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Bibliografia
Hirschfeld H., Engenharia Econômica, Ed. Atlas
Ehrlich P.J., Engenharia Econômica, Ed. Atlas
1.1 Introdução
A escassez de recursos frente às necessidades ilimitadas das empresas faz com que cada vez
mais se procure otimizar a utilização de tais recursos.
Assim, um investimento pode ser definido como sendo uma aplicação de dinheiro em projetos de
implantação de novas atividades, expansão, modernização, etc., da qual se espera obter uma boa
rentabilidade. Portanto, torna-se necessário analisar as alternativas para garantir um bom retorno
do investimento.
A análise prévia dos investimentos permite que se racionalize a utilização dos recursos de capital.
Para a solução de um problema de análise de investimentos, dentro da complexidade do mundo
atual, é necessário o conhecimento de técnicas especiais estudadas em uma disciplina conhecida
por Engenharia Econômica.
Todas as decisões são tomadas a partir de alternativas. Não havendo alternativas não há decisão
a tomar.
É necessário um denominador comum, (a rentabilidade comum, por exemplo) a fim de tornar as
consequências mensuráveis. Não é possível misturar ordens.
A diferença de valores entre duas taxas de juros, provindas de alternativas econômicas diferentes
de investimento, constitui, para a alternativa aceita e de menor valor, uma taxa de juros chamada
de custo de oportunidade. Admitindo que os bancos pagam 20% ao ano juros, manter uma
quantia qualquer de dinheiro sem investí-lo incorre-se num custo de oportunidade de 20% ao ano
que este dinheiro deixa de render.
Se existir uma outra oportunidade de investimento que renda 50% ao ano, o custo de
oportunidade de manter o dinheiro sem investí-lo será de 50%, e de por o dinheiro no banco será
de 30%.
O custo de oportunidade é um conceito relativo e depende das possibilidades de investimentos
existentes. Constitui o que se “paga” por não se preferir a oportunidade de maior rendimento.
Todas as transações que envolvem dinheiro devem ser analisadas considerando-se juros
envolvidos explicitamente ou implicitamente. Uma compra à vista também é analisada
considerando-se juros.
O juro, que representa o rendimento em troca do uso do dinheiro por certo tempo, é o elemento
básico para a ligação entre valores em um ponto de tempo e outro. A taxa de juros representa o
percentual do capital inicial a ser pago na forma de juros no final do período do qual a taxa se
refere.
Todas as quantias de dinheiro serão referidas à uma data e somente poderão ser transferidas
para uma outra data considerando os juros envolvidos nesta transferência.
Assim, será impossível somar ou subtrair quantias de dinheiro que não se referirem à mesma
data.
2. Taxa de Juros
O capital inicialmente investido, denominado principal, pode crescer devido aos juros segundo
duas modalidades: juros simples ou juros compostos.
Quando são cobrados juros simples apenas o principal rende juros. Os juros são diretamente
proporcionais ao capital (emprestado ou aplicado).
J= iPn
onde :
P = principal ou capital na data de hoje; (Va ou Vo)
i = taxa de juros
n = número de períodos de juros
O montante F (Vf ) que uma pessoa que obtenha um empréstimo deverá devolver, ao fim de n
períodos será :
F = P + J = P + iPn F = P ( 1 + in)
Após cada período de capitalização, os juros são incorporados ao principal e passam a render
juros também.
Após cada mês (período de capitalização) os juros são somados à divida anterior, e passam a
render juros no mês seguinte. Tudo se passa como se cada mês o empréstimo fosse renovado (
no valor do principal mais os juros relativos ao mês anterior.
No caso de juros simples 5% ao mês correspondem a 60% ao ano (a.a.), ou seja taxas
proporcionais. Em juros compostos temos 5% ao mês correspondendo a 79,5856% ao ano.
2000 2000
0 1 2 3 4 5
3000
Conforme visto anteriormente, pode-se definir juros como o dinheiro pago pelo uso de dinheiro
emprestado ou como a remuneração do capital empregado em investimentos ou em atividade
produtivas. A noção de equivalência está intimamente relacionada à taxa de juros.
Considere o plano de empréstimo tomado de um banco que cobra 3% de juros ao mês. Nessas
condições, um empréstimo de R$100 pode ser pago em dois meses por um dos seguintes planos:
O exemplo acima mostra que quando se lida com quantias monetárias, alem do valor numérico,
interessa também o instante em que tais quantias serão pagas ou recebidas.
4.1. Relação entre valor presente P(Vp, Vo ou Va) e valor futuro F (Vf)
Admitindo que uma quantia P tenha sido emprestada. Após o primeiro período de capitalização, a
dívida será :
principal + juros = P + i P = P( 1 + i )
ao final do segundo período teremos :
dívida anterior + juros = P( 1 + i ) + i P( 1 + i ) = P( 1 + i )2
ao final do terceiro período teremos :
dívida anterior + juros = P( 1 + i )2 + iP( 1 + i )2 = P( 1 + i )3
generalizando temos :
A série uniforme é definida como sendo uma série de valores constantes (desembolsos ou
recebimentos) que se inicia no período 1 e termina no período n.
Achar o valor presente de uma série uniforme e vice-versa. Isto permitirá resolver problemas de
determinação de prestações mensais
P= U + U + U + ... + U ,
2 3 n
(1+i) (1+i) (1+i) (1+i)
P=U
(1+i) ! 1 ou P = U ( P/U ; i ; n)
n
i (1+i)
U=P
(1+i )
i
[(1+i) ! 1] n
F= U
(1+i) ! 1
i
i
U=F
[(1+i) ! 1] n
A série gradiente uniforme G é definida como sendo uma série de pagamentos (ou recebimentos)
G, 2G, ....( n - 1)G, que se inicia no período 2 e termina no período n.
U=G
[ (1+i) ! 1 ! ni ]
n
P=G
[ (1+i) ! 1 ! ni ]
n
i[(1+i) ! 1] [i (1+i) ]
n 2 n
F=G
[ (1+i) ! 1 ! ni ]
n
2
i
5. Considerações sobre taxas de juros
A taxa de juros contratada em uma operação financeira chama-se taxa nominal. Essa taxa nem
sempre é igual à taxa efetiva que é a taxa de rendimento que a operação financeira proporciona
efetivamente.
Isto acontece em razão de existirem obrigações, taxas, impostos ou comissões que comprometem
os rendimentos ou oneram os pagamentos de juros. Critérios diferentes para o cálculo de juros
também fazem a taxa nominal diferir da efetiva, como por exemplo juros cobrados
antecipadamente ou calculados sobre um total que na realidade é pago em parcelas.
Esses e outros artifícios às vêzes são usados conscientemente para mascarar a taxa efetiva e
fazer os juros parecerem maiores ou menores conforme a conveniência.
Seja uma taxa de juros de 1% ao mês. Ao se determinar a correspondente taxa anual, pode-se
chegar a resultados distintos conforme se considere juros simples ou compostos. Tomando-se
juros simples, seria 12% a taxa anual equivalente à taxa mensal de 1%. Esta taxa anual é
chamada de taxa nominal de juros. Tomando-se agora juros compostos, a taxa anual seria 12,7%,
chamada de taxa efetiva de juros.
No primeiro caso, foi feita uma soma simples da taxa mensal, não incidindo portanto juros sobre
juros, enquanto que, no segundo caso, a taxa mensal foi capitalizada, isto é, a cada mês a taxa
mensal incide sobre a do mês anterior. Matematicamente, chamando de i a taxa efetiva anual e r a
taxa nominal anual, a partir de uma taxa i’ por período de capitalização e m períodos de
capitalização durante o ano :
r = i’ x m ou i’ = r/m
1 + i = (1 + r/m)m
i = (1 + r/m)m - 1
Se um título rende 36% ao ano é dito que o mesmo rende 3% ao mês, o que é incorreto.
Para que a taxa de juros seja considerada efetiva é necessário que o período referido na taxa
coincida com o período de capitalização, caso contrário a taxa será dita nominal. Até aqui foram
consideradas apenas taxas efetivas.
Exemplos de taxas nominais :
40% ao ano com capitalização mensal
5% ao mês com capitalização anual
Seja uma taxa nominal r capitalizada m vezes por período. Será determinada a taxa equivalente i
por período. Seja ainda P uma quantia emprestada a taxa r. O montante F formado após um
período é :
• A taxa de juros que o dinheiro investido irá proporcionar deverá ser superior a uma taxa
prefixada, com a qual fazemos a comparação.
Exemplo
Um investimento de $50.000 proporciona por 10 anos, valores uniformes de $15.000; podemos
examinar tal oferta sob a seguinte questão :
Qual seria a mínima taxa de juros comparativa para considerarmos interessante o investimento
proposto ?
Como os dividendos oferecidos são de $15.000, maiores que $12.000 concluímos ser interessante
o investimento proposto por oferecer dividendos maiores que os da taxa mínima de atratividade.
Exemplo : É feito um investimento de $1.000 que renderá $200 por ano durante 6 anos. Qual a
TIR deste investimento ?
Frequentemente, a taxa TIR só pode ser encontrada por tentativas. Como regra geral :
Não abordaremos nenhuma análise sobre a inflação nem qualquer teoria objetivando seu
combate. Trataremos apenas de assuntos resultantes de sua existência.
De uma forma geral, nos estudos apresentados, foram considerados condições estáveis da
moeda. Geralmente, os estudos são feitos em condições estáveis da moeda, por não ser possível
prever com exatidão, condições futuras das contribuições de um Fluxo de Caixa, sob influência da
inflação.
Os acertos reais dos valores, relativos a duas épocas, referidos em condições estáveis da moeda,
são realizados com o auxílio de índices de referência. Tais índices expressam situações em várias
épocas relacionadas a uma espécie enunciada, por meio dos quais pode-se atualizar os valores
das épocas de espécie referida. Conforme a espécie referida, poderíamos ter : índices de preços
ao consumidor, índices de preços por atacado, índice geral de preços, etc..
Quando um compromisso está sujeito à inflação (correção monetária, que visa tornar o valor do
compromisso, corrigido monetariamente, de acordo com determinado índice.
Um investimento de $1.000 por um ano num empreendimento que paga 6% ao ano e mais a
correção monetária devido a inflação. Se ao fim de um ano a inflação for de f = 35%, $1.000 ao
fim de um ano vale menos (em poder aquisitivo), vale :
$1.000/(1+0,35)
É possível raciocinar com o dinheiro a valor constante (em termos de poder aquisitivo)
Pressuposto : todos os preços, custos, contratos, etc., sejam reajustados no fim de cada período
de exatamente o valor da correção monetária que compensa a inflação.
Caso contrário : proceder às análises com juros totais (inclusive a inflação) j e valores monetários.
Ao comprar um imóvel com parcelas de dinheiro com correção monetária significa que as
mudanças nas parcelas consideradas entre os períodos t e t-1 são tais que
K( 1 + j ) = K ( 1 + i ) ( 1 + f ) = K ( 1+ i + f + i f )
Desta forma :
Km - Km+1 = Km+1 - Km
a diferença Km - Km+1 é igual ao juro da parcela do capital principal, reposta entre os tempos
m e m+1
Assim,
Km+1 = Km + i Km = Km ( 1 + i )
Os juros são pagos no fim do período sobre o total do saldo devedor correspondente ao período
É importante destacar que a questão econômica não é o único fator a ser considerado na decisão
final. Nem sempre as propostas de investimento mais rentáveis podem ser realizadas,
normalmente devido as limitações dos recursos. A análise da disponibilidade destes, dos encargos
financeiros assumidos, etc., deve ser feita paralelamente, o que é denominado análise Financeira
dos Investimentos.
Além disso, existem outros fatores que podem influir na avaliação final e que não podem ser
reduzidos a valores monetários. São os chamados fatores imponderáveis. Sua avaliação tem
caráter subjetivo e depende daqueles que têm a responsabilidade da decisão.
No método do Valor Atual calcula-se o valor do fluxo de caixa, com o uso de uma taxa de juros,
normalmente a taxa minima de atratividade. Sendo o valor atual positivo, a proposta de
investimento é atrativa. No caso de duas ou mais propostas, escolhe-se a de maior valor atual.
Sejam as alternativas I e II
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
1000 1200
alternativa I alternativa II
A alternativa I da figura acima é sempre melhor que a alternativa II; a cada período seus valores
são sempre superiores.
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
1000 1000
No segundo caso (alternativas III e IV), a análise entre as alternativas já não é tão simples. A
simples somatória das parcelas é inviável.
$ 500 no período 2 vale mais ou menos que uma parcela de $ 600 no período 3 ?
É importante observar que ao se investir uma quantia exatamente a taxa de atratividade, o valor
presente do projeto sera nulo. Um valor atual positivo indica que está investindo a uma taxa
A engenharia econômica compara sempre alternativas que devem apresentar durações iguais, o
que nem sempre ocorre na realidade. Para transpor essa dificuldade podemos empregar um
artifício para que seja possível a comparação das alternativas com durações diferentes.
Trata-se da adoção de uma duração final comum a todas as alternativas. Adota-se o Mínimo
múltiplo comum das duas (ou mais) durações e emprega-se o Método do Valor Atual
normalmente, comparando-se as diferentes alternativas para chegar à melhor escolha em termos
econômicos.
Facilidade de análise
transformar todos os valores de cada alternativa em uma série equivalente uniforme de mesma
duração e comparar os elementos das séries
em princípio, para cada alternativa uma duração igual ao mínimo múltiplo comum (repetição dos
ciclos)
Observa-se : o equivalente uniforme de cada alternativa com duração igual ao m.m.c. conincidirá
com o equivalente uniforme de cada alternativa com duração igual a apenas um ciclo
Neste caso não há necessidade de determinar o mínimo múltiplo comum das duas alternativas.