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Hoje se fala muito nos clubes de excursionismo sobre primeiros socorros, resgate em altura,
salvamento e etc. Se lê muito em livros de montanhismo verdadeiras receitas para resgate e
remoção de vitimas, técnicas mirabolantes com sistemas de roldanas e tantas outras técnicas
que na prática funcionam bem diferente, pois não contamos com alguns fatores que são de
suma importância no sucesso de um pronto atendimento, como o fator psicológico de a vítima
estar em estado grave onde os ferimentos por ela apresentados pesarem em nosso fator visual
e vê-la naquele estado deprimente com sangue e fraturas, além de vários sintomas.
Existe uma grande diferença entre resgate e remoção de vítima, portanto devemos saber
desenvolver todos os procedimentos para que assim não percamos a vitima em um transporte,
ou seja, enquanto cuidamos dos ferimentos acabamos por esquecer os sinais vitais, que são o
principal no atendimento pré-hospitalar.
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pode deixar facilmente alguém paraplégico ou mesmo tetraplégico... Tenha bom senso,
responsabilidade e não queira ser responsável por mudar o veículo de condução de uma
pessoa de carro para cadeira de rodas...
No estado de Santa Catarina o Auto Socorro de Urgência (ASU) baseia seus procedimentos no
PEET (Programa de Enfrentamento às Emergências e Traumas), no PAPH (Programa de
Atendimento Pré Hospitalar) e no ATLS (Advanced Trauma Life Support), onde este socorrista
é formado.
Então descrevo, a seguir, alguns procedimentos que podem fazer a diferença entre um socorro
eficaz e um socorro medíocre:
Esses procedimentos não têm como principal objetivo exonerar outras técnicas de diferentes
estados e de profissionais, mas, sim, servir como mais uma fonte e suporte em um possível
atendimento pré hospitalar.
Imagine-se chegando em um ambiente onde você encontra uma pessoa deitada ao chão:
PARE, PENSE E ANALISE O POR QUE DE ELA ESTAR DEITADA, será que caiu de um
andaime? Atropelamento?
Antes de tudo pense em sua segurança. Verifique os perigos iminentes e vigentes. Sem essa
análise, nem todo o conhecimento de anatomia e fisiologia do mundo vai poder salvá-lo.
Verifique se a vitima não esta grudada em um fio de eletricidade, se o ambiente não possui
cheiro forte de gás, ou qualquer outra situação que possa colocar a sua segurança em risco.
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Veja se existe sangue no local. Não queira bancar o herói e acabar se tornando mais uma
vitima.
O próximo passo é chamar a vítima de longe, ("Ei, amigo, você esta me ouvindo? Algum
problema?") Se você não obtiver uma resposta verbal, aproxime-se dela e apertando como
uma firme pinça no músculo trapézio; aquele em cima dos ombros e próximo ao pescoço, fale
novamente com ela; pois se ela estiver inconsciente e precisando de ajuda certamente não irá
responder a essa pressão, pois é um músculo altamente sensível e uma pessoa consciente
responde rapidamente a essa ação.
Se não tiveres resposta verbal por parte da vitima execute o "VOS": Ver - Ouvir - Sentir, que é
o procedimento para verificar se a vítima está respirando e o coração batendo. A ausência de
batimentos cardíacos e de respiração é o que mais vai matar. A partir de 2 minutos sem
oxigenação, o cérebro começa a ter lesões irreversíveis.
O procedimento de desobstrução das vias aéreas superiores, deve ser feito no exame primário,
e não no secundário.
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Bom, nesse caso a vítima esta respirando e o coração batendo, então devemos passar para a
análise secundária onde através de uma técnica de palpação devemos procurar possíveis
ferimentos do tipo queimaduras, fraturas, hemorragias, cortes, materiais empalados,
perfurações dentre outros.
Durante o exame primário, já devemos imobilizar a região cervical, para evitar outras lesões.
Mesmo porque, a primeira parte do juramento de Hipócrates (aquele que os médicos fazem),
diz: "Primeiro, não lese." Com o primeiro-socorrista, é a mesma coisa. Devemos evitar o
agravamento das lesões existentes e o surgimento de novas lesões.
Se a vítima estiver inconsciente, tiver sofrido queda, pancada na cabeça ou apresentar lesões
na cabeça, ela deve ter sua região cervical imobilizada. Alguns socorristas gostam de chegar
na vítima e já imobilizar, independente de qualquer coisa. É um tipo de procedimento. O fato é
que na hora das dúvidas, em se tratando de salvar vidas, é melhor prevenir.
Inicie pela cabeça analisando todos os ossos do crânio como se estivesse massageando o
couro cabeludo com as pontas de seus dedos, assim você poderá constatar possíveis traumas
no crânio como deformações e sangramentos, entre outros. SEM MOVIMENTAR A CABEÇA
DA VÍTIMA , continue analisando e
siga em direção à coluna cervical (nuca) apalpando suavemente todas as vértebras e veja se
não há sangramento, dê uma boa olhada atrás das orelhas, pois uma mancha escura cianótica
nesse local pode identificar um TCE (Traumatismo Craniano Encefálico) veja se não tem
sangramento ou secreção no aparelho auditivo, agora siga para a face da vítima, apalpando
todos os ossos da face, os da cavidade orbital, nasal, o osso zigomático (osso embaixo das
bochechas), maxilar, mandíbula (a verificação se há algo obstruindo as vias respiratórias como
dentadura, chiclete, balas e etc. já foi feita na análise primária).
Agora siga em direção à traquéia, veja se ela não possui nenhum desvio, passe para a
cavidade torácica e apalpe todas as costelas seguido de uma compressão com as duas mãos
de fora para dentro e de cima para baixo, siga para a região abdominal, colocando uma mão
sobreposta à outra apalparemos toda a região da barriga; pois se a vítima sofrer de hemorragia
interna ela apresentará um abdomem bastante rígido que também pode ser identificado através
de mancha escura no local, necessitando levantar a camisa e baixar um pouco a calça da
vitima para uma correta avaliação.
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Chegou a hora de analisar a região pélvica: a famosa bacia - aqueles ossos grandes que
temos na cintura - verifique se não existe fratura, da mesma forma que você fez as
compressões no tórax faça agora na pélvis e depois siga para os membros inferiores,
começando pelo fêmur, o maior osso do corpo, passe para a patela (chamada antes de rótula)
ou simplesmente o joelho, vá em frente e veja o osso da canela (tíbia) e, logo atrás dele, a
fíbula (antigo perônio).
Agora no pé analise todos os ossos, se possível, mas haverá a necessidade de tirar o calçado
da vítima (essa parte é a mais perigosa; pois xulé alheio pode ser fatal...). Não esqueça de
fazer uma flexão do tornozelo e joelho para verificar se as articulações não possuem
problemas, não force essa flexão se o movimento estiver difícil, faça todos esses
procedimentos na outra perna sem passar por cima da vítima e depois siga para os membros
superiores.
Começando pela clavícula, em direção aos ossos do braço, úmero, rádio e ulna, ossos da mão
(faça também a flexão do cotovelo e proceda da mesma forma para com o outro braço sem sair
do lado em que você se encontra, pois dessa forma você não corre o risco de cair sobre a
vítima).
Depois de analisarmos toda a vítima, vem a parte mais complicada que é a análise da coluna
vertebral lombar, nesse caso se faz necessário um rolamento da vítima, o que para uma
pessoa só é complicado e arriscado, mas muitas vezes se faz necessário pois o transporte da
vítima o mais rápido possível pode fazer a diferença entre viver e morrer, na dúvida não
desloque ela do lugar, sendo que para o transporte precisamos de uma maca rígida.
Teremos o maior prazer em lhe enviar gratuitamente informações sobre atendimento pré
hospitalar.
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