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Revisão FHII – Prova 2.

1. Explique o que é poder constituinte originário. O que é vedação ao retrocesso? Essa


vedação coloca limites ao poder constituinte originário? Explique.

R= Poder originário/ Primário ou de 1º Grau é o poder para criar a 1ª ou 1 nova constituição.


É ilimitado, incondicional, inicial, soberano e autônomo, ou seja, pode tudo. Sua limitação
está na vedação ao retrocesso ou efeito cliquet, no qual direitos previstos em tratados
internacionais de direitos humanos assinados pelo Brasil não podem ser abolidos por novas
constituições.

2. Quais são as espécies do poder constituinte derivado? Explique cada uma delas.

R= O poder constituinte derivativo possui três espécies: Derivado de Revisão; Derivado de


Emenda Blindada de Reforma; Derivado de Decorrente.

Derivado de Revisão - Art. 3º ADTC (Ato de Disposições Constitucionais Transitórias) - prevê


que 5 anos após promulgar a Constituição Federal 88, poderá ser toda revista por maioria
absoluta do Congresso Nacional em sessão unicameral.

Derivado de Emenda Blindada de Reforma – Permite mudanças na constituição, desde que


previstas no art.60, Constituição Federal, sendo aprovada por 3/5 dos deputados e
senadores, portanto 2 casas e em 2 turnos no Congresso Nacional.

Derivado de Decorrente – Poder dos entes federais de fazerem suas próprias constituições.
Art. 25 – Estado - Constituição Estadual; Art. 29 – Municipal – Lei Orgânica; Art. 32 – Distrito
Federal – Lei Orgânica.

3. Quais os limites para o poder constituinte derivado? Explique cada um deles. O art.
60, § 4º, I, II, III e IV, da Constituição da República Federativa do Brasil é um desses
limites? Qual?

R= Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - De\ um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do


Senado Federal;

II - Do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - A forma federativa de Estado;

II - O voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;


IV - os direitos e garantias individuais.

Os limites para o poder constituinte derivado são:

Materiais - Cláusulas pétreas - podem ser explícitas = art.60, 34º, CF – ou implícitas =


art. 127, art. 142, CF.

Formais - 3/5 - 2 Turnos, 2C, 2CN (Formal porque só pode ser feito por esse
procedimento as emendas constitucionais).

Circunstanciais - Intervenção Federal, Estado de sítio e Estado de defesa.

O art. 60, § 4º, I, II, III e IV configura um limite material, trata-se de cláusulas pétreas.

4. A recepção, a desconstitucionalização e a repristinação são fenômenos que


decorrem de uma nova constituição. Explique cada um deles.

R= Recepção - Toda legislação infraconstitucional materialmente compatível com a nova


ordem constitucional é recepcionada por ela. A legislação que contraria a nova constituição
apenas formalmente, sempre é recepcionada por ela.

Desconstitucionalização - 1 artigo de 1 constituição anterior continua valendo sob a nova


Constituição, mas perde seu “status” Constitucional.

Repristinação - Ressureição de leis em uma nova constituição. No Brasil vale, apenas, em


matéria infraconstitucional.

5. Admite-se o fenômeno da recepção no Brasil. Apresente ao menos uma situação.

R= Código Tributário Nacional 5172 foi apresentado como lei ordinária, ou seja, uma espécie
normativa diferente da prevista na constituição nesse caso, mas a CF88 dá a ela o “status” de
lei complementar. Há uma incompatibilidade formal e, pelo princípio da recepção, a
legislação que contraria formalmente a Constituição é recepcionada por ela.

6. Quando a repristinação é admitida no Brasil? Dê exemplos.

A Repristinação é admitida no Brasil, apenas, em matéria infraconstitucional, segundo p art.2


a Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro no qual só são permitidas se forem
expressas e não tacitamente.

Exemplo de Repristinação ocorreu no Estado do Rio de Janeiro. O Regulamento Disciplinar


para a PMERJ, DECRETO Nº 6.579 DE 05 DE MARÇO DE 1983 teve efeito repristinatório.
Havia sido revogado pelo DECRETO Nº 31.739 DE 28 DE AGOSTO DE 2002 e posteriormente,
foi ressuscitado. O decreto mencionado foi revogado pelo DECRETO Nº 32.667 DE 22 DE
JANEIRO DE 2003 e expressamente determinou a repristinação do RDPMERJ anterior.
7. Diferencie normas constitucionais de eficácia plena, contida e limitada, dando
exemplos de cada uma delas.

R= Normas Constitucionais de Eficácia Plena – Produz os seus efeitos imediatamente.

Ex.: Art.13, Constituição Federal – A língua portuguesa é o idioma oficial da Repúblicac


Federativa do Brasil.

Ex2.:Art. 18, § 1º, CF = Brasília é a capital federal do país.

Normas Constitucionais de Eficácia Contida – Produz os seus efeitos imediatamente, mas


esses efeitos poderão ser restringidos por norma superveniente (posteriormente).

Ex.: Art. 5, XIII, STF = Decidiu que o exame da ordem é constitucional.

Normas Constitucionais de Eficácia Limitada - Não produzem efeitos até que sejam
regulamentadas.

Ex.: Imposto sobre grandes fortunas = Está previsto na constituição, mas não foi formalizado
seu efeito;

Ex2.: Art. 37, VII, CF = Direito de greve e livre associação sindical dos servidores públicos. O
STF, por sua vez, regulamentou a lei para ter efeitos concretos: Aplicou a lei do direto de
greve dos trabalhadores privados ao servidor público, naquilo que couber.

8. O que é o princípio da reserva do possível. Explique.

R= A teoria da reserva do possível surge no Direito como uma forma de limitar a atuação do
Estado no âmbito da efetivação de direitos sociais e fundamentais, afastando o direito
constitucional de interesse privado e prezando pelo direito da maioria. Nesse caso o
judiciário se sobrepõe aos outros poderes na implementação de políticas públicas (Ativismo
judicial)

9. O que é bloco de constitucionalidade? Quais são as normas incluídas neste bloco.

R = Bloco de constitucionalidade consiste no conjunto de normas que funcionam como


parâmetro para a realização do controle de constitucionalidade, isto é, que servem para o
confronto de aferição de constitucionalidade das demais normas que integram o
Ordenamento Jurídico. Nesse bloco, apenas as normas que servem de parâmetro (referência)
fazem parte. É o caso da C.F; Tratados Internacionais de Direitos Humanos que estão
previstos no art. 5º, §3, C.F; 6 Emendas Constitucionais de Revisão; 99 Emendas
Constitucionais e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (Preâmbulo não faz
parte).

10. Um tratado internacional sobre direitos humanos incorporado segundo o processo


previsto no art. 5º, § 2º, CF pertence a que hierarquia no ordenamento jurídico
brasileiro? Explique.
R= A luz do art. 5º, § 2º, CF, os direitos e garantias expressos na Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Trata-se de
normas supralegais, no qual os tratados internacionais de direitos humanos são
internalizados de forma ordinária pelo Congresso Nacional.

11. Um tratado internacional sobre direitos humanos incorporado segundo o processo


previsto no art. 5º, § 3º, CF pertence a que hierarquia no ordenamento jurídico
brasileiro? Explique.

R= A luz do art. 5º, § 2º, CF, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas à Constituição

12. Os termos? Sobre a proteção de Deus? previsto no preâmbulo da Constituição


Federativa do Brasil são de repetição obrigatória nas Constituições Estaduais. Qual é a
função do preâmbulo?

R= Invocação da proteção de Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na


Constituição estadual, não tendo força normativa. O preâmbulo é um texto introdutório,
uma espécie de apresentação. preâmbulo tem por finalidade retratar os principais objetivos
do Texto Constitucional, enunciando os princípios constitucionais mais valiosos, assim como
as ideias essenciais que alimentaram o processo de criação da Constituição. Invocando a
metáfora de um livro, e comparando-o a uma Constituição, podemos dizer que o preâmbulo
seria uma espécie de prefácio, já que explica a essência dos pontos centrais do Texto
principal.

13. Segundo o critério do conteúdo, classifique as constituições explicando cada


categoria.

R = Quanto ao conteúdo:

Constituição Material - Prevê a organização política dos estados + direitos e garantias.

Constituição Formal – Trata de muitos assuntos, tudo que está na constituição além da
organização política dos estados + direitos e garantias.

14. Segundo o critério da forma, classifique as constituições explicando cada categoria.

R = Quanto à forma:

Costumeira – Não está em 1 texto único e parte dela nem é escrita.

Escrita - Constituição escrita em 1 texto única.

15. Segundo o critério da estabilidade, classifique as constituições explicando cada


categoria.

R = Quanto à estabilidade:
Poder ser flexível, rígidas, imutáveis (históricas); * Super rígidas (Ministro Alexandre de
Moraes).

16. Segundo o critério de elaboração, classifique as constituições explicando cada


categoria.

R= Quanto à Elaboração:

Históricas - construídas ao longo do tempo (Ex.: Continente Europeu que tem uma vasta
história).

Dogmáticas - Feita de 1 vez por uma assembleia de representantes.

17. Segundo o critério de origem, classifique as constituições explicando cada


categoria.

R = Quanto à origem:

Outorgadas – Aprovadas em 1 regime autoritário.

Promulgadas – Aprovada por 1 assembleia eleita pelo povo.

18. Segundo o critério da extensão e finalidade, classifique as constituições explicando


cada categoria.

R= Quanto à extensão e finalidade:

Constituição analítica - detalham a organização do Estado e várias outras temáticas


consideradas relevantes naquela sociedade.

Constituição Sintética - Contém só os princípios gerais.

Constituição Dirigente – Constitucionaliza até o programa de governo.

19. Segundo os critérios do conteúdo, formal, estabilidade, elaboração, origem e


extensão e finalidade, classifique a Constituição da República Federativa do Brasil.

R=A constituição da República Federativa do Brasil é formal, escrita, rígida, dogmática,


promulgada e analítica.

20. O que é o controle de constitucionalidade? Quais seus fundamentos.

R= É uma análise vertical comparativa das normas infraconstitucionais relativamente ao


bloco de constitucionalidade. O Controle de constitucionalidade caracteriza-se como um
mecanismo de correção presente em determinado ordenamento jurídico, consistindo em um
sistema de verificação da conformidade de um ato (lei, decreto) em relação à Constituição.
Seus Fundamentos são: supremacia da constituição e o rito de votação (2/3, ou seja, maioria
qualificada; 2 turnos; 2 casas.

21. Quais ao tipo de inconstitucionalidade alegada, quais as espécies de


inconstitucionalidades existentes? Explique cada uma delas.
R= Há três tipos de inconstitucionalidade:

1 – Por Ação: formal – foi violado um procedimento previsto na constituição federal (nesse
caso, toda a lei é declarada inconstitucional) e pode ser por:

A) Iniciativa Reservada = autoridade não é a competente para propor a PEC

B) Sistema de Votação = Viola-se a regra de quórum de aprovação do processo.

C) Espécie Normativa = Se é aprovada apenas por 1 espécie normativa, não poderá ser a
matéria vinculada por outra espécie.

2 – Material: Violado 1 direito previsto na constituição. Ex.: Art. 5, L, CF. (Pode declarar a lei
inconstitucional totalmente ou parte dela.

3 - Omissão: Norma Constitucional de eficácia limitada pendente de regulamentação que


não foi feita pelo Congresso Nacional.

22. Quanto ao momento em que ocorre, quais as espécies de inconstitucionalidades


existentes. Explique cada uma delas, dizendo quando cada um dos poderes faz uso das
mesmas

R = Quanto ao momento o controle pode ser:

1 – Preventivo (PEC, PL) -

No caso do Poder Legislativo – CCJ – Faz controle preventivo de constitucionalidade.

No caso do Poder Executivo (PL) - Sanção ou veto. O veto por sua vez pode ser político (fere
o interesse público) ou jurídico (fere a CF – apenas esse é de controle de
constitucionalidade).

No caso do Poder Jurídico (exceção - nunca age de ofício) - Por provocação de parlamentar
federal em mandado de segurança que fere o devido processo legislativo.

2 – Repressivo (EC, Lei) - Poder Judiciário

Pode exercer o controle de constitucionalidade de forma difusa ou concentrada (abstrata).

No caso difuso, estamos tratando modelo norte-americano, onde o pedido para declarar a
lei inconstitucional é incidental (acessório/ secundário) e pode vir em qualquer ação (A.O,
N.S, etc.) ou recurso. Nesse caso o foro competente é qualquer juiz com competência para
aquela ação. Seu efeito é apenas interpartes, mas pode ser encaminhada para o Senado
Federal (art;52,X,CF) para que o efeito seja transformado em erga omines (válido para todos).
A autoria da ação pode ser feita por qualquer pessoa.

Já o caso concentrado ou abstrato, trata-se do modelo austríaco, onde o podido para


declarar a lei inconstitucional é ´principal (não há ações típicas de controle de
constitucionalidade nesses casos – por isso abstrato). Seu foro competente: STF no caso de
lei/ato federal da C.F ou TJ no caso de lei estadual da C.E. Seu efeito é erga omines,
vinculante e externa (retroativo). Contudo pode haver modulação do efeito transformando o
efeito retroativo em irretroativo. A autoria da ação está prevista no art. 103, CF (P.G.R)
23. Quais as vedações ao federalismo brasileiro?

R= Vedação ao Federalismo – Art. 19, CF

I – O Estado é laico, leigo ou não confessional/ Não pode dar preferência a nenhuma
religião.

II – Nenhum estado pode deixar de dar fé pública a documentos emitidos em outros


estados.

III - Não pode haver discriminação entre nacionais. Ex.: estatuto de Igualdade Racional – Lei
12.288.

24. Quais os tipos de competências constitucionais possuímos? Explique cada uma


delas.

R=As competências Constitucionais são divididas em dois grandes mecanismos: Mecanismo


de gestão/administração/ material e mecanismo formal.

No caso do mecanismo de gestão/administração/material, há criação de órgãos e


cumprimento das leis. De acordo com isso temos as sseguintes competências
constitucionais:

• Competência exclusiva - União art. 21, CF. Ex.: organizar serviços de correio; emissão
de moedas.
• Competência comum – De todos os entes. Art. 23, CF Ex.: saúde e assistência pública;
proteção da fauna/flora/florestas/meio ambiente; segurança alimentar e
agronegócio.

Já no mecanismo formal, temos a elaboração das leis/legislativo. Dessa forma, temos as


competências:

• Competência exclusiva - União art. 21, CF. Cria leis de anistia para crimes políticos.
• Competência privativa - União art. 22, CF. Delegação pode ser feita por Lei
Complementar pelo Congresso Nacional (compete a União legislar sobre: Direito civil,
comercial, penal, eleitoral, trabalhista, processual, agrário, aloco espacial, marítimo,
especial.
• Competência Concorrente – art. 24, CF. Trata do direito urbanístico, direito
econômico, direito financeiro, direito tributário. Funciona da seginte maneira:

= União cria normas gerais.

= estados suplementam naquilo que couber.

= Se não há norma geral, os estados mantêm competências plenas para legislar sobre
essas matérias.
= Se supervenientemente ou posteriormente criada das normas gerais pela União, tudo
o que for contrário a ela deverá ser suprimida.

• Competência local - municípios art. 30, CF.

= Horário de funcionamento do comércio local,

= Tempo de fila em banco,

= Não pode estabelecer horário de funcionamento do sistema bancário.

• Competência Cumulativa – Distrito federal – Legisla sobre matéria estadual e


municipal. Previsto no art. 32, CF.
• Competência Residual – estados. Art. 25, CF.

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.

§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por
esta Constituição.

§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços


locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a
sua regulamentação.

§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões


metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos
de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de
funções públicas de interesse comum.

25. O que é o estado de intervenção federal? Quando ele ocorre e qual seu
procedimento?

R= A intervenção federal é uma intervenção da União que pode ser típica/ comum
(intervenção da União em 1 estado da federação) ou atípica/ anômala (intervenção da União
nos munícipios do territorial). A intervenção não tem prazo e está prevista no art. 34,35 e 36,
CF e pode ser de três tipos:

1. Ofício - art. 34, I, II, III, V.


2. Por solicitação dos poderes daquele ente da federação - art. 84, IV.
3. Requisição judicial – art. 34, VI, VII.

A intervenção Federal, ou estadual, será decretada pelo Presidente da República, ou


Governador de estado, dependendo da autorização e apreciação do Congresso Nacional, ou
Assembleia Legislativa, no prazo de 24 (vinte e quatro horas). O decreto de intervenção,
apresentará o prazo, as condições da execução e a amplitude da intervenção, especificando-
as, da mesma maneira que poderá nomear interventor (art. 36 da CRFB/88).
No caso de grave risco ao livre exercício dos Poderes da Federação, dependerá de solicitação
da intervenção pelo Poder Afetado; entretanto, caso seja o judiciário o poder afetado, caberá
a este requisitar ao Supremo Tribunal Federal a intervenção Federal (art. 36 da CRFB/88).

Se ocorrer descumprimento de determinação judicial, a Tribunal Superior (exceto STM e TST)


que teve sua decisão rechaçada, dependerá de requisição de intervenção federal para
garantir a fiel execução da determinação.

O decreto de intervenção federal poderá afastar autoridades administrativas de seus cargos


e suprimir a autonomia administrativa do estado membro, ou município, o que pode ser
considerado estado de exceção no que concerne aos direitos da administração pública. Por
sua vez, o decreto de intervenção Federal não poderá suprimir qualquer direito civil inerente
ao cidadão brasileiro.

Quando os motivos que originaram o decreto de intervenção Federal tenham findados, o


estado membro ou município recuperará sua autonomia e as autoridades afastadas
retornarão a seus cargos, salvo por impedimento legal.

26. O que é o estado de defesa? Quando ele ocorre e qual seu procedimento? Quais
direitos podem sofrer restrição neste caso?

R = Estado de defesa é um mecanismo para preservar ou prontamente restabelecer, em


locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social e iminente instabilidade
institucional (ou em casos de calamidade pública). Seu prazo é de 30 dias podendo ser
prorrogado por mais 30 dias e está previsto no art. 136, 140 e 141, CF. Os direitos que
podem ser suprimidos durante a declaração de estado de defesa são:

• Direito de Reunião
• Sigilo da correspondência, comunicação telegráfica e telefônica.

Antes de sua decretação, deve ser ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional (vale ressaltar que esses órgãos são meramente consultivos, não estando o
Presidente obrigado a adotar seus pareceres).

No que se refere aos procedimentos, o Estado de Defesa é de competência do Presidente da


República, que o aciona mediante Decreto Presidencial. Esse decreto deve, obrigatoriamente,
prever:

• O prazo de duração (garantindo sua temporariedade);


• A área abrangida (obrigatoriamente um local restrito e determinado);
• As medidas coercitivas adotadas

Uma vez emitido o Decreto Presidencial, o Presidente deve enviar o ato, juntamente com
suas justificativas, ao Congresso Nacional, no prazo de 24 horas. Caso o Congresso esteja em
recesso, será convocado em um prazo de 05 dias, tendo um prazo de 10 dias para analisar a
decisão presidencial.
Dessa forma, restam duas possibilidades: se o Congresso rejeitar a decisão, o Estado de
Defesa será imediatamente interrompido; caso aprove, por maioria absoluta, deverá
permanecer em funcionamento até que se encerre o Estado de Exceção.

27. O que é o estado de sítio? Quando ele ocorre? Qual seu procedimento.

R = Estado de sítio está previsto no art. 137, 140, 141, CF e ocorre nos casos de grave
repercussão nacional. Geralmente está associado a ineficiência do estado de defesa (tendo
um prazo de 30 dias podendo ser prorrogado por mais 30 dias) e a declaração de guerra ou
ameaça/ ataques de grupos estrangeiros (não tem prazo).

No caso do inciso I, em que a motivação para sua decretação foi comoção grave de
repercussão nacional ou a existência de fatos que comprovem a ineficácia de medida
tomada durante o Estado de Defesa, o prazo inicial previsto é de não mais que 30 dias
(similar ao do Estado de Defesa). Neste caso, a diferença reside na inexistência de limite para
a quantidade de prorrogações, que devem ser feitas por igual prazo, até a normalização da
situação.

Por sua vez, no caso do inciso II, em que haja estado de guerra ou resposta a agressão
armada estrangeira, o Estado de Sítio poderá durar enquanto perdurar a guerra ou agressão.
Dessa forma, considerando que não seria possível antecipar a duração do conflito, o Decreto
Presidencial não precisaria dizer seu prazo. Por outro lado, o Estado de Sítio continua sendo
temporário e tendo seu prazo determinado, ainda que impreciso.

No que se refere aos procedimentos, o Estado de Sítio também é acionado por Decreto
Presidencial, que deve prever: o prazo de duração; as normas necessárias para sua execução;
e as garantias constitucionais que ficarão suspensas.

Diferentemente do que ocorre no Estado de Defesa, a CF/88 determina que o Congresso


deve ser consultado previamente. Caso esteja em recesso, será convocado em um prazo de
05 dias. Dessa forma, restam duas possibilidades: se o Congresso rejeitar a decisão, o Estado
de Sítio não entrará em vigor; caso aprove, por maioria absoluta, deverá permanecer em
funcionamento até que se encerre o Estado de Exceção.

28. Como são eleitos os deputados federais (sistema eleitoral)? Quem eles
representam?

R= São eleitos através do sistema proporcional de votos para mandatos de 4 anos (8-70
deputados por estado). Os deputados federais representam o povo.

29. Como são eleitos os senadores federais? Quem eles representam?

R= São eleitos pelo sistema majoritário de votos para mandatos de 8 anos (3 senadores).
Dessa forma, em uma eleição renovam 1/3 da casa e na outra 2/3. Representam p estado.
30. Diferencie sessão legislativa de legislatura.

R= Sessão legislativa se refere aos períodos em que a câmara está funcionando, ou seja, o
calendário para tratar das PL, PEC e MP antes do recesso. É o período anual, em que o
Congresso se reúne anualmente, com início em 02 de fevereiro e recesso a partir de 17.07,
com retorno em 01.08 e encerramento em 22.12. Já legislatura é o tempo de duração do
mandato (no caso, 4 anos).

31. Quais são as imunidades parlamentares? Explique cada uma delas e a quem se
aplica.

R= A imunidade parlamentar pode ser:

• Imunidade absoluta – Parlamentares não cometem os crimes contra a honra nas suas
opiniões, palavras e votos – Conhecido como Decoro Parlamentar.
• Imunidade Relativa - Suspensão da opinião ou do processo por maioria absoluta dos
membros da casa daquele parlamentar. (Exceto nos casos de flagrante de crime
inafiançável - tortura, terrorismo, tráfico de drogas, racismo, discriminação de direitos
e liberdades fundamentais).

Essas imunidades são aplicadas a deputados federais, estaduais e distritais.

32. O que é a Comissão Parlamentar de Inquérito?

R = CPI são poderes investigativos para analisar 1 ato específico. Podem fazer quebra de
sigilo telefônico, bancário e fiscal.

33. Como são eleitos os chefes do executivo de municípios?

R = São eleitos através do voto direito, com maioria absoluta dos votos, para um mandato
de quatro anos. Cada município, além de cumprir o que é previsto na Constituição Federal e
na Estadual, deve governar conforme a Lei Orgânica Municipal (que é a lei maior do
município). As leis municipais são elaboradas pelo Executivo municipal, na Câmara de
vereadores.

34. Qual é a ordem de sucessão presidencial?

R = Presidente da República -> Vice-presidente da República -> Presidente da Câmara dos


Deputados -> Presidente do Senado Federal -> Presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF).

35. Há eleição indireta para presidente da república no país? Explique.

R= Há eleições indiretas no país em casos excepcionais. Se o presidente for impedido e o


vice não tiver condições de governar, ou um impedimento da chapa nos 2 últimos anos do
mandato, haverá 30 dias de última vacância e será feita eleição indireta no Congresso
Nacional para um mandato tampão.

36. Explique o processo de impeachment (impedimento)


R= O processo de impedimento ou impeachment ocorre quando há crimes de
responsabilidade, ou seja, ilícito político administrativo que ocorre em razão do cargo. O
impeachment foi institucionalizado pela lei 1079/1950 e ocorre em duas fases.

1ª - Juízo de admissibilidade feita pela câmara dos deputados que julgam a autoria e a
materialidade do processo

2ª - Julgamento feito pelo Senado federal presidido pelo presidente do STF, devendo ter
maioria qualificada para ser aprovado 2/3 da casa.

37. Quanto ao poder judiciário, a justiça se divide em jurisdição comum e


especializada. Explique.

R= A jurisdição especializada trata das justiças específicas que há em nosso país. No nosso
caso, temos: Justiça Eleitoral, Justiça Militar e Justiça do Trabalho.

Já a jurisdição comum trata da Justiça Federal (parte da União, suas autarquias, fundações,
ou empresas públicas) e as Justiças Estaduais que tratam de todos os outros processos
corriqueiros no país (maior parte dos processos).

38. Quais as garantias constitucionais dos magistrados e membros do Ministério


Público? Explique cada uma delas

R= As garantias são:

• Vitaliciedade – 2 anos de efetivo exercício no cargo e só perde se for condenado em


processo judicial.
• Inamovibilidade –Não pode ser afastado das suas atividades sem seu consentimento
e se não houver interesse público.
• Irredutibilidade dos subsídios - Salvo obrigação legal ou constitucional.

Essas garantias garantem a independência dos magistérios públicos.

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