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Avaliação periódica do IFI (International Friction Index) em trecho da rodovia MT-449

Periodic evaluation of the IFI (International Friction Index) on the route 84km in the
MT-449 highway
1 2
Denise Santos Serpa , Rogério Dias Dalla Riva

Resumo: O Estado de Mato Grosso é responsável por 30% do PIB brasileiro devido à sua significativa
exportação de grãos, o que torna necessário que suas rodovias proporcionem qualidade e segurança, pois é por
meio do transporte viário que é feito o escoamento da produção do Estado até os portos. Duas caracteristicas
importantes do pavimento que dizem respeito a segurança é o atrito e a aderência pneu-pavimento, que são
medidos e classificados através da macro e microtextura. A microtextura é responsável pelo rompimento da
partícula de água e por proporcionar contato entre o pneu e o pavimento, já a macrotextura é responsável pelo
atrito e drenagem superficial da água evitando a hidroplanagem. Foi feita a análise periódica das medidas de
macro e microtextura em uma curva da rodovia MT-449 através dos ensaios de Pêndulo britânico e mancha de
areia, visando a obtenção do índice combinado IFI – International Friction Index a uma velocidade de 80 km/h.
Através dos ensaios realizados, pôde-se obter valores satisfatórios de IFI, devido ao fato de que os resultados
encontrados para macrotextura são classificados como bons, e no cálculo do IFI, a macrotextura tem uma peso
maior do que a microtextura.

Palavras-chave: pavimento; segurança; atrito; aderência; IFI – International Friction Index.

Abstract: The State of Mato Grosso is responsible for 30% of Brazilian GDP due to significant grains exports,
making it necessary for their highways to provide quality and safety, Because it’s through the road transportation
which is do flow the production from de state to the ports. Two important features of the pavement relating to
safety is the friction and to tire-pavement adhesion, that are measured and classified through macro and
microtexture. The microtexture is responsible for the rupture of the water particle and for providing contact
between the tire and the pavement, since the macrotexture is responsible for the friction and surface drainage of
the water avoiding hydroplaning. A periodic analysis of macro and microtexture measurements was made on a
curve of the MT-449 highway through the British Pendulum and macrotexture tests, aiming to obtain the
combined index IFI - International Friction Index at a speed of 80 km/h. Through the tests performed, it was
possible to obtain satisfactory of IFI values, because the results found for macrotexture are classified as good,
and in the IFI calculation, the macrotexture has a greater weight than the microtexture.

Keywords: pavement; safety; friction; adhesion; IFI - International Friction Index.

regulares ou péssimas, causando perdas significativas


1 Introdução
no transporte dos grãos.
A economia e o transporte brasileiro são em sua
grande maioria dependentes de rodovias e estradas,
por ser um meio de transporte de fácil acesso e baixo Pavimento
custo comparado a outros. Sabendo disso, há a
necessidade de que essas rodovias ofereçam conforto Ruim Péssimo
e segurança aos seus usuários. 10% 1%

Segundo pesquisas da Confederação Nacional de


Transporte (CNT, 2016), o Brasil tem 1.720.756 km Ótimo
em rodovias, sendo que apenas 12,3% delas são 33%
pavimentadas. O estado de Mato Grosso conta com
8.486 km de suas rodovias pavimentadas, porém, a Regular
qualidade dessas é preocupante. A Figura 1 52%
apresenta o estado do pavimento nas rodovias mato- Bom
grossenses apresentado por uma avaliação realizada 4%
pela CNT (2016).
Pode-se perceber que a qualidade do pavimento não
está acompanhando o constante crescimento do fluxo Figura 1 - Estado dos pavimentos de Mato Grosso
rodoviário. O Estado, segundo a Companhia Nacional Fonte: CNT (2016).
de Abastecimento (CONAB, 2015), é o maior produtor
de soja do Brasil e é responsável por
A CNT (2006) aponta que outro fator preocupante é a
aproximadamente 30% do PBI brasileiro devido sua
insegurança que as rodovias brasileiras oferecem.
significativa exportação de grãos. Portanto, tem-se
Comparado a países como o Canadá, o número de
uma preocupação com relação ao estado das
mortes por km em rodovias pavimentadas e policiadas
rodovias, já que 63% dessas são consideradas
no Brasil chega a ser 70 vezes superior.
1
Graduanda em Engenharia Civil, UNEMAT, Sinop, Brasil,
denisesserpa@gmail.com
A principal propriedade do pavimento quando se trata
2
Doutor, Professor Adjunto, UNEMAT, Sinop, Brasil, de segurança é a sua capacidade de proporcionar a
riva@unemat.br aderência e atrito entre a sua superfície e os pneus
dos veículos, independentemente dos fatores
relacionados com as condições em planta, perfil e Segundo o mesmo autor, aa investigação da
seção transversal da rodovia (DNIT, 2006). ocorrência de um acidente percebe-se que a causa na
maioria das vezes não é um fator isolado e sim uma
Através das medidas de macro e microtextura do combinação de vários fatores, sendo eles:
pavimento, pode-se obter o IFI – International Friction componente humano, veicular e viário. Quanta a
Index, que é um índice combinado dos dois resultados
influência do fator viário na segurança dos usuários, o
e assim, classificar a aderência pneu-pavimento de atrito e a textura de um pavimento são relevantes .
uma rodovia.
Segundo APS (2006) a aderência pneu-pavimento
Portanto, tem-se a necessidade de tornar as rodovias pode ser medida pelo coeficiente de atrito, e a textura
brasileiras mais seguras para seus usuários e um dos da superfície do pavimento é um fator relevante nesta
aspectos importantes relacionados à segurança viária análise.
é a aderência pneu-pavimento. Sendo assim, é
necessário que se faça avaliações periódicas da A microtextura do pavimento está relacionada à
textura do pavimento além da manutenção dos superfície das partículas do agregado. Segundo
veículos que é de responsabilidade dos usuários. BERNUCCI et al. (2008) a microtextura é uma
característica muito importante para o rompimento da
2 Referencial Teórico partícula de água e também para proporcionar contato
entre pneu e pavimento em velocidades de
Segundo BERNUCCI et al. (2008) pavimento é uma deslocamento de até cerca de 40km/h.
estrutura constituída de múltiplas camadas, de
variadas espessuras, construída sobre a superfície Existem diversos equipamentos utilizados para
final de terraplanagem, destinada a resistir aos avaliação da microtextura, como por exemplo µ-Meter,
esforços oriundos do tráfego e propiciar aos usuários Stradograph, SCRIM, entre outros. Porém, o mais
conforto, economia e segurança no tráfego. O comumente utilizado no Brasil é o pêndulo britânico,
pavimento é classificado em dois tipos básicos, sendo que é composto por uma sapata recoberta de
eles, rígidos e flexíveis. borracha que será atritada contra a superfície do
pavimento umedecida.
Segundo SENÇO (1997), o revestimento é a camada
impermeável que recebe diretamente as ações do De acordo com MATTOS (2008) a macrotextura do
tráfego e é destinada a melhorar a superfície de pavimento depende da dimensão dos agregados e do
rolamento quanto às condições de conforto e teor de betume utilizado na mistura asfáltica do
segurança, além de resistir ao desgaste, aumentando revestimento, sendo uma das principais
a durabilidade da estrutura. características que afetam a aderência,
principalmente para velocidades acima de 50 km/h.
O tráfego gerado nas rodovias varia de acordo com os
meses do ano, tipo de rodovia e tipo de atividade A macrotextura da superfície do pavimento é
socioeconômica da região. Nas rodovias rurais, a responsável pelo atrito em altas velocidades,
alteração de cargas e volume de tráfego é mais drenagem superficial da água evitando o fenômeno da
intensa por causa da influência das safras agrícolas hidroplanagem, consumo de combustível do veículo,
no sentido de escoamento durante o período de nível de ruídos e desgaste excessivo dos pneus.
transporte da produção (Gomes, 2004). Alguns equipamentos utilizados para avaliação da
Parte dos problemas relacionados à deformação macrotextura são: drenômetros, perfilômetros e o
permanente e outros defeitos pode ser atribuída método da mancha de areia, que atualmente é o mais
utilizado e pode ser empregado em qualquer tipo de
ao revestimento asfáltico. A segurança dos
pavimento. O método de avaliação da mancha de
usuários em pistas molhadas é um dos aspectos areia consiste em despejar um volume de areia
funcionais do pavimento que tem relação direta especificado pela norma e espalhar de forma
com o revestimento. Existem alguns fatores que homogênea até que a areia não se espalhe mais, a
influenciam na aderência pneu-pavimento. Além fim de medir o seu diâmetro.
da habilidade do motorista, bom desempenho do
2.1 Mancha de Areia
veículo e característica do pneu, outro fator
importante é a textura superficial da pista. O ensaio da mancha de areia ou altura de areia é
conhecido em países de língua inglesa como Sand
O contato de um pneu com um pavimento é uma Path, francesa como Hauter au Sable e espanhola
interação complexa, dependendo de fatores como como Circulo de Arena (Aps, 2006)
adesão entre a borracha e o pavimento e histerese
decorrente da deformação do pneu provocada Segundo a ASTM (2006), o método de ensaio da
principalmente pelos agregados presentes na mancha de areia descreve um procedimento para
superfície (Bernucci et al., 2008). determinar a altura média da macrotextura superficial
do pavimento.
Existem vários fatores que são responsáveis pela
segurança viária, como por exemplo, fatores O processo da avaliação da macrotextura do
climáticos, aspecto mecânico e funcional dos veículos pavimento através do ensaio da mancha de areia
e experiência dos motoristas. Considerando que consiste em espalhar um volume de areia ou
acidente seja qualquer acontecimento inesperado, microesferas de vidro equivalente a 25.000 mm³ na
desagradável ou infeliz, que cause danos materiais ou superfície, espalhando-a em movimentos circulares e
humanos, e que segurança é a capacidade de uniformes com o auxílio de um espalhador com
locomover-se sem riscos eventuais de ocorrência de revestimento de borracha (Figura 2). Em seguida,
danos materiais e humanos, há a necessidade de mede-se o diâmetro da mancha em 4 direções e
análise dos fatores responsáveis pelo acidente calcula-se a média para se obter a altura de
(Mattos, 2008). macrotextura ou altura de areia.
pavimento (ASTM, 1998). A Figura 3 apresenta
detalhes do equipamento.

Figura 2 - Representação do esquema de ensaio de mancha


de areia
Fonte: MATTOS (2008).
Figura 3 - Estrutura do Pêndulo Britânico
Fonte: Mattos, (adaptado de Lamm et al., 1999).
Para que possa ser realizado o ensaio, a superfície do
pavimento deve estar perfeitamente limpa e seca, e Este ensaio simula a passagem de um pneu de um
se for necessário deve ser utilizado uma moldura de veículo em baixa velocidade em um pavimento
madeira em locais de ocorrência de vento. A areia ou molhado.
microesferas de vidros devem ter um grau de
esfericidade superior a 90% e tamanho padronizado, Conforme estabelecido pela norma ASTM E 303, para
sendo que a areia deve ser passante na peneira de a utilização do pêndulo britânico devem ser realizados
abertura 0,3 mm e retida na peneira de 0,15 mm de alguns procedimentos. Inicialmente deve ser feito o
abertura. A altura de areia é obtida pela Equação 1: nivelamento do equipamento no local onde será
realizado o ensaio, e em seguida ajustar o ponteiro
(Equação 1) que mede os valores de BPN em zero. Assim que o
ponteiro estiver regulado é feito o ajuste entre a área
Em que, de contato e a sapata de borracha com o auxílio da
HS = altura média de areia (mm); régua que delimita a área atingida pela sapata
emborrachada.
V = volume (25.000mm³);
Em seguida, a superfície do pavimento deve ser
D = média de quatro medidas da mancha na molhada com água limpa, sendo realizadas cinco
superfície do pavimento (mm). aferições parciais das condições de atrito do
pavimento por unidade amostral, porém serão
A Tabela 1 apresenta a altura da mancha de areia
utilizadas apenas as quatro últimas para o cálculo do
relacionada com a classe de macrotextura do
atrito. São registrados os valores de resistência a
pavimento.
derrapagem (VRD), assim como a temperatura da
Tabela 1 - Classes de macrotextura pelo método da Mancha superfície do teste, o tipo, a idade, a condição, a
de Areia leitura e o local dos testes. O valor de VRD pode ser
Altura média da mancha de areia calculado através da Equação 2:
Classes
(mm)
Muito fina ou muito (Equação 2)
HS < 0,20 mm
fechada
Em que:
0,21 mm < 0,40 mm Fina ou fechada
: Valor de resistência à derrapagem final de
0,41 mm < HS < 0,80 mm Média atrito (BPN);
0,81 mm < HS < 1,20 mm Grosseira ou aberta
: Valor de resistência à derrapagem parcial de
Muito Grosseira ou atrito (BPN).
HS > 1,20 mm muito aberta
Segundo o Manual de Restauração de Pavimentos do
Fonte: DNIT (2006).
DNIT, as classes de resistência à derrapagem pelo
método do Pêndulo Britânico são determinadas
através da Tabela 2.
O manual do DNIT recomenda que para altura da
mancha de areia média a faixa de valores é de Tabela 2 - Classes de microtextura pelo método do Pêndulo
0,60 mm < HS < 1,2 mm, que são superfícies de Britânico
pavimentos com textura considerada de média a Classes VRD
grossa.
1 – Perigosa < 25
2.2 Pêndulo Britânico
2 – Muito Lisa 25 – 31
O ensaio do Pêndulo Britânico é normatizado pela 3 – Lisa 32 – 39
ASTM (1998), e sua utilização pode ser feita tanto em
laboratório quanto em campo. Seu princípio de 4 – Insuficientemente Rugosa 40 – 46
funcionamento baseia-se em um pêndulo padronizado 5 – Medianamente Rugosa 47 – 54
com uma base de borracha, que é lançado em direção
ao pavimento molhado, com o objetivo de medir-se a 6 – Rugosa 55 – 75
perda de energia por atrito da sapata de borracha do 7 – Muito Rugosa > 75
pêndulo quando esta desliza sobre a superfície do
Fonte: DNIT (2006).
O manual ainda recomenda que para superfície de O cálculo do IFI seguirá a normativa ASTM E 1960.
pavimentos com textura rugosa a muito rugosa os Nesse procedimento é considerado um veículo de
valores de VRD são ≥ 55. passeio com os pneus lisos e rodas travadas em uma
velocidade de 60 km/h ( ). Para o cálculo é
2.3 IFI – International Friction Index
estimada uma constante de referência da velocidade
Segundo APS (2006), os valores de aderência, ou ( ) que é calculada a partir de uma medida de textura
seja, macrotextura e microtextura podem ser (HS), sendo que e expressam o valor do IFI de
quantificados por meio de um índice composto um pavimento e permitem o cálculo do atrito para
denominado IFI (International Friction Index). Esse qualquer velocidade de deslizamento. O valor da
índice foi desenvolvido a partir de uma experiência constante de referência da velocidade é obtido pela
internacional de comparação e harmonização de Equação 3:
métodos de medidas de textura e atrito dos
pavimentos que foi conduzida no outono de 1992 sob (Equação 3)
a responsabilidade do Comitê de Características de Em que,
Superfície (C1) da PIARC (Pavement International
Association of Road Congress, atualmente = constante de referência de velocidade;
denominada de World Road Association) ou AIPCR
(Association International Permanente des Congrèss e = constantes em função do método utilizado
de la Route). Através dos dados obtidos nesta para determinar a macrotextura;
experiência para os diferentes tipos de superfície, foi HS = valor da macrotextura obtido através do método
criada uma escala comum que pudesse quantificar a da mancha de areia (mm).
aderência do pavimento molhado, cujo procedimento
regulamentado é descrito pela ASTM E-1960. Os valores de a e b são determinados pela normativa
de acordo com o método de ensaio a ser utilizado.
Segundo Mattos (2009) através da combinação de Neste caso, serão utilizados os valores determinados
valores de microtextura e macrotextura é obtida a para o ensaio da mancha de areia, que são: a = -11,6
escala do IFI, e com isso pode-se estabelecer níveis e b = 113,6.
de intervenções e determinar a estratégia mais
adequada para garantir a segurança dos usuários O próximo passo determina o valor de atrito ajustado
quanto à aderência dos pneus do veículo e a rodovia, para uma velocidade de 60 km/h, considerando uma
e podendo também ser utilizado em estudos de medida de atrito a certa velocidade de referência do
acidentes e como ferramenta para avaliações em equipamento, e é determinado através da Equação 4:
gerência de pavimentos, a fim de restaurar superfícies
desgastadas ou polidas sem que haja a necessidade (Equação 4)
de reconstrução de todo o revestimento.
Em que:
A Figura 4 apresenta os limites de IFI determinados
por APS (2006), e aponta qual o tipo de melhoria que = valor de atrito ajustado para a velocidade de
deve ser feita no pavimento. 60 km/h;
= valor de microtextura obtido com um dos
equipamentos homologados;
= constante de referência de velocidade para o tipo
de equipamento;
= velocidade de deslizamento do equipamento
(km/h).
O valor da velocidade de deslizamento (S) já é
determinado pela normativa de acordo com o
equipamento, neste caso o valor de S para o pêndulo
britânico é 10 km/h. O próximo cálculo a ser realizado
é o do atrito harmonizado que é em função da medida
Figura 4 – Diagrama para valores de atrito e textura de macrotextura, e da medida de atrito ajustada para
Fonte: Aps, 2006. uma velocidade de 60 km/h, e é obtido pela
Equação 5:
A Tabela 3 apresenta valores de IFI para qualquer (Equação 5)
equipamento que venha a ser utilizado no país para
avaliação das condições de atrito/derrapagem das Em que,
rodovias.
= valor do atrito harmonizado para a velocidade de
Tabela 3 - Valores de IFI 60 km/h;
Valores do IFI Mínimo Máximo A, B e C = constantes de calibração de acordo com o
Péssimo < 0,6 - equipamento utilizado;
Ruim 0,06 0,12 = valor de atrito;
Regular 0,13 0,16
Bom 0,20 0,30 = valor da macrotextura (mm).
Ótimo > 30 - Os valores das constantes de calibração (A, B e C)
Fonte: DNIT (2006). são determinados de acordo com o equipamento
utilizado. Neste caso, foi utilizado o pêndulo britânico
e os valores estabelecidos para A, B e C são 0,05626, O trecho da rodovia MT-449 foi definido com base em
0,00756 e 0, respectivamente. Os pares de valores informações obtidas através da Associação de
e , são determinados como o IFI de um pavimento. Beneficiários da Rodovia da Mudança, que informou
quais os trechos da rodovia com o maior índice de
Após encontrar os valores de e , pode-se acidentes, que está localizado no km 84. Para a
calcular o valor IFI de um pavimento para qualquer avaliação, o trecho foi dividido em dois subtrechos,
velocidade de passeio S, através da Equação 6: sendo o subtrecho 01, o lado da pista de rolamento
com direção de Tapurah a Lucas do Rio Verde e o
(Equação 6) subtrecho 02, o lado da pista com sentido de Lucas do
Rio Verde para Tapurah (Figura 6).
De acordo com APS (2006), os limites mínimos de Sp
e FS, são respectivamente 37,98 e 0,15.

3 Materiais e métodos
Os ensaios foram realizados entre os meses de
setembro de 2016 e abril de 2017 com objetivo é
analisar o comportamento do IFI devido ao grande
volume de chuva na região durante os meses
supracitados.
A determinação do IFI - International Friction Index foi Figura 6 - Esquema de posicionamento dos pontos
realizada através dos resultados obtidos dos ensaios Fonte: Acervo particular, 2017.
de Mancha de areia e Pêndulo Britânico. Para
realização dos ensaios em campo foram seguidas as As coordenadas aproximadas dos subtrechos 01 e 02
especificações da ASTM E-965-96, ASTM E-303 e são, respectivamente, -12,810875N 56,439600E e
ASTM E-1960. -12,812612N 56,443526E.
3.1 Local de estudo A avaliação objetiva foi realizada nas duas faixas de
tráfego da rodovia, porém na entrada da curva onde o
Os ensaios foram realizados na rodovia estadual desgaste é maior devido a frenagem dos veículos. E a
MT-449 localizada no Município de Lucas do Rio velocidade utilizada para o cálculo do IFI foi de 80
Verde-MT, e teve duração de 9 meses, sendo de km/h, pois de acordo com estudos de Meneguzzi
setembro de 2016 a abril de 2017. (2016), os veículos transitam no trecho analisado da
A rodovia liga os municípios de Lucas do Rio Verde e rodovia a uma velocidade de cerca de 80 km/h.
Tapurah e tem uma extensão de 148,7 km, com Os ensaios foram realizados nas duas trilhas de roda,
revestimento em TSD (Figura 5). Desde 2012 a sendo as medidas do acostamento até a trilha de roda
rodovia está sob concessão da Associação de estabelecidas pela norma DNER 173/86, e
Beneficiários da Rodovia da Mudança em parceria relacionadas com a largura da faixa de tráfego que é
com o Governo do Estado de Mato Grosso. de 3,30 metros.
Tabela 5 - Distância da trilha de roda
Distância da borda (m)
Largura da faixa Alinhamento Alinhamento
de tráfego (m) externo interno
2,70 0,45 1,85
3,00 0,60 2,00
3,30 0,75 2,15
3,50 0,90 2,30

Fonte: DNER (1986).

Cada ensaio foi realizado a uma distância de 20


Figura 5 - Identificação geral do trecho de estudo da MT-449
metros entre si em um trecho total de 200 metros.
Fonte: Adaptado do Google Earth, 2016.
3.3 Materiais
3.2 Determinação das áreas de análise
Para execução do ensaio da mancha de areia foram
O trecho da rodovia escolhido para análise está utilizados os materiais listados abaixo e apresentados
localizado em uma área onde há um elevado índice na Figura 7.
de acidentes, de acordo com informações da  Espalhador com base de borracha;
concessionária da rodovia. Os meses escolhidos para
 Cilindro metálico com volume interno de
realizar o levantamento de dados foram meses em
25.000 mm³;
que há grande volume de precipitação.
 Régua milimetrada;
Através da combinação dos resultados dos dois  Areia limpa, seca e de granulometria
ensaios pode-se calcular o IFI, sendo possível passante na peneira #50 e ficando retida na
estabelecer níveis de intervenção e determinar a peneira #100;
estratégia mais adequada para manter a segurança  Trincha para limpeza da área em análise.
dos usuários da rodovia.
equipamento, e ajustado o ponteiro que mede os
valores de BPN em zero. Posteriormente, foi feito o
ajuste entre a área de contato e a borracha com o
auxílio da régua que delimita a superfície que será
atingida. Em seguida, a superfície do pavimento foi
molhada com água limpa e assim realizadas 5
aferições de valores de resistência a derrapagem
(VRD), sendo descartada a primeira e considerada
apenas a média das 4 últimas.

4 Apresentação e análise de resultados


Figura 7 - Materias utilizados para o Ensaio da Mancha de A classificação dos trechos quanto a macrotextura e
Areia microtextura foi feita de acordo com as especificações
Fonte: Aps (2006). do DNIT (2006), que determina a classe de resistência
a derrapagem através do método do pêndulo
Para realização do ensaio do Pêndulo Britânico foram britânico, e a classe de macrotextura através do
utilizados os materiais listados abaixo e apresentados ensaio de mancha de areia. Através das duas
na Figura 8. classificações pode-se calcular e classificar o IFI.
 Pêndulo Britânico;
 Água limpa. 4.1 Análise do Subtrecho 01 em 29 de setembro de
2016
O gráfico da Figura 9 apresenta os valores de
macrotextura em e microtextura nos 11 pontos
analisados de cada trilha de roda. Os resultados
apresentados no gráfico são referentes ao subtrecho
1 com sentido de Tapurah para Lucas do Rio Verde,
através dos ensaios realizados no dia 29 de setembro
de 2016. Para classificação serão considerados os
limites mínimos da altura média de mancha de areia
determinados pelo DNIT (2006), que é entre, 0,6mm e
1,2mm, já para a classificação do BPN será
considerado o valor mínimo de 47, de acordo com Aps
(2006).
Figura 8 - Pêndulo Britânico
Fonte: IBAPE/SP (2009). Analisando a Figura 9, 54,55% dos resultados
3.4 Métodos encontrados apontam que há a necessidade de se
fazer melhorias na microtextura do pavimento, 45,45%
A execução dos ensaios foi feita de acordo com o dos resultados apontam a necessidade de se
tempo disponível dos trabalhadores da melhorar a macro e microtextura. Em nenhuma das
concessionária, pois foi necessário que os mesmos duas trilhas de roda obteve-se valores que
acompanhassem os ensaios devido a necessidade de apresentassem a necessidade de intervenções
sinalização na pista. Os ensaios foram realizados em apenas na macrotextura ou em nenhuma textura do
dias em que não teve ocorrência de chuva, para que pavimento.
os dois ensaios pudessem ser realizados no mesmo
dia. 60

3.5 Mancha de areia


50
Os ensaios de mancha de areia foram realizados
observando as especificações da ASTM E-965-96, e é 40
VRD(BPN))

determinado que o local deve estar limpo, seco e com


a superfície regular. 30

O volume de areia de 25.000 mm³ foi despejado sobre


20
o pavimento, e posteriormente espalhado com o Melhorar a
macrotextura Melhorar a
carimbo com base de borracha, cuidadosamente em
10 e microtextura microtextura
movimentos circulares, até que a areia não se
espalhasse mais.
0
Foram realizadas 4 medições da mancha de areia, em 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20
quatro direções diferentes, espaçadas igualmente HS (mm)
para que assim pudesse ser calculado seu diâmetro TRE TRI Limites de HS Limites de BPN
médio e assim calcular a altura de areia em cada
ponto analisado.
3.6 Pêndulo britânico Figura 9 - Valores de micro e macrotextura referentes ao
mês de setembro de 2016, subtrecho 01
O ensaio do Pêndulo Britânico foi realizado Fonte: Acervo particular, 2017.
observando as especificações da ASTM E-303.
Assim que o pêndulo britânico foi colocado no ponto Na Figura 10, são apresentados os resultados de IFI
de análise, foi realizado o nivelamento do calculados através da correlação entre os resultados
dos ensaios de mancha de areia e pêndulo britânico.
De acordo com Aps (2006), os limites mínimos para No mesmo subtrecho, a análise quanto ao IFI foi
que o pavimento seja conceituado como bom, com 86,35% satisfatória, ou seja, não apresentou
base nos pares de valores de F80 e Sp são necessidade de melhorias. Em 9,10% dos pontos
respectivamente, 0,15 e 37,98. Foi observado que analisados mostram que há necessidade de melhorias
54,55% dos resultados são satisfatórios, ou seja, não na microtextura do pavimento e 4,55% que há a
necessitam de melhorias. A porcentagem dos pontos necessidade de melhorias na macro e microtextura.
analisados que necessitam de melhorias na micro e
macrotextura é de 31,85%, e 13,60% necessitam de 0,40
Não necessita de melhorias
melhorias apenas na microtextura. Melhorar a
0,35 macrotextura

0,40 0,30
Não necessita
0,35 Melhorar a de melhorias 0,25
macrotextura

F80
0,30 0,20

0,25 0,15
Melhorar a
F80

0,20 0,10
Melhorar a microtextura
0,15 0,05 macro e
microtextura
0,10 Melhorar a 0,00
microtextura 0 20 40 60 80 100 120
0,05 Melhorar
a macro e Sp
0,00 micro
0 20 40 60 80 100 120 TRE TRI Limite F80 Limite Sp
Sp

TRE TRI Limite F80 Limite Sp Figura 12 - Classificação do IFI referente ao mês de
setembro de 2016, subtrecho 02
Fonte: Acervo particular, 2017.
Figura 10 – Classificação do IFI referente ao mês de
setembro de 2016, subtrecho 01 4.3 Análise do subtrecho 01 em 01 de novembro de
Fonte: Acervo particular, 2017. 2016

4.2 Análise do subtrecho 02 em 29 de setembro de A segunda análise do pavimento foi feita no mês de
2016 novembro, nos mesmos pontos que foram analisados
no mês anterior.
As Figuras 11 e 12, apresentam os resultados
referentes ao subtrecho 02, com sentido de Lucas do Analisando a Figura 13 que apresenta os resultados
Rio Verde para Tapurah. de macro e microtextura obtidos no mês de novembro,
pode-se observar que 81,80% dos resultados
De acordo com a análise realizada na Figura 11, apontam que há a necessidade de melhorias na
81,80% dos resultados apontam que há a microtextura, 13,65% apontam que existe a
necessidade de melhorar apenas a microtextura, necessidade de melhorias na macro e microtextura e
enquanto 18,20% dos resultados indicam que há a só 4,60% apontam que não há necessidade de
necessidade de se melhorar a macro e microtextura. melhorias no pavimento.
E assim como no resultados apresentados no
subtrecho 01, nenhum dos pontos analisados resultou 60
na necessidade de melhorias apenas na macrotextura
ou a não necessidade de melhorias. 50

60 40
VRD(BPN))

50 30

40 20
VRD(BPN)

Melhorar a Melhorar a
30 10 macrotextura e microtextura
microtextura

20 Melhorar a 0
macrotextura Melhorar a 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20
e microtextura microtextura
10 HS (mm)
TRE TRI Limites de HS Limites de BPN
0
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20
HS (mm)
Figura 13 - Valores de micro e macrotextura referentes ao
TRE TRI Limites de HS Limites de BPN mês de novembro de 2016, subtrecho 01
Fonte: Acervo particular, 2017.

Figura 11 - Valores de micro e macrotextura referentes ao A Figura 14, do mesmo subtrecho, apresenta os
mês de setembro de 2016, subtrecho 02 resultados da análise quanto ao IFI, que mostra que
Fonte: Acervo particular, 2017. em 81,80% dos pontos analisados não há a
necessidade de intervenções na rodovia e 18,20%
0,40
apontam que a necessidade de se fazer melhorias Não necessita de melhorias
apenas na microtextura do pavimento. 0,35
Melhorar a
0,30 macrotextura
0,40 Não necessita de melhorias
0,25
0,35
Melhorar a

F80
macrotextura 0,20
0,30
0,15
0,25
Melhorar a
0,10 microtextura
F80

0,20 Melhorar a
0,05 macro e
0,15 microtextura

Melhorar a 0,00
0,10 0 20 40 60 80 100 120
Melhorar a microtextura
macrotextura e Sp
0,05 microtextura

0,00
0 20 40 60 80 100 120 TRE TRI Limite F80 Limite Sp
Sp
Figura 16 - Classificação do IFI referente ao mês de
TRE TRI Limite F80 Limite Sp
novembro de 2016, subtrecho 02
Fonte: Acervo particular, 2017.

Figura 14 - Classificação do IFI referente ao mês de 4.5 Análise do subtrecho 01 em 23 de março de 2017
novembro de 2016, subtrecho 01
Fonte: Acervo particular, 2017. No mês de março foram realizados ensaios nos
mesmos pontos analisados no meses anteriores, e
4.4 Análise do subtrecho 02 em 01 de novembro de quanto a macro e microtextura do subtrecho 01, os
2016 resultados são apresentados na Figura 17, apontando
que existe a necessidade de melhorias na macro e
Os resultados da análise realizada no subtrecho 02, microtextura do revestimento em 50% dos pontos
quanto a macro e microtextura, apresentados na analisados, e 50% aponta a necessidade de melhorias
Figura 15, mostram que em 95,45% dos pontos apenas na microtextura. Note que, os resultados
analisados existe a necessidade de melhorias na obtidos nos pontos analisados na trilha de roda
microtextura e apenas 4,55% indica que há a externa e na trilha de roda interna se dividem,
necessidade de mehorias na micro e macrotextura do mostrando que o desgaste na TRE é maior do que o
pavimento. desgaste na TRI.
60
60

50
50

40
40
VRD(BPN))

VRD(BPN))

30
30

20 Melhorar a Melhorar a Melhorar a


20 macro e microtextura
microtextura
microtextura
Melhorar a
10 macro e 10
microtextura
0
0
0,40 0,60 0,80 1,00 1,20
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20
HS (mm)
HS (mm)

TRE TRI Limites de HS Limites de BPN TRE TRI Limites de HS Limites de BPN

Figura 15 - Valores de micro e macrotextura referentes ao


Figura 17 - Valores de micro e macrotextura referentes ao
mês de novembro de 2016, subtrecho 02
mês de março de 2017, subtrecho 01
Fonte: Acervo particular, 2017.
Fonte: Acervo particular, 2017.

Na classificação do IFI apresentada na Figura 16 para Na classificação quanto ao IFI no mesmo subtrecho
o mesmo subtrecho, os resultados encontrados foram apresentado na Figura 18, os resultados obtidos
86,40% satisfatórios, ou seja, não há a necessidade apontam que em 54,55% não há a necessidade de se
de melhorias no pavimento, enquanto 13,60% fazer melhorias na textura do pavimento, enquanto
apontam que há a necessidade de se fazer melhorias 45,45% apontam que existe a necessidade de se
na microtextura. melhorar a macro e a microtextura.
0,40 0,40
Melhorar a Não necessita de
Não necessita de melhorias
melhorias
0,35 macrotextura 0,35 Melhorar a
macrotextura
0,30 0,30

0,25 0,25
F80

F80
0,20 0,20

0,15 0,15

0,10 0,10 Melhorar a


Melhorar a macro e Melhorar a
Melhorar a microtextura microtextura microtextura
0,05 macro e 0,05
microtextura
0,00 0,00
0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 60 80 100 120
Sp Sp

TRE TRI Limite F80 Limite Sp


TRE TRI Limite F80 Limite Sp

Figura 18 - Classificação do IFI referente ao mês de março


de 2017, subtrecho 01 Figura 20 - Classificação do IFI referente ao mês de março
Fonte: Acervo particular, 2017. de 2017, subtrecho 02
Fonte: Acervo particular, 2017.

4.6 Análise do subtrecho 02 em 23 de março de 2017


4.7 Análise do subtrecho 01 em abril de 2017
Nas Figuras 19 e 20 são apresentados os resultados
dos ensaios realizados na mesma data, porém, no Os últimos ensaios foram realizados no mês de abril
subtrecho 2. de 2017, e seus resultados estão apresentados nas
Figuras 21 e 22. A Figura 21 apresenta os resultados
A Figura 19, apresenta os resultados quanto a macro de macro e microtextura do subtrecho 01, e 27,30%
e microtextura do pavimento, e 95,45% dos resultados dos resultados foram satisfatórios, ou seja, não
apontam que há a necessidade de melhorias apenas necessita de melhorias. Dos pontos analisados, 50%
na microtextura do pavimento e apenas 4,55% apontou que existe a necessidade de se melhorar a
apontam necessidade de melhorias na micro e macro e microtextura do pavimento e 22,70%
macrotextura. apontam que existe a necessidade de se melhorar
apenas a microtextura.
60
60
Não necessita de melhorias
50
50
40
VRD(BPN))

40
VRD(BPN))

30
30
20 Melhorar a
Melhorar a Melhorar a
macro e
microtextura 20 Melhorar a
microtextura macro e
10 microtextura
microtextura
10
0
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0
HS (mm) 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20
TRE TRI Limites de HS Limites de BPN HS (mm)
TRE TRI Limites de HS Limites de BPN

Figura 19 - Valores de micro e macrotextura referentes ao


mês de março de 2017, subtrecho 02 Figura 21 - Valores de micro e macrotextura referentes ao
Fonte: Acervo particular, 2017. mês de abril de 2017, subtrecho 01
Fonte: Acervo particular, 2017.
Com a correlação dos resultados encontrados atráves
dos ensaios de mancha de areia e pêndulo britânico, A análise dos mesmos pontos quanto ao IFI, está
calculou-se o IFI, que resultou em 86,35% dos pontos apresentada na Figura 22, e 54,55% dos resultados
analisados que não há a necessidade de melhorias no apontam que não há a necessidade de se fazer
pavimento e apenas 13,65% apontam que existe a melhorias no pavimento. Porém, note que os valores
necessidade de melhorias apenas na microtextura. encontrados para TRE e TRI estão divididos, e os
Não foi encontrado nenhum resultado que apontasse piores resultados encontrados são na trilha de roda
a necessidade de melhorias nas duas texturas externa, em que 31,85% dos resultados apontam que
analisadas. há a necessidade de se melhorar a macro e
microtextura do pavimento. E apenas 13,63% dos
resultados apontam que há a necessidade de se fazer
melhorias apenas na microtextura do revestimento.
0,40 0,40
Não necessita Não necessita de
0,35 Melhorar a 0,35 Melhorar a melhorias
de melhorias macrotextura
macrotextura
0,30 0,30

0,25 0,25
F80

F80
0,20 0,20

0,15 0,15
Melhorar a
0,10 0,10 microtextura
Melhorar a
microtextura Melhorar a
0,05 Melhorar a 0,05 macro e
macro e microtextura
0,00 microtextura 0,00
0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 60 80 100 120
Sp Sp

TRE TRI Limite F80 Limite Sp


TRE TRI Limite F80 Limite Sp

Figura 22 - Classificação do IFI referente ao mês de abril de Figura 24- Classificação do IFI referente ao mês de abril de
2017, subtrecho 01 2017, subtrecho 02
Fonte: Acervo particular, 2017. Fonte: Acervo particular, 2017.

4.8 Análise do subtrecho 02 em abril de 2017 Em uma análise geral de todos os resultados pode-se
perceber que os resultados encontrados no subtrecho
Para o subtrecho 2, no mês de abril, foram analisados 01 são relativamente melhores que os resultados
os mesmos pontos determinados e analisados nos encontrados no subtrecho 02, e também que há uma
meses anteriores e apresentados na Figura 23. Sendo melhora nos resultados desde a primeira análise até a
assim, 36,40% dos resultados apontam que há a última. Essa diferença e tendência podem ser vistas
necessidade de se fazer melhorias na macro e nas Figuras 25 e 26, de acordo com cada subtrecho
microtextura do pavimento, 31,85% apontam que analisado.
precisa-se melhorar a microtextura do pavimento,
9,10% apontam que precisa-se melhorar a
0,40
macrotextura do pavimento e 18,20% que não há Não necessita de melhorias
necessida de se fazer melhorias. 0,35 Melhorar a
macrotextura
0,30
60 Não necessita
Melhorar a de melhorias 0,25
macrotextura
F80

50 0,20

0,15
40
0,10
VRD(BPN))

Melhorar Melhorar a
30 0,05 a macro microtextura
e micro
Melhorar a 0,00
20 Melhorar a 0 20 40 60 80 100 120
microtextura
macro e Sp
microtextura
10
Limite F80 Limite Sp Setembro
0
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 Novembro Março Abril
HS (mm)
TRE TRI Limites de HS Limites de BPN Figura 25 - Classificação do IFI no subtrecho 01 referente
aos resultados de todos os meses estudados
Fonte: Acervo particular, 2017.

Figura 23 - Valores de micro e macrotextura referentes ao


mês de abril de 2017, subtrecho 02
Fonte: Acervo particular, 2017.

Os mesmos pontos estudados foram utilizados para a


avaliação do IFI, e os resultados estão apresentados
na Figura 24, em que, 86,40% dos pontos analisados
apontam que não existe a necessidade de se fazer
melhorias na rodovia, 9,10% que precisa-se melhorar
a microtextura e 4,55% que existe a necessidade de
se melhorar a macro e microtextura do pavimento.
Douglas e Ademir por todos os conselhos, apoio e
0,40
Não necessita de melhorias amor durante toda essa caminhada.
Melhorar a
0,35
macrotextura
Aos amigos, que são uma peça importantíssima para
0,30
que possamos lembrar de como é ter uma família
0,25 mesmo estando longe de casa, Katiane, Mayany, Ana
Elza, Karini, Karoliny, Juliana, Henrique, Karolina,
F60

0,20
Giovanni, Cleidiane, Rafael e tantos outros que
0,15 fizeram parte dessa da minha vida acadêmica, dos
0,10 grupos de estudos, e até de momentos de
Melhorar Melhorar a descontração. A Katiane Brunhauser pela sua
0,05 macro e microtextura disponibilidade e apoio na realização dos ensaios
micro
0,00 para este trabalho.
0 20 40 60 80 100 120
Sp Aos professores, Júlio, Maicon, Flávio, Augusto, Raul,
Letícia, Roberto, Erika, Marlon, Wagner, Ana Elza, e
todos os outros por compartilharem seus
Limite F80 Limite Sp Setembro
conhecimentos, pela paciência em ensinar, por ouvir
Novembro Março Abril as reclamações e mesmo assim, ensinar não só a
Figura 26 - Classificação do IFI no subtrecho 02 referente mim, como a cada um dos alunos a serem bons
aos resultados de todos os meses estudados profissionais,. Ao meu orientador Rogério Riva por
Fonte: Acervo particular, 2017. todo o conhecimento compartilhado e por ter
acreditado na minha capacidade de realizar este
5 Conclusões trabalho.

Através dos resultados obtidos, analisados e À UNEMAT por fornecer ensino superior gratuito e
apresentados neste artigo, conclui-se que o tráfego tornar possível a realização de um sonho.
em cada subtrecho analisado se diferencia devido ao
volume e o peso das cargas transportadas em cada Referências
um dos sentidos. No subtrecho 1 o tráfego é
ADMINISTRADORA DE PEDÁGIO RODOVIA DA
composto em sua grande maioria por caminhões com MUDANÇA. Resumo de acidentes. 2015.
elevadas cargas no sentido de escoamento da
produção. No subtecho 2, os caminhões que
passaram no subtrecho 1 já não estão mais AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND
carregados. Acredita-se que, devido ao peso dos MATERIALS. E – 965: Standard test method for
veículos que transitam no subtrecho 1 ser measuring pavement macrotexture depth using a
relativamente maior do que os que transitam no volumetric technique. West Conshohocken, 2006. 4p.
sentido do subtrecho 2, os resultados obtidos no
subtrecho 1 apresentam mais pontos com a AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND
necessidade de se fazer melhorias do que os obtidos MATERIALS. E – 1960: Standard practice for
no subtrecho 2. calculating international friction index of a pavement
surface. West Conshohocken, 2011. 4p.
Os valores de microtextura podem ter sido menores,
pelo fato de que as intervenções na rodovia são AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND
realizadas com microrevestimento, e neste, há adição MATERIALS. E – 303: Standard test method for
de areia, influenciando na microtextura do measuring surface frictional properties using the british
revestimento. De uma forma geral, os subtrechos pendulum tester. West Conshohocken, 2013. 5p.
estudados apresentaram macrotextura com resultados
acima de 0,60 mm na maioria dos pontos analisados,
APS, M. Classificação da aderência pneu-
dentro dos limites determinados pelo DNIT (2006),
pavimento pelo índice combinado IFI –
classificada como média, grosseira e muito grosseira,
international friction index para revestimentos
sendo assim, classificada como boa. Porém, nos
asfálticos. 2006. Tese (Doutorado em Engenharia) -
subtrechos estudados, a microtextura na maioria dos
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São
pontos analisados apresentou resultados abaixo de 47
Paulo, 2006.
ou 55, que seria o ideal de acordo com Aps (2006) e
DNIT (2006), respectivamente.
BERNUCCI, L.B.; MOTTA, L.M.G.; CERATTI, J.A.P;
Os valores de IFI são em sua grande maioria SOARES, J.B. Pavimentação Asfáltica. Rio de
satisfatórios, ou seja, apontam que não há a Janeiro: PETROBRAS, ABEDA, 2008. 504 p.
necessidade de se fazer melhorias no pavimento. Isso
se dá pelo fato de que em na maioria das análises BUCHARLES, L.G.E. Critérios para avaliação
realizadas, os resultados obtidos apontaram a pericial da macro e microtextura de pavimento
necessidade de melhorias na macrotextura, e de asfáltico em local de acidente de trânsito. 2014.
acordo com Pereira (2010) no cálculo de IFI a medida 153f. Tese (Doutorado em Engenharia de
de textura apresenta um peso maior que a medida de Transportes) – Escola de Engenharia de São Carlos,
atrito. São Paulo.

Agradecimentos CNT (2016) Pesquisa Rodoviária 2016: Relatório


Agradeço a Deus por ter me dados ânimo e força para Gerencial. Confederação Nacional do Transporte,
lutar pelos meus objetivos durante todos esses anos. Brasília, DF.
Agradeço também a minha família, Marta, Adair,
CUBAR, A.S. Análise temporal da macrotextura em Civil), Universidade do Estado de Mato Grosso. Sinop.
pavimentos urbanos com revestimento TSD com
capa selante no Município de Sinop-MT. PEREIRA, C.A. Análise da Aderência Pneu-
2015.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação Pavimento em Rodovias do Estado de
em Engenharia Civil), Universidade do Estado de Pernambuco e da Paraíba com Elevado Índice de
Mato Grosso. Sinop. Acidentes. 2010. Tese (Doutorado). Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, PE.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS E
RODAGEM. DNER-ES 173/86: Método de Nível e RODRIGUES FILHO, O.S. Características de
Mira para Calibração de Sistemas Medidores de Aderência de Revestimentos Asfálticos
Irregularidade Tipo Resposta. Rio de Janeiro: 1986. Aeroportuários – Estudo de Caso do Aeroporto
Internacional de São Paulo/Congonhas. 2006. 263f.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Manual de Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo.
restauração de pavimentos asfálticos - 1ª. ed. Rio
de Janeiro, 2006. 314 p. , W. Manual de Técnicas de Pavimentação.
a
1 ed. São Paulo: Pini, 2001. V.2, 671p.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Manual de SPECHT, L. P; ROZEK, T; HIRSCH, F; SANTOS, R.
pavimentação - 3ª. ed. Rio de Janeiro, 2006. 274 p. T. Avaliação da macrotextura de pavimentos
através do ensaio de mancha de areia. Teoria e
DEPARTAMENTO NACIONAL DE Prática na Engenharia Civil. Universidade do Noroeste
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. DNIT do Estado do Rio Grande do Sul. 2007. p.30-38.
006/2003 – PRO:
- – Procedimento. VARDANEGA JUNIOR, L.I. Hidroplanagem:
IPR, 2003. caracterização e análise da incidência em
rodovias. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso
FERREIRA, R. P. Determinação do IFI – (Graduação em Engenharia Civil), Universidade
International Friction Index para o pavimento de Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.
duas pistas de pouso no estado de Mato Grosso.
2014.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Engenharia Civil), Universidade do Estado de
Mato Grosso. Sinop.

GOMES, M. J. T. L. Volume Horário de Projeto para


as Rodovias Estaduais do ceará - Análise e
Contribuição. Dissertação (Mestrado) — Programa
de Mestrado em Engenharia de Transportes.
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza. CE., 2004.

GOOGLE. Google Corporation: Rodovia MT-449,


2015. Imagem de satélite.

MATTOS, J.R.G. Avaliação da aderência pneu-


pavimento e tendências de desempenho para a
rodovia BR-290/RS. 2009. 137 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre.

MENEGUZZI, G. Elaboração de Modelo de


Previsão da Velocidade Operacional e
Classificação da Rodovia Estadual MT-449 Quanto
a sua Consistência Geométrica. 2016.Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia
Civil), Universidade do Estado de Mato Grosso. Sinop.

NODARI, C.T. Método de avaliação da segurança


potencial de segmentos rodoviários rurais de pista
simples. 2003. 210 f. Tese (Doutorado em
Engenharia Sistema de Transporte e Logística) -
Escola de Engenharia, Universidade Federal doRio
Grande do Sul, Porto Alegre.

NOVAES, R.V. Avaliação do International Friction


Index – IFI em regiões de curvas em duas rodovias
do Estado de Mato Grosso. 2016.Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia

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