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Agrupamento Escolas Lousada- Escola Secundária Lousada

Economia C
Alice Teixeira
26/11/2018
Alexandra Magalhães nº1
Tatiana Dias nº28
12ºE

Índice

1
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Introdução

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1.1 Crescimento económico e desenvolvimento

Conceito e indicadores

As preocupações sobre esta distinção são recentes (até ao séc. XVIII não se verificavam
grandes desníveis ao nível do desenvolvimento entre países).

O desenvolvimento surge devido:

 Revolução Industrial: Grandes transformações (máquina a vapor, novas fontes de


energia, etc.).

Novas mudanças em várias áreas

Crescimento económico nos países onde esteve presente a Revolução


Industrial

 A produção mundial de bens industriais aumentou 2000 vezes.


 As trocas internacionais aumentaram 100 vezes.

 Trinta anos gloriosos: que se seguiram à II Grande Guerra Mundial onde tudo era
permitido em nome do crescimento

(imagem)

 Crescimento económico e desenvolvimento


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Crescimento económico e desenvolvimento são conceitos que estão intimamente


relacionados. Contudo, não são sinónimos.

O crescimento económico diz, assim, respeito a um aspeto quantitativo da atividade


económica, corresponde assim ao aumento da produção de bens e serviços de um
determinado país durante um dado período de tempo.

O desenvolvimento verifica-se quando o crescimento económico tem efeitos de


arrastamento sobre outros domínios (social, demográfico, cultural…), sendo uma visão
qualitativa. Há desenvolvimento quando a riqueza é bem distribuída pela população
havendo equidade e posta ao serviço da mesma, garantindo o seu bem-estar, saúde,
segurança, educação, qualidade de vida e igualdade de oportunidades, promovendo,
desta forma, qualidade de vida e riqueza da população.

Para haver desenvolvimento tem de haver alterações em alguns domínios,


nomeadamente:

 Demográfico: aumento da população;


 Económico: aumento da produção, diversificação dos bens e serviços, aumento
do comércio, maior circulação de capitais, mais investimento;
 Técnico: industrialização de regiões predominantemente rurais;
 Social: construção de escolas, hospitais e outros serviços públicos;
 Cultural: dinamização cultural, sociedade informada;
 Politico: desenvolvimento e dinamização do poder local.

O desenvolvimento é, portanto, um conceito multidimensional.

Embora o crescimento e o desenvolvimento estejam relacionados, pode ocorrer


crescimento sem que se verifique qualquer desenvolvimento. Quer isto dizer que pode
existir crescimento económico, verificando-se um aumento quantitativo do Produto, mas
não existir desenvolvimento, pois esse crescimento não deu origem a mudanças
qualitativas no modo de vida da população. É, no entanto, de realçar que para haver
desenvolvimento tem de haver algum crescimento, pois é necessário que a economia
disponha de mais bens e serviços ou de mais emprego para poder distribuir, de forma a
melhorar o nível de vida de toda a população.

 Os indicadores como medida do desenvolvimento

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Os países apresentam níveis de desenvolvimento diferentes. Para conhecer essa


diversidade de situações, é necessário medir e quantificar os níveis de
desenvolvimento através de instrumentos estatísticos- os indicadores de
desenvolvimento.
Para medir o desenvolvimento torna-se necessário o recurso a um conjunto diversificado
de indicadores quantitativos e qualitativos.
Nenhum indicador, por si só, é suficiente para conhecer a realidade, apenas nos mostra
uma pequena parte do todo social.

Indicadores são instrumentos estatísticos que permitem conhecer a realidade de um pais e a


sua evolução ao longo do tempo, dando informações para a definição de políticas, para
efetuar previsões e para fazer comparações internacionais.

 Tipo de indicadores

Simples Cobrem aspetos parciais da realidade.

Tipo de indicadores

Integram um conjunto de indicadores


Compostos
simples num índice.

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ECONÓMICOS

Indicadores DEMOGRÁFICOS
Simples
SOCIOCULTURAIS

POLÍTICOS

Indicadores Exemplos
PIB per capita, repartição setorial da
Indicadores económicos população ativa, estrutura do produto, taxa de
inflação, indicadores de comércio externo.

Taxa de natalidade, taxa de mortalidade, taxa


Indicadores socioculturais de emigração, esperança média de vida.

Taxa de analfabetismo, consumo de jornais por


Indicadores demográficos habitante, taxa de natalidade, de mortalidade e
de mortalidade infantil e a esperança média de
vida.

Estabilidade das instituições, democracia


Indicadores políticos política, descentralização, cumprimento dos
direitos humanos, Equidade entre géneros.

Indicadores simples ‒ Portugal

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PORDATA, in
Evolução dos valores de alguns indicadores simples
ao longo dos anos, em Portugal.

www.pordata.pt

Eleições para a Assembleia da República: votantes e abstenção, Portugal

PORDATA, in www.pordata.pt

Evolução do nº de votantes/abstenção em Portugal


ao longo dos anos.

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Indicadores Compostos

Índice de Desenvolvimento Humano Combina longevidade, educação e


(IDH) rendimento, utilizando vários indicadores
simples.
Índice de Desenvolvimento Humano Não contempla apenas as desigualdades
Ajustado à Desigualdade (IDHAD) com base no rendimento, pois permite
avaliar a perda do valor do IDH devido á
desigualdade em todas as suas
dimensões.
Índice de Desenvolvimento Humano Utiliza os mesmos indicadores que o IDH,
por Género (IDHG) medindo as suas disparidades
relativamente ao género, que são
menores quanto mais próximo da
unidade estiver essa proporção.
Índice de Pobreza Multidimensional Regista as múltiplas privações a que as
(IPM) pessoas estão sujeitas, em três
dimensões do IDH: saúde, educação e
padrão de vida.
Índice de Desigualdade de Género Mede a desigualdade de género
(IDG) recorrendo a indicadores agrupados em
três dimensões: capacitação, saúde
reprodutiva e participação no mercado de
trabalho.

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 Limitações dos indicadores

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1.2 O Crescimento económico moderno


O crescimento económico moderno é um fenómeno que corresponde à fase entre o
final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a década de 1970, em que o
crescimento de algumas economias atingiu valores muito elevados.
Simon Kuznetz definiu o crescimento económico de um país como “o crescimento a
longo prazo da capacidade de prover a sua população de bens económicos cada vez
mais diversos, a qual se baseia no avanço da tecnologia e nas adaptações
institucionais e ideológicas que ela requer”.
O crescimento económico foi alcançado pelos países de varias formas, ou seja, os
países seguiram trajetórias diferentes para o alcançar, o que reforça a ideia de que não
existem receitas para atingir o crescimento económico. Alias, a crise que o mundo
ocidental atravessa atualmente tem vindo a questionar a eficácia no longo prazo de
algumas das estratégias adotadas.
No entanto, podem identificar-se alguns fatores idênticos que se podem considerar
como fontes de crescimento económico.

1.2.1 Fontes de crescimento económico

Aumento da dimensão dos mercados


(interno e externo).

No processo de crescimento
económico, podemos identificar
como fontes de crescimento Investimento em capital (físico e humano).
económico:

Progresso técnico.

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 Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)

Um país, para aumentar a sua capacidade de produção, além da necessidade de


financiamento/ investimento, tem de aumentar a Procura Interna e a Procura Externa.
 Aumento da procura interna: crescimento populacional e aumento do poder de compra
 Aumento da procura externa: traduz-se num aumento das exportações

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1.3 As desigualdades atuais de desenvolvimento

Nos últimos anos, os países menos desenvolvidos registaram um forte crescimento


económico e uma melhoria das condições de vida.

Mas continuam a existir graves situações de pobreza e os indicadores sociais


continuam a apresentar situações de grande preocupação.

Evolução do IDH por regiões

PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano 2014, in hdr.undp.org

O IDH é um índice composto que


procura efetuar uma analise
detalhada das realidades
multidimensionais e complexas associadas ao problema de desenvolvimento.
As Nações Unidas, através do relatório anual do PNUD, classificam os países de
acordo com o IDH e agrupam os países em três estados de desenvolvimento:

Desenvolvimento Humano Valor do IDH


Baixo 0 a 0,540
Médio 0,550 a 0,690
Elevado 0,700 a 0,799
Muito elevado 0,800 a 1
Se compararmos
os valores do IDH por regiões, constatamos que persistem grandes desigualdades a
nível mundial.
Países com IDH mais baixo concentram-se na África Subsariana, no Sul e Sudoeste de
Ásia e em algumas áreas da Ásia Central.

Valores do IDH por região, 2013

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PNUD, in http://hdr.undp.org/en/data/map

O Banco

Mundial classifica os países quanto ao seu desenvolvimento em países de:


 Rendimento baixo: valor do Rendimento médio menor ou igual a 1045 dólares;
 Rendimento médio: valor do Rendimento médio entre 1045 dólares e 12476
dólares;
 Rendimento elevado: valor do rendimento médio superior a 12 476 dólares.

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Alguns países apresentam situações de crescimento económico sem que se verifiquem


processos no desenvolvimento humano.
Fatores que contribuem para esse crescimento económico sem desenvolvimento
humano são:
 Elites políticas e económicas corruptas;
 Má aplicação dos recursos e das ajudas internacionais;
 Falta de investimentos e insuficiente preparação da mão-de-obra;
 Agravamento das condições de vida e de saúde pública.

 Pobreza e exclusão social

As desigualdades económicas e sociais não se verificam apenas entre países, existem


também desigualdades no interior dos países, incluindo os países de rendimento
elevado.

A pobreza nos países desenvolvidos resulta de situações de desemprego, precariedade


de emprego ou do envelhecimento da população.

Pobreza

Pode ser:

Absoluta Relativa

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O conceito de pobreza absoluta parte do princípio de que existe um conjunto de


recursos mínimos que possibilitam a satisfação das necessidades básicas e que
garantam, consequentemente, a sobrevivência dos indivíduos.
Este conceito de pobreza coloca o problema de determinar um padrão para o que se
considera ser “ a satisfação de necessidades básicas”. Mas será que existe um
padrão universal ou, pelo contrário, as necessidades básicas a satisfazer variam de
sociedade para sociedade?
É muito difícil definir um padrão universal, pois bens considerados essenciais numa
sociedade podem ser bens de luxo noutras sociedades.

(imagem de pobreza)

A pobreza relativa integra a situação de pobreza no contexto social onde esta ocorre, o
que significa que, para avaliar a pobreza, se deverá tomar como referência o nível de
vida da maioria da população da sociedade onde se verifica essa situação de pobreza.

(outra imagem)

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O Banco Mundial definiu os valores que correspondem às situações de pobreza


extrema como equivalente a viver com menos de 1,25 dólares americanos por dia.
Quanto às situações de pobreza moderada como equivalente a viver com 1,25 a 2
dólares americanos por dia.

Países onde se encontra o maior número de indivíduos em pobreza extrema, 2010 (em
%)

O número de indivíduos em pobreza extrema, no mundo, tem vindo a diminuir.


Contudo, em 2010, o seu número aumentou,
na África Subsariana.
http://en.wikipedia.org/wiki/Extreme
_poverty

Número de indivíduos em pobreza extrema por região (milhões)

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Banco Mundial, in
http://www.worldbank.org
Nos
países
desenvolvidos, um dos critérios para medir a pobreza é o Limiar Oficial de Pobreza,
que define como pobres as pessoas, as Famílias e os grupos cujos rendimentos são
inferiores a 60% da mediana do rendimento disponível no país, por adulto equivalente.

Subgrupo

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Estudo do caso - Portugal

 Crescimento Económico

A economia portuguesa, no ano de 2017, cresceu 2.7%, revelou o Instituto Nacional de


Estatística (INE), maior crescimento desde 2000. O principal motor deste grande
crescimento económico foi a aceleração do investimento.

“Em 2017, o PIB aumentou 2,7% em volume, mais 1,2 pontos percentuais que o
verificado no ano anterior”, destaca o INE, explicando que “esta evolução resultou do
aumento do contributo da procura interna, refletindo principalmente a aceleração do
investimento, uma vez que a procura externa líquida apresentou um contributo idêntico
ao registado em 2016″.

Como podemos verificar no gráfico anterior, os valores do PIB cresceram positivamente


de 1996 até 2002, mas apesar do decréscimo que este sofreu no ano de 2003, voltou a
crescer nos anos seguintes até ao ano de 2008, ano em que a taxa de variação do PIB
foi quase nula (0,2%). Os valores dos anos seguintes sofreram decréscimos até 2013,
exceto no ano de 2010, tratando-se este, um período de crise. Portugal, a partir do ano
de 2014 tem se recomposto a nível do PIB tendo, portanto, vindo a aumentar
gradualmente a taxa de variação anual do PIB e, com o aumento inédito de 2017,
contribuiu para a recuperação da economia portuguesa.

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Desde o final de 2017, Portugal apresenta um ritmo de crescimento económico mais


moderado, mas, apesar do atual momento se manter favorável, os riscos aumentaram
devido à incerteza dos mercados externos, revela um relatório da Ordem dos
Economistas.
De acordo com o relatório, a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto Português
(PIB), em 2018, está acima do da média da zona euro, tendo-se estabelecido em 2,1%
no último trimestre disponível (1.º trimestre), quando o relatório foi elaborado, refere o
documento, lembrando que a procura interna continua a mostrar “alguma
expressividade”, enquanto a procura externa “tem abrandado” nos últimos tempos.
E prossegue: “Apesar de o atual momento se manter favorável, os riscos aumentaram
devido aos desenvolvimentos e à incerteza dos mercados externos”.

O relatório destaca ainda que o atual momento de crescimento da economia nacional


“mantém-se bastante dependente do ciclo positivo do turismo” e da mais recente
recuperação do setor da construção. Sobre o abrandamento da procura externa alerta
para o risco de a moderação dos indicadores de confiança e a subida dos combustíveis
poderem vir a alterar este cenário.

Como foi anteriormente mencionado, o investimento (em construção) teve um papel


importante no crescimento da economia de Portugal. Depois de aumentar ligeiramente
em 2016, o investimento acelerou em 2017: cresceu 8,4%.

O investimento foi, portanto,


a “componente que mais
contribuiu”, passando de
uma queda de 0,3% em
2016 para um crescimento
de 9,2% em 2017. De forma
semelhante contribuiu o
investimento em outras
máquinas e equipamentos,
em equipamentos de
transporte e produtos de
propriedade intelectual.

Relativamente ao progresso
técnico, e de acordo com o
comissário europeu dos
Assuntos Económicos,

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Pierre Moscovici, “o progresso de Portugal é muito impressionante”, antecipando um


crescimento “acima de 2,5%” este ano e deixando uma mensagem de confiança no país.

 Desenvolvimento

Portugal subiu uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações
Unidas, passando para 41º lugar, e mantém-se na base do grupo dos países com o
índice mais elevado, revela o relatório de 2017. Em 2017, Portugal subiu uma posição
face a 2016 (ano em que estava em 42º lugar), mas está abaixo de metade da tabela
dos 58 países e territórios com nível de desenvolvimento humano “muito alto”, o mais
elevado.

De acordo com o relatório, a Noruega, com um índice de 0,953 valores, é o país mais
desenvolvido do mundo, enquanto o Níger, com 0,354 valores, o menos desenvolvido.
O índice máximo atribuível é de 1,0 valores.

Há dois anos, Portugal estava quase no final de uma lista de 50 países com o mais alto
desenvolvimento humano e era um dos últimos da União Europeia (UE). Com um IDH
de 0,847 valores, Portugal só ultrapassou em 2017, no espaço da UE, a Hungria, a
Croácia, a Bulgária e a Roménia, igualando no ranking a Letónia.

O IDH de 2017 teve por base indicadores como população, saúde, educação, emprego,
riqueza nacional, segurança e perceção de bem-estar. A qualidade de desenvolvimento
humano, as diferenças de género, a emancipação da mulher e a sustentabilidade
ambiental e socioeconómica foram igualmente avaliadas.

 O IDH é dividido em três dimensões da vida humana:

 Saúde (aliada a longevidade);


 Qualidade de vida (medida em rendimento nacional bruto per capita);
 Educação.

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Saúde

A saúde é um dos mais poderosos fatores de integração e coesão sociais, mastambém


de geração de riqueza e bem-estar.
Os indicadores demográficos mostram nos que Portugal segue tendência dos países
desenvolvidos. Ou seja, os portugueses vivem cada vez mais anos, uma realidade que
revela uma melhoria geral das condições de vida.
Portugal tem bons indicadores na redução da mortalidade prematura, na esperança de
vida à nascença e na vacinação, mas quanto ao excesso de peso e ao consumo de
álcool os indicadores não são tão positivos.

Com uma esperança média de vida à nascença de 81,4 anos, Portugal superou países
mais desenvolvidos como a Alemanha (81,2 anos), no 5.º lugar do ranking, Dinamarca
(80,9 anos), em 11º, e os Estados Unidos (79,5 anos), em 13º, sendo uma das 12 nações
que mais cresceram em média por ano no IDH entre 1990 e 2017.

Quanto à redução da mortalidade prematura, Portugal apresenta uma taxa menor do que
a média dos 53 países analisado. Em Portugal, o rácio era de 32,5 mortes prematuras
por 100 mil habitantes, enquanto a média era de 49,93, segundo dados de 2014.
No consumo de tabaco, Portugal apresenta uma prevalência de 22,6%, menor do que
os quase 30% da média da região, de acordo com dados de 2013. No que respeita ao
consumo de álcool, Portugal está acima da média dos 53 países. Quanto ao excesso de
peso, Portugal mostra-se alinhado com a média, com uma prevalência de excesso de
peso superior a 57%, segundo dados de 2016.

Qualidade de vida

Portugal é o 19º melhor país para viver. A conclusão parte de um estudo revelado por
uma associação britânica, “Economist Intelligence United” (EIU), que analisou fatores
como rendimentos, liberdades, desemprego, vida familiar, clima, entre outros.

Portugal atinge um valor no ‘ranking’ de qualidade de vida de 7.31, numa escala de 0 a


10, com a Irlanda a liderar a tabela marcando 8.33. Este resultado coloca Portugal no
grupo dos 20 primeiros de uma lista de 111 países, com base em sondagens feitas a
habitantes dos respetivos Estados.

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As sondagens feitas pelas equipas da EIU abrangem também outros temas, tais como
saúde, estabilidade política e segurança e estabelecem um “ranking” marcando lugares
líderes de países como Suíça, Noruega, Luxemburgo, Suécia, Austrália, Islândia, Itália,
Dinamarca e Espanha. Desta forma, comprova-se que a riqueza nacional, medida pelo
PIB, não é o principal fator na determinação da qualidade de vida. É o caso dos EUA que
é o número dois no “ranking” económico, mas que no estudo da EIU, fica-se pelo 13º
lugar.

Educação

Em 2011, segundo a PORDATA, a taxa de analfabetismo em Portugal era de 5,2%, um


dos mais altos da Europa. A região do país mais problemática é a do Alentejo que
mantém uma taxa superior a 9% e em Borba, uma pequena aldeia com pouco mais de
7 mil moradores, um em cada dez habitantes não sabe ler nem escrever.

Portugal é um dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento


Económico (OCDE) com a maior taxa de adultos que não possuem o ensino secundário,
de acordo com o relatório “Education at a Glance 2018”. A maior parte dos adultos
portugueses tem apenas qualificações até ao 9º ano de escolaridade.

Ainda que tenha sido dos países que mais tenham progredido na escolaridade — há dez
anos a maioria dos portugueses tinha apenas o 6.º ano –, Portugal continua na cauda
dos países da OCDE. A escolaridade reduzida está a fomentar as desigualdades de
rendimentos, o que é um motivo de preocupação.

Pela negativa, Portugal destaca-se dos outros Estados-membros nas áreas da educação
e conhecimento, mostrando as estatísticas que, por exemplo, mais de metade dos
empregadores (54,6%) não frequentou o ensino secundário ou superior (UE 16,6%). Os
dados mostram ainda que quase metade (43,3%) dos trabalhadores por conta de outrem
também não tem escolaridade para além do 9.º ano (UE 16,7%).

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Nestes dois campos, não só Portugal está muito acima da média da EU como ocupa o
lugar cimeiro entre os 28 estados membros.

Nos extremos opostos estão, respetivamente a Polónia, onde só 1% dos empregados


não frequentaram o ensino secundário ou superior e a Lituânia com 3,5% de
trabalhadores sem estes níveis de escolaridade.

Evolução dos gastos com a educação em Portugal

“A educação é uma área em que temos evoluído, mas ainda não estamos lá. Há ainda
muito caminho a fazer”, disse a responsável da PORDATA.

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Como foi referido anteriormente, o desenvolvimento pode ser medido por indicadores
simples ou compostos.

 Indicadores simples

a) Indicador demográfico

 Taxa de natalidade

A taxa bruta de natalidade tem vindo a decrescer ao longo dos anos tendo registado, no
ano de 1960 e 2017, respetivamente uma taxa de 24,1‰ e de 8,4‰.
Portugal registou em 2017, a par com a Espanha, a terceira menor taxa de natalidade
bruta (8,4 por mil habitantes), depois da Itália (7,6) e da Grécia (8,2).

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 Taxa de mortalidade infantil e taxa de mortalidade geral

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A taxa de mortalidade infantil em Portugal continua a ser das mais baixas do mundo,
segundo um relatório da UNICEF, que refere que este indicador melhorou em 76% nos
últimos 25 anos.
O documento “Levels and Trends in Child Mortality Report 2015” (Níveis e Tendências
na Mortalidade Infantil 2015), adianta que o país passou de uma taxa de 15 crianças
mortas antes dos cinco anos por mil habitantes, em 1990, para quatro crianças mortas,
em 2015, o que situa Portugal entre os melhores ao nível deste indicador.
Portugal integra um grupo de 14 países que apresenta o terceiro melhor indicador de
taxa de mortalidade abaixo dos cinco anos, juntamente com a França, Alemanha,
Holanda e Espanha.
Nos últimos 25 anos, a taxa de mortalidade infantil reduziu-se em 76%, com uma média
anual de redução de 5,6%.

Temos assistido a uma diminuição da taxa de mortalidade geral neste último meio século
assistindo-se a uma certa estabilização em valores que rondam os 10 óbitos por cada
mil habitantes. Nos tempos mais recentes, temos verificado um ligeiro acréscimo da
mortalidade na população com idade superior a 75 anos.

b) Indicador económico

 Taxa de desemprego

Estes números demonstram o “dinamismo muito positivo” do mercado de trabalho e


como consequência o emprego continua a crescer. O número de pessoas
desempregadas baixou dos 400 mil pela primeira vez em quase 14 anos, um resultado
muito importante, mas tem de se referir que aquilo que é mais significativo é que o
emprego continua a crescer mais do que a diminuição do desemprego.

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Apesar de se verificar uma dinâmica na criação de postos de trabalho, Portugal mantém


um número elevado de desemprego entre os jovens (15 a 24 anos). A taxa de
desemprego dos jovens atingiu os 21,3% em março, um aumento de 0,1 pontos
percentuais face ao mês anterior. Nesse mês, o país contabilizava 79,5 mil jovens sem
emprego, invertendo a tendência de criação de postos de trabalho neste escalão etário
que se verificava desde janeiro. A taxa de desemprego dos adultos ficou nos 6,3%, uma
redução de 0,3 pontos percentuais.

 Taxa de Poupança

Em média, os europeus poupam o dobro do que os portugueses. Os números do


primeiro trimestre de 2018 mostram que tem crescido a distância entre o que se poupa
na Zona Euro e o que se poupa em Portugal. Segundo os dados do Eurostat, a taxa de
poupança média dos países da moeda única foi de 12% enquanto em Portugal foi de
5,1%.

A taxa de poupança das famílias é definida pela percentagem de poupança das famílias
em função do rendimento disponível num determinado período. Da mesma forma,
a poupança é o rendimento disponível que não é gasto no consumo de bens e serviços.
A poupança aumenta quando o rendimento disponível cresce a um ritmo superior ao do
consumo.

Na Zona Euro as estatísticas mostram que a taxa de poupança se manteve acima de


12% pelo menos nos últimos dez anos, tal como mostra o gráfico. Mesmo durante a crise
a poupança não foi afetada de forma muito significativa. Na realidade, os dados indicam
que tem sido nos últimos dois anos que a poupança desceu mais.

Em Portugal o caso é diferente. Nos últimos dez anos a taxa de poupança dos
portugueses só esteve próxima dos níveis europeus em 2009 e 2010. A distância entre
as duas taxas agravou-se particularmente no período de ajustamento, principalmente em
2014 e 2015, devido à queda da taxa de poupança em Portugal.

Em 2016 houve uma melhoria, mas foi importuna. Em 2017 a taxa de poupança dos
portugueses voltou a cair. No mesmo ano em que houve várias medidas de devolução
de rendimentos, a taxa de poupança atingiu mínimos históricos.

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c) Indicador sociocultural

 Taxa de abandono escolar

A taxa de abandono escolar precoce em 2017 foi de 12,6%, acima da média europeia
(UE 10,6%), uma melhoria face aos 17,4% de 2014 (UE 11,2%), mas ainda longe da
média fixada nos objetivos Europa 2020, de 10%.

 Consumo cultural

O nível de envolvimento dos portugueses nas atividades culturais caiu em todas as


vertentes analisadas pelo Eurobarómetro sobre Cultura. Seja ler um livro, assistir a um
concerto ou ir ao cinema. Portugal está em todas elas abaixo da média europeia. Só 6%
dos portugueses têm um elevado grau de envolvimento na cultura.

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Os portugueses estão entre os cidadãos da Europa com menor envolvimento nas


atividades culturais. Mais de metade dos cidadãos nacionais tem, aliás, uma reduzida
participação na vida cultural.

O índice de prática cultural de Portugal, medido por um Eurobarómetro mostra que só


5% dos portugueses ouvidos admite ter um elevado nível de envolvimento em todos os
tipos de práticas, desde leituras de livros até idas a concertos. Acima destes, há ainda
1% que admite ter uma “muito elevada” participação.

Este conjunto de 6% dos cidadãos com elevada participação na vida cultural é uma das
mais baixas percentagens da União Europeia. A média comunitária é de 18%, sendo que
do lado mais cultural encontra-se a Suécia (com 43%).

d) Indicador político

 Não existência da pena de morte

Portugal foi pioneiro na abolição da pena de morte para crimes civis. O decreto foi
aprovado a 1 de Julho de 1867, durante o reinado de D. Luís, no entanto, Código de
Justiça militar em Portugal manteve a pena de morte e só a aboliu completamente em
1976.

Vários países mantêm ainda hoje a pena de morte no seu quadro jurídico.

 Indicadores compostos

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Crescimento económico moderno

A aceleração do crescimento económico está associada ao processo de inovação


tecnológica. A Revolução Industrial em Portugal veio confirmar esta relação e as
inovações tecnológicas (máquina a vapor e caminho de ferro) resultantes desta
revolução permitiram aumentar o ritmo de produção (no mesmo espaço de tempo
produzem-se mais bens e serviços) proporcionando ganhos de produtividade por
trabalhador (cada trabalhador passou a produzir em média mais unidades do bem no
mesmo período de tempo).

As inovações, ao permitirem aumentarem a produtividade do trabalho, contribuem para


produzir bens a menores custos, permitindo o embaratecimento dos produtos, o que
estimula e generaliza o consumo a toda a população.

O moderno crescimento económico, ao caracterizar-se pela aceleração do crescimento


do produto, tem contribuído para modificações na estrutura da economia, isto é, na forma
como os setores da atividade económica participam na economia.

As modificações na estrutura da economia resultam das alterações ocorridas na


composição setorial da atividade económica e no modo de utilizar e de repartir o produto.

As alterações ocorridas na composição setorial da atividade económica surgem porque


o moderno crescimento económico provocou mudanças no contributo dos setores da
atividade económica para o produto do país e na utilização do fator trabalho.
As sociedades desenvolvidas passaram da fase em que o setor primário era o maior
contribuinte para a fase em que se tornou o menor contribuinte para o produto e menor
empregador do fator trabalho. O processo de crescimento económico provocou o
desaparecimento da economia agrícola e substituiu-a pela economia industrial e,
posteriormente, pela economia dos serviços.

As transformações estruturais que tendem a acompanhar o processo de crescimento


económico são descritas pelos economistas da seguinte forma: à medida que a
economia cresce, diminui a parte de emprego dedicada à agricultura e aumenta a parte
de emprego dedicada à área dos serviços.

O processo de crescimento económico provocou a terciarização da economia em


resultado do aparecimento de serviços auxiliares da indústria: transportes, bancos,
seguros. Este fenómeno está associado à crise dos anos 70, do século passado, e à
parcialização das funções por parte das empresas industriais. Estas empresas passaram
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Agrupamento Escolas Lousada- Escola Secundária Lousada

a concentrar-se na atividade principal, a produção, e contrataram outras empresas


especializadas nos serviços. As empresas de serviços de limpeza, de restauração, de
manutenção dos equipamentos, de auditoria jurídica, etc., prestam serviços às empresas
industriais.

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A excessiva dependência das indústrias de centrais de compra ou de rede de
distribuidores pode obrigar as indústrias a contenções muito grandes nos custos de
produção.

Uma das formas utilizada pelas empresas para crescerem e ganharem dimensão é
através do processo de fusão, isto é, a constituição de uma só empresa/sociedade a
partir de duas ou mais sociedades.

A fusão de empresas pode realizar-se mediante a transferência do património de uma


para a outra empresa, acompanhada da atribuição aos sócios de parte das ações ou
quotas da nova sociedade. Outra forma de fusão pode realizar-se através da constituição
de uma nova empresa que reúne o património das anteriores, sendo aos sócios atribuída
parte das ações ou das quotas da nova sociedade.

O processo de fusão de empresas contribui para a concentração do capital e seu controlo


(menos famílias detêm mais capital na sociedade) e para a redução da concorrência no
mercado (menos empresas atuando no mercado podem manipular mais facilmente o
preço de venda do bem).

Pobreza e exclusão social


Na hora de comparar os países em matéria de pobreza e exclusão social, Portugal surge
em 11.º lugar numa lista de 26 Estados para os quais estão disponíveis dados relativos
a 2017. Ou seja, cerca de um quarto da população portuguesa (23,3%) está “em risco
de pobreza ou exclusão”. Na União Europeia (UE) a percentagem média de pessoas
nessa situação é de 22,5%.

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Agrupamento Escolas Lousada- Escola Secundária Lousada

Biografia/ Webgrafia

https://pt.slideshare.net/liatreacy/resumo-de-economia-29009916
https://eco.pt
https://observador.pt

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