Você está na página 1de 32
‘Dados intrnacionals do Catalogagao na Publleagao (CIP) (Camara Braslera do Livro, SP, Bras) Masse Noga sn od Biogas ISBN SS 49.0016 costae att Sto Coren {Bags ata onpti 2. lio pot cpp.s70 Inaleos para catsogo eistematce: eoheivor 37011 Marise Nogueira Ramos APEDAGOGIA DAS COMPETENCIAS: autonomia ou adaptagao? 8 edigaio v ‘ANOCAO DE COMPETENCIA COMO ORDENADORA, DAS RELACOES EDUCATIVAS Cada um de més ria sae prptine imagens, onde cada represoit, a tat modo, ‘contecau: rom todos felons, 16 acd ‘do presente” (Bartolome, de Laan onder 1095, p. 110). A dla que se difunde quanto A apropriago da nogta de ‘compeléncia pala escola 6 quo la seria capaz de promover 0 encontro entre formacio e emprego. No plano pedagégicotes- smunha-se a organizacEo e a legitimagao da passagem de um sino centrado em saboresdiseiplinares a um ensino defini. do pela producso de compoténcias verficéveis em situacies c tarefas espocicas. Rssas competincias dover ser definidas ‘com reforéncia ts situagoes quo os alunos deverdo ser capa 206 do comproandor « domingr. Em sintese, em vez de se par tir de um corpo de contesdos dlsciplinares existentes, com base no qual se efotuam escolhas para cobrir os conhiecimen- tos considerados mais importantes, parte-se das situagons ‘concrelas, recorrendo-so as diseiplina na medida das neces: Ssidades requoridas por essa eituagies. Ps sre ses Como explica Tanguy (1997b}, esse movimento de defi- nigdo do um modelo pedagégico encontra sia expresso ini. ial no ensino téenico e profissionalizante — que nio sofre 4 forea de uma tradigao centrada na tranamissio de um patriménio cultural — mas tonde a organtzar também a edu gto geral. A escola 6 forgada a abri-se ao mundo econdmi- o\como meio de se relefinitom os contetdos de ensino » atsibuir sentido pratico aos saberes escalates, Como o8 pre {ess0s automatizados apropriam-e das princsplos clentificos, funcionando com coria autonomia em telagao aos operade: jsponsabilizerso-ia muito mais por ordenr licas profissionais em coeréncia cam & orgae nizacio © o funcionamento dos processor de produc, ‘A pedagogia da competéncia passa a exigir, tanto no en- sino goral, quanto no ensino profissionalizante, que as no- ‘goes associaclas (saber, saber-fazer, objetivos)sejam acompe hnhadas de uma explicitagio das atividades (ou tarefas) om que elas podem se materializar ¢ se fazer compreender. Essa explicitagio revela a impossibiidade de dar uma definigaa a tas nope coparadamonte das aes nas quis la seme ‘A aflemaciio desse movdolo no ensine técnico « profissio- nalizante 6 resultado de um conjunto de fatoros que expres sam seu comprometimento direto com os procestos de pro- ddugio, impondo-lhe a necessidade de justifiar a validade de sus agoes e de seus resultados. Além disso, esperaste que sous agontos ndo mantenham a mesma relagio com 0 saber {que os professores de disciplinas ncademicaments consti das tom, ce modo que a validade des conhocimentos transmi- tidos soja eprovada por sua aplicabilidade ao exercfclo de atk: Vidadlos na produce de bens materais ou de servigos. ‘A medida que essa nogio extrapola a campa taérico para adquirir materialidade pola organizagéo dos curriculos © pro sgramas escolares, configura-se o que ee tem chamado de pe- ‘dagogia da compoténcia. Conclutmos, entao, pela importin- cia do disent-ta tanto sob a tien das toorias pstcoldgieas da prendizagem — demarcando o que chamamos de dimensS0 psicoldgica da pedagogia das compottinciss — quanta sob a b6tica das relagées soctais de producio demarcando, nest caso, avec sos E. sun dimenstio aécio-econdmica. Esto desafio procuraremos fnfrentar a soguit. 1. Pedogogle dos Comptncos em sv Dimer Picliica ‘A nociio de compoténcia 6 freqentemente associada sos objetivos do ensino em pedagogla. A partir disso duas ton- ‘dencias analiticas podem ser observadas: urna dela noga essa tseaciagio, identificando a nogao de compotdncia como algo tfotivamente novo e apropriado fs transformagdes socials & fecondmicas de nosea épocn; a outraacelta @associagio, mum primeiro momento, mas ideatifica o ponto em que a compe- {éncla se distingue de objetivo ‘A primeira tondéncia relaciona o surgimento da nogao de competéincia, principalmente a de ordam profissional, com fs transformagdes produtivas que ocorrem a partir da dicada, do 80, constituinde a base das politicas de formagio © ‘capacitagio de tabalhadores, principalmente naqueles pal Soa industrialieados com maiores problemas para vincular 0 sistema educative com o produtive, o que se explica pela én- fase que este conceito coloca nos resultados e nas ages. No dmbito da segunda tondéncia, Hyland’ (1994, apud Cariola y Quiz, 1996), por exemple, localiza as origons da ‘nogio de compoténcia nes anos 60, assinalando que o mode- lode educagio e treiaamento baseado na compotencia surgi ddo nos anos 80 estava dominado por uma tendéncia industri fl mais do que educacional. O autor fala da Inglaterra e afi- za que as origens da educagto e do treinamento baseados na competncia — Competence Based Education and Training (CHIT) — estio no movimento americano dos anos 60, da pedagogia basseda no desempenho — posformance-based teacher education — ou pedagogia de dominio, como tam- ‘bom fol chamada, Nesse pais, tal tendéncia teria sous funda- ‘mentos nos alrtivos populistas da tora de oficiéncia social Assim, tanto o CBET quanto © movimento dos anos 60 epre- 1 ANLAND, Toury Gompatnee, cation and NVQs Dissenting ‘Pergo: Cas efrend Bone. 908

Você também pode gostar