvidas
sua autonomia, definir o conteúdo e a forma de
(dados operacionais), estrutura de controle, fatores
sua carta anual.
de risco, dados econômico-financeiros, comentários
dos administradores sobre o desempenho, políticas
e práticas de governança corporativa e descrição da
composição e da remuneração da administração.
Q u a i s i t e n s d e v e m c o n s ta r n a C a r ta A n u a l?
> Identificação Geral: informações gerais da empresa, > Recursos para custeio das políticas públicas: relevar
tais como: CNPJ, localidade da sede, tipo societário, a origem dos recursos a serem empregados para
setor de atuação, conselheiros subscritores da Carta execução de atividades alinhadas às políticas públicas.
(nome e CPF). Se houver contrato com a União para pagamento pelo
serviço prestado, deve-se indicar para acesso eletrônico
> Interesse público: Explicitar qual é o interesse coletivo ao documento. Caso contrário, é importante indicar
ou imperativo de segurança nacional que motiva a expressamente se a operação é custeada integralmente
execução do objeto social da empresa pelo Estado pela geração de caixa operacional da empresa ou se
e, portanto, motiva a existência e continuidade da há repasse de verba pública, assinalando, nesse caso,
empresa como estatal federal. Sempre que possível, a fonte orçamentária a ser utilizada e a periodicidade
sugere-se resgatar a lei de criação e sua exposição usual do repasse. É necessário apontar também se há
de motivos. financiamento privado para a execução das políticas
públicas, bem como o montante do financiamento,
> Políticas públicas: informar as atividades o prazo para pagamento e a instituição concedente.
desenvolvidas pela estatal em atendimento a políticas
públicas, indicando, ainda, como a atuação da > Impactos econômico-financeiros da
empresa estatal está alinhada ao interesse público e operacionalização das políticas públicas: são os
ao objeto social da empresa. indicadores objetivos utilizados para a tomada de
decisão de investimento que visem ao atendimento de
> Metas relativas ao desenvolvimento de atividades objetivos de políticas públicas. Auxiliam na mensuração
que atendam aos objetivos de políticas públicas: o custo incorrido nessa atuação específica, bem como
estabelecer os indicadores e metas a serem atingidos seu nível de cobertura financeira pela União. Apresentar
pela empresa relacionados ao atendimento de e analisar os impactos das políticas públicas nos dados
objetivos de políticas públicas citadas no item econômico-financeiros da empresa.
“políticas públicas”.
MP_SEST_MA
r e v i s ta d a s E S TA TA I S 7
CM
M
C
Y
> Comentários dos administradores: comentar o > Fatores de Risco: informar os fatores de risco
desempenho da empresa em relação às políticas que podem eventualmente não permitir a atuação
públicas, com destaque para métricas objetivas empresarial alinhada às políticas públicas previstas
e mensuráveis sobre os benefícios efetivamente no planejamento anual.
percebidos pela sociedade e a eficiência na gestão
dos custos envolvidos. > Remuneração: Descrição da composição e da
remuneração da Administração. Informar se a
> Estruturas de controles internos e gerenciamento de remuneração de administradores e empregados é
riscos: indicar as estruturas e mecanismos de controle afetada por indicadores de atuação da sociedade
utilizados para monitorar atividades que serão alinhados às políticas públicas e, em caso afirmativo,
desenvolvidas pela estatal em atendimento às políticas descrever tais indicadores e seus impactos na
públicas, no intuito de zelar pela transparência, remuneração variável e total.
completude e exatidão das informações apresentadas,
com destaque para o canal de denúncias junto à > Outras informações relevantes sobre objetivos de
empresa e aos órgãos de controle. políticas públicas: Apresentar outras informações sobre
objetivos de políticas públicas considerados relevantes
pelo Conselho de Administração e que eventualmente
não foram incluídas nos itens anteriores, se houver.
Todas as empresas devem publicar o documento. Porém, em relação às estatais federais de capital
aberto algumas informações já se encontram detalhadas no Formulário de Referência, documento anual
de divulgação pública que segue o modelo da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, nos termos da
Instrução CVM n. 480, de 2009. Por esse motivo, essas companhias não necessitam divulgar na Carta Anual
as informações requeridas pelo inciso III do art. 8º da Lei 13.303/16, mas devem informar em quais itens
de seu Formulário de Referência os referidos dados podem ser consultadas.
A atuação contínua da sociedade na gestão pública é um direito assegurado pela Constituição Federal e,
permite que os cidadãos não só participem da formulação das políticas públicas mas, também, fiscalizem
de forma permanente a aplicação dos recursos públicos. As ideias de participação e controle social estão
intimamente relacionadas: uma vez que por meio da participação na gestão pública os cidadãos podem
intervir na tomada da decisão administrativa, estimulando a adoção de medidas que realmente atendam
ao interesse público e, ao mesmo tempo, podem exercer controle sobre as ações do Estado ao exigir que
o gestor preste contas de sua atuação.
Tudo isso é consequência da disseminação da cultura do livre acesso às informações públicas e reforça o processo
de transparência e disponibilização dos dados governamentais e da necessidade de conscientização dos agentes
públicos de que, toda informação pública é propriedade do cidadão, cabendo ao Estado disponibilizá-la.
http://www.planejamento.gov.br/assuntos/empresas-estatais/publicacoes
AM_TSES_PM
8 r e v i s ta d a s E S TA TA I S
MC
C
Y
O Comitê de Auditoria
n a s e m p r e s a s e s tata i s
federais
Histórico
Desde o final da década de 30 a New York Stock Exchange - NYSE
e a Securities and Exchange Commission - SEC recomendam a
instalação de Comitês de Auditoria - COAUD. Tal recomendação
se deu em resposta ao escândalo McKesson e Robbins que envolve
o uso de informações sobre depósitos forjados como garantia de
empréstimos. Em 1978, a NYSE definiu como requisito para listagem
em sua bolsa, a instalação, nas empresas, do comitê de auditoria
formado por membros inteiramente independentes.
A partir dos anos 2000, o órgão ganhou ainda mais relevância: a criação dos
comitês de auditoria foi recomendada pelos principais códigos de governança
corporativa do mundo, e muitos regulamentos passaram a exigir sua instalação.
Em 2002, no auge dos escândalos de governança corporativa norte-americanos
ocasionados por fraudes contábeis, foi sancionada nos Estados Unidos a Lei Sarbanes-
Oxley (SOX). Ela foi a resposta legislativa para proteger os investidores do país e visou
o restabelecimento da credibilidade das demonstrações financeiras e da confiabilidade
das informações divulgadas pelas empresas.
O papel dos Comitês viria a ser novamente reforçado nos Estados Unidos, com reflexos também
mundiais, após a crise de 2008, que evidenciou a deficiência no controle de riscos de várias instituições
financeiras. Novamente, a resposta veio na forma de legislação, com a promulgação de Lei Dodd-Frank,
enfatizando a importância da conformidade, integridade e controle de riscos.
No Brasil, a obrigatoriedade do COAUD apareceu em 2003, com a Resolução CMN nº 3.081/03 (atual 3.198/04)
e, em 2016, com a promulgação da Lei de Responsabilidade das Estatais – Lei nº 13.303/2016. Assim, a
exigência do Comitê de Auditoria estatutário passou a abranger parte das sociedades de economia mista
e as empresas públicas.
MP_SEST_MA
r e v i s ta d a s E S TA TA I S 9
CM
M
C
Y
É um órgão de assessoramento ao Conselho de O COUAD deve monitorar a eficácia dos controles
Administração - CA, que atua no monitoramento internos e das políticas e procedimentos de
da qualidade das demonstrações financeiras, da proteção em relação a fraudes, conflitos de interesse
efetividade dos sistemas de controle interno, da e demais desvios de conduta que possam impactar a
conformidade, integridade e gerenciamento de organização. A presença do COAUD na organização
riscos. Tem papel relevante de suporte operacional fortalece uma postura preventiva e ativa por parte
e fortalece a atuação do Conselho de Administração do Conselho de Administração, além de incentivar
em sua missão de proteger a organização no melhor um maior comprometimento da Diretoria com uma
interesse de seus negócios. cultura ética e transparente.
Monitorar a qualidade e integridade dos processos de gerenciamento de riscos e dos controles internos;
Avaliar a correção ou o aprimoramento das políticas internas da organização, incluindo a política de transação
com partes relacionadas;
Além disso, o Decreto nº 8.945/2016, que regulamenta a Lei das Estatais, trouxe a exigência de que
todos os membros tenham experiência profissional ou formação acadêmica compatível com o cargo,
MC
C
Y
Quantidade de membros: 03 a 05, eleitos e destituídos “ad nutum” pelo Conselho de Administração, não admitindo
suplentes;
Reuniões: no mínimo 04, para instituições financeiras ou empresas de capital aberto e no mínimo 02 para as
demais empresas;
Vacância: o Conselho de Administração elegerá o substituto para completar o mandato do membro anterior.
I m p l e m e n ta ç ã o d o C O A U D n a s E m p r e s a s E s tata i s
Passo a passo da implementação do COAUD:
Elaboração do
Fixação da
Alteração do Estatuto Recrutamento Regimento Interno,
remuneração dos
Social, prevendo de candidatos: prevendo requisitos
membros do COAUD
a quantidade de recomenda-se e vedações para
em Assembleia
membros, regras manter um banco os membros,
Geral (montante
de funcionamento de currículos com responsabilidades,
não inferior a
e competências do pessoal capacitado e frequência das
remuneração do
comitê apto a exercer o cargo reuniões, orçamento e
Conselho Fiscal)
diretrizes gerais.
No intuito de compatibilizar as empresas estatais federais às exigências trazidas pela Lei 13.303/16 e Decreto
8.945/16, a SEST disponibilizou calendário com os prazos para adequação dos Estatutos Sociais e modelos
CM
M
C
Y
de documentos para auxiliar as empresas do processo de implementação dos itens exigidos pela legislação,
disponíveis no sítio eletrônico do Ministério do Planejamento. Nos modelos de Estatuto Padrão, um para
as empresas de pequeno porte e outro para as de grande porte, constam a previsão do implementação do
COAUD, para o qual foi disponibilizado um modelo de Regimento Interno de Comitê de Auditoria, que deve
prever a quantidade exata de membros, requisitos e vedações, regras de funcionamento e competências.
O modelo de Regimento Interno do COAUD, de Carta Anual de Governança Corporativa e outros documentos
disponibilizados pela SEST podem ser encontrados no sítio eletrônico do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão: http://www.planejamento.gov.br/assuntos/empresas-estatais/publicacoes
AM_TSES_PM
1 2 r e v i s ta d a s E S TA TA I S
C
Y
Mais informações sobre os ciclos do IG-SEST e as médias de cada empresa estão disponíveis no site http://
www.planejamento.gov.br/igsest
MP_SEST_MA
r e v i s ta d a s E S TA TA I S 1 3
CM
M
C
Y
C a p a c i ta ç ã o
O Programa SEST de Capacitação para Conselheiros Ao todo, foram ministrados 5 módulos que
de Administração da União, realizado em parceria abordaram os seguintes temas:
com a Fundação Dom Cabral – FDC, em atendimento
à legislação vigente e com o objetivo de instruir e (i) Governança Corporativa nas Empresas Estatais
especializar os Conselheiros das estatais federais, Federais,
foi finalizado em julho deste ano, com a entrega (ii) Legislação e responsabilidade dos Administradores,
dos trabalhos finais pelos participantes. (iii) Papel Estratégico do Conselho de Administração,
(iv) Supervisão do Conselho de Administração, e
Em uma visão global, o curso explora os (v) Reestruturações Empresariais.
conhecimentos administrativos, econômicos e
jurídicos para conferir maior qualidade ao processo Para conclusão do curso, os par ticipantes
decisório. Além disso, amplia o conhecimento do tiveram que realizar um trabalho que consistia
conselheiro acerca do contexto estrutural e funcional na identificação de uma situação e a proposição
da administração pública federal e relacionamento de encaminhamentos e soluções para a situação,
com a administração empresarial, estimulando a visando a melhoria da gestão e/ou governança
reflexão sobre a inserção e o papel das empresas dessa organização, ou mesmo de Política Pública.
estatais e do próprio conselheiro neste cenário.
AM_TSES_PM
1 4 r e v i s ta d a s E S TA TA I S
C
Y
CM
M
C
Y
AM_TSES_PM
1 6 r e v i s ta d a s E S TA TA I S
C
Y
e m p r e s a s e s tata i s f e d e r a i s :
as Resoluções CGPAR n° 22/2018 e 23/2018 e os desafios da
g o v e r n a n ç a e d a s u s t e n ta b i l i d a d e .
Com a publicação do Decreto no 8.818, de 21 de julho de 2016, coube à Secretaria de Coordenação e
Governança das Empresas Estatais - SEST a atribuição de manifestar-se acerca do custeio do Benefício de
Assistência à Saúde (BAS) patrocinado por empresa estatal federal.
A oferta do BAS é um importante mecanismo da política de gestão de recursos humanos das empresas
estatais, afetando positivamente a produtividade e o nível de motivação dos empregados e contribuindo
para a retenção de talentos nas empresas.
1. Reembolso parcial dos valores pagos em plano de saúde contratado diretamente pelo
empregado;
3. Autogestão, que pode ser em duas modalidades distintas: autogestão por RH, quando o
plano é gerido diretamente pela empresa (em geral pelas áreas de Recursos Humanos – RH) e
autogestão por operadora, quando a empresa estatal é patrocinadora e/ou mantenedora de
uma operadora de plano de saúde.
Gráfico 1: Benefício de Assistência à Saúde nas Empresas Estatais Federais - Distribuição por Modalidade.
Fonte: Pesquisa SEST/Ofício Circular n° 837/2016-MP.
MP_SEST_MA
r e v i s ta d a s E S TA TA I S 1 7
CM
M
C
Y
Gráfico 2: Distribuição dos empregados em função da modalidade de oferta do BAS.
Fonte: SIEST e Empresas Estatais.
Para que o BAS se torne um efetivo mecanismo Os percentuais médios de par ticipação das
de gestão, há que se considerar um aspecto empresas estatais no custeio do BAS apontam
MC
C
Y
O incremento de custos ora mencionado pressionou as empresas a elevarem sua participação ao longo
do tempo, sendo que em diversas empresas tal acréscimo vem ocorrendo em percentuais superiores à
variação anual do IPCA médio. O crescimento e custos do BAS está relacionado a quatro fatores principais:
1. A inflação médica, que tem superado o IPCA médio nos últimos anos;
Em conjunto, esses fatores levam ao aumento da idade média e do índice de envelhecimento das carteiras
dos planos de saúde e consequente aumento das taxas de sinistralidade, ou seja, cada vez mais as receitas
são destinadas ao pagamento de despesas assistenciais, comprometendo a sustentabilidade econômico-
financeira das operadoras e requerendo maiores compromissos das empresas patrocinadoras.
Outro fator que afeta os resultados patrimoniais das empresas é a oferta de benefício no pós-emprego. O
Pronunciamento Técnico CPC n° 33, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, determina que as entidades
empregadoras contabilizem em seus balanços todos os benefícios concedidos a empregados, inclusive os
benefícios pós-emprego. Dados dos balanços das empresas permitem afirmar que os valores provisionados
têm aumentado constantemente, comprometendo o resultado das empresas e sua sustentabilidade futura.
Este não é um cenário desconhecido no mundo empresarial, os elevados legacy costs (custos de legado
com benefícios de assistência à saúde e pensões de empregados) contribuíram para a fragilização financeira
e falência de grandes companhias.
MP_SEST_MA
r e v i s ta d a s E S TA TA I S 1 9
CM
M
C
Y
(i) Aumento de custos para financiamento de planos de saúde;
(iii) Incipiente exposição dos resultados da gestão do BAS nos canais de governança e controle
da empresa.
O b j e t i v o s e p r o p o s i ç õ e s c o n j u n ta s d a s R e s o l u ç õ e s
CGPAR n° 22 e nº 23
As novas diretrizes e parâmetros de custeio do BAS propostos não têm como foco exclusivo a redução do
custo fiscal. Busca-se reorientar o modelo de gestão e a base de custeio dos BAS, assegurando a redução
dos custos e permitindo que a gestão da empresa adote as medidas viáveis para sua implementação. O
texto das Resoluções resguarda o direito adquirido dos empregados, sem prejuízo da aplicação futura em
Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) e regulamentos internos das empresas.
Resolução CGPAR n° 22
A partir do diagnóstico principal de que os atuais > Os indicados pelas empresas para os cargos de
mecanismos de governança são incipientes, representantes na Diretoria Executiva e nos Conselhos
contribuindo para a baixa capacidade de e/ou Colegiados das operadoras de planos de saúde
acompanhamento da sustentabilidade do custeio devem cumprir requisitos de qualificação quando da
e dos resultados alcançados, a Resolução CGPAR nº nomeação/recondução;
22 apresenta diretrizes e parâmetros de governança
do BAS: > Plano de Metas específicos para autogestões; e
> Avaliação anual, pela Alta administração da > As avaliações e plano de metas mencionados
Empresa, de informações acerca do custeio, do custo, anteriormente devem subsidiar a tomada de decisão
da modalidade, dos riscos envolvidos, do cumprimento no âmbito da empresa nas negociações estabelecidas
das medidas regulatórias e da qualidade do BAS; com os representantes dos empregados.
C
Y
Por sua vez, a Resolução CGPAR n° 23 parte do pressuposto de que é preciso conjugar a participação das
empresas estatais federais no custeio do BAS com as suas possibilidades financeiras e administrativas e
com os resultados da oferta do benefício:
> Limite de valor para custeio calculado em função > Vedação à assunção e preservação, por parte da
da folha de pagamento/proventos dos empregados/ empresa estatal federal, da condição de mantenedora
aposentados; de operadora de autogestão;
> Regras para oferta de BAS na modalidade autogestão: > Restrição da oferta de BAS ao período de vigência
obrigatoriedade de cobrança de mensalidades por do contrato de trabalho.
beneficiário, limitação do rol de dependentes elegíveis,
fixação de prazos de carência e adoção de mecanismos > Regras para oferta de benefício nas modalidades
financeiros de regulação; plano de saúde contratado no mercado e reembolso;
> Estabelecimento de número mínimo de beneficiários > Vedação de detalhamento do BAS nos Acordos
para patrocínio a operadora de autogestão; Coletivos de Trabalho; e
> Vedação à instituição de benefício na modalidade > Estabelecimento de prazo de adequação de 48 meses
de autogestão por RH. para empresas que ofertem benefícios em desacordo
com o conteúdo da Resolução.
Va l o r d e M e r c a d o d a s E m p r e s a s E s tata i s
CM
M
C
Y
Federais
BOLSA DE VALORES – B3
Oito empresas estatais federais possuem ações negociadas em Bolsa de Valores: Banco da Amazônia –
BASA, Banco do Brasil – BB, BB Seguridade, Banco do Nordeste – BNB, Eletrobras, Eletrobras Participações
– Eletropar, Petrobras e Telebras. Quatro delas compõem o índice Ibovespa.
Nos 12 meses de 2017, o valor de mercado das estatais federais passou de R$ 382,1 bilhões para R$ 396,3
bilhões, crescimento de 3,7% ou seja, de R$ 14,1 bilhões. A evolução favorável, embora em níveis bem
menores que em 2016 (86,2%) e que o Ibovespa (25,1%, em 2017), seguiu em linha com a recuperação
econômica do país. As estatais que apresentaram maior percentual de crescimento em relação ao valor de
mercado foram Banco do Nordeste e Telebras, acima do Ibovespa.
C
Y
Lucro líquido ajustado foi de R$ R$ 11,1 bilhões em Aprovação, em assembleia geral, da adesão da BB
2017, aumento de 54,2% em relação ao ano anterior. Seguridade ao Programa Destaque de Governança
de Estatais da BM&F Bovespa.
Telebras
Divulgadas suas DF do 3T2017, com crescimento de
Impacto positivo em seu balanço do aumento de 20,7% de seu lucro líquido em relação ao mesmo
capital social proveniente de aportes da União período de 2016, alcançando R$ 1,2 bilhão (aumento
de 2012 a 2015, que passou de R$ 263,1 milhões das receitas de investimentos em participações
para R$ 1,59 bilhão. Com isso, seu PL saiu de societárias).
aproximadamente R$ -584 milhões em jun/2017 para
R$ 691 milhões em set/2017. Também foi aprovada Banco do Nordeste
a reforma estatutária em linha com as diretrizes
Foi divulgado o crescimento em 14,7% das aplicações
estabelecidas na Lei nº 13.303, a fim de uma melhor
de crédito com micro e pequenas empresas (MPE),
governança. O lançamento bem-sucedido do SGDC
de janeiro a setembro, em comparação ao mesmo
(Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações
período de 2016, com volume de financiamentos
Estratégicas) em maio/2017 também sinalizou
superior a R$ 1,6 bilhão;
futuros efeitos financeiros positivos à empresa.
Eletrobras
CM
M
C
Y
Conceito
O Programa de Dispêndio Global – PDG 1 consiste em um conjunto sistematizado de informações econômico-
financeiras das empresas estatais federais não dependentes 2 do Tesouro Nacional, em que a União detenha
a maioria do capital social com direito a voto , previsto no art. 107 da Lei n.º 4.320, de 17 de março de 1964,
e aprovado por decreto presidencial anualmente. Esse documento dá suporte à elaboração do Orçamento
de Investimentos - OI, à política de aplicação das agências oficiais de crédito e à apuração do resultado
primário das empresas estatais, com base nas receitas obtidas e na execução das despesas, entre outras
informações relevantes e de interesse gerencial do Governo Federal e de transparência para a sociedade 3.
História
A necessidade de maior controle das empresas estatais de modo que ajustassem suas ações para
estatais foi diagnosticada na década de “70” contribuir para o equilíbrio macroeconômico
do século passado quando o país vivenciava o nacional.
segundo choque do petróleo e havia a necessidade
1 A título de exemplo, o volume financeiro previsto nesse instrumento
de ajustar a demanda agregada interna às novas
para 2017 é de R$ 1,3 trilhões.
condições macroeconômicas mundiais provocadas
pelo aumento da taxa de juros internacionais e 2 Empresa não dependente é aquela empresa controlada que não
consequente redução da demanda internacional. recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento de
despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, sendo
Internamente, o país passava por aumento do permitido, no último caso, aqueles provenientes de aumento de
endividamento público, principalmente das participação acionária.
A atuação da SEST foi iniciada com levantamento Essa transformação institucional também se seguiu
do número de empresas estatais e a criação do com a mudança das competências do Departamento,
MC
C
Y
O PDG hoje
CM
CM
M
M
CC
YY
Atualmente, a peça orçamentária das empresas Ademais, o monitoramento do resultado primário
estatais é denominada “Programa de Dispêndios das empresas estatais federais não dependentes,
Globais – PDG”, cuja finalidade é avaliar o volume de conforme previsto no art. 9 da Lei Complementar nº
recursos e de dispêndios anuais das empresas estatais 101, de 4 de maio de 2000, Lei de Responsabilidade
não dependentes de modo a permitir a verificação Fiscal- LRF, pelo conceito “acima da linha”, é realizado
da sua compatibilidade com as metas de política com base nas receitas obtidas e na execução das
econômica governamental, bem como verificar a sua despesas informadas no PDG.
consonância com os objetivos e diretrizes de médio e
longo prazo, respectivamente, além da aderência ao O PDG atualmente possui dois grupos de planos
Plano Plurianual vigente e da promoção da equidade, de contas: de empresas financeiras e de não
da eficiência e da efetividade por meio das atividades financeiras. As programações orçamentárias das
das empresas estatais. empresas são elaboradas no conceito competência
e de caixa (esse último somente para as empresas
A elaboração do PDG segue o calendário do Orçamento não financeiras), e mantêm compatibilidade com os
da União tendo em vista que o gasto de tais empresas lançamentos contábeis das respectivas empresas,
estatais com ativo imobilizado corresponde ao apurados de acordo com a Lei nº 6.404, de 15 de
Orçamento de Investimento, previsto no Inciso II do dezembro de 1976 -Lei das Sociedades Anônimas.
parágrafo 5º do Art. 165 da Constituição Federal.
A programação e execução do PDG discrimina
A proposta de PDG é elaborada até agosto do ano as origens de recursos segundo a sua natureza 4 ,
anterior ao ano de referência e é encaminhada para conforme discriminado a seguir:
o Ministério supervisor para as devidas adequações e
posterior encaminhamento à SEST para consolidação
e encaminhamento para publicação por meio de
Decreto Presidencial, segundo as premissas elaboradas
pelo governo federal, como meta fiscal, parâmetros
macroeconômicos, entre outros.
C
Y
Neste novo
contex to institucional, está sendo
elaborada uma reestruturação do Programa
de Dispêndios Globais – PDG com a finalidade
de uniformizar os orçamentos das instituições
financeiras e não financeiras; atualizar as contas
para manter maior correlação às normas contábeis
em vigor; melhorar o monitoramento das empresas,
em especial da gestão de pessoas, governança,
identificação dos gastos com depreciação de ativos
- Receitas Operacionais e Não imobilizados, amortização de ativos intangíveis;
Operacionais com impacto em contas atender demanda social por maior transparência;
de resultado; e e, pleitos de órgãos de controle por informação
econômico-financeira das empresas.
- Outros Recursos (aumento do Patrimônio
Líquido, Retorno de Aplicações Financeiras de Longo Dessa forma, o melhoramento do instrumento de
Prazo, Recursos de Empréstimos e Financiamentos - captação e aperfeiçoamento do detalhamento das
Longo Prazo, Debêntures, Depósitos a Vista – Bancos informações orçamentárias permitirá ao Governo
e outros) com impacto nas contas patrimoniais como Federal uma atuação mais efetiva no monitoramento
Aporte de Capital, financiamentos. das informações das empresas estatais, em especial
quanto aos seguintes aspectos:
Em relação às aplicações, a discriminação segundo
a natureza dos gastos encontra-se a seguir: 1. Consolidação das informações econômico-
financeiras programadas e realizadas pelas empresas
- Dispêndios Correntes - Pessoal e Encargos Sociais, estatais controladas diretamente ou indiretamente e
Materiais e produtos, Serviços de Terceiros, Tributos e pelo Governo Federal;
Encargos Parafiscais, Encargos Financeiros e outros.
2. Possibilidade de avaliação do volume de
- Dispêndios de Capital - Amortizações de Operações recursos e de dispêndios anuais das empresas e seus
de Crédito de Longo Prazo, Investimentos no Ativo respectivos impactos na economia nacional;
Imobilizado, Inversões Financeiras, Outros Dispêndios
de Capital, Dividendos e Aplicações em Operações de 3. Constituição em instrumento de
Crédito e outros. programação, apuração e acompanhamento da meta
de resultado primário das empresas estatais de forma
Em 2016, o Governo Federal adotou duas medidas a compatibilizá-la com a política fiscal do Governo
para melhorar a gestão das empresas estatais: Federal;
a transformação do DEST em SEST, agora com a
denominação de Secretaria de Coordenação e 4. Viabilização da elaboração do Orçamento de
Governança das Empresas Estatais, e a aprovação e Investimento das empresas estatais previsto no Inciso
publicação da Lei n. 13.303, de 30 de junho de 2016, II, § 5, do Art. 165 da Constituição Federal;
com a finalidade de melhorar a gestão das empresas
estatais por meio da inclusão de novas regras de 5. Viabilização do monitoramento gerencial
governança para escolha de seu corpo dirigente das empresas e acompanhamento da execução do
com foco na melhoria dos resultados econômicos, planejamento estratégico e, prospectivamente, como
financeiros e sociais das empresas. a gestão da empresa está sendo conduzida a fim de
obter equilíbrio econômico-financeiro.
MP_SEST_MA
r e v i s ta d a s E S TA TA I S 2 7
CM
M
C
Y
conheça
as empresas
e s tata i s – c o n a b
Com a missão de promover a garantia de renda ao produtor rural, a segurança alimentar e nutricional e a
regularidade do abastecimento, gerando inteligência para a agropecuária e participando da formulação e
execução das políticas públicas, a atuação da Companhia antecede a decisão de plantar e vai muito além
da comercialização agrícola.
Informação e conhecimento
Na agropecuária a informação é determinante A Conab realiza o levantamento da safra brasileira
para o sucesso da atividade, e a Conab possui uma de grãos há 40 anos. O ano-safra 2016/17 registrou
diversidade de iniciativas no fornecimento de a maior safra da história do país, totalizando 237,7
informações técnicas de qualidade ao produtor e de milhões de toneladas de grãos.
geração de conhecimentos sobre o setor agrícola.
C
Y
CM
M
C
Y
Legenda: gráfico mostra o efeito da aplicação da PGPM, que resultou na retomada do preço (para acima do mínimo) recebido pelo
produtor rural.
Outra área estratégica é a armazenagem. A Conab possui uma ampla rede de unidades armazenadoras
distribuída pelo país, atendendo aos agricultores e oferecendo suporte a programas destinados à segurança
alimentar e nutricional. Seus armazéns são dotados de equipamentos para o processamento e guarda
adequada de produtos.
A Companhia administra também o Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras, que traz, entre outras
informações, os dados técnicos e operacionais dos armazéns, suas capacidades estáticas e as coordenadas
MC
C
Y
da localização geográfica. O cadastro possui um banco de dados, único no Brasil, que está disponível ao
público, e que auxilia no planejamento do escoamento de safras e fornece ao produtor informação de locais
para o armazenamento de seus produtos. O cadastro contribui para a otimização logística da comercialização
e ampliação da renda do produtor.
Políticas Sociais
O atendimento aos programas sociais, como o
Programa de Aquisição de Alimentos, é também
um importante foco de atuação da Conab. O PAA
permite ao Governo comprar produtos diretamente
da agricultura familiar. Essa medida assegura preços
remuneradores gerando renda aos produtores
familiares, e promove melhorias na condição de
alimentação das pessoas em situação de insegurança
alimentar e nutricional.
Ao longo dos anos de operações do PAA pela Conab, muitas famílias têm sido beneficiadas pela venda de
seus produtos ao governo federal, obtendo garantia de renda e melhoria da qualidade de vida.
No ano de 2017, por meio das organizações fornecedoras, o PAA entregou alimentos a 1.092 unidades
recebedoras, que realizaram 6.186.098 atendimentos às pessoas em situação de insegurança alimentar e
nutricional, sendo-lhes garantido o direito ao consumo saudável dos alimentos oriundos da agricultura
familiar.
MP_SEST_MA
r e v i s ta d a s E S TA TA I S 3 1
CM
M
C
Y
REGIÃO Nº. DE UNIDADES RECEBEDORAS Nº. Atendimentos
CENTRO-OESTE 103 837.506
NORDESTE 483 2.889.690
NORTE 214 900.828
SUDESTE 191 972.009
SUL 101 586.065
Total Geral 1.092 6.186.098
A empresa também tem papel decisivo no Programa No apoio aos criadores e às agroindústrias de
de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar, que pequeno por te, a Conab executa o programa
assegura aos participantes do Programa Nacional de Vendas em Balcão, que permite o acesso aos
de Fortalecimento da Agricultura Familiar um estoques públicos de produtos agrícolas por meio
desconto no seu financiamento, o que os protege de vendas diretas a preços de mercado. O milho
de quedas excessivas no valor da sua produção. O em grão é o principal produto comercializado no
preço de referência é definido com base nos custos Programa, dando suporte ao pequeno produtor com
de produção levantados pela Companhia, que insumos necessários às suas atividades econômicas.
calcula ainda o valor do desconto a ser concedido,
considerando os acompanhamentos de preços de A doação de alimentos realizada pela estatal efetua
mercado. a distribuição de cestas destinadas às comunidades
em situação de insegurança alimentar e nutricional,
Atuando na conser vação, preser vação e uso como indígenas e quilombolas, e também
sustentável dos recursos naturais, a Companhia populações atingidas por adversidades climáticas.
promove suporte à renda e ao fortalecimento Na área de cooperação humanitária internacional,
econômico e social das comunidades de é feito o atendimento a refugiados e vítimas de
extrativistas e populações tradicionais. A Política desastres naturais, com produtos oriundos da PGPM,
de Garantia de Preços Mínimos para Produtos principalmente arroz e feijão.
da Sociobiodiversidade desenvolve este papel,
pagando a diferença do valor aos que comprovarem
que realizaram a venda de seu produto por preço
inferior ao preço mínimo fixado pelo Governo
Federal.
A atuação da Conab é ampla e diversificada: prevê safras, provê estoques, escoa a produção, regula preços,
harmoniza oferta e demanda e distribui alimentos, indo, muitas vezes, aonde nenhum outro órgão público
MC
C
Y
consegue chegar.
E na essência de toda essa dinâmica, está o cidadão, origem e destino de todos os esforços da Companhia,
empenhada em oferecer um serviço público de qualidade cada vez melhor para a sociedade brasileira no
cumprimento da sua missão.
CY
MY
CM
GO 8.792.392,09 3.946.226 6.149 1.260
K
C
MA 4.282.378,04 2.526.645 3.106 605
MG 1.096.263,76 713.331 1.218 224
PA 527.407,17 312.666 244 33
PB 29.763.728,66 17.711.684 18.126 3.174
PE 12.810.969,28 7.537.944 8.044 2.069
PI 16.822.179,64 10.035.294 15.955 3.169
RJ 110.300,00 67.201 152 111
RN 41.626.087,45 24.143.462 26.263 5.512
RO 1.352.916,18 767.833 2.801 529
RR 4.610.050,00 2.651.457 6.591 1.234
RS 7.531.898,00 3.718.308 1.920 644
SC 192.411,00 109.426 24 19
SE 619.592,31 355.562 286 163
TO 472.440,00 284.989 917 253
TOTAL 206.077.943,47 118.050.650 140.030 30.344
Texto e imagens fornecidos por Nastassja Ferreira Tolentino, Gerente de Eventos e Promoção Institucional
da Conab.
c o n h e ç a a s e m p r e s a s e s tata i s – e m b r a pa
CM
M
C
Y
E m b r a pa i n v e s t e e m m u d a n ç a s pa r a e n f r e n ta r o s
desafios do futuro
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), em seus 45 anos, a serem completados em
abril, construiu uma trajetória de sucesso. Vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), é hoje a maior referência em pesquisa e
tecnologia agropecuária no mundo tropical.
Uma única pesquisa, um bioinsumo formulado com bactérias que fixam o nitrogênio do ar e que hoje alcança
33,9 milhões de hectares de soja, permitiu aos agricultores e ao país economizarem R$ 42,3 bilhões – cerca de
14 vezes o orçamento anual da Embrapa, apenas na última safra. E os agricultores ainda não precisaram ter o
trabalho de aplicar fertilizante nitrogenado.
AM_TSES_PM
3 4 r e v i s ta d a s E S TA TA I S
C
Y
genuinamente brasileiro, superando as barreiras que sustentáveis do planeta. Incorporou aos sistemas
limitavam a produção de alimentos, fibras e energia produtivos uma larga área de terras degradadas dos
no nosso País. cerrados, região que hoje é responsável por quase
50% da produção nacional de grãos. A oferta de
carne bovina e suína foi quadruplicada e a de frango,
ampliada em 22 vezes.
CM
M
C
Y
que exploram diferentes fileiras do setor agropecuário,
incluindo grãos, pastagens, frutas, hortaliças, mandioca,
espécies florestais, além da pecuária e da aquicultura.
A Embrapa tem papel de relevância e contribuição significativa para o avanço e sucesso alcançados pela
agropecuária até hoje. Para isso, investiu fortemente em modernos laboratórios e equipamentos e, sobretudo,
no treinamento de seus recursos humanos – hoje, são 9.579 empregados, sendo 2.438 pesquisadores.
Desenvolve pesquisas que geram conhecimentos e “Se o Brasil conquistou o posto de influente ator
tecnologias, por meio de parcerias públicas e privadas, mundial em dois setores de importância vital,
de atuação nacional e internacional, transformando o meio ambiente e a segurança alimentar, tal
toda a cadeia de fibras, energia, madeira e alimentos, patamar é consequência do trabalho da ciência e
desde o mercado de insumos, passando pela produção da determinação e ousadia do setor produtivo. Essa
agropecuária, a agroindústria, até a comercialização parceria precisará ser ainda mais ampliada para se
de produtos de origem agropecuária. Esse ciclo é fortalecer as bases que garantirão a qualidade de
pautado por agendas estratégicas orientadas a manter vida para todos no planeta”, argumenta o diretor de
a agropecuária competitiva, dentro do paradigma do Pesquisa & Desenvolvimento, Celso Moretti.
desenvolvimento sustentável.
AM_TSES_PM
3 6 r e v i s ta d a s E S TA TA I S
C
Y
Futuro
Estimativas da FAO indicam que até 2050 a produção
agrícola precisará crescer globalmente 70%, e quase
100% nos países em desenvolvimento, para alimentar
a crescente população, excluindo a demanda para
biocombustíveis.
Campo Experimental Embrapa Agrossilvipastoril, Sinop, MT –
Foto: Gabriel Faria Assim, os desafios para a Embrapa e seus parceiros
são enormes e exigem um olhar atento para o
Temas como propriedade intelectual, transgênicos e futuro. Além das áreas tradicionais, a Empresa tem
código florestal são alguns casos que foram beneficiados investido fortemente em tecnologias de ponta, como
pela contribuição qualificada da pesquisa. Outro caso sequenciamento de genomas de plantas e animais,
de destacada importância como política pública é o clonagem, nanotecnologia e agricultura digital.
Plano Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC), do
Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura.
CM
M
C
Y
“A Empresa segue em movimento, buscando ajustar-se às mudanças tecnológicas e sociais e aumentar sua
eficiência, simplificando seus processos. Por isso, em fevereiro, iniciamos a maior mudança administrativa
de nossa história, reduzindo de 15 para seis as áreas administrativas da sede, em Brasília, com alteração
em toda a estrutura e nos processos”, diz o presidente da estatal.
C
Y
Artigo do CEO:
Antes de estar Diretor-Presidente da Empresa Gestora de anos, e superintendente estadual no Ceará, em Minas
Ativos S.A. - EMGEA, sou filho de “seu” Pelópidas e de dona Gerais e no Distrito Federal, de 1994 a 2002. De 2003 até
Lita - o mais velho, de um total de seis irmãos. Deixamos 2008, após aposentar-me do Banco do Brasil, atuei nos
Campina Grande, na Paraíba, onde nasci em 1954, e setores público e privado: fui secretário de turismo do
chegamos a São Paulo em 1966, nordestinos e pobres, Governo do Estado do Ceará, superintendente de Governo
como a grande maioria dos imigrantes que ali aportavam. Federal do Grupo Santander Banespa, presidente da Dan
Herbert S/A Construtora e Incorporadora, e criei a minha
Meu primeiro emprego, quando ainda se podia começar própria empresa de consultoria.
a trabalhar com essa idade, foi o de office boy, aos doze
anos. Nisso repeti meu pai, que foi meu grande exemplo Em maio de 2016, após atuar no setor privado e ter sido
de vida. De minha mãe, guardo até hoje as palavras: - “Ao conselheiro de algumas empresas (sou certificado pelo
lidar com dinheiro dos outros, cuide dele como se fosse IBGC como Conselheiro de Administração), fui convidado
seu, mas não se esqueça que não lhe pertence.” Essa lição para ser Diretor-Presidente da Empresa Gestora de Ativos
eu trouxe para minha vida profissional: acredito que o S.A. - EMGEA, com o imenso desafio de promover a
administrador sério tem de se preocupar, sempre e em continuidade da estatal, que então vivia uma grande crise
primeiro lugar, com a coisa pública. Manusear o que não em face da diminuição das carteiras de ativos adquiridas
é nosso torna maior a responsabilidade de tê-lo a nossos da Caixa Econômica Federal quando de sua criação,
cuidados. em 2001, e posteriormente, em 2014 (à medida que os
créditos sob gestão da empresa são recebidos, seus ativos
Foram mais de cinquenta anos de luta, desde o início totais diminuem). Além disso, a empresa se ressentia (e
como office-boy até tornar-me Diretor-Presidente da ainda ressente) da não novação de dívidas, pela União, de
Empresa Gestora de Ativos S.A. - EMGEA, empresa pública créditos da EMGEA perante o FCVS, que perfazem cerca
do Governo Federal. de 81% dos ativos da empresa.
Minha formação profissional se construiu basicamente Em minha posse, sequer existiam assegurados os recursos
no Banco do Brasil, onde ingressei por concurso público necessários para a folha de pagamento da EMGEA do mês
em 1974 e lá permaneci por trinta anos, os últimos dez seguinte e era clara a disposição do acionista controlador
como executivo da empresa. Uma escola maravilhosa, que de encerrar as atividades da empresa.
efetivamente me preparou para a vida e para o mercado.
No entanto, ao longo de minha experiência profissional
Meus estudos acadêmicos tiveram início na UNIFOR pude ver demonstrado que recuperar créditos, embora
Universidade de Fortaleza, onde bacharelei em Direito, necessário a quaisquer bancos e quaisquer esferas
e prosseguiram através de especializações cursadas governamentais, é matéria que consome seus recursos
entre 1996 e 2000, sob a égide da Universidade Banco e que foge a seu escopo, o que habitualmente se traduz
do Brasil: Formação para Altos Executivos, pela FGV em ineficiência.
Fundação Getúlio Vargas; Finanças, pela Fundação Dom
Cabral; Executivo Internacional, pela APG Amana Key; e
Governança Corporativa, pela FIPECAF USP. Esses estudos
me capacitaram para os desafios que sobreviriam durante
minha carreira no Banco do Brasil e também para os que
se apresentaram depois que encerrei minha trajetória
nesse gigante do mercado financeiro.
Assim, em conjunto com toda a Diretoria da EMGEA, e todo Além disso, com essa plataforma dotamos a empresa de
seu corpo funcional, busquei preparar a empresa – única recursos tecnológicos para abarcar os novos negócios que
CM
M
C
Y
empresa pública federal especializada - para continuar decorram de novas aquisições de carteiras de créditos
a atender à sua demanda original, de recuperar créditos ou da prestação de serviços de cobrança administrativa
oriundos da administração pública federal, e também para de créditos sob gestão da Secretaria do Patrimônio da
prestar outros serviços ao Governo. União - SPU ou de outras entidades da administração
pública federal.
Neste período de minha administração, promovemos
o aprimoramento dos processos da organização e dos Em 2017, coroando nossos esforços, dois atos normativos
instrumentos de gestão. A empresa prosseguiu na sua vieram ampliar as possibilidades de negócios para a
estratégia exitosa de conceder abatimentos de acordo EMGEA: a Lei nº 13.465, de 11.7.2017, possibilitou à
com a realidade dos créditos, facilitando a conciliação EMGEA prestar serviços de cobrança administrativa e
(os esforços conciliatórios da EMGEA, em sintonia com de arrecadação de receitas patrimoniais sob a gestão da
a Justiça Federal, já renderam um resultado de cerca de SPU; e a Lei nº 13.530, de 7.12.2017, permitiu às empresas
R$ 3 bilhões), mas sem jamais incentivar a cultura da e instituições financeiras adquirir ativos representados
inadimplência, expressa popularmente no pensamento de por financiamentos concedidos com recursos do Fundo
que “se eu não pagar lá na frente, vou pagar bem menos”. de Financiamento Estudantil - FIES, bem como prestar
serviços de cobrança administrativa e de administração
O processo de governança corporativa foi aprimorado e de tais ativos, dispensado o processo licitatório nos casos
integralmente alinhado às exigências da Lei das Estatais (Lei de empresas públicas e de instituições financeiras oficiais
nº 13.303, de 30.6.2016) e do Decreto que a regulamentou federais.
(Decreto nº 8.945, de 27.12.2016), e das Resoluções da
Comissão Interministerial de Governança Corporativa Com isso, o ano de 2018 assinalou o início de um novo
e de Administração de Participações Societárias da ciclo para a EMGEA, que está apta a continuar a atender
União - CGPAR, o que rendeu à EMGEA o Certificado a uma demanda inerente ao mercado de crédito e,
Nível 1 na 1ª Certificação do Indicador de Governança particularmente, das instituições financeiras federais –
IG-SEST, criado pela Secretaria de Coordenação e a possibilidade de, mediante a transferência de ativos,
Governança de Empresas Estatais - SEST, do Ministério promover a reestruturação patrimonial e a adequação do
do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, com o capital aos níveis exigidos pelas autoridades reguladoras
“objetivo de acompanhar o desempenho da qualidade – e preparada, também, para atender a demandas de
da governança das empresas estatais federais, para fins entidades da administração pública federal, a exemplo
de mensuração do cumprimento dos requisitos exigidos da prestação de serviços de cobrança administrativa de
pela Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, regulamentada créditos sob gestão da SPU.
pelo Decreto nº 8.945, de 27 de dezembro de 2016, e
diretrizes estabelecidas nas Resoluções CGPAR, buscando Constituirá, também, grande desafio consolidar, com
conformidade com as melhores práticas de mercado e toda a equipe da empresa, uma cultura de compliance
maior nível de excelência”. e gestão de riscos, condizente com as melhores práticas
do mercado, aprimorando ainda mais a governança
Gostaria de destacar que desenvolvemos, na própria e blindando a EMGEA de quaisquer interferências
empresa, uma plataforma tecnológica que permitiu indesejáveis, mitigando eventuais riscos que uma empresa
internalizar parte dos contratos das carteiras de créditos, desse porte não deve correr.
que eram, até então, processados em sistemas corporativos
de empresa contratada para a prestação de serviços. O Só posso finalizar externando meu agradecimento ao
desenvolvimento dessa plataforma representa um marco Governo Federal que tem entendido e possibilitado,
no processo de recuperação de créditos na EMGEA, na a mim e a toda a equipe da EMGEA, cuidar com zelo
medida em que oferece ferramentas próprias e específicas da coisa pública e expandir os negócios da EMGEA,
para gerir e acompanhar o desempenho das carteiras de reafirmar a Missão da empresa, de gerir e recuperar ativos,
créditos, e também possibilita a contratação de novas contribuindo assim para a eficiência da administração
empresas prestadoras de serviços, para incrementar pública, essência do interesse coletivo que motivou sua
os esforços de cobrança e geração de resultados (no criação e que justifica plenamente sua existência.
quarto trimestre de 2017 foram contratadas quatro novas
prestadoras de serviços).
AM_TSES_PM
r e v i s ta d a s E S TA TA I S 4 0
MC
C
Y
coluna do
conselheiro
Integrar o Conselho de Administração de uma descrição da composição e da remuneração da
empresa pública é assumir a responsabilidade de administração, além de outros dados que permitam
zelar ativamente pela sustentabilidade da instituição, fazer a devida gestão de risco, de conduta e de
observando o cumprimento dos seus objetivos de integridade, conforme as melhores práticas de
políticas públicas, o interesse público, sem deixar governança corporativa.
de lado a saúde financeira e a competitividade da
empresa junto ao mercado em que atua. Como conselheiro da Agência Especial de
Financiamento Industrial – FINAME e da Agência
Não se espera que um conselheiro seja mero de Desenvolvimento do Distrito Federal - TERRACAP,
chancelador de decisão da Diretoria da empresa, é minha responsabilidade acompanhar pari passu
pelo contrário. O profissional que atua nessa posição as ações realizadas pela empresa e sua política
necessita deter conhecimento técnico a respeito de gestão, levando em conta o impacto em todas
de seus deveres, da história da organização, bem as partes interessadas, bem como a conjuntura
como do mercado que seja foco da área de atuação econômica e tendências de mercado no qual se
da instituição. A profissionalização do papel do insere. Também é papel atribuído ao Conselho de
conselheiro tem sido crucial para implementar Administração a função de estabelecer meios para
práticas de compliance e boa gover nança, o alinhamento e integridade das informações que
bem como promover seu monitoramento com são divulgadas.
tempestividade, integridade e transparência. Para
alcançarmos essa realidade, a edição da Lei das Com a criação da Secretaria de Coordenação e
Estatais foi fundamental. Governança das Empresas Estatais – SEST, em
substituição ao que era um departamento, foi
Antes da Lei de Responsabilidade das Estatais, dado um salto na qualidade do acompanhamento
não havia diretrizes tão claras e objetivas sobre da governança corporativa e adaptação das
uma série de procedimentos indispensáveis para organizações. Além disso, o trabalho feito junto aos
profissionalização e qualificação da gestão. Com conselheiros tem sido bastante sólido no sentido de
a Lei nº 13.303, de 30 de junho 2016, passamos acolher e dar suporte a quem está desempenhando
a ter regras que visam aumentar a eficiência de essa função. São ofertados cursos e treinamento,
sua atuação, melhores resultados em termos além de um rol de publicações que apresentam de
de valorização, produtividade e lucros, além de forma direta e prática as responsabilidades inerentes
combater desvios gerenciais. A cada uma cabe a ao desempenho que se espera do conselheiro. Mas
elaboração de carta anual, subscrita pelos membros não é apenas o apoio do ponto de vista da atuação
do Conselho de Administração, na qual são geral do conselheiro que existe o apoio. No dia-
apresentados seus compromissos frente aos seus a-dia, a SEST também busca prover o conselheiro
objetivos estatutários, com indicação de recursos, de cenários, projeções e informações tempestivas
impactos econômico-financeiros, além dos seus para a tomada de decisão, oferecendo respaldo e
respectivos indicadores e metas de desempenho. segurança, o que fortalece a atuação profissional
Também é obrigação divulgar fatores de risco, junto aos conselhos.
MP_SEST_MA
r e v i s ta d a s E S TA TA I S 4 1
CM
M
C
Y
Em minha atuação ativa como conselheiro, utilizo
a experiência de gestor público e economista
para pautar minhas decisões com argumentos
construtivos e pontos de vista que contribuam para
os atos da empresa sob fiscalização do colegiado.
E, tendo tido esse papel em diversas instituições,
atesto a transformação que vem ocorrendo nas
empresas e no comprometimento e qualificação
técnica que são exigidos de seus administradores
e conselheiros.
O s re s u l t a d o s s ã o v i s í ve i s e m t e r m o s d o
amadurecimento dos instrumentos disponíveis
para gestão e controle das estatais, permitindo,
efetivamente, o monitoramento de aspectos Marcos Adolfo Ribeiro Ferrari
fundamentais da saúde econômico-financeira,
Doutor em Economia, foi Conselheiro da Agência
integridade, produtividade. Assim, incentiva- Especial de Financiamento Industrial – FINAME e
se perenemente o cumprimento dos objetivos da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal
institucionais de forma ética, responsável e – Terracap. Já atuou como conselheiro em estatais
sustentável no longo prazo. do setor elétrico e foi Presidente do Conselho de
Administração da Caixa Econômica Federal. Dentre
cargos anteriormente ocupados, foi Secretário Adjunto
da Secretaria de Política Econômica do Ministério da
Fazenda e foi também Secretário de Planejamento e
Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão.
C
Y