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Sistemas Elétricos de Potência

3.2.7. Diagrama de Impedâncias e Matriz de


Admitância de um Sistema Elétrico

Professor: Dr. Raphael Augusto de Souza Benedito


E-mail:raphaelbenedito@utfpr.edu.br
disponível em: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/raphaelbenedito
Diagrama Unifilar
• Embora os Sistemas Elétricos de Potência em corrente alternada sejam
trifásicas, é comum representá-los utilizando apenas uma das fase e o
neutro (ou terra).
• Dessa forma todos os componentes (ou os mais importantes) de um
sistema elétrico são agrupados em um diagrama unifilar e
representados através de símbolos padronizados. Veja alguns
exemplos (Stevenson, 1986):
Diagrama Unifilar
• A figura a seguir mostra um exemplo de diagrama unifilar para
um sistema elétrico simples:

Fig. 1: Diagrama unifilar representando um Sistema Elétrico trifásico

Neste exemplo, temos:


- três geradores, dois aterrados através de reator e um através de resistência;
- dois transformadores, sendo T1 Y-Y aterrado e T2 Y-Δ com Y aterrado;
- uma linha de transmissão de alta tensão (por ex.: 230 KV);
- duas cargas conectadas aos barramentos de baixa tensão (por ex.: 13,8 KV);
- 9 disjuntores de potência.
Diagrama de Impedância e
Reatância
• Para efeito de cálculos e análise em Sistemas Elétricos, torna-se conveniente
apresentar o diagrama unifilar com os componentes essenciais do sistema e
suas respectivas impedâncias ou reatâncias.
• Para o sistema elétrico da fig.1, temos o seguinte diagrama unifilar dos
componentes e suas impedâncias, ou simplesmente, diagrama de impedância:

Fig. 2: Diagrama unifilar de impedância representando o Sistema Elétrico da fig. 1


Diagrama de Impedância e
Reatância
• Em estudos de curto-circuito, por exemplo, costuma-se desprezar as
resistências dos componentes do SEP, acarretando num diagrama
unifilar de reatâncias. Além disso, caso o valor das admitâncias ou
susceptâncias em derivação (shunt) de linhas de transmissão ou trafos
sejam relativamente pequenos, estas podem ser desprezadas também.
• Para o diagrama unifilar da figura 1 ou figura 2, temos o seguinte
diagrama unifilar de reatância (desprezando todas as resistências e
admitâncias shunt):

Fig. 3: Diagrama unifilar de reatância representando o Sistema Elétrico da fig. 1


Diagrama de Impedância e
Reatância
Exercício: Um gerador trifásico de 300 MVA, 20KV, tem uma reatância sub-
transitória de 20%. O gerador alimenta 2 motores síncronos através de uma linha de
transmissão de 64 km, tendo transformadores em ambas as extremidades, como
mostra o diagrama unifilar da figura 4. Os motores, todos de 13,2 kV, estão
representados por dois motores equivalentes. As entradas nominais para os motores
são 200 MVA para M1 e 100 MVA para M2. Para ambos os motores X’’ = 20%. O
trafo trifásico T1, 350 MVA, 230/20 kV, apresenta reatância de 10%. O trafo T2
(composto de 3 trafos monofásicos cada um de 100 MVA, 127/13,2 kV) apresenta
potência nominal de 300 MVA, tensões nominais de 220/13,2 kV e reatância de 10%.
A linha de transmissão apresenta reatância de 0,5 Ohm/km.
Obtenha o diagrama de reatâncias com todas as reatâncias assinaladas em p.u.,
considerando os valores nominais do gerador como base deste circuito.

Fig. 4: Diagrama unifilar o Sistema Elétrico do exercício acima


Diagrama de Impedância e
Reatância
Resposta: Veja o diagrama de reatâncias abaixo.

Fig. 5: Diagrama de reatância


Diagrama de Impedância e
Reatância
Exercício: Em regime permanente, se os motores M1 e M2 do exercício
anterior tiverem entradas de 120 e 60 MVA, respectivamente, com tensão
de 13,2 kV, e ambos operarem com fator de potência unitário, determine:
a) a tensão fasorial fase-terra em p.u. em um dos terminais do gerador;
b) a tensão eficaz de linha nos terminais do gerador (em p.u. e em Volts).

Observação: em regime permanente a reatância sub-transitória do gerador


não é considerada nos cálculos; considere os mesmos valores de base do
exercício anterior

Resposta: a) 0,5673|13,23º pu; b) 0,9826 pu e 19,652 kV


Matriz de Admitância de um
Sistema Elétrico
• A determinação da matriz de admitância nodal (Y) da rede tem grande
importância para os cálculos de rede elétrica em Sistemas de Potência.

• A matriz Y relaciona as tensões elétricas nodais com as correntes


elétricas injetadas ao sistema através de geradores (Lei de Kirchhoff
das Correntes):

sendo:
– I é o vetor de injeção de corrente na rede por fontes independentes (N x 1);
– V é o vetor de tensão nodal, desconsiderando a barra de referência (N x 1);
– Y é a matriz de Admitância nodal ou de admitância de barra (N x N);
– N é o número de barras ou nós da rede.
• Outra forma de relacionar as tensões e correntes elétricas de uma rede
é através da matriz de Impedância da rede:

sendo
Matriz de Admitância de um
Sistema Elétrico
Construção da matriz de Admitância para uma Rede Elétrica

Fig. 6: Diagrama unifilar de impedância (reatância) de uma Rede Elétrica


Matriz de Admitância de um
Sistema Elétrico
Construção da matriz de Admitância para uma Rede Elétrica

Fig. 7: Equivalência entre os Diagramas de Impedância e Admitância unifilar


da Rede Elétrica da figura 6
Matriz de Admitância de um
Sistema Elétrico

Construção da matriz de Admitância para uma Rede Elétrica

- Elementos fora da diagonal principal:

- Elementos da diagonal principal:


sendo:
Ωk o conjunto que engloba as barras adjacentes à barra k;
a admitância de possíveis elementos ligados na barra k e o
nó terra;
a admitância de elementos em derivação (susceptância
capacitiva da linha).
Matriz de Admitância de um
Sistema Elétrico

Construção da matriz de Admitância para uma Rede Elétrica

Para a rede elétrica da figura 7, a matriz de Admitância fica:

Exercício: Encontre as tensões nodais da rede da figura 7


Matriz de Admitância de um
Sistema Elétrico

resposta:
Redução de Redes Elétricas

• Nas diversas análises de Sistemas Elétricos de Potência é


comum utilizar técnicas de “redução” de redes elétricas para
efetuar a análise desejada numa pequena porção da rede.

• Entretanto, tais porções da rede devem levar em conta o efeito


elétrico do restante do sistema conectado, assim como o
equivalente de Thevenin (ou Norton).

• Dentre as técnicas mais utilizadas de redução (ou de


equivalentes) de redes em Sistemas Elétricos em regime
permanente, pode-se destacar:

• Método de Eliminação de Gauss (MEG);


• Equivalente Ward (linear, não linear, estendido);
• Redução de Kron (ou Gauss em blocos).
Redução de Redes Elétricas
Redução de Kron
• Este método é muito utilizado para “eliminar” barras dos
sistemas com injeção de corrente nula (ou nós passivos), isto é,
barras que:
– estejam conectadas à cargas representadas como impedância.
– não estejam conectadas à fontes geradoras.

• O método pode ser aplicado eliminando-se nó por nó (como o


MEG):
– Assim, para uma matriz quadrada (n x n), o k-ésimo nó pode ser
eliminado recalculando (ou substituindo) os demais elementos das outras
“n – 1” linhas e colunas através do seguinte processo:

Para i = 1,.., k-1, k+1,..., n e para j = 1,.., k-1, k+1,..., n .


Redução de Redes Elétricas
Redução de Kron
• Este método é muito utilizado para “eliminar” barras dos
sistemas com injeção de corrente nula (ou nós passivos), isto é,
barras que:
– estejam conectadas à cargas representadas como impedância.
– não estejam conectadas à fontes geradoras.

• Ou ainda, em forma matricial eliminando vários nós (em bloco):


– Assim, para uma matriz quadrada (n x n), vários nós podem ser
eliminados em bloco recalculando os demais elementos do bloco a ser
reduzido;
– Por exemplo, para a matriz Y abaixo, pode-se reduzi-la aos primeiros “m”
nós da seguinte forma :
Redução de Redes Elétricas

Exercício 1: Para a matriz Y abaixo, elimine a barra 4, isto é,


reduza a rede aos três primeiros nós dessa rede.

Resultado:
Redução de Redes Elétricas

Exercício 2: Para a matriz Y abaixo, elimine as barras 4, 5 e 6,


isto é, reduza a rede aos três primeiros nós dessa rede.

Resultado:
Referências Bibliográficas

[1] MONTICELLI, A. J.; GARCIA, A. Introdução a Sistemas de


Energia Elétrica. Editora UNICAMP, 1ª. Edição, Campinas, 2003.

[2] STEVENSON, W. D. Elementos de Análise de Sistemas de


Potência. 2ª ed. Editora MacGraw-Hill do Brasil. São Paulo.1986.

[3] FUCHS, RUBENS DARIO. Transmissão de Energia Elétrica:


linhas aéreas; teoria das linhas em regime permanente. 2ª. Edição;
Editora Livros Técnicos e Científicos, Rio de janeiro, 1979.

[4] ZANETTA Jr., LUIZ CERA. Fundamentos de Sistemas Elétricos


de Potência. 1ª. Edição; Editora Livraria da Física, São Paulo, 2005.

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