Você está na página 1de 4

Assuntos importantes de 2018.

1. Superação pessoal. Num mundo marcado pela vaidade, demonstrações de beleza e força não faltam.
É neste contexto que os portadores de necessidades especiais se situam e no qual buscam seu lugar e,
embora não deva haver diferenças entre as pessoas, já que todos respondem aos mesmos estímulos e
possuem os mesmos anseios, observa-se que, na maior parte das vezes, sequer as cidades estão
aparelhadas para receber esta parcela da população. Por ser um assunto de características sociais, uma
boa proposta de intervenção passaria por este aparelhamento, pelo resgate de valores sociais e humanos,
e pela denúncia do preconceito, que insiste em rotular os diferentes, tornando-os párias.

2. O direito à cultura: a falta de acesso dos diferentes estratos sociais à cultura. De acordo com o
dicionário Houaiss, uma das concepções de cultura é “complexo de atividades, instituições, padrões sociais
ligados à criação e difusão das belas-artes, ciências humanas e afins”. É exatamente neste contexto que
se situa nossa discussão: a cultura existe, é para todos, mas, paradoxalmente, não é democrática, uma vez
que não são todos que partilham esta possibilidade. Numa linha muito similar à da “camarotização” da
Fuvest (2015), esta análise situa o aluno da grande urbe num ambiente que lhe é estranho, pois a ele este
traço não é negado. No entanto, em um país de proporções continentais, fica claro que a heterogeneidade
é um vilão a ser respeitado, na medida em que não possibilita condições iguais a todas as pessoas. Assim,
exemplos que para muitos são triviais, como o teatro, o cinema, os concertos, para outros são exercícios
do inviável, projetando ainda mais as diferenças que tornam este país tão desigual e, por vezes, tão injusto.
Uma possibilidade para minimizar esta realidade seria, por exemplo, produzirem-se apresentações de
diferentes tipos, sempre itinerantes, de modo que diferentes formatos de cultura pudessem ser difundidos.

3. Envelhecimento e mudanças na política governamental. O Brasil envelhece lentamente – novas


politicas de apoio à terceira idade se fazem necessárias e reformulações de outras práticas, já existentes,
são essenciais para a qualidade de vida desta faixa etária. Este é mais um tema que pressupõe respeito
aos direitos humanos, respeito ao próximo, tolerância e paciência para com o idoso, e que cobra do aluno
informações interdisciplinares.
“Com maior longevidade, autonomia, qualidade de vida e independência econômica, o segmento idoso irá
ocasionar impactos nas regras atuais da sociedade. Portanto, torna-se relevante o conhecimento mais
acurado das expectativas e necessidades próprias do futuro idoso, bem como a sua adequação e
integração social. Porém, esta transformação não é ainda encarada pelas pessoas e pela sociedade com
a antecedência natural que decorre do próprio processo de envelhecimento. Nada deveria ser mais
esperado e, no entanto, nada é mais imprevisto que a velhice. Antes que se abata sobre nós, a velhice é
algo que só concerne aos outros. Assim, pode-se compreender como a sociedade consegue impedir que
as pessoas vejam nos velhos seus semelhantes. O sentido de nossa vida envolve questões referentes ao
futuro que nos espera, uma vez que nós não sabemos quem seremos, se ignorarmos quem somos. Isto é
necessário se quisermos assumir na totalidade nossa condição humana.(...)” (http://www.oabsp.org.br/)

4. Radicalismos: as várias faces da intolerância. As manifestações de intolerância têm explodido em


todo o mundo, sendo muitos e quase diários os exemplos que nos chegam através dos meios de
comunicação. Racismo, sexismo, homofobia, machismo, preconceito religioso, superioridade cultural,
xenofobia, posturas ideológicas e políticas ... a intolerância tem muitos nomes, vem apoiada em valores
equivocados e possui alto grau de injustiça. Uma das mais cruéis facetas da ignorância, a intolerância
promove discussões acaloradas que envolvem questões atuais como orientação sexual e identidade de
gêneros (este ano, discutida pela mídia, retratada em filmes ou novelas, protagonizada por artistas),
igualdade de gêneros (no eterno conflito homem/mulher, em que se disputam oportunidades e
reconhecimento iguais) ou violência motivada por preconceito (aqui ainda se destaca a violência contra
a mulher, sobretudo no aspecto sexual). Essas situações são difíceis de contornar, ou controlar, e também
dificultariam possíveis intervenções.
Para estes temas não há dupla possibilidade: a argumentação vem alicerçada pelos direitos humanos,
condenando a intolerância e buscando uma solução que respeite o homem e suas idiossincrasias. Tema
muito bom para uma discussão em que se privilegia a análise cuidadosa, tendo em vista os Direitos
Humanos e o respeito ao ser próximo.

5. A família do século XXI. A família composta por um pai e uma mãe, tão cotidiana e banal, tem passado
por várias modificações nas últimas décadas e hoje, novos formatos se apresentam e se tornam alvo de
muita discussão: família de mães ou pais solteiros, ou aquelas com duas mães – ou com dois pais – ou,
ainda, aquelas apenas com avós, ou tios ... há várias possibilidades de organização desta célula tão
importante na sociedade. Alvo de acaloradas discussões em todos os âmbitos da sociedade, incluindo as
esferas políticas, a argumentação para este tema passa, obrigatoriamente, pelo respeito aos direitos
humanos e pressupõe cuidado com a postura adotada, inclusive na seleção das palavras escolhidas. Um
bom exercício de tolerância!
6. Evasão escolar

7. Meio ambiente. Questões relacionadas ao meio ambiente, ao aquecimento global e às diversas formas
de obtenção de energia são sempre boas ideias para uma prova que busca um discurso politicamente
correto. Além disso, pelo fato de o assunto estar sempre em discussão, uma boa argumentação pode ser
feita, com grandes possibilidades de intervenção. Exemplos de agressão ao meio não faltam: os diversos
tipos de poluição (sonora, visual, ambiental); o rompimento da barragem de Mariana (que completa 2 anos
neste próximo dia 05/11); as queimadas; a atividade predatória; a ação antrópica irresponsável ... são
muitos os problemas gerados pela má administração humana. É sempre um tema atual, vale a pena pensar
sobre isso.

8. A legalização da tornozeleira eletrônica como alternativa para o controle (e a crise) do sistema


carcerário. Aprovado por lei em 2010, o uso das tornozeleiras eletrônicas ganhou visibilidade pelas mãos
do juiz Sérgio Moro, na Operação Lava-Jato, e criou um mercado em franca expansão no Brasil. Nos últimos
seis anos, mais de 19 mil pessoas passaram a carregar o objeto de cerca de 200 gramas em volta de um
dos tornozelos. Num cenário otimista, um detento de presídio estadual custa ao Estado, em média, a
quantia de 21 mil reais ao ano; já o detento federal custa praticamente o dobro: são gastos anualmente, em
média também, 40 mil reais pelo governo. É neste contexto que a monitoração eletrônica desponta como
uma excelente alternativa, pois o custo médio mensal do monitoramento por tornozeleira é de
aproximadamente R$ 400,00.
O uso das tornozeleiras eletrônicas pode ser uma alternativa (eficiente) para combater a Crise no sistema
carcerário, outro assunto muito impactante neste ano. A mídia, por diversas vezes, registrou eventos
assustadores, tais como a disputa pelas fronteiras brasileiras pelo tráfico de drogas, capitaneada e difundida
por líderes do crime organizado – detidos em presídios de segurança máxima – denunciando a falência do
sistema carcerário brasileiro que, além de ter dificuldades em reinserir o preso na sociedade, também facilita
a difusão da contravenção e da violência. A alternativa da tornozeleira surge como uma possibilidade para
separar o contraventor com alto nível de periculosidade (o qual deveria ser mantido na cadeia) dos demais,
talvez mais facilmente reinseridos na sociedade. Bom tema, certamente polêmico – cabe ressaltar que os
Direitos Humanos devem ser obedecidos e nenhuma ideia intempestiva ou desrespeitosa deve ser
desenvolvida pelo aluno.

9. Idoso, inclusão digital e mercado trabalho

10. Formas alternativas para obtenção de energia. Com o aumento da população brasileira, o gasto de
energia subiu, também, excessivamente. Neste sentido, novas formas de obtenção de energia se fazem
necessárias: solar, eólica, atômica ... são várias as possibilidades de obtenção. Cumpre lembrar que este
tema é interdisciplinar, motivo pelo qual outras matérias devem ser consultadas e exploradas.

11. Mobilidade urbana. Mobilidade é o grande desafio das cidades contemporâneas, em todas as partes
do mundo. A opção pelo automóvel – que parecia ser a resposta eficiente do século XX à necessidade de
circulação – levou à paralisia do trânsito, com desperdício de tempo e combustível, além dos problemas
ambientais de poluição atmosférica e de ocupação do espaço público. No Brasil, por exemplo, a frota de
automóveis e motocicletas teve crescimento de até 400% nos últimos dez anos. Mobilidade urbana
sustentável envolve a implantação de sistemas sobre trilhos, como metrôs, trens e ônibus "limpos", com
integração a ciclovias, esteiras rolantes, elevadores de grande capacidade, e soluções inovadoras, como
os teleféricos de Medellin (Colômbia), ou sistemas de bicicletas públicas, como os implantados em
Copenhague, Paris, Barcelona, Bogotá, Boston e várias outras cidades mundiais. Também vale ressaltar a
grande variedade de aplicativos que visam ao transporte público, sendo que alguns, inclusive, podem ser
utilizados em grupo. Por fim, a mobilidade urbana também demanda calçadas confortáveis, niveladas, sem
buracos e obstáculos, porque um terço das viagens realizadas nas cidades brasileiras é feita a pé ou em
cadeira de rodas.

12. Problemas com as campanhas de vacinação infantil. Em um país de dimensões continentais como
o Brasil, falar em vacinação infantil é quase como planejar uma ação de guerra: são muitos os entraves, os
empecilhos, as dificuldades de acesso, supondo – é claro! – que todos estejam unidos em prol de um bem
comum. Mas o que dizer de uma ação que encontra resistência justamente naqueles que deveriam defendê-
la? Foi exatamente o que ocorreu com a vacinação contra o HPV (para os adolescentes) e contra o sarampo
(para as crianças) – em ambos os casos, os pais se negaram a vacinar seus filhos, pois acreditaram em
boatos, sobretudo estrangeiros, de que as vacinas citadas apresentavam efeitos colaterais realmente
danosos, como o desenvolvimento de paraplegia, esclerose e trombose (no caso da HPV) e de morte súbita
em bebês, contaminação por mercúrio (presente no tiomersal, um composto orgânico que contém mercúrio
e é adicionado a algumas vacinas como conservante) e autismo (no caso da vacina contra o sarampo).
Assunto delicado e atual, que propicia diversas análises e intervenções em muitas esferas de ação, a partir
de abordagens e argumentos inteligentes. Vale a pena pensar no assunto.

13. Uso de tecnologia; vício em gadgets. Você sabe o que é “nomofobia”? O termo é tão novo quanto o
objeto que representa, a ponto, inclusive, de o dicionário sequer registrar seu significado. Este neologismo
significa “vício em gadgets” e pode ser comparado a qualquer outro vício que se conheça, com um dado
alarmante: enquanto os dependentes de outras drogas se escondem para comprá-las, este novo usuário o
faz à frente de todo mundo, às vezes – inclusive – com a aprovação dos próprios pais, que lhe oferecem “a
droga” em questão. Num país em que a população de crianças, adolescentes e jovens adultos é maioria, e
levando-se em conta a profusão de sites sedutores, apelativos e famosos, é praticamente impossível que
o indivíduo se afaste destes equipamentos sem correr o risco de ser “alienígena” em seu próprio grupo.
Tema bem atual, muito próximo do vestibulando, que certamente teria dificuldades em apresentar uma
proposta de intervenção justamente por não conhecê-la ou vivenciá-la. Sempre é bom conhecer este
assunto.

14. O consumo de drogas lícitas pelos adolescentes. As drogas lícitas (qualquer substância que
contenha álcool, nicotina, cafeína, medicamentos sem prescrição médica, anorexígenos, anabolizantes e
outros) são substâncias que podem ser produzidas, comercializadas e consumidas sem problema algum,
sendo liberadas por lei e aceitas pela sociedade, ainda que sejam danosas à saúde do indivíduo. Claro que
em se tratando de menores de idade, este consumo se torna ilegal, o que não significa que não possa
ocorrer. É neste sentido que o tema deve ser desenvolvido – propagandas, alusões charmosas ao consumo
e necessidade de inclusão em tribos urbanas são motivos que explicam esta falsa sensação de penetração
em um mundo adulto que está, na maior parte das vezes, fadado à autodestruição do indivíduo. Tema
cotidiano e muito próximo do adolescente que se prepara para fazer os exames vestibulares.

15. A questão do indígena no Brasil. É notório que a população indígena foi dizimada a partir da chegada
dos europeus à América e as tribos que ainda existem, em função do contato com o homem branco,
modificaram (ou perderam) sua identidade cultural. Por este motivo, as reservas indígenas são de extrema
importância, pois servem para a manutenção de suas culturas e garantem meios de subsistência.
De acordo com a Constituição Brasileira, é de responsabilidade do Ministério Público Federal a defesa dos
direitos indígenas, tais como a preservação da terra, a manutenção da cultura e a proteção da saúde; no
entanto, muitas vezes ocorre o inverso: vários projetos de lei suprimem ou relativizam de vez os direitos
indígenas, por iniciativa do próprio Executivo, sob a desculpa da modernidade e do progresso. Tema
polêmico, dialoga com decisões governamentais recentemente divulgadas pela mídia, e merece atenção
especial do vestibulando, que talvez não se sentisse confiante para falar sobre o assunto.

16. Censura e liberdade de expressão. Em época de politicamente correto, o que dizer das polêmicas
que têm permeado as principais páginas dos jornais? Conceitos como o da pós-verdade, exposições
controversas, posições ideológicas extremadas e conflitantes, ânimos exaltados,... parece que tudo pode
se transformar em discussão. Este é o quadro atual da última grande polêmica a dividir o dia com os
brasileiros: a arte possui limites? Ou se liberta de grilhões que a tornariam presa a regras que dificultam
sua existência? Embora a trajetória da Arte seja repleta de situações controversas, o tema não pertence a
um passado distante e pode ser comprovado em situações atuais, como as das últimas exposições
artísticas que ocorreram no país, em que a definição do conceito artístico foi colocada em dúvida. Tema
polêmico, muito atual, que propicia uma reflexão diacrônica, a ser explorada por diferentes ângulos.

17. A questão do lixo. Quando se trata de produzir lixo, o Brasil é hiperbólico graças à melhoria da
qualidade de vida; no entanto, mesmo diante de tamanha quantidade de rejeitos, ainda está muito distante
de cumprir à risca as metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em vigor desde 2010, a qual
previa, inclusive, o fim dos lixões a céu aberto em todas as cidades brasileiras, o que, efetivamente, não se
concretizou.
É sabido que o descarte equivocado de lixo urbano alimenta diversos problemas ambientais e de saúde
pública, motivo pelo qual precisa ser repensado, sobretudo a partir de políticas em que a coleta seletiva
seja não apenas difundida como, principalmente, obedecida, a partir de atitudes conjuntas entre a
população e as diferentes esferas de poder. Sempre é bom lembrar que, devido às condições sociais,
econômicas e culturais heterogêneas em um país de dimensões continentais, nada é tão simples como,
inicialmente, parece ser... Este tema promove boas relações interdisciplinares e intertextuais – vale a pena
debruçar-se sobre ele.
18. Bullying, cyberbullyng e solidão. Muitos estudantes brasileiros são vítimas de bullying – anglicismo
que se refere a atos de intimidação e violência rotineiras, física ou psicologicamente falando, geralmente
ocorridos em ambiente escolar. Especialistas, como professores e psicanalistas, defendem que pais e
escola devem estar atentos ao comportamento dos jovens e manter sempre abertos os canais de
comunicação com eles, a fim de tentar evitar os conhecidos efeitos devastadores causados em crianças e
adolescentes.
Também o governo se pronunciou: a Lei nº 13.185, de 6/11/2015, no seu 1º parágrafo afirma “No contexto
e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou
psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo,
contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima,
em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.” A classificação também inclui
ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre outros.
Este assunto, cada vez mais atual, começa silencioso e se desdobra em consequências, na maior parte
das vezes, incontroláveis, motivo pelo qual família e escola devem estar sempre atentas para sinais que
são apresentados pelos jovens. Aliás, os mesmos alertas valem para situações enfrentadas fora da escola,
inclusive no mundo virtual – os chamados casos de cyberbullying – outro assunto que merece destaque
e pode ser alvo de acaloradas discussões, tanto na mídia quanto nos exames vestibulares.
Ao vestibulando cabe a análise dos fatos, muitas vezes em benefício próprio, em função de o assunto em
questão e a sua realidade serem coincidentes – e nessa linha de raciocínio, uma pergunta que merece ser
pensada é até que ponto a tecnologia e a modernidade não são os grandes vilões, em parte responsáveis
pela solidão de uma juventude que se vê cercada por amigos virtuais, mas com dificuldades em estreitar o
contato humano. Tema atual, contundente, às vezes subjetivo – difícil de lidar.

19. Analfabetismo – BNCC

20. Mito das “princesas” – Megan

Você também pode gostar