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Introdução

Nas indústrias de separação de suspensões sólidas, a filtração é uma técnica recorrente para obtenção
de, basicamente, duas porções: uma enriquecida em componentes sólidos e a outra enriquecida com a fração
líquida. Tal técnica é um método de separação mecânica, na qual a suspensão se move através do leito
poroso estacionário quando aplicada uma força propulsora, geralmente, uma diferença de pressão.

Com isso, no momento de realização da filtração, a suspensão é forçada a atravessar um leito poroso,
que permite a passagem da fração líquida, denominada de filtrado, e retenção das partículas sólidas, referida
como torta de filtração. Deste modo, à medida que a filtração sucede, a espessura da torta aumenta e,
consequentemente, aumenta a resistência do meio filtrante. Neste caso, a torta de filtração funciona como o
real leito poroso responsável pela separação da suspensão.

Tais tortas podem ser classificadas como incompressíveis, cujo comportamento confere uma menor
resistência ao escoamento, ou como compressíveis, cujo comportamento apresenta uma compressibilidade
maior e maior resistência ao escoamento. Para evitar tal situação, são utilizados sólidos auxiliares de
filtração, como terra diatomácea ou polpa de celulose, que promovem um aumento da porosidade e
diminuem a compressibilidade da torta.

Os principais campos de aplicação da filtração compreendem: a separação de partículas sólidas


consideravelmente puras de suspensões diluídas; a retirada de líquido de uma lama espessa e; obtenção de
líquido clarificado em uma suspensão com poucos sólidos. Portanto, dada a diversidade de aplicações, a
escolha do filtro adequado dependerá de critérios associados à suspensão, às características da torta, ao
filtrado, bem como, ao regime de operação, à força propulsora e aos detalhes construtivos, devendo se
atentar ainda aos requisitos de operação e do custo total.

Neste contexto, devida à construção simples, robusta e econômica, o filtro prensa de placas e quadros
é um tipo de filtro comumente empregado na indústria química. Ele é constituído por um conjunto de placas
quadradas justapostas e dispostas firmemente umas contra as outras, por meio de um parafuso ou sistema
hidráulico, como mostra a Figura 1.

Figura 1: filtro prensa de placas e quadros.[1]


Neste filtro, utiliza-se ainda de um meio filtrante, geralmente, um tecido envolto em uma das placas, para
permitir a filtração da suspensão.

Objetivo

Através do embasamento teórico, compreender a prática de filtração e interpretar os resultados obtidos


experimentalmente em uma operação descontínua de filtração a partir de um filtro prensa de placas e
quadros.

Materiais e metodologia

Os materiais demandados para a realização da prática encontram-se listados adiante:

● Provetas;
● Béqueres;
● Cronômetro;
● Instalação experimental (Figura 2);
● Carbonato de cálcio: 1 kg;
● Terra de infusório: 0,5 kg;
● Estufa para secagem;
● Balança;
● Placa petri.

Para compreender como o processo de filtração se desenvolve, dispondo da representação


esquemática da instalação experimental contida na Figura 2, as etapas seguintes foram implementadas:
inicialmente, realizou-se a limpeza do sistema. Para tanto, encheu-se o tanque de realimentação com 40
litros de água, e bombeando o líquido a partir de uma bomba centrífuga, foi averiguada a circulação da água
ao abrir a válvula de recirculação. O mesmo processo de averiguação foi feito para a região em contanto
com as placas, então fechou-se lentamente a válvula de recirculação e abriu-se a válvula de regulação de
pressão.
Figura 2: esquematização da instalação experimental[2].

Feito isso, constatada a circulação de água por ambos as tubulações, fechou-se a válvula de
regulagem de pressão enquanto que a válvula de recirculação foi aberta. Na segunda etapa, foram realizadas
as operações para conhecimento da resistência do meio filtrante. Deste modo, utilizando ainda de água como
fluido de alimentação, foram coletadas, em triplicatas, volumes de filtrado em função do tempo, para as
pressões de 0.1, 0.2 e 0.3 bar.

E, por fim, na terceira etapa, substituiu-se o fluido de alimentação para uma suspensão contendo
carbonato de cálcio e terra de infusório. Nesta etapa, a pressão regulada foi mantida em 0,5 bar. As medidas
de volume por tempo correspondente foram mantidas, porém além desse tempo, media-se agora o tempo de
experimento, ou seja, o tempo decorrido para a realização da prática. Ao fim da prática, o sistema é
desligado e limpo, e a torta úmida obtida é pesada e após três é feita a mesma pesagem, agora considerando
a torta seca.

Resultados e discussão

A partir dos dados brutos obtidos experimentalmente, foi possível realizar os cálculos para
conhecimento dos parâmetros que concernem à filtração. Desta forma, os dados referentes ao cálculo para
conhecimento da resistência do meio filtrante encontram-se na Tabela 1:

Tabela 1: dados obtidos para o cálculo da


resistência do meio filtrante
Q (l/s) ΔP (bar) Q (m3/s) ΔP (atm)
0,0757 0,1 0,0000757 0,0987
0,1132 0,2 0,0001132 0,197
0,1633 0,3 0,0001633 0,296
Usando-se desses valores, é possível o cálculo da resistência do meio filtrante considerando a
equação seguinte:

1 𝑑𝑉 ∆𝑃
= (equação 1)
𝐴 𝑑𝑡 𝜇𝑅𝑓

Onde A é a área total da superfície filtrante, Rf é a resistência do meio filtrante, ΔP é a queda de


pressão e µ é a viscosidade da água. Ainda assim, assumindo que dV/dt é a própria vazão, Q, e como a torta
é tida como incompressível, a queda de pressão é proporcional ao aumento de pressão, é possível o cálculo
da resistência do meio filtrante:

𝜇.𝑅𝑓 𝑄
ΔP (Q) = (equação 2)
𝐴

A partir da equação rearranjada é possível conhecer a resistência do meio filtrante, Rf, plotando um
gráfico da queda de pressão, ΔP, em função da vazão, Q. Deste modo, a inclinação do gráfico corresponde a
𝜇.𝑅𝑓
termo , e o cômputo de Rf é possibilitado. O gráfico em questão encontra-se adiante:
𝐴

Resistência do meio filtrante


0.35

0.30
y = 2237.6x - 0.0653
R² = 0.9932
0.25
ΔP (atm)

0.20

0.15

0.10

0.05
0.00005 0.00007 0.00009 0.00011 0.00013 0.00015 0.00017
Vazão (m3/s)

Gráfico 1: regressão linear obtida a partir dos dados de queda de pressão em função da vazão;
resistência do meio filtrante.

De acordo com a regressão linear realizada a equação obtida foi ΔP = 2237,6.Q – 0,0653. Com isso,
tem-se que:

𝜇.𝑅𝑓 𝑠
= 2237,6 atm.𝑚3
𝐴

Cujo valor de A é 0,04 m2 e µ, na temperatura de 25ºC[3], como sendo de 0,000892 Pa.s. O valor
correspondente de Rf foi de 1,02x1010 m-1.
Diante desse valor, a próxima etapa consiste em determinar os parâmetros correspondentes à
operação de filtração da suspensão contendo carbonato de cálcio e terra de infusório. Para tanto, utilizou-se
dos dados contidos na Tabela 2:

Tabela 2: Dados obtidos experimentalmente


para a suspensão
texp (s) V (l) t (s) Q (x10-6 m3/s)
48 0,56 45 12,4
143 0,43 69 6,23
261 0,38 84 4,52
335 0,188 48 3,92
408 0,166 46 3,61
471 0,096 28 3,43
533 0,091 28 3,25
595 0,089 29 3,07
665 0,097 33 2,94
733 0,092 32 2,88
797 0,089 32 2,78
861 0,092 34 2,71
949 0,086 33 2,61
1011 0,084 33 2,55
1077 0,083 34 2,44
1149 0,085 36 2,36
1221 0,085 36 2,36
1311 0,082 37 2,22
1386 0,083 38 2,18
1456 0,083 39 2,13
1524 0,081 39 2,08
1606 0,082 40 2,05
1683 0,081 41 1,98
1762 0,082 42 1,95
1858 0,08 42 1,90
1934 0,081 43 1,88
2011 0,08 44 1,82
2086 0,081 45 1,80
2177 0,08 46 1,74

O próximo passo é o cálculo do volume filtrado. Mas antes, é necessário conhecer como a vazão
varia com o tempo e, a partir desse resultado, calcular o volume filtrado. Com isso, constrói-se um gráfico
da vazão em função do tempo, conforme segue:
Gráfico vazão vs tempo decorrido (texp)
0.0000140

0.0000120

0.0000100 y = 7E-05x-0.477
Vazão[m3/s] 0.0000080 R² = 0.9901

0.0000060

0.0000040

0.0000020

0.0000000
0 500 1000 1500 2000 2500
tempo [s]

Gráfico 2: vazão em função do tempo decorrido de experimento.

E a equação obtida a partir desse gráfico, Q(t) = 0,00007.t-0,477, permite conhecer como a vazão varia
ao longo do tempo. Como sugere a tendência do gráfico, a vazão decai exponencialmente à medida que o
tempo de experimento decorre. Tal observação é coerente com o esperado, pois, à medida que a filtração
ocorre, a vazão tende a diminuir, já que a resistência do meio filtrante aumenta com a formação da torta.

Em posse desse resultado é possibilitado o cálculo do volume de retido conforme a relação:

𝑡
V(t) = ∫0 0,00007. 𝑡 −0,477 . 𝑑𝑡 (equação 3)

Integrando nos limites considerados, tem-se:

V(t) = 0,0001338.t0,523 (equação 4)

Por meio da equação 4, o volume filtrado em função do tempo decorrido de experimento é possível
de ser calculado:

Tabela 3: dados obtidos para o volume


filtrado
texp (s) V (m3) t/V (s/m3)
48 0,00101 47369,2
143 0,00179 79733,2
261 0,00246 106238,4
335 0,00280 119671,4
408 0,00310 131470,6
471 0,00335 140791,0
533 0,00357 149345,7
595 0,00378 157394,1
665 0,00401 165970,1
733 0,00422 173859,5
797 0,00440 180942,0
861 0,00459 187732,9
949 0,00483 196652,7
1011 0,00499 202679,7
1077 0,00516 208886,7
1149 0,00533 215435,1
1221 0,00551 221772,3
1311 0,00571 229424,8
1386 0,00588 235594,4
1456 0,00604 241197,0
1524 0,00618 246506,1
1606 0,00635 252746,1
1683 0,00651 258455,6
1762 0,00667 264173,2
1858 0,00686 270943,5
1934 0,00700 276174,5
2011 0,00715 281365,9
2086 0,00729 286323,4
2177 0,00745 292214,9

O parâmetro t/V será importante para o cálculo da resistência específica, α. Mas antes é preciso
plotar um gráfico desse parâmetro em função do próprio volume filtrado, V, e com os parâmetros obtidos da
regressão calcular a resistência específica. Tal gráfico é apresentado a seguir:

Gráfico texp/V vs V
350000
300000
250000
t/V [s.m-3]

200000
150000 y = 4E+07x + 14147
100000 R² = 0.9996

50000
0
0 0.002 0.004 0.006 0.008
V [m3]

Gráfico 3: t/V em função do volume filtrado

A equação, t/V = 4x107V + 14147, permite obter o valor da resistência específica, α,


relacionando-o com a equação seguinte:

(equação 5)
Por analogia entre as equações chega-se a:

𝛼𝜇𝐶𝑠
4𝑥107 = (equação 6)
2𝐴2 𝛥𝑃

𝛼𝜇𝐶
14147 = 𝐴2 𝛥𝑃𝑠 𝑉𝑒 (equação 7)

Antes de calcular os parâmetros convenientes, é preciso determinar a concentração de sólidos, Cs, conforme
segue:
𝑚𝑐𝑎𝑟𝑏𝑜𝑛𝑎𝑡𝑜 + 𝑚𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 (1,0 + 0,5)𝑘𝑔
Cs = = = 37,5 kg.m-3
𝑉 0,04 𝑚3

Diante desse valor, as equações 6 e 7 resolvidas em função de α e Ve, fornecem:

4x107 s.m−6 2𝐴2 𝛥𝑃 4x107 s.m−6 x 2 x (0,04m2 )2 x 50000 Pa


α= = = 1,913x1011 m.kg-1
𝜇𝐶𝑠 0,000892 Pa x 37,5 kg.m−3

e, consequentemente:

14147 𝑠.𝑚−3 𝐴2 𝛥𝑃 14147 𝑠.𝑚−3 (0,04 m2 )2 50000 𝑃𝑎


Ve = 𝛼𝜇𝐶𝑠
= 1,913𝑥1011𝑚.𝑘𝑔−1.0,000892 𝑃𝑎.37,5 𝑘𝑔.𝑚−3 = 1,768x10-4 m3

𝛼 teórico pode ser expresso pela seguinte equação:

𝑘(1−𝜀)𝑆02
𝛼𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = (equação 8)
𝜌𝑠 𝜀 2

Onde,

𝜀 :é a porosidade do leito. E pode ser encontrada com o uso da equação 7.

𝑉á𝑔𝑢𝑎
ε = (equação 9)
𝑉á𝑔𝑢𝑎 +𝑉𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜

k: constante experimental (k = 4,17 para partículas distribuídas aleatoriamente de tamanho e forma


definidos).

S0: é a superfície das partículas por unidade de volume, que se consideradas esféricas será S0 = 6/Dp
(onde Dp é o diâmetro da partícula).

𝜌𝑠 : é a densidade do sólido filtrado.

Ao término do experimento, uma certa quantidade da torta foi coletada, ainda úmida, foi pesada. Após
a secagem da amostra coletada, obtivemos um novo valor para a massa da torta. Valores apresentados
na Tabela 4.
Tabela 4: Valores obtidos para a massa da torta

Massa da torta (g)


Torta úmida 30,1
Torta seca 14,2

Assim, é possível calcular o volume de sólido presente na torta.

𝑚𝑠𝑒𝑐𝑎
𝑉𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 = (equação 10)
𝜌𝑠

Onde, 𝜌s é calculado da seguinte forma:

1 𝑥 1−𝑥
=𝜌 +𝜌 (equação 11)
𝜌𝑠 𝐶𝑎𝐶𝑂3 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 𝑖𝑛𝑓𝑢𝑠ó𝑟𝑖𝑜

x: fração mássica de CaCO3.

Logo, 𝜌s = 2,701 g/cm3 e, consequentemente V sólido = 5,26 cm3. Para o cálculo do volume da água, a
seguinte relação foi utilizada:

𝑉á𝑔𝑢𝑎 = 𝜌á𝑔𝑢𝑎 (𝑚ú𝑚𝑖𝑑𝑎 − 𝑚𝑠𝑒𝑐𝑎 ) (equação 12)

Vágua = 15,9 cm3

𝜀 =0,7514

6
S0 = 𝐷 (Equação 13)
𝑝

Onde o diâmetro médio das partículas, Dp, é calculo a partir da média ponderada do diâmetro da terra
de infusório (3,24 µm) e do carbonato de cálcio (0,77 µm):

𝑚𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 𝑚𝑐𝑎𝑟𝑏𝑜𝑛𝑎𝑡𝑜
𝐷𝑝 = × 𝐷𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 + × 𝐷𝑐𝑎𝑟𝑏𝑜𝑛𝑎𝑡𝑜 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 14)
(𝑚𝑐𝑎𝑟𝑏𝑜𝑛𝑎𝑡𝑜 + 𝑚𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 ) (𝑚𝑐𝑎𝑟𝑏𝑜𝑛𝑎𝑡𝑜 + 𝑚𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 )

0,5 kg 1,0 kg
𝐷𝑝 = × 3,24 µm + × 0,77 µm
(1,0 + 0,5) 𝑘𝑔 (1,0 + 0,5) 𝑘𝑔

Dp = 1,59 µm = 1,59x10-6 m

Logo, o valor de S0 é:

6
S0 = 1,59x10−6 m = 3773584,91 m-1

Em posse desse resultado, o valor da resistência específica teórica é determinado conforme a


equação 8:
4,17.(1−0,7514)(3773584,91 m−1 )2
𝛼𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = (2701 kg.m−3 ).(0,7514)3

𝛼𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 =1,29 x 1010 m/kg

A fim de conhecer o erro relativo faz-se:

𝛼𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − 𝛼𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
𝐸𝑟,% = x100%
𝛼𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜

O erro entre o 𝛼teórico e o 𝛼experimental foi igual à 1392,9 %. Comparado o valor esperado (teórico) e o
valor real, encontrados para 𝛼, nota-se um erro bastante elevado. Era de se esperar que obtivéssemos um erro
relativamente alto, visto que, foi definida geometria esférica para as partículas, bem como, torta
incompressível.

5.0 Conclusão

Dos aspectos que eram esperados ao decorrer da prática, é importante destacar, que, à medida
que a filtração ocorre a vazão no filtro diminui. Isso pode ser justificado pelo acúmulo de torta que
está sendo formada, o que aumenta a resistência e dificulta a passagem do fluido.

O valor de α experimental foi menor que o teórico, resultando em um erro de 1392,9%.


Alguns motivos podem justificar o erro elevado, dentre eles: parâmetros que foram considerados
constantes, é importante salientar que só podemos assumir que os parâmetros são constantes se a
torta for incompressível; tamanho e formas das partículas, tais características são diferentes, o que
afeta a constante k; erros ao longo do experimento, como mudança de operador ao longo do
experimento e comprometimento da precisão na coleta de dados.
Referências

[1] Filtro prensa de placas e quadros. Disponível em: http://nrbombas.no.comunidades.net/filtro-prensa;


Acesso em: 29/04 às 18:36h

[2] Roteiro do Laboratório de Engenharia Química 1. Filtração. Instituto de Química, UnB-2019

[3] viscosidade da água, 25ºC. Disponível em:


https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=1557646; acesso em: 29/04 às 15:22h.

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