Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MORAL
RESUMO. O presente trabalho tem o objetivo de fazer uma breve análise sobre o surgimento do
movimento do positivismo jurídico. Através de pesquisa bibliográfica se fará uma breve análise do
histórico do positivismo jurídico, a partir da leitura da obra de Norberto Bobbio “Positivismo
Jurídico”. Busca-se com esse estudo promover uma sucinta releitura do movimento e quais as
mudanças que ele trouxe com o seu surgimento. A ideia de positivismo jurídico parte da distinção
entre direito positivo e direito natural, a qual existe desde a Idade Clássica, todavia tanto nesta época
quanto na Idade Média, ambos eram considerados direito. Porém no final do século XVIII o
positivismo jurídico afasta o direito natural da categoria de direito.
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAIS E MÉTODOS
3
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apesar de serem convergentes por estabelecerem regras de conduta, tanto o direito
como a moral estão sujeitos a transformações no tempo e no espaço. A principal diferença
entre ambos estaria na forma de compulsoriedade.
O descumprimento de uma norma que seja exclusivamente moral não acarreta uma
sanção do mesmo tipo, mas a reprovação do meio social e muitas vezes a autocrítica do
próprio indivíduo, uma vez que a moral social é internalizada. Nas palavras de Reale (2010,
pág.44 e 46)
“A Moral, para realizar-se autenticamente, deve contar com a adesão dos
obrigados. Quem pratica um ato, consciente da sua moralidade, já aderiu ao
mandamento a que obedece. Se respeito meu pai, pratico um ato na plena convicção
da sua intrínseca valia, coincidindo o ditame de minha consciência com o conteúdo
da regra moral. [...] A moral é incompatível com a violência, com a força, ou seja,
com a coação, mesmo quando a força se manifesta juridicamente organizada.”
Já o direito sancionado pelo poder político é imposto de forma coativa a todos; o
descumprimento de uma norma jurídica pode conduzir ao uso legítimo da força física pelo
Estado. Nesse sentido Reale (2010, pág.48) afirma que
“Por outro lado, a coação já é em si mesma, um conceito jurídico, dando-
se a interferência da força em virtude da norma que a prevê, a qual, por sua vez,
pressupõe outra manifestação de força, e, por conseguinte, outra norma superior, e
assim, sucessivamente até se chegar a uma norma pura ou à pura coação.”
4
Segundo Glück em seu comentário sobre as diferenças entre direito natural e direito
positivo (Milão, 1888, vol.1, pp. 61 62)
O direito distingue, segundo o modo pelo qual advém à nossa consciência, em
natural e positivo. Chama se direito natural o conjunto de todas as leis, que por meio
da razão fizeram se conhecer tanto pela natureza, quanto por aquelas coisas que a
natureza humana requer como condições e meios de consecução dos próprios
objetivos. Chama se direito positivo, ao contrário, o conjunto daquelas leis que se
fundam apenas na vontade declarada de um legislador e que, por aquela declaração,
vêm a ser conhecidas. (apud Bobbio, 1995, pág. 21)
4 CONCLUSÃO
Tendo em vista que o positivismo jurídico defende concepção monista que defende a
existência de uma única ordem jurídica a qual englobaria a ordem interna do estado e a ordem
internacional, identificando o direito com o Estado, sendo este apontado como o detentor
exclusivo da monopolização da produção normativa, o direito ficaria resumido a mero
comando, desprezando-se seu conteúdo e seus fins.
7
Para esta doutrina, o direito somente é aquele posto pelo Estado a ponto de não abrir
margem à interpretação da norma legal. Deste modo, para que seja analisado se alguma lei é
pertencente ou não ao ordenamento jurídico, não se faz uso de outros sistemas normativos,
tais como moral, política, ou até ética. Além disso, ao separar a moral do direito, este não será
capaz de acompanhar as mudanças sociais deixando, desta forma, de se adaptar a elas, já que
é a própria moral que, de certa maneira, aproxima o direito da sociedade, se tornando este um
mero instrumento pelo qual as autoridades legitimarão seu poder.
Dito isto, a adoção do positivismo jurídico o qual é uma das correntes da filosofia do
direito, impõe limitações à criatividade do intérprete da lei, a quem esta corrente de
pensamento outorga o papel de simples protagonista da vontade do legislador, criando-se
desta forma, um “dever de obediência”, pois o juiz se apoia na lei, para não extrapolar suas
funções, vindo este a invadir a esfera do legislador, ao qual é outorgado o papel de criador da
legislação.
REFERÊNCIAS
DIAS, Gabriel Nogueira. Positivismo jurídico e a teoria geral do direito: na obra de Hans
Kelsen. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2010.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. Ed. – São Paulo: Atlas, 2010
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. — 27.ed. — Saõ Paulo : Saraiva, 2002.