Você está na página 1de 36

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ


FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIAS E
CIÊNCIAS CONTÁBEIS – FEAAC
CURSO DE ADIMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE OS DETERMINANTES DA


ARRECADAÇÃO DE RECEITAS, EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
E A COMPETIVIDADE ESPORTIVA DOS CLUBES DE FUTEBOL
BRASILEIROS NO PERÍODO DE 2012 E 2017

JULIAN JORGE BEZERRA DE SOUSA

FORTALEZA

2019
2

JULIAN JORGE BEZERRA DE SOUSA

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE OS DETERMINANTES DA


ARRECADAÇÃO DE RECEITAS, EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
E A COMPETIVIDADE ESPORTIVA DOS CLUBES DE FUTEBOL
BRASILEIROS NO PERÍODO DE 2012 E 2017

Monografia apresentada no curso de


graduação em Administração De
Empresas da Universidade Federal do
Ceará para obtenção do título de
Bacharel em Administração de
Empresas.

Orientador: Prof. Dr. Francisco Gildemir


Silva

FORTALEZA
2019
3

FICHA CATALOGRÁFICA
4

JULIAN JORGE BEZERRA DE SOUSA

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE OS DETERMINANTES DA


ARRECADAÇÃO DE RECEITAS, EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
E A COMPETIVIDADE ESPORTIVA DOS CLUBES DE FUTEBOL
BRASILEIROS NO PERÍODO DE 2012 E 2017

Monografia apresentada ao Curso de


Graduação em Administração de Empresas
da Universidade Federal do Ceará (UFC) –
Campus Fortaleza, como requisito parcial
para obtenção do grau de Bacharel em
Administração de Empresas.

Orientador: Prof. Dr. Francisco Gildemir


Silva

Aprovada em
BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Prof.: Dr. Francisco Gildemir Silva

(orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________
Prof.

_________________________________
Profª.
5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por me dá forças para superar as dificuldades e também


por toda saúde que me permite alcançar esta etapa tão importante da minha vida.
Agradeço também a esta universidade e a toda sua direção por proporcionar um
ambiente inspirador e pela oportunidade de concluir este curso. Aos professores eu
agradeço a orientação incansável, o empenho e a confiança que ajudaram a tornar
possível este sonho tão especial.
À minha família, em especial a minha mãe, que mesmo distante nunca esteve ausente e
foi durante anos Pai e Mãe na sua incansável missão de criar os filhos. Aos amigos que
nunca desistiram de mim e sempre me ofereceram amor eu deixo uma palavra e uma
promessa de gratidão eterna.
A todas as pessoas que de alguma forma fizeram parte do meu percurso eu agradeço
com todo meu coração.
6

RESUMO

O presente trabalho teve como hipótese norteadora que os clubes que apresentam maior
equilíbrio econômico-financeiro, apresentem melhor nível de receita total e maior nível
de competitividade, para a amostra de clubes de futebol brasileiros no período de 2012 a
2017. Ademais, estabeleceu-se como objetivo geral, analisar se no período de 2012 a
2017, ocorreu uma melhoria no equilíbrio econômico-financeiro e no valor da marca
dos principais clubes de futebol brasileiros. Além disso, tem-se como objetivos
específicos analisar a relação entre algumas variáveis de equilíbrio econômico-
financeiro dos clubes de futebol brasileiros – Receitas, custos, endividamento, etc – no
período de 2012 a 2017; e verificar a situação relacionada com a gestão financeira de
alguns dos principais clubes de futebol brasileiros, baseando-se em variáveis relativas à
situação de endividamento dos clubes de futebol e a relação entre despesas com futebol
e a arrecadação de receitas totais no período de 2012 a 2017. Os resultados para a
estimação do modelo econométrico mostraram que os coeficientes relacionados com o
resultado financeiro operacional do clube, representado pelo superávit ou déficit
financeiro, o clube jogar a série B do campeonato brasileiro de futebol e o número de
vitórias no campeonato brasileiro de futebol mostraram os sinais esperados para os
impactos sobre a variável dependente de receita total do modelo econométrico.
Constatou-se a partir da estimação do modelo econométrico via mínimos quadrados
robustos com correção de heterocedasticidade de White, que as variáveis explicativas de
resultado operacional, superávit ou déficit e o número de vitórias do clube no
campeonato brasileiro de futebol no período de 2012 a 2017 tiveram um impacto
positivo sobre a variável dependente de receita total. Por outro lado, a variável binária
representando clubes que jogaram a segunda divisão do campeonato brasileiro mostrou
um sinal negativo para o coeficiente estimado, indicando um impacto negativo dessa
variável explicativa sobre a receita total dos clubes de futebol.

Palavras-chave: Futebol. Equilíbrio econômico-financeiro. Desempenho esportivo.


7

ABSTRACT

The present study had as a guiding hypothesis that the clubs that present the highest
economic-financial balance, present a better level of total revenue and a higher level of
competitiveness, for the sample of Brazilian soccer clubs in the period from 2012 to
2017. In addition, as a general objective, to analyze whether in the period from 2012 to
2017, there was an improvement in the economic-financial balance and in the value of
the brand of the main Brazilian soccer clubs. In addition, we have as specific objectives
to analyze the relationship between some variables of economic-financial balance of the
Brazilian soccer clubs - Revenues, costs, indebtedness, etc. - in the period from 2012 to
2017; and to verify the situation related to the financial management of some of the
main Brazilian football clubs, based on variables related to the football clubs' debt
situation and the relationship between football expenses and the collection of total
revenues in the period of 2012 to 2017. The results for the estimation of the
econometric model showed that the coefficients related to the operational financial
result of the club, represented by the deficit or financial superavit, the club play the
series B of the Brazilian football championship and the number of victories in the
Brazilian championship of soccer showed the signs expected for the impacts on the
variable dependent on total revenue of the econometric model. It was calculated from
the estimation of the econometric model using White's heteroskedasticity-corrected
robust squares, that the explanatory variables of operating result, surplus or deficit and
the number of wins of the club in the Brazilian football championship in the period from
2012 to 2017 had a positive impact on the variable of total revenue. On the other hand,
the binary variable representing clubs that played the second division of the Brazilian
league showed a negative signal for the estimated coefficient, indicating a negative
impact of this explanatory variable on the total revenue of the soccer clubs.

Keywords: Football. Economic-financial balance. Sports performance.


8

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CBF Confederação Brasileira de Futebol

DEA Data Envelopment Analisys


9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Custos do departamento de futebol – 24 clubes – em R$ mil....................... 19

Tabela 2 - % Custo com futebol – 24 clubes (Custo Futebol/Receita Total)..................20

Tabela 3 - Endividamento líquido – 24 clubes – Em R$ milhões.................................21

Tabela 4 - Receita total – 24 clubes – Em R$ milhões...................................................22

Tabela 5 – Sinais esperados para os coeficientes das variáveis explicativas do


modelo......................................................................................................................26

Tabela 6 – Estatísticas descritivas das variáveis do modelo


econométrico............................................................................................................27

Tabela 7 – Matriz de correlações de Pearson das variáveis do modelo econométrico....28

Tabela 8 – Teste de heteocedasticidade de White sem os termos para os coeficientes


cruzados do modelo econométrico .............................................................................27

Tabela 9 – Resultados das estimações do modelo econométrico....................................28

Tabela 10 – Teste de especificação de Wald do modelo econométrico………………..29


10

SUMÁRIO

Página
1. Introdução 11
2. Referencial teórico 14
3. Análise econômico-financeira de clubes de futebol brasileiros no período de 19
2016 e 2017

4. Metodologia 24
4.1 Tipologia da pesquisa 24
4.2 Base de dados 25
4.3 Especificação do modelo econométrico 25
5. Resultados e discussões 27
6. Considerações finais 30
Referências bibliográficas 32

Anexos 34
11

1 INTRODUÇÃO

O futebol constitui o esporte mais popular do mundo, constituindo um negócio


bastante lucrativo, que movimenta grande soma de recursos financeiros na indústria do
entretenimento em nível mundial. Assim sendo, a publicidade se torna um importante
instrumento como uma forma de um impulsionar o valor de mercado da marca dos
clubes de futebol, contribuindo, dessa forma, para que essas entidades desportivas
obtenham uma lucratividade significativa e movimentem continuamente as relações
econômicas na cadeia produtiva do futebol (FILHO & SILVA, 2012).
O futebol está inserido como negócio da indústria do entretenimento num
mercado denominado mercado esportivo. Sabe-se que um mercado constitui um lugar
onde se encontram compradores e vendedores para transacionar determinado bem ou
serviço. Os chamados “mercados esportivos” estão relacionados com os bens e serviços
que são nele comercializados, sendo que cada mercado possui suas próprias regras de
funcionamento, podendo desse modo, apresentar um maior ou menor dinamismo. A
vantagem do mercado do futebol, é que os clubes contam com um componente
passional dos torcedores, garantindo para os clubes de futebol uma fatia do mercado
fixa, devido à fidelização dos torcedores aficionados, o que garante a sobrevivência de
um clube no mercado do futebol no longo prazo (PRONI, 2008).
Nesse sentido, é necessário que os clubes se modernizem em sua gestão
administrativa e financeira, inserindo-se num processo de crescente profissionalização e
tenham maior transparência na sua gestão econômico-financeira para que se tornem
mais competitivos do ponto de vista esportivo nesse cenário do futebol moderno e
globalizado e para a consecução de tal finalidade é um requisito básico que os gestores
assumam uma postura cada vez mais profissional no clube e se descartem a participação
de diretores que ajam com amadorismo na gestão do clube de futebol, pois tal
amadorismo pode acarretar um comprometimento da liquidez e rentabilidade do clube e
ampliar o endividamento das agremiações desportivas de médio a longo prazo (FILHO
& SILVA, 2012).
Como justificativa para essa abordagem de pesquisa sobre economia do futebol
aplicada aos clubes brasileiros, pode-se dizer que de forma geral, a elevação do valor de
mercado, e, por conseguinte, a força da marca de um clube de futebol na prática está
relacionada com alguns fatores que dão sentido e certa sustentação à existência e
12

atuação das agremiações desportivas no âmbito de sua tradição e permanência no grupo


dos grandes clubes de futebol em nível nacional e, ou mesmo em nível internacional.
Dentre esses fatores pode-se destacar a magnitude e representatividade
populacional de sua torcida e a capacidade de angariar mais torcedores, a partir de
conquistas de vitórias e títulos, ou seja, maior competitividade esportiva, o que pode
contribuir para a adesão de torcedores futuramente, consolidando a tradição desportiva
desses clubes de futebol brasileiros no cenário nacional e internacional e fortalecendo e
valorizando as ligas nacionais de futebol no Brasil.
No que se refere ao problema da pesquisa, na construção da monografia será
desenvolvida em torno da investigação para uma resposta para o seguinte
questionamento; clubes de futebol com maior arrecadação de receitas apresentam maior
competitividade esportiva no campeonato brasileiro da série A no período de 2012 a
2017?. Ademais, como hipótese norteadora para elaboração da monografia, espera-se
que os clubes que apresentam maior equilíbrio econômico-financeiro, apresentem
melhor nível de receita total e maior nível de competitividade, na amostra de clubes de
futebol brasileiros no período de 2012 a 2017.
Nessa perspectiva, essa pesquisa tem como objetivo geral, verificar se a partir de
2015 com o advento da Lei de Modernização e Profissionalização do Futebol, Lei nº
13.155/15 (PROFUT) se houve melhoria no equilíbrio econômico-financeiro e no valor
da marca dos principais clubes de futebol brasileiros. Ademais, como objetivos
específicos, tem-se estudar algumas variáveis de equilíbrio econômico-financeiro dos
clubes de futebol brasileiros – Receitas, custos, endividamento, etc – no período de
2012 a 2017; e analisar a situação da gestão financeira de alguns dos principais clubes
de futebol brasileiros a partir da evolução de sua situação de endividamento e relação
entre despesas com futebol e a arrecadação de receitas totais no período de 2012 a 2017.
Para a consecução dos objetivos delineados nessa pesquisa, além dessa
introdução, essa pesquisa está dividida conforme a seguinte estrutura, a saber: Na
segunda seção, elaborou-se um referencial teórico e um levantamento de trabalhos da
literatura acadêmica acerca de economia do futebol e finanças. Na terceira seção é feita
uma descrição da metodologia utilizada, a partir da caracterização da tipologia da
pesquisa e da base de dados utilizadas na estimação do modelo econométrico. Na quarta
seção, faz uma análise dos resultados das estimações do modelo econométrico sobre os
determinantes financeiros e esportivos e seus impactos sobre o valor de mercado das
marcas dos clubes de futebol brasileiros. Na quinta seção, tem-se as considerações finais
13

da monografia, apontando-se também as limitações da temática abordada e sugerindo


possíveis abordagens de futuras pesquisa correlatas ao tema desenvolvido sobre
economia do futebol.
14

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A monografia será elaborada tomando-se como base para referência teórico a


abordagem da literatura acadêmica sobre economia do futebol, que abrange estudos a
partir de objetos como a abordagem de estudos sobre aspectos econômico-financeiros
de clubes e ligas nacionais e internacionais de futebol dentre outras abordagens típicas
da análise da economia do futebol. Nesse sentido, pode-se citar, dentre outros trabalhos
acadêmicos na literatura de economia do futebol:

As pesquisas relacionadas à gestão econômico-financeira dos clubes de futebol


no Brasil, são comuns na literatura, pode se ser citado trabalho como o de Ferreira
(2014), que elaborou um estudo comparativo entre o desempenho financeiro de um
clube e sua competitividade esportiva, com base em variáveis como, por exemplo, a
conquista de títulos, em nível nacional e internacional, para uma amostra formada por
doze clubes brasileiros, no período entre 2008 a 2013. Ele observou em seu estudo que
no Brasil a regulação dos clubes de futebol permite maior transparência, auxiliando na
obtenção de informações contábil-financeiras dos clubes. Obteve também uma relação
direta entre o desempenho esportivo do clube de futebol e o seu equilíbrio econômico-
financeiro.

Ainda nessa abordagem de estudos sobre finanças e futebol, Rocha (2012)


estudou alguns indicadores econômicos e financeiros de clubes de futebol brasileiros
tomando como base as demonstrações financeiras, a partir da análise de indicadores de
liquidez, rentabilidade, endividamento e outras variáveis contábil-financeiras. O autor
trabalhou com uma amostra formada pelos oito principais clubes dos estados do Rio de
Janeiro e São Paulo. Eles estabeleceram um comparativo desses indicadores com o
desempenho esportivo desses clubes nos campeonatos de futebol. A partir de seus
resultados para os indicadores contábil-financeiros, ele constatou que os clubes de São
Paulo apresentaram um desempenho financeiro melhor do que os do Rio de Janeiro.
Porém de forma geral, ele definiu sua pesquisa do ponto de vista dos resultados como
inconclusivos no que se refere à correlação entre os resultados esportivos dos clubes de
futebol nas competições esportivas e os dados financeiros para o resultado operacional a
partir da análise das demonstrações financeiras referente ao período entre 2010 a 2011.
15

Ainda na linha de análise do equilíbrio econômico-financeiro de clubes de


futebol brasileiros, Soares (2005) estudou a situação dos clubes brasileiros no que se
refere ao desempenho econômico-financeiro fundamentando-se em resultados de
demonstrações contábeis dos clubes e considerou nessa pesquisa e indicou que os
clubes em geral deveriam empreender ações de marketing e valorização de sua marca
no sentido de captarem maior volume de receitas e resolverem sua situação de
endividamento no médio a longo prazo. A autora também sugeriu a incorporação no
quadro de funcionários dos clubes de futebol de profissionais das diversas áreas para
elevarem o nível de profissionalização desses clubes de futebol, tornando-os mais
eficiente do ponto de vista econômico-financeiro.
Outro trabalho que investigou a gestão econômico-financeira de clubes de
futebol, foi o estudo de Santos e Greuel (2010), que investigaram a gestão financeira e
econômica dos clubes de futebol brasileiros utilizando indicadores contábeis a partir de
técnica estatística da Análise das Componentes Principais no período de 2008 a 2009, eles
construíram ranking de desempenho econômico-financeiro para uma amostra formada por
vinte clubes de futebol brasileiros. Os autores constataram que o Clube Atlético Paranaense
apresentou melhor desempenho econômico-financeiro, obtendo a primeira colocação no
ranking de desempenho da gestão financeiro-econômico para os clubes da amostra.
Enquanto na segunda posição figurou o São Paulo Futebol Clube, e nas últimas colocações
ficaram tanto clubes de médio e pequeno porte como o Goiás Esporte Clube, assim como o
tradicional Fluminense Football Club.
Outro trabalho com essa abordagem financeira dos clubes de futebol é o de
Avelar et al. (2014), que estudaram variáveis relacionadas com o desempenho
econômico financeiro de clubes brasileiros no período de 2010 e 2011. Os autores
observaram que, com base em Análise envoltória de dados (DEA), os clubes de futebol
em geral apresentaram baixo nível de liquidez e alto nível de endividamento no longo
prazo, de forma que esse cenário está relacionado diretamente com o fato de haver uma
grande dependência de negociações não diretamente relacionadas aos resultados
esportivos para garantir suas receitas anuais entre esses clubes de futebol, de forma que
os clubes em sua maior parte dependem basicamente de receitas externas como as de
cotas televisivas que compõem a maior parte de suas receitas totais.
Outra linha de abordagem de estudos sobre economia do futebol refere-se à
investigação de fatores determinantes para a presença de público nos estádios. Nessa
temática, pode-se citar trabalhos com o de Santos et al. (2014) que estudaram os fatores
16

que influenciam a demanda por partidas de futebol no Brasil a partir de uma amostra de
dados com um total de 380 jogos de futebol para os campeonatos de futebol nacionais
no Brasil e na Inglaterra em 2013. Eles realizaram uma estimação de um modelo
econométrico via mínimos quadrados de dois estágios usando como variável
dependente o público pagante total das partidas e obtiveram que os fatores de natureza
econômica e os representativos da qualidade da partida foram significativos na
explicação da presença de público nos estádios de futebol Na Inglaterra e no Brasil para
os campeonatos nacionais de futebol em 2013 para os clubes da primeira divisão dessas
duas ligas nacionais de futebol.
No que se refere à gestão econômico-financeira e governança corporativa de
clubes de futebol brasileiros, pode-se evidenciar que no trabalho de Freitas & Filho
(2011) foi realizado um estudo de caso acerca da governança corporativa de clubes de
futebol profissional no Brasil, tendo como base um estudo para o Clube de Regatas
Flamengo. Eles investigaram elementos ligados à gestão econômica financeira
relacionada também com a governança e os regimentos estabelecidos no conteúdo dos
estatutos do clube. Os autores realizaram entrevistas com dirigentes dos clubes sobre as
práticas de governança na gestão desse clube. Os autores observaram uma divergência
relacionada com os aspectos das estruturas e práticas de governança do clube e o que
está estabelecido e recomendado nos códigos, desse modo observaram que existe nesse
contexto uma necessidade de melhorias no sentido de se implementar de médio a longo
prazo boas práticas de governança no que se refere à gestão administrativa e
econômico-financeira desse clube de futebol.
No que se refere à competitividade, observam-se estudos para o Brasil, em que
se analisa o equilíbrio ou balanço competitivo dos clubes de futebol no campeonato
brasileiro. Para essa abordagem, pode-se citar, por exemplo, o trabalho de Drummond,
Araújo e Shikida (2010) analisaram a o equilíbrio competitivo do campeonato brasileiro
de 1971 até 2009 a partir de medidas de concentração clássicas como Top4, C4, Gini e
Herfindhal, e estimaram um modelo econométrico pelo método dos mínimos quadrados
ordinários (MQO) com a finalidade de investigar os fatores determinantes da
competitividade no campeonato brasileiro de futebol. Os autores obtiveram que ocorreu
uma elevação no nível de competitividade para o campeonato brasileiro e tal efeito
esteve relacionado diretamente com mudanças organizativas e de natureza institucional
que se baseou em aspectos como a diminuição do número de times participantes e a
proposição do sistema de pontos corridos para a liga de futebol nacional.
17

Ainda nesse aspecto da abordagem do equilíbrio competitivo das ligas nacionais


de futebol num estudo comparativo para o caso do Brasil e importantes ligas de futebol
europeias, Souza e Ângelo (2005) analisaram o equilíbrio competitivo de um total de
nove ligas de futebol europeias - Espanha, Portugal, Inglaterra, Escócia, Alemanha,
Bélgica, Holanda, França e Itália – assim como o Campeonato Brasileiro no período de
1990 a 2003. Eles constataram que após a implementação do fim do passe com o
advento da Lei Pelé, ocorreu uma elevação do desequilíbrio competitivo dos clubes de
futebol no campeonato brasileiro. Os autores observaram que ocorreu uma ampliação
considerável do desequilíbrio competitivo nas ligas de futebol da amostra, embora no
curto prazo esse desequilíbrio possa ser menos acentuado, e os clubes que contam com
jogadores talentosos não sofrem as consequências desse desequilíbrio competitivo
nessas ligas de futebol.
No que se refere aos aspectos da indústria do futebol sob o aspecto da cadeia
produtiva desse setor, pode-se apontar alguns trabalhos acadêmicos da literatura tal
como o de Correia (2015) que estudou o mercado do futebol brasileiro do ponto de vista
da cadeia produtiva desse setor da indústria do entretenimento com base numa
abordagem do tipo qualitativa e descritiva. A autora analisou o futebol brasileiro sob o
ponto de vista econômico com base na cadeia produtiva e relacionou os fatores ligados
às estratégias de mercado e elaborou uma caracterização do mercado do futebol,
analisando também as transformações no perfil desse mercado com o advento da
profissionalização e requerimentos de modernização na gestão administrativa e
financeira dos clubes de futebol. Ela constatou também que a consolidação do
profissionalismo no âmbito do futebol tem relação com o crescimento e as
transformações estruturais e organizacionais na interação dos setores da cadeia
produtiva do futebol, que em geral é caracterizada pelo mecanismo de funcionamento
de um processo produtivo com a interação de elementos desse setor como a mão de
obra, o produto, serviços, distribuição e o mercado, que constituem fatores que servem
como um impulsionador para a expansão da indústria relacionada com o futebol.

No que se refere à gestão financeira de clubes de futebol, Silveira (2014)


Investigou a gestão financeira e a relação com a capacidade de pagamento dos clubes, a
partir de critérios relacionados com exigências de obrigações e reponsabilidade dos
clubes de futebol brasileiro e como isso impacta sobre a responsabilidade na gestão do
clube e na sua rentabilidade e sobrevivência no mercado do futebol. A partir de uma
18

amostra formada por clubes de futebol brasileiros, ele constatou que os índices
econômico-financeiros e de endividamento para os clubes da amostra apresentaram-se
num nível baixo e desse modo evidenciaram-se impactos diretos sobre a situação de
solvência desses de clubes de futebol.
19

3. ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE CLUBES DE FUTEBOL


BRASILEIROS NO PERÍODO DE 2016 E 2017

A Tabela 1 fornece os dados para uma amostra de vinte e cinco clubes de futebol
brasileiros, mostrando os valores para os custos desses clubes com o departamento de
futebol. Pode-se constatar que clubes de futebol tradicionais como Flamengo,
Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Grêmio e Cruzeiro, figuram nas primeiras
colocações desse ranking com magnitudes substancialmente maiores para essa varável
relativamente a clubes de menor tradição do futebol brasileiro como, por exemplo,
Avaí, Criciúma Chapecoense, Paysandu e Goiás, que apresentam valores bastante
modestos em relação aos gastos com o departamento de futebol no período de 2012 a
2017.

Tabela 1 – Custos do departamento de futebol – 25 clubes – em R$ mil

RK 2017 Clubes UF Custos Futebol 2016 Custos Futebol 2017 Variação 2016-2017
1 São Paulo SP 270.027 354.760 31%
2 Flamengo RJ 200.718 351.687 75%
3 Palmeiras SP 272.161 339.875 25%
4 Corinthians SP 299.514 277.973 -7%
5 Grêmio RS 190.241 250.171 32%
6 Atlético-MG MG 233.579 239.969 3%
7 Cruzeiro MG 193.087 219.812 14%
8 Internacional RS 170.138 231.374 25%
9 Santos SP 156.196 197.947 27%
10 Fluminense RJ 165.119 169.567 3%
11 Vasco da RJ 121.301 145.227 20%
Gama
12 Botafogo RJ 100.495 116.650 16%
13 Atlético PR PR 96.167 108.849 13%
14 Vitória BA 51.007 87.014 71%
15 Bahia BA 63.956 86.593 35%
16 Coritiba PR 64.820 74.901 16%
17 Ponte Preta SP 42.989 65.474 52%
18 Sport PE 58.410 62.593 7%
19 Goiás GO 38.209 42.566 11%
20 Figueirense SC 55.403 38.983 -30%
21 Avaí SC 24.661 35.029 42%
22 Criciúma SC 15.125 14.332 -5%
23 Chapecoense SC 28.186 48.592 72%
24 Guarani SP 9.106 13.071 44%
25 Paysandu PA 21.670 18.664 -14%
Fonte: BDOBrazil
20

A Tabela 2 mostra dados relacionados com a proporção da receita total dos


clubes destinadas aos custos com o departamento de futebol. O que se pode perceber é
que clubes com pequenos níveis de receitas totais como Figueirense, Vitória e Ponte
Preta lideram esse ranking, isso pode estar dentro de um padrão esperado, dado que
como esses clubes tem capacidade reduzida de captação de receitas relativamente aos
grandes clubes de futebol tradicionais das regiões sul e sudeste do Brasil, então eles
devem destinar grande parte de suas receitas para investimentos com o futebol,
enquanto os clubes mais tradicionais como Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São
Paulo por possuírem níveis mais elevados de receitas, podem diversificar seus
investimentos em outros setores não relacionados diretamente ao departamento de
futebol.
Tabela 2 - % Custo com futebol – 25 clubes (Custo Futebol/Receita Total)

RK 2017 Clubes UF % Custo Futebol 2016 % Custo Futebol 2017


1 Figueirense SC 78% 147%
2 Vitória BA 46% 97%
3 Ponte Preta SP 67% 95%
4 Internacional RS 58% 87%
5 Bahia BA 53% 83%
6 Criciúma SC 58% 82%
7 Atlético MG MG 74% 77%
8 Vasco da Gama RJ 57% 76%
9 Fluminense RJ 56% 74%
10 São Paulo SP 69% 74%
11 Corinthians SP 62% 71%
12 Santos SP 53% 69%
13 Grêmio RS 58% 69%
14 Atlético PR PR 59% 67%
15 Palmeiras SP 58% 67%
16 Goiás GO 42% 66%
17 Cruzeiro MG 81% 64%
18 Coritiba PR 59% 63%
19 Sport PE 45% 59%
20 Avaí SC 121% 59%
21 Flamengo RJ 39% 54%
22 Botafogo RJ 63% 42%
23 Chapecoense SC 42% 49%
24 Guarani SP 105% 89%
25 Paysandu PA 60% 62%
Fonte: BDOBrazil
21

A Tabela 3, mostra os dados para uma amostra de vinte cinco clubes em relação
à variável de endividamento líquido dos clubes, que abrange as despesas totais dos
clubes tanto no departamento de futebol como nos demais setores como as despesas
administrativas dos clubes de futebol. Pode-se perceber que a grande maioria dos
clubes apresentaram um aumento no endividamento no período de 2016 a 2017, com
exceção apenas do Botafogo, Grêmio, Flamengo, Cruzeiro, São Paulo, Avaí e Goiás,
que diminuíram o valor do endividamento nesse período. Ressalte-se que o Botafogo,
não obstante ter diminuído seu nível de endividamento ainda assim apresentou um valor
bastante expressivo de endividamento no ano de 2017, mantendo-se como o clube de
futebol mais endividado para essa amostra de vinte cinco clubes de futebol brasileiros
no período de 2016 a 2017.

Tabela 3 – Endividamento líquido – 25 clubes – Em R$ mil

RK Clubes UF Endividamento 2016 Endividamento 2017 Variação 2016-17


2017
1 Botafogo RJ 751.471 719.192 -4%
2 Internacional RS 660.529 700.539 6%
3 Fluminense RJ 501.979 560.654 12%
4 Atlético MG MG 518.740 538.107 4%
5 Vasco da Gama RJ 456.846 505.936 11%
6 Palmeiras SP 394.775 461.959 17%
7 Corinthians SP 425.875 448.427 5%
8 Grêmio RS 397.375 392.579 -1%
9 Santos SP 356.572 360.731 1%
10 Flamengo RJ 435.947 334.680 -23%
11 Cruzeiro RJ 363.092 313.550 -145
12 São Paulo SP 335.241 295.364 -12%
13 Atlético PR PR 264.537 288.551 9%
14 Coritiba PR 242.617 246.097 1%
15 Bahia BA 166.426 170.468 2%
16 Sport PE 109.557 164.911 51%
17 Ponte Preta SP 144.054 148.295 3%
18 Figueirense SC 63.648 88.908 40%
19 Avaí SC 73.126 70.089 -4%
20 Vitória BA _____ 60.590 0%
21 Goiás GO 42.364 42.048 -1%
22 Criciúma SC 26.764 32.735 22%
23 Chapecoense SC ____ _____ 0%
24 Guarani SP 243.060 246.309 1%
25 Paysandu PA 20.814 23.820 14%
Fonte: BDOBrazil.
22

A Tabela 4 apresenta dados para a receita total de uma amostra formada por
vinte cinco clubes de futebol. As receitas englobam fontes como as receitas de
patrocínio e publicidade, receita proveniente de programas de socio torcedor, de
bilheteria, de cotas de direitos de transmissão dos jogos pela televisão, etc. Pode-se
perceber que que forma geral, os clubes mais tradicionais e com maiores torcidas das
regiões sudeste e sul do Brasil, predominam nas primeiras posições desse ranking.
Porém isso não significa necessariamente equilíbrio financeiro, dado que esses grupos
de clubes também apresentam elevado nível de endividamento líquido, conforme os
dados mostrados na Tabela 3. Pode-se observar que Flamengo e Palmeiras lideram esse
ranking, enquanto os clubes considerados pequenos em relação a tradição de títulos
expressivos e tamanho de torcida como Figueirense, Goiás, Criciúma, Avaí, Paysandu e
Guarani, apresentaram os níveis menos expressivos do montante da receita total em
relação aos demais clubes de futebol.

Tabela 4 – Receita total – 25 clubes – Em R$ mil

RK 2017 Clubes UF Receita 2016 Receita 2017 Variação 2016-17


1 Flamengo RJ 510.074 648.712 27%
2 Palmeiras SP 468.644 503.682 7%
3 São Paulo SP 393.373 482.595 23%
4 Corinthians SP 485.468 391.242 -19%
5 Grêmio RS 330.366 364.582 10%
6 Cruzeiro MG 238.360 344.315 44%
7 Atlético MG MG 316.312 311.365 -2%
8 Santos SP 295.839 287.002 -3%
9 Botafogo RJ 160.118 280.546 75%
10 Internacional RS 292.651 245.915 -16%
11 Fluminense RJ 293.194 229.057 -22%
12 Vasco da RJ 213.320 191.506 -10%
Gama
13 Atlético PR PR 164.075 161.285 -2%
14 Coritiba PR 109.836 119.098 8%
15 Bahia BA 125.903 114.004 -9%
16 Sport PE 129.597 105.472 -19%
17 Chapecoense SC 67.195 99.802 49%
18 Vitória BA 111.976 90.071 -20%
19 Ponte Preta SP 64.579 68.768 6%
20 Goiás GO 90.406 64.768 -28%
21 Avaí SC 20.357 59.290 191%
22 Paysandu PA 35.983 30.318 -16%
23 Figueirense SC 70.891 26.533 -63%
24 Criciúma SC 25.964 17.386 -33%
25 Guarani SP 8.667 14.671 69%
Fonte: BDOBrazil.
23

4 METODOLOGIA

4.1 Tipologia da pesquisa

A monografia será elaborada com base numa pesquisa do tipo quantidade com
uso de dados secundários sobre finanças e futebol, e também será realizado um
levantamento bibliográfico de autores e vários trabalhos da literatura sobre economia do
futebol. No que se refere à tipologia de pesquisa, pode dizer que a pesquisa quantitativa
apresenta como característica básica a medição de relações entre variáveis e
estabelecimento de correlações entre elas a partir da utilização de recursos e de técnicas
típicas da estatística. Ademais, pode-se dizer que nessa modalidade de pesquisa tem-se a
elaboração de hipóteses e a interpretação e classificação das variáveis e dos fenômenos
analisados no âmbito da elaboração da pesquisa acadêmica (PRODANOV E FREITAS,
2013).
A pesquisa de natureza bibliográfica caracteriza-se como uma forma de
investigação que se utiliza das chamadas fontes de papel, com por exemplo, revistas,
artigos, jornais, etc. Como uma vantagem relacionada com essa modalidade de pesquisa
pode-se destacar o nível de cobertura de uma ampla gama de fenômenos que na prática
não seriam viáveis de ser observados diretamente pelo pesquisador, sendo que ele
contorna tal inviabilidade com base no uso das fontes de estudo do tipo secundárias tais
como livros, revistas, jornais, artigos, dentre outras fontes bibliográficas para o
desenvolvimento de sua pesquisa acadêmica a partir do levantamento bibliográfico de
informações (GIL, 2008).
24

4.2 Base de dados

Além disso, será desenvolvida uma pesquisa de natureza quantitativa e


secundária, que utilizará uma base de dados secundários, sendo posteriormente realizada
uma análise de estatísticas descritivas, tendo como fontes de dados informações
disponíveis no site da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e BDOBRAZIL.

4.3. Especificação do modelo econométrico

O modelo econométrico que será estimado na monografia pode ser especificado


a partir da seguinte relação para captar os fatores determinantes do valor de mercado da
marca do clube de futebol no Brasil para uma amostra no período de 2012 a 2017.

𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍𝒊 = 𝜷𝟎 + 𝜷𝟏 𝒕𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐𝒔𝒊 + 𝜷𝟐 𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒂𝒗𝒊𝒕⁄𝒅𝒆𝒇𝒊𝒄𝒊𝒕𝒊 +


+𝜷𝟑 𝒗𝒊𝒕𝒐𝒓𝒊𝒂𝒔𝒊 + 𝜷𝟒 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒂𝒅𝒊𝒗𝒊𝒔𝒂𝒐𝒊 + 𝜺𝒊

Descrição das variáveis do modelo econométrico

Variável dependente do modelo econométrico


𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = Refere-se ao faturamento total dos clubes e engloba as receitas com
patrocínio e publicidade, cotas televisivas, vendas de jogadores, bilheteria de jogos, etc.

Variáveis explicativas do modelo de econométrico

𝑇𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜𝑠 = Representa o número de títulos consultados pelos clubes de futebol no


período de 2012 a 2017. Espera-se que a priori que essa variável tenha uma relação
positiva e direta com a receita total, dado que os clubes mais competitivos com maior
número de títulos possuem maior visibilidade e podem atrair mais patrocinadores paras
temporadas de futebol.
25

𝑆𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎𝑣𝑖𝑡/𝑑𝑒𝑓𝑖𝑐𝑡 = Resultado do exercício financeiro do clube, consiste na


diferentes entre a receita total e o total das despesas dos clubes da amostra no período de
2012 a 2017. A priori, é de se esperar que essa variável tenha um efeito positivo sobre a
receita total, dado que clubes superavitários têm maior receita total em relação ao
montante total de despesas dos clubes de futebol.
𝑉𝑖𝑡𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠 = Número de vitórias do clube no Campeonato Brasileiro de futebol nas
temporadas de 2012 a 2017. Espera-se que esta variável contribua positivamente nas
variações da receita total. Clubes de futebol mais competitivos com maior número de
vitórias e conquistas de títulos tem potencial de captar maiores receitas totais e auxiliar
na manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos clubes de futebol.
𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑎𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠𝑎𝑜 = variável dummy igual a 1 se o clube está na série B do
campeonato brasileiro de futebol e igual a zero, caso contrário. Espera-se que essa
variável explicativa apresente efeito negativo sobre as receitas totais dos clubes de
futebol, dado que clubes que jogam uma divisão inferior atraem menos investimentos na
forma de patrocínios e cotas de televisão para os clubes de futebol.
A Tabela 5 a seguir apresenta os valores esperados a priori para os coeficientes
estimados do modelo econométrico de determinantes da receita total dos clubes de
futebol brasileiros para o período de 2012 a 2017.
Tabela 5 - Sinais esperados para os coeficientes das variáveis explicativas do modelo
Variável Sinal esperado Descrição
𝑆𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎𝑣𝑖𝑡/ Positivo Resultado financeiro diferença entre as receitas e as
𝑑𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑡 despesas do exercício financeiro
Títulos Positivo Número de títulos do clube na temporada
𝑉𝑖𝑡𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠 Positivo Número de vitórias do clube no campeonato brasileiro
de futebol
𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑎𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠𝑎𝑜 Negativo Variável binária igual a 1 para o clube na segunda
divisão do campeonato brasileiro de futebol
Fonte: Elaboração própria.
26

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na Tabela 6, apresenta-se uma descrição dos resultados das principais estatísticas


descritivas das variáveis utilizadas nos modelos econométricos.
A justificativa para apresentação desses valores das medidas resumos de estatísticas
descritivas consiste em se ter uma ideia da natureza das variáveis e de como se
distribuem e se comportam seus valores em termos de medidas estatísticas descritivas
como media desvio-padrão e amplitude em relação aos valores máximo e mínimo
dessas variáveis de estudo. Já a justificativa para a apresentação da matriz de correlação
na Tabela 7 reside no fato de se analisar qual o nível de relação entre as variáveis
explicativas e a variável dependente do modelo econométrico estimado no sentido de
termos algum diagnóstico se as correlações entre elas apresentam sinal de mesmo
sentido que o das estimativas do modelo econométrico e se essas correlações elas são
muito elevadas, próximas de 1 entre as variáveis explicativas, que pode evidenciar a
presença de multicolinearidade no modelo econométrico.
Como esperado, pode-se perceber que a dispersão para as variáveis financeiras
como receita total e resultado financeiro operacional, superávit/déficit, mostra-se com
maior dispersão do que as variáveis de competição dadas pelo número de vitórias no
campeonato brasileiro de futebol pelas variáveis binárias relativas à participação do
clube de futebol na segunda divisão do campeonato brasileiro de futebol. Outro
resultado que chama a atenção, refere-se ao valor negativo para a média da relação
superávit déficit, sinalizando para o fato de que os clubes são na média deficitários e,
portanto, mostram um perfil de endividamento financeiro no período de 2012 a 2017
para essa amostra de clubes de futebol no Brasil.

Tabela 6 – Estatísticas descritivas das variáveis do modelo econométrico

Variável Rectot Superavitdeficit Segundadivatual Vitoriasbr Titulosatual


Média
177136.9 -2712.000 0.1825 15.09 0.5159
Máximo
648712.0 278709.0 1 24 2
Mínimo
17386.00 -174844.0 0 7 0
Desvio-padrão
130715.8 51707.18 0.3878 4.0168 0.6162
Observações
126 126 126 126 126
Fonte: Elaboração própria.
27

A Tabela 7 descreve os valores para os resultados das correlações entre as


variáveis utilizadas na estimação do modelo econométrico. Pode-se observar que todos
os valores apresentados estão abaixo de 0,50, que evidencia valores pequenos para os
resultados das correlações, o que nos leva a um indício de que no modelo econométrico
não se presencia problemas relacionados com multicolinearidade nos dados em relação
às variáveis explicativas do modelo de regressão estimada na Tabela 8 para os
determinantes das receitas totais dos clubes de futebol brasileiros. Ademais, cabe
ressaltar que todos os sinais das correlações entre a variável dependente de receita total
e as variáveis explicativas do modelo econométrico estão dentro do esperado para a
relação entre essas variáveis no âmbito desse modelo econométrico.
Tabela 7 – Matriz de correlações de Pearson das variáveis do modelo econométrico

Rectot Superavitdeficit Segundadivatual Vitoriasbr Titulosatual

Rectot
1 0.3182 -0.3778 0.1672 0.2488
Superavitdeficit
0.3182 1 0.0196 0.0543 0.0612
Segundadivatual
-0.3778 0.0196 1 -0.0959 0.3071
Vitoriasbr
0.1672 0.0543 -0.0959 1 0.1771
Titulosatual
0.2488 0.0612 0.3071 0.1771 1
Fonte: Elaboração própria.

A Tabela 8 mostra os resultados para o teste de heterocedasticidade de White,


pelos valores das estatísticas F e da probabilidade F, pode-se inferior em relação a isso
que ocorre heterocedasticidade em relação aos dados amostrais do modelo econométrico
estimado. Para contornar esse problema nas estimações, foi utilizada na Tabela 8 o
método de estimação por mínimos quadrados com correção de heterocedasticidade de
White para o modelo de determinantes das receitas dos clubes de futebol brasileiros.

Tabela 8 – Teste de heteocedasticidade de White sem os termos para os coeficientes


cruzados do modelo econométrico

Estatística F 2.531209 Prob.F(13,112) 0.0044


Obs*R-squared 28.61254 Prob.Chi-Square(13) 0.0074
Scaled explained SS 26.40725 Prob. Chi-Square(13) 0.0150
Fonte: Elaboração própria.
28

Os resultados para a estimação do modelo econométrico estão apresentados na


Tabela 9. Cabe destacar que como o teste de heterocedasticidade de White rejeitou a
hipótese de homocedasticidade nos dados das variáveis da amostra desse estudo, de
forma que o modelo econométrico fosse estimado por correção de heterocedasticidade
com erros robustos de White. Pelos resultados, percebe-se que os coeficientes
relacionados com o resultado financeiro operacional do clube, o fato de o clube jogar a
segunda divisão e o número de vitórias no campeonato brasileiro de futebol
apresentaram os sinais esperados para os impactos sobre a variável dependente de
receita total do modelo econométrico. Desse modo o sucesso financeiro em termos da
arrecadação de receita total aumenta, quando corre uma variação positiva nas variáveis
explicativas do resultado operacional, superávit/déficit ou no número de vitórias do
clube no campeonato brasileiro de futebol. Por outro lado, o fato de o clube jogar a
segunda divisão tem um impacto negativo sobre a receita total do clube de futebol.

Tabela 9 – Resultados das estimações do modelo econométrico

Variável Coeficiente Erro-padrão Estatística t Valor – p

Constante 20975.84 31426.73 0.667452 0.5058


Superavitdeficit 0.765746 0.261065 2.933162 0.0040
Segundadivatual -167075.5 19507.22 -8.564802 0.0000
Titulosatual 7766.064 15773.01 0.492364 0.6234
Vitoriasbr 12237.59 2106.073 5.810623 0.0000
𝑅 0.383324
𝑅 ajustado 0.362938
F-statistic 18.8033
Prob(F-statistic) 0.0000
Fonte: Elaboração própria
29

Pode-se observar, pelos resultados mostrados na Tabela 10, que conforme o teste
de especificação de Wald, o modelo econométrico mostrou-se adequado na forma
linear. De modo que a estimação do modelo com base nas variáveis em nível, na forma
original, mostrou-se adequada aos dados amostrais na estimação do modelo
econométrico.

Tabela 10 – Teste de especificação de Wald do modelo econométrico


Estatística de teste Valor Graus de liberdade Probabilidade
Estatística F
81.19199 (5, 121) 0.0000
Qui-quadrado
405.9599 5 0.0000
Fonte: Elaboração própria.
30

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho foi elaborado, tomando-se como problema o seguinte


questionamento, a saber: clubes de futebol com maior arrecadação de receitas
apresentam maior competitividade esportiva no campeonato brasileiro da série A no
período de 2012 a 2017?. Nesse sentido, elaborou-se a hipótese norteadora baseado no
fato de que os clubes que apresentam maior equilíbrio econômico-financeiro,
apresentam melhor nível de receita total e maior competitividade em termos de
resultados esportivos, na amostra de clubes de futebol brasileiros no período de 2012 a
2017. Assim sendo, cabe destacar também que essa pesquisa orientou-se sob o objetivo
geral, verificar se houve melhoria no equilíbrio econômico-financeiro e no valor da
marca dos principais clubes de futebol brasileiros. Além disso, cabe ressaltar também
que como objetivos específicos, analisou-se algumas variáveis de equilíbrio
econômico-financeiro dos clubes de futebol brasileiros, como por exemplo, receitas,
custos, endividamento, etc para os clubes de futebol da amostra no período de 2012 a
2017; e verificou-se também a relação com a necessidade de melhorias na gestão
financeira dos clubes de futebol brasileiros com base na análise da situação de
endividamento e a relação entre despesas com futebol e a arrecadação de receitas totais
no período de 2012 a 2017.
Os resultados para a estimação do modelo econométrico foram obtidos pela
utilização do método de mínimos quadrados com correção de heterocedasticidade de
White. Apresentou como resultados para as estimações dos coeficientes, que as
variáveis explicativas relacionadas com o resultado financeiro operacional do clube e
o número de vitórias no campeonato brasileiro de futebol apresentaram um impacto
positivo sobre a receita total, indicando que uma variação positiva nessas variáveis
explicativas implicam num aumento da receita total para os clubes de futebol da
amostra no período de 2012 a 2017, o que sinaliza para uma evidência de que o
desempenho financeiro em termos da arrecadação de receita total aumenta, dada uma
variação positiva nas variáveis explicativas do resultado operacional, superávit/déficit
ou no número de vitórias do clube no campeonato brasileiro de futebol. Por outro lado,
a variável binária que indica o fato de o clube jogar a segunda divisão do campeonato
brasileiro tem um impacto negativo sobre a receita total do clube de futebol no período
de 2012 a 2017.
31

O presente trabalho limitou-se em abordar os fatores determinantes da


arrecadação de receitas pelos clubes de futebol e sua relação com variáveis indicadores
do desempenho financeiro e o sucesso esportivos de clubes de futebol brasileiros. Como
sugestão de futuros trabalhos, pode-se sugerir acrescentar outras variáveis financeiras e
de desempenho esportivo dos clubes, tais como o valor de Mercado das marcas dos
clubes, índices de rentabilidade liquidez e solvência, assim como outras variáveis de
desempenho esportivo, como por exemplo, a pontuação total dos clubes de futebol nas
competições nacionais como o campeonato brasileiro de futebol.
32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMORIM Filho, Manuel Henrique de e Silva, José Antônio Filgueiras da. A Gestão de
Clubes de Futebol – Regulação, Modernização e Desafios para o Esporte no Brasil.
In: http://blogdojuca.uol.com.br/2012/07/a-gestao-de-clubes-de-futebol-regulacao-
modernizacao-e-desafios-para-o-esporte-no-Brasil. Acesso em 20/06/2018.

AVELAR, Ewerton Alex; SANTOS, Thiago de Sousa e RIBEIRO, Lívia Maria de Pádua.
Análise do desempenho econômico-financeiro de clubes brasileiros de futebol. XXI
simpósio de engenharia de produção As Demandas de Infraestrutura Logística para o
Crescimento Econômico Brasileiro Bauru, SP, Brasil, 10 a 12 de novembro de 2014.

CORREIA, Fabiana Barros. Globalização e ampliação do mercado do futebol: A


economia dentro de campo. Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de
Santana – BA, 2015. Monografia

DRUMMOND, ARAÚJO Junior, AF e SHIKIDA, CD. Campeonato Brasileiro de


Futebol e Balanço Competitivo: uma análise do período 1971-2009. Rev Bras Futebol
2010 Jul-Dez; 03(2): p. 73-87.

FERREIRA, Marcelo Ducati. Dentro e fora de campo: a relação entre o sucesso


econômico dos clubes de futebol e as suas conquistas. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre; 2014. (Trabalho de conclusão de curso).

FREITAS, Helio Viana de e FILHO, Joaquim Rubens Fontes. A Governança


Corporativa nos Clubes de Futebol: um Estudo de Caso sobre o Clube de Regatas
do Flamengo. Revista ADM.MADE, Rio de Janeiro, ano 11, v.15, n.3, p.39-60,
setembro/dezembro, 2011. Revista do Mestrado em Administração e Desenvolvimento
Empresarial da Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro (MADE/UNESA).

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social 6. ed. - São Paulo : Atlas,
2008.
33

PRODANOV, Cleber Cristiano e FREITAS, Ernani César de. Metodologia do


trabalho científico [recurso eletrônico]: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho
acadêmico / Cleber Cristiano Prodanov, Ernani Cesar de Freitas. – 2. ed. – Novo
Hamburgo: Feevale, 2013.

PRONI, Marcelo Weishaupt. Economia do esporte: um campo de estudo em expansão.


1º ENCONTRO DA ALESDE. “Esporte na América Latina: atualidade e perspectivas”.
UFPR - Curitiba - Paraná – Brasil, 30, 31/10 e 01/11/2008.

SANTOS, Sandra Maria dos; BENEVIDES, Bruno Ítalo Lima; CABRAL, Augusto
Cézar de Aquino; PESSOA, Maria Naiula Monteiro; RIBEIRO, Renata Aquino e
HOLT, Natalia Louisa de Souza. Determinantes da demanda por jogos de futebol no
Brasil e na Inglaterra. XXXVIII Encontro da ANPAD. Rio de Janeiro, 13 a 17 de
setembro de 2014.

SANTOS, Ananias Francisco dos e GREUEL, Marcos Alexandre. Análise da gestão


financeira e econômica dos clubes brasileiros de futebol: uma aplicação da análise
das componentes principais. XIII SEMEAD. Seminários em Administração. Setembro
de 2010.

SILVEIRA, Amaro Vieira da. Análise econômico-financeira: estudo de caso do estado


de solvência dos clubes de futebol brasileiros. Universidade de Brasília (UNB). Brasília,
2014. (Monografia)

SOARES, Sheila Morais. A contabilidade nos clubes brasileiros. Centro Universitário


Nove de Julho. UNINOVE. Monografia de TCC, São Paulo, 2005.

SOUZA, Fábio Augusto Pera de e ÂNGELO, Claudio Felisoni de. O fim do passe e
seu impacto sobre o desequilíbrio competitivo entre as equipes de futebol. R. Adm.,
São Paulo, v.40, n.3, p.280-288, jul./ago./set. 2005.
34

ANEXOS

Estatísticas descritivas das variáveis do modelo econométrico

RECTOT SUPERAVIT_DEFICIT SEGUNDADIVATUAL VITORIASBR TITULOSATUAL


Mean 177136.9 -2712.000 0.182540 15.09524 0.515873
Median 158597.5 -6177.000 0.000000 15.00000 0.000000
Maximum 648712.0 278709.0 1.000000 24.00000 2.000000
Minimum 17386.00 -174844.0 0.000000 7.000000 0.000000
Std. Dev. 130715.8 51707.18 0.387831 4.016822 0.616235
Skewness 0.924869 1.541854 1.643643 0.361333 0.763304
Kurtosis 3.535269 11.03280 3.701562 2.411810 2.594179

Jarque-Bera 19.46725 388.6848 59.31679 4.558119 13.09993


Probability 0.000059 0.000000 0.000000 0.102380 0.001430

Sum 22319255 -341712.0 23.00000 1902.000 65.00000


Sum Sq. Dev. 2.14E+12 3.34E+11 18.80159 2016.857 47.46825

Observations 126 126 126 126 126

Matriz de correlações das variáveis do modelo econométrico

RECTOT SUPERAVIT_DEFICIT SEGUNDADIVATUAL TITULOSATUAL VITORIASBR


RECTOT 1 0.3182 -0.3777687099465281 0.1672 0.248813435792639
SUPERAVIT_DEFICIT 0.3181556603577934 1 0.01964452021266443 0.05431469342905111 0.06115930333639671
SEGUNDADIVATUAL -0.3777687099465281 0.01964452021266443 1 -0.09590423166397726 0.3071393904922104
TITULOSATUAL 0.1672187857170359 0.05431469342905111 -0.09590423166397726 1 0.1771400779597861
VITORIASBR 0.248813435792639 0.06115930333639671 0.3071393904922104 0.1771400779597861 1
35

Resultados das estimações do modelo econométrico

Dependent Variable: RECTOT


Method: Least Squares
Date: 04/24/19 Time: 12:43
Sample: 1 126
Included observations: 126
White heteroskedasticity-consistent standard errors & covariance

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 20975.84 31426.73 0.667452 0.5058


SUPERAVIT_DEFICIT 0.765746 0.261065 2.933162 0.0040
SEGUNDADIVATUAL -167075.5 19507.22 -8.564802 0.0000
TITULOSATUAL 7766.064 15773.01 0.492364 0.6234
VITORIASBR 12237.59 2106.073 5.810623 0.0000

R-squared 0.383324 Mean dependent var 177136.9


Adjusted R-squared 0.362938 S.D. dependent var 130715.8
S.E. of regression 104332.3 Akaike info criterion 25.98742
Sum squared resid 1.32E+12 Schwarz criterion 26.09997
Log likelihood -1632.208 Hannan-Quinn criter. 26.03315
F-statistic 18.80332 Durbin-Watson stat 1.081641
Prob(F-statistic) 0.000000 Wald F-statistic 24.49798
Prob(Wald F-statistic) 0.000000

Teste de especificação de Wald do modelo econométrico

Wald Test:
Equation: Untitled

Test Statistic Value df Probability

F-statistic 81.19199 (5, 121) 0.0000


Chi-square 405.9599 5 0.0000

Null Hypothesis: C(1)=C(2)=C(3)=C(4)=C(5)=0


Null Hypothesis Summary:

Normalized Restriction (= 0) Value Std. Err.

C(1) 20975.84 31426.73


C(2) 0.765746 0.261065
C(3) -167075.5 19507.22
C(4) 7766.064 15773.01
C(5) 12237.59 2106.073

Restrictions are linear in coefficients.


36

Teste de heteocedasticidade de White sem os termos para os coeficientes cruzados do


modelo econométrico

Heteroskedasticity Test: White

F-statistic 2.531209 Prob. F(13,112) 0.0044


Obs*R-squared 28.61254 Prob. Chi-Square(13) 0.0074
Scaled explained SS 26.40725 Prob. Chi-Square(13) 0.0150

Test Equation:
Dependent Variable: RESID^2
Method: Least Squares
Date: 04/24/19 Time: 12:44
Sample: 1 126
Included observations: 126
White heteroskedasticity-consistent standard errors & covariance
Collinear test regressors dropped from specification

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C -3.19E+10 1.47E+10 -2.172976 0.0319


SUPERAVIT_DEFICIT^2 0.358933 0.308062 1.165133 0.2464
SUPERAVIT_DEFICIT*SEGUNDADIVATUAL -266420.2 100172.3 -2.659620 0.0090
SUPERAVIT_DEFICIT*TITULOSATUAL 133654.6 98731.74 1.353715 0.1786
SUPERAVIT_DEFICIT*VITORIASBR -1852.665 9709.099 -0.190817 0.8490
SUPERAVIT_DEFICIT 50207.86 151849.7 0.330642 0.7415
SEGUNDADIVATUAL^2 -3.28E+10 9.99E+09 -3.281371 0.0014
SEGUNDADIVATUAL*TITULOSATUAL 2.36E+08 5.01E+09 0.047051 0.9626
SEGUNDADIVATUAL*VITORIASBR 1.54E+09 6.41E+08 2.395121 0.0183
TITULOSATUAL^2 -1.20E+08 2.87E+09 -0.041940 0.9666
TITULOSATUAL*VITORIASBR 1.17E+09 7.27E+08 1.611000 0.1100
TITULOSATUAL -1.64E+10 9.33E+09 -1.760434 0.0811
VITORIASBR^2 -2.31E+08 91060469 -2.535723 0.0126
VITORIASBR 6.47E+09 2.40E+09 2.695335 0.0081

R-squared 0.227084 Mean dependent var 1.05E+10


Adjusted R-squared 0.137370 S.D. dependent var 1.48E+10
S.E. of regression 1.38E+10 Akaike info criterion 49.63680
Sum squared resid 2.13E+22 Schwarz criterion 49.95194
Log likelihood -3113.118 Hannan-Quinn criter. 49.76483
F-statistic 2.531209 Durbin-Watson stat 1.746916
Prob(F-statistic) 0.004377

Você também pode gostar