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CS - Crime de Preconceito 2019 PDF
CS - Crime de Preconceito 2019 PDF
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 4
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 5
2. TUTELA CONSTITUCIONAL ................................................................................................... 5
2.1. PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ................................................................ 5
2.2. DISPOSITIVOS DA CF/88 ................................................................................................ 5
3. TUTELA DA IGUALDADE NA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS HOMENS 8
4. ÂMBITO DE INCIDÊNCIA DA LEI Nº 7.716/89 ...................................................................... 10
5. DIFERENCIAÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO E PRECONCEITO ................................................ 10
6. CONCEITOS ......................................................................................................................... 11
6.1. RAÇA ............................................................................................................................. 11
6.2. COR ............................................................................................................................... 11
6.3. ETNIA ............................................................................................................................. 11
6.4. RELIGIÃO....................................................................................................................... 11
6.5. PROCEDÊNCIA NACIONAL .......................................................................................... 12
7. OUTRAS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO ............................................................................ 13
8. CRIMES DA LEI Nº 7.716/89 ................................................................................................. 15
8.1. IMPEDIR ACESSO CARGO PÚBLICO .......................................................................... 15
8.1.1. Previsão legal e considerações ............................................................................... 16
8.1.2. Conflito aparente de normas .................................................................................... 16
8.2. IMPEDIR PROMOÇÃO NA CARREIRA.......................................................................... 17
8.2.1. Consumação ........................................................................................................... 17
8.2.2. Sujeito ativo ............................................................................................................. 17
8.3. IMPEDIR ACESSO ÀS FORÇAS ARMADAS ................................................................. 17
8.3.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 18
8.3.2. Sujeito passivo ........................................................................................................ 18
8.3.3. Consumação ........................................................................................................... 18
8.3.4. Tentativa .................................................................................................................. 18
8.4. RACISMO NA INICIATIVA PRIVADA (ANTES DA CONTRATAÇÃO) ............................ 18
8.4.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 19
8.4.2. Sujeito passivo ........................................................................................................ 19
8.4.3. Consumação ........................................................................................................... 19
8.4.4. Conflito aparente de normas (critério da especialidade) .......................................... 19
8.5. RACISMO NA INICIATIVA PRIVADA (APÓS A CONTRATAÇÃO) ................................. 20
8.5.1. DEIXAR DE CONCEDER OS EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS AO EMPREGADO
EM IGUALDADE DE CONDIÇÕES COM OS DEMAIS TRABALHADORES.......................... 20
8.5.1.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 20
8.5.1.2. Sujeito passivo ........................................................................................................ 21
8.5.1.3. Consumação ........................................................................................................... 21
8.5.1.4. Tentativa .................................................................................................................. 21
8.5.2. IMPEDIR A ASCENSÃO FUNCIONAL DO EMPREGADO OU OBSTAR OUTRA
FORMA DE BENEFÍCIO PROFISSIONAL ............................................................................. 21
8.5.2.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 21
8.5.2.2. Sujeito passivo ........................................................................................................ 21
8.5.2.3. Consumação ........................................................................................................... 21
8.5.2.4. Tentativa .................................................................................................................. 21
8.5.3. PROPORCIONAR AO EMPREGADO TRATAMENTO DIFERENCIADO NO
AMBIENTE DE TRABALHO, ESPECIALMENTE QUANTO AO SALÁRIO ............................ 21
CS – CRIME DE PRECONCEITO 1
8.6. RACISMO NA COLOCAÇÃO DE ANÚNCIOS DE EMPREGOS ..................................... 22
8.7. DISCRIMINAÇÃO NOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS ..................................... 22
8.7.1. Artigo 5º da Lei nº 7.716/89 ..................................................................................... 22
8.7.1.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 23
8.7.1.2. Sujeito passivo ........................................................................................................ 23
8.7.1.3. Consumação ........................................................................................................... 23
8.7.2. Artigo 7º da Lei nº 7.716/89 ..................................................................................... 23
8.7.2.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 23
8.7.2.2. Sujeito Passivo ........................................................................................................ 23
8.7.2.3. Consumação ........................................................................................................... 23
8.7.2.4. Tentativa .................................................................................................................. 23
8.7.3. Artigo 8º da Lei nº 7.716/89 ..................................................................................... 24
8.7.3.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 24
8.7.3.2. Sujeito Passivo ........................................................................................................ 24
8.7.3.3. Consumação ........................................................................................................... 24
8.7.3.4. Tentativa .................................................................................................................. 24
8.7.4. Artigo 9º da Lei nº 7.716/89 ..................................................................................... 24
8.7.4.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 25
8.7.4.2. Sujeito passivo ........................................................................................................ 25
8.7.4.3. Consumação ........................................................................................................... 25
8.7.4.4. Tentativa .................................................................................................................. 25
8.7.5. Artigo 10º da Lei nº 7.716/89 ................................................................................... 25
8.7.5.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 25
8.7.6. Sujeito passivo ........................................................................................................ 26
8.7.7. Consumação ........................................................................................................... 26
8.7.8. Tentativa .................................................................................................................. 26
8.8. DISCRIMINAÇÃO NA EDUCAÇÃO ................................................................................ 26
8.8.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 26
8.8.2. Sujeito passivo ........................................................................................................ 26
8.8.3. Consumação ........................................................................................................... 27
8.8.4. Tentativa .................................................................................................................. 27
8.9. ARTIGO 11 DA LEI Nº 7.716/89 ..................................................................................... 27
8.10. ARTIGO 12 DA LEI Nº 7.716/89 ..................................................................................... 27
8.10.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 28
8.10.2. Sujeito passivo ........................................................................................................ 28
8.10.3. Conflito aparente de normas (princípio da especialidade) ........................................ 28
8.11. ARTIGO 14 DA LEI Nº 7.716/89: .................................................................................... 28
8.11.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 28
8.11.2. Sujeito passivo ........................................................................................................ 28
8.11.3. Consumação ........................................................................................................... 29
8.11.4. Tentativa .................................................................................................................. 29
8.12. ARTIGO 20 DA LEI Nº 7.716/89 ..................................................................................... 29
8.12.1. Hipóteses em que a jurisprudência entendeu configurado o delito .......................... 29
8.12.2. Penas, efeitos da condenação e providências cautelares ........................................ 31
8.12.3. Providências cautelares ........................................................................................... 31
8.13. ARTIGO 20, §1º, DA LEI Nº 7.716/89 ............................................................................. 31
8.13.1. Sujeito ativo ............................................................................................................. 32
8.13.2. Sujeito passivo ........................................................................................................ 32
CS – CRIME DE PRECONCEITO 2
8.13.3. Consumação ........................................................................................................... 32
8.13.4. Tentativa .................................................................................................................. 32
8.13.5. Elemento subjetivo .................................................................................................. 32
9. EFEITOS EXTRAPENAIS DA CONDENAÇÃO ..................................................................... 32
10. BREVES NOTAS SOBRE A COMPETÊNCIA .................................................................... 33
10.1. RACISMO PELA INTERNET .......................................................................................... 33
10.2. BASE TERRITORIAL DO CRIME PRATICADO PELA INTERNET ................................. 33
10.3. DISCRIMINAÇÃO/PRECONCEITO CONTRA A CULTURA INDÍGENA ......................... 34
CS – CRIME DE PRECONCEITO 3
APRESENTAÇÃO
Olá!
O Caderno Legislação Penal Especial – Crimes de Preconceito possui como base as aulas
do professor Vinícius Marçal, do Curso G7 Jurídico.
Dois livros foram utilizados para complementar nosso CS de Legislação Penal Especial: a)
Legislação Criminal para Concursos (Fábio Roque, Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar),
ano 2017 e b) Legislação Criminal Comentada (Renato Brasileiro), ano 2018, ambos da Editora
Juspodivm.
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina
+ informativos + súmulas + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você
faça uma boa prova.
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito
importante!! As bancas costumam repetir certos temas.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 4
1. INTRODUÇÃO
• Raça
• Cor
• Etnia
• Religião
• Procedência Nacional
Obs.: Algumas provas abordam o tema e incluem outros tipos de preconceitos além dos citados no
art. 1º da Lei nº 7.716/89. Portanto, imprescindível o conhecimento do dispositivo legal.
2. TUTELA CONSTITUCIONAL
CS – CRIME DE PRECONCEITO 5
Inicialmente, destaca-se o art. 1º, III, da CF/88:
É de extrema importância a referida previsão, porque o bem jurídico tutelado pela Lei nº
7.716/89 é a “dignidade da pessoa humana”.
Sexo, idade e outras formas de discriminação (cláusula aberta) não estão contempladas
pela Lei nº 7.716/89.
Além disso, preveem os arts. 4º, II e VIII; art. 5º, VI; art. 7º, XXXI, todos da CF/88:
Art. 5º (...)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência;
Ressalta-se que o art. 7º, XXXI, é tão importante que se tornou crime na Lei nº 7.716/89, em
seu art. 4º, §1º, III.
Art. 4º (...)
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou
de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem
nacional ou étnica: (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência)
(...)
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de
trabalho, especialmente quanto ao salário.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 6
Art. 5º (...)
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
Ademais, incisos XLII, XLIV, XLIII do art. 5º, da CF/88 afirmam que:
Art. 5º (...)
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito
à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Por outro lado, a CF/88 tratou das três hipóteses de inafiançabilidade e duas de
imprescritibilidade, não pode a doutrina relegá-las. Não existem normas constitucionais originárias
inconstitucionais, portanto, devem ser aplicadas.
Gabriel Habib defende a literalidade, em razão da analogia in malam partem. Segundo ele,
“a CF/88 apenas fez menção expressa ao racismo, como sendo imprescritível e inafiançável, nada
dispondo em relação às demais formas de discriminação previstas na lei (cor, etnia, religião ou
procedência nacional). Dessa forma, conclui-se que a imprescritibilidade e a inafiançabilidade se
referem tão somente à discriminação em razão de raça, não podendo o preceito constitucional ser
aplicado às demais formas de discriminação, sob pena de incidência em analogia in malam partem.”
CS – CRIME DE PRECONCEITO 7
7.716/1989 (‘praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.’). Tratando-se de crime de
racismo, incide sobre o tipo penal e a cláusula de imprescritibilidade prevista
no art. 5º, XLII, da Constituição Federal. S jurisprudência do STF e do STJ é
firme no sentido de que o crime de racismo não se restringe aos atos
preconceituosos em função de cor ou etnia, mas abrangem todo ato
discriminatório praticado em função de raça, cor, etnia, religião ou
procedência, conforme previsão literal do art. 20 da Lei nº 7.716/1989.”
Esse deve ser o posicionamento por nós adotados em provas, eis porque entendimento
consolidado nas cortes superiores.
A imprescritibilidade do racismo (art. 5º, XLIII) abrange também o crime de injúria racial?
Todavia, com o advento da Lei nº 9.459/79, introduzindo a denominada injúria racial, criou-
se mais um delito no cenário do racismo. Portanto, imprescritível, inafiançável e sujeito à pena de
reclusão (AgRg no AResp 686.695/DF, 6ª T.STJ, DJe 31/08/2015). Embora seja um julgado isolado,
não se tem notícia de outro que altere esse entendimento, já defendido em sede doutrinária por
Guilherme de Souza Nucci. A crítica formulada é eventual analogia in malam partem.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 8
Ainda, o artigo IV, alínea “a” da Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as
Formas de Discriminação Racial (Decreto 65.810/1969):
Art. I (...)
4. Não serão consideradas discriminação racial as medidas especiais
tomadas com o objetivo precípuo de assegurar, de forma conveniente, o
progresso de certos grupos sociais ou étnicos ou de indivíduos que
necessitem de proteção para poderem gozar e exercitar os direitos humanos
e as liberdades fundamentais em igualdade de condições, não serão
consideradas medidas de discriminação racial, desde que não conduzam à
manutenção de direitos separados para diferentes grupos raciais e não
prossigam após terem sido atingidos os seus objetivos
Trata-se de ações afirmativas com prazo, justamente para não gerar discriminação reversa
ou inversa. Exemplo: cotas raciais para negros em universidades públicas (STF ADPF 186 (Unb) e
RE 597285 (UFRGS).
Art. 1o Ficam reservadas aos negros 20% (vinte por cento) das vagas
oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e
empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das
autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades
de economia mista controladas pela União, na forma desta Lei.
Art. 6o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação e terá vigência pelo
prazo de 10 (dez) anos.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 9
4. ÂMBITO DE INCIDÊNCIA DA LEI Nº 7.716/89
ATENÇÃO: Guilherme de Souza Nucci afirma “para nós, qualquer tipo de discriminação de seres
humanos é racismo... de modo que segregar pessoas em razão do sexo (homem ou mulher) e do
estado civil (casado, solteiro, divorciado, separado judicialmente) constitui manifestação racista,
sujeita aos tipos previstos na Lei nº 7.716/89. (...) homossexuais discriminados podem ser, para os
fins de aplicação desta Lei, considerados como grupo racial.”
*PC-RN: A L.7.716/89 não considera crime de racismo o ato preconceituoso contra homossexual
praticado em razão da opção sexual da vítima.
Art.1º (...)
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou
de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem
nacional ou étnica:
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em
igualdade de condições com os demais trabalhadores;
CS – CRIME DE PRECONCEITO 10
Exemplo: A julga que B é menos inteligente e indigno de direitos por ser procedente de
determinada região do país.
6. CONCEITOS
6.1. RAÇA
Esse conceito está superado. O STF entendeu que diferenciação de raça em nada diz, por
existir uma única: a raça humana.
6.2. COR
6.3. ETNIA
6.4. RELIGIÃO
CS – CRIME DE PRECONCEITO 11
Exemplo: católica; espírita; protestante etc.
ATENÇÃO: A discriminação baseada no ateísmo não é abrangida pela Lei nº 7.716/89. Do ponto
de vista doutrinário, ateísmo não é religião.
• Contra pessoas de região diversa dentro do mesmo estado ou cidade, ainda que de
mesma naturalidade (dono de badalado restaurante no Neblon x cliente morador da
cidade de Deus);
Caso emblemático sobre procedência nacional (STJ: RCH 19.166, 5ª T., DJ 20/11/2006):
CS – CRIME DE PRECONCEITO 12
PARA FRISAR:
*MP-SC: Responde pela prática do crime de injúria racial, disposto no §3º do art. 140 do CP, e não
pelo art. 20 da Lei 7.716/89, pessoa que ofende uma só pessoa, chamando-a de “macaco” e “negro
sujo”.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 13
Art. 2º Constituem crime as seguintes práticas discriminatórias:
I - a exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou
qualquer outro procedimento relativo à esterilização ou a estado de gravidez;
II - a adoção de quaisquer medidas, de iniciativa do empregador, que
configurem;
a) indução ou instigamento à esterilização genética;
b) promoção do controle de natalidade, assim não considerado o
oferecimento de serviços e de aconselhamento ou planejamento familiar,
realizados através de instituições públicas ou privadas, submetidas às
normas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Pena: detenção de um a dois anos e multa.
Art. 1º. Constitui contravenção, punida nos termos desta lei, a prática de atos
resultantes de preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 14
Pena - Prisão simples, de 15 (quinze dias a 3 (três) meses, e multa de 1 (uma)
a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR).
A Lei nº 7.437/85 intitula todas as condutas presentes na Lei nº 7.716/89, até então, crimes,
como contravenções. Ante essa divergência, existem dois entendimentos.
O primeiro entendimento advoga que, com relação a raça e cor, essa Lei nº 7.437/85 está
derrogada porque é de 1985, enquanto a Lei nº 7.716 é de 1989. Portanto, está derrogada pelo
critério cronológico. Entretanto, continua em vigor no que concerne a “sexo” e “estado civil” (Gabriel
Habib) – aparentemente, esse não é o melhor entendimento.
Doutra ponta, Guilherme de Souza Nucci, Vinícius Marçal, fundados na ideia de que a Lei nº
7.437/85 está ab-rogada, conforme a previsão do artigo 5º, inciso XLII, da CF/88 “a prática do
racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
lei.”, fomentam que qualquer lei que diga respeito a racismo, deve necessariamente prever
crimes, sem a possibilidade de concessão de liberdade provisória com fiança, imprescritíveis e,
muito importante, sujeitos à pena de reclusão. Não há, pois, qualquer possibilidade, por força de
mandamento constitucional, de se tolerar leis penais voltadas à punição de atos de discriminação
racial com figuras típicas de contravenção penal ou com delitos apenas, tão somente, com
detenção. Essa é a razão pela qual sustentamos a inaplicabilidade da Lei nº 7.437/85 (não
recepcionada). Ofensivos ao artigo 5º, XLII são todos os tipos previstos na referida lei. Não há
salvação.
Obs. Os tipos penais previstos na Lei nº 7.716/89 devem ser lidos na perspectiva do artigo 1º,
inclusive o artigo 4º, 2º (que somente menciona “raça e etnia”), pois todos ofendem o mesmo bem
jurídico imediato (dignidade da pessoa humana e igualdade).
1ª corrente (Fábio Medina Osório) entende que não é preciso especial fim de agir. “A
consciência e a vontade de produzir atos discriminatórios e preconceituosos não são incompatíveis
com o formato das ‘brincadeiras’. Inadmissível, assim, a publicidade de manifestações jocosas, em
qualquer de suas formas, versando discriminações e preconceitos vedados na lei penal. (...) essas
manifestações jocosas, aliás, penetram mais sutilmente no inconsciente coletivo, perfectibilizando
o suporte fático da norma proibitiva.” Esse entendimento é minoritário.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 15
8.1.1. Previsão legal e considerações
• 1ª C: Gabriel Habib, Victor Eduardo Rios Gonçalves e José Paulo Baltazar Júnior
advogam que há analogia in malam partem considerar a conduta também criminosa,
portanto, se a lei só fala em cargo, se dá por excluído “emprego público”.
• 2ª C: Guilherme de Souza Nucci, Vinícius Marçal, defendem que emprego público está
abrangido pelo artigo 3º da referida lei, através de uma interpretação extensiva – essa
é a melhor posição.
Art. 8º. Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público civil ou militar,
por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Pena - perda do cargo, depois de apurada a responsabilidade em inquérito
regular, para o funcionário dirigente da repartição de que dependa a inscrição
no concurso de habilitação dos candidatos.
Conforme Gabriel Habib, a Lei nº 7.716/89 prevalece perante a Lei nº 7.437/85 pelo critério
da sucessividade. Utiliza-se a Lei nº 7.437/85 especificamente no tocante a preconceito resultante
de sexo ou estado civil.
Em sentido contrário, Guilherme de Souza Nucci abrange o racismo como crime e apenado
com reclusão, em todo caso.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
e multa:
CS – CRIME DE PRECONCEITO 16
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
ATENÇÃO: verificar o princípio da especialidade diante dos confrontos das leis gerais e leis
especiais.
Art. 3º (...)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação
de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção
funcional
Apesar de a lei não escrever, obviamente, a vítima deve estar habilitada para a promoção.
8.2.1. Consumação
Trata-se de crime próprio, porque somente quem pode figurar como sujeito ativo é o superior
hierárquico da vítima.
• A 1ª corrente entende que sim, calcada no art. 144, §6º da CF/88 (“as polícias militares
e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército...”).
CS – CRIME DE PRECONCEITO 17
• A 2ª corrente, contrariamente, baseia-se na previsão do art. 142 da CF/88 que entende
que “as forças armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica...”
– portanto, policiais militares e bombeiros, se obstados do acesso ao serviço, seriam
protegidos pelos dispositivos 3º ou 20º da Lei nº 7.716/89. Essa é a corrente
majoritária.
Sujeito ativo é aquele que possui a incumbência de admitir o ingresso de alguém ao serviço
militar.
Pode ser tanto um funcionário subalterno, encarregado da seleção, como um alto dirigente
das Forças Armadas.
8.3.3. Consumação
É crime formal. Mesmo que o pretendente consiga seu lugar nas Forças Armadas por força
de Mandado de Segurança, por exemplo, o delito estará consumado.
8.3.4. Tentativa
Ao contrário do art. 3º (cargo geral) e 13 (restrito às Forças Armadas), aqui se trata de cargo
em empresa privada.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 18
• 1ªC – Apenas as relações de emprego previstas na CLT. Portanto, prestações de
serviço e empregos eventuais não estariam abarcados. Se obstados, enquadrar-se-
iam na previsão do art. 20º da Lei nº 7.716/89.
ATENÇÃO: o termo “empresa privada” não deve ser entendido de maneira ampla, amparando
ONG’s, condomínios residenciais e empregador doméstico. Eventual discriminação nesse sentido
deverá ser incluída na previsão do art. 20º da Lei nº 7.716/89.
*PC-GO: Múcio, gerente de RH de uma empresa privada, durante seleção para preenchimento de
vaga para secretária executiva, diz na presença de várias pessoas que candidatas de origem
nordestina (procedência nacional) não seriam aceitas por não se encaixarem no perfil da empresa.
Valéria, uma candidata nordestina, sentindo-se humilhada, retira-se da seleção. Múcio praticou
contra Valéria o crime de preconceito, por negar ou obstar emprego em empresa privada.
8.4.3. Consumação
Elemento subjetivo: dolo fundado na raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
e multa:
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho
CS – CRIME DE PRECONCEITO 19
Art. 9º. Negar emprego ou trabalho a alguém em autarquia, sociedade de
economia mista, empresa concessionária de serviço público ou empresa
privada, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 1 (uma) a
3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR), no caso de empresa privada;
perda do cargo para o responsável pela recusa, no caso de autarquia,
sociedade de economia mista e empresa concessionária de serviço público.
A posição majoritária, no entanto, entende que a Lei nº 7.716/89 não mais vige.
O núcleo do tipo do §1º, artigo 4º da referida Lei, engloba: raça, cor, descendência ou origem
nacional ou étnica. Quanto à “religião”, é amplamente majoritário que esse crime também tem que
ser lido como todos os demais da Lei, em consonância com o artigo 1º da Lei nº 7.716/89.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 20
8.5.1.2. Sujeito passivo
8.5.1.3. Consumação
8.5.1.4. Tentativa
Não é punível, porque é crime omisso próprio. Em crimes omissivos não são compatíveis
com o conatus (tentativa).
*PC-BA (CESPE): Pratica crime o empregador que, por motivo de discriminação de raça ou cor,
deixar de conceder equipamentos necessários ao empregado, em igualdade de condições com os
demais trabalhadores – VERDADEIRO.
Crime próprio.
8.5.2.3. Consumação
8.5.2.4. Tentativa
CS – CRIME DE PRECONCEITO 21
8.6. RACISMO NA COLOCAÇÃO DE ANÚNCIOS DE EMPREGOS
Ambos são marcados pela (i) não substitutividade e (ii) não conversibilidade em Pena
Privativa de Liberdade.
É tipo alternativo misto; subsidiário em relação aos artigos 7º a 10º da referida lei em razão
do elemento normativo genérico: estabelecimento comercial.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 22
8.7.1.1. Sujeito ativo
Crime próprio. Somente pratica o crime quem detém poder suficiente para recusar ou impedir
o acesso. Exemplo: proprietário, gerente etc.
8.7.1.3. Consumação
ATENÇÃO: o tipo abarca casas de famílias que alugam quartos para que terceiros passem
temporadas e motéis. O termo “qualquer estabelecimento similar” dá margem para o predito
entendimento.
Crime próprio (quem detém poder suficiente para impedir o acesso ou recusar a
hospedagem. Exemplo: proprietário, gerente etc).
8.7.2.3. Consumação
Crime formal.
8.7.2.4. Tentativa
CS – CRIME DE PRECONCEITO 23
8.7.3. Artigo 8º da Lei nº 7.716/89
Crime próprio (quem detém poder suficiente para impedir o acesso ou recurso o
atendimento. Exemplo: proprietário, gerente etc.).
8.7.3.3. Consumação
8.7.3.4. Tentativa
*TJ-SP: Nos termos da Lei 7.716/89, pratica crime aquele que, em virtude de preconceito de raça,
impede ou obsta o acesso de alguém a restaurantes, bares, confeitarias ou locais semelhantes,
ainda que não abertos ao público – FALSO!
Impedir o acesso não significa apenas proibir a entrada, como também impedir que seja
comprada cota/ação social. Esse entendimento é consagrado na doutrina (Cristiano Jorge Santos)
e pelo STJ:
CS – CRIME DE PRECONCEITO 24
8.7.4.1. Sujeito ativo
Crime próprio (quem detém poder suficiente para impedir o acesso ou recurso o
atendimento. Exemplo: sócio-diretor do estabelecimento etc.).
8.7.4.3. Consumação
8.7.4.4. Tentativa
Caso: Presidente do Uirapuru Iate Clube da cidade de Uberaba foi denunciado pelo crime
do artigo 9º, pois o casal Luiza M.N. e Marcos G.M. teria sido impedido de adquirir cotas do clube
e, consequentemente, de compor o seu quadro social, por ser ela negra.
Defesa: Alegou a atipicidade da conduta, porquanto “o Uirapuru não é um clube oscial aberto
ao público (...), é uma entidade fechada, que somente pode ser frequentada por seus associados”,
e “segundo os estatutos do clube, o ingresso no quadro social é feito mediante a apresentação de
proposta pelos interessados. A Diretoria pode aceitar ou recusar as propostas sem declinar
motivos.” Ademais, não há “na lei que alicerça a denúncia ou em outra qualquer, norma que obrigue
a um clube fechado admitir como sócio uma pessoa mediante a simples manifestação de interesse
por parte desta.”
*CESPE: Constitui crime o fato de determinado clube social recusar a admissão de um cidadão em
razão de preconceito de raça, salvo se o respectivo estatuto atribuir à diretoria a faculdade de
recusar propostas de admissão, sem declinação de motivos – FALSO!
CS – CRIME DE PRECONCEITO 25
Crime próprio (quem detém poder suficiente para impedir o acesso ou recurso o
atendimento. Exemplo: proprietário, administrador do estabelecimento etc.).
8.7.7. Consumação
8.7.8. Tentativa
No §único, o legislador diz que a pena é agravada. Entretanto, não se trata de agravante e
sim de causa de aumento de pena, que incide na terceira etapa de fixação da pena.
O termo “grau” está desatualizado, pois o artigo 21 da Lei nº 9.394/96 não agasalha mais
essa terminologia:
Crime próprio (quem detém poder suficiente para recusar, negar ou impedir a inscrição ou
ingresso de aluno).
CS – CRIME DE PRECONCEITO 26
Humanidade e pessoa discriminada.
8.8.3. Consumação
8.8.4. Tentativa
Ocorrerá se o impedimento e acesso operar por raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional.
Note que o crime não ocorrerá se houver uma placa num determinado edifício contendo
“empregadas domésticas, apenas no elevador de serviço”. Isso porque inexiste na Lei nº 7.716/89
amparo a discriminação de classe social ou discriminação profissional. Diferente seria se a placa
contivesse “negros, apenas no elevador de serviço”, caso em que incidiria no artigo 11 da predita
lei.
São permitidas restrições de acesso com base em critérios como mudanças, carrinhos de
compras, animais, trajes de banho.
Em relação a edifícios comercias, ainda que a discriminação ocorra com base em critérios
racistas, não será o caso abarcado pelo artigo 11 da Lei nº 7.716/89 – deverá ser aplicado o artigo
20 da mesma lei.
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios
barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte
concedido.
Pena: reclusão de um a três anos.
Se for impedido o uso de taxi, será enquadro nesse artigo, porque a previsão diz “qualquer
outro meio de transporte concedido”.
Em relação ao Uber, como ainda não há autorização do Poder Público no que lhe concerne,
não é cediço que será aplicado o presente artigo.
Obs.:Os transportes privados e vans clandestinas não estão amparados pelo artigo 12 da Lei nº
7.715/89.
Não haverá crime se a pessoa impede o acesso do serviço de transporte público baseada
em critérios como lotação, ausência de dinheiro para pagar a passagem.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 27
8.10.1. Sujeito ativo
Crime próprio (quem detém poder suficiente para controlar o acesso ao transporte público.
Exemplo: funcionário do balcão do check in).
*TJSP: Nos termos da Lei 7.716, a qual versa sobre delitos de preconceito ou discriminação racial,
pratica crime aquele que, em virtude de preconceito de raça, impede ou obsta o acesso de alguém
aos veículos de transporte públicos e privados, como aviões, navios, barcos, ônibus, trens, metrô
ou qualquer outro meio de transporte – FALSO! Art. 12º abarca apenas transporte público!
O crime abrange:
- Casamento;
- Convivência social (qualquer forma de contato mais próximo, fora do âmbito familiar –
amizade).
Crime comum.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 28
Humanidade e pessoa discriminada.
8.11.3. Consumação
8.11.4. Tentativa
*PC-RJ: A Lei 7.716/89 dispõe que constitui discriminação ou preconceito punível: b) impedir ou
obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social em decorrência
da classe social do indivíduo – FALSA!
*TJ-SP: Nos termos da Lei 7.716/89, pratica crime aquele que, em virtude de preconceito de raça,
impede ou obsta: d) o casamento de alguém, por qualquer outro meio ou forma, excluindo-se outros
modos de convivência familiar e social. - FALSA!
Por força do §2º, é possível dizer que a conduta do caput se restringe às situações em que
a ação ocorre em conversas informais, aulas, palestras etc.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 29
b) Na conduta de “escrever, editar, divulgar e comerciar livros ‘fazendo apologia de ideias
preconceituosas e discriminatórias’ contra a comunidade judaica” (STF, HC 82.424,
17.09.2003) – como aconteceu através de publicação, incide a forma qualificada do §2º
do artigo 20 e interessante efeito da condenação.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 30
8.12.2. Penas, efeitos da condenação e providências cautelares
Há efeito automático e extrapenal da condenação. Vide artigo 20, §4º da Lei nº 7.716/89:
*MP-RO: Nos crimes de injúria preconceituosa, a finalidade do agente, ao fazer uso de elementos
ligados a raça, cor, etnia, origem e outros, é atingir a honra subjetiva da vítima, enquanto que no
crime de racismo há manifestação de sentimento em relação a toda uma r.c.e.r.pn., não havendo
vítima determinada – VERDADEIRO!
*PC-PR: A incitação pública ao racismo constitui delito de incitação ao crime definido no artigo 286
do CP, não havendo na Lei 7.716/89 disposição sobre tal conduta – FALSO!
Esse crime foi legitimamente construído porque não pune a pessoa por ser nazista – seria
direito penal do autor.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 31
Aqui, trata-se de direito penal do fato.
Crime comum.
Humanidade.
8.13.3. Consumação
Crime formal.
8.13.4. Tentativa
Dolo + “especialíssimo fim de agir” (ou “dois especiais fins de agir”): para fins de divulgação
(disseminação) do nazismo (que possui acentuado caráter racista).
Elementos gráficos para fins de narrativa histórica ou artístico NÃO compõem o espectro do
tipo penal.
*TJ-SC: O ato de comercializar emblemas que utilizem a cruz suástica ou gamada, ainda que sem
finalidade de divulgação do nazismo, constitui o crime previsto no art. 20, 1º, da Lei nº 7.716/89 –
FALSO!
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são
automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 32
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a
um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para
com a Administração Pública;
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4
(quatro) anos nos demais casos.
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos
crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado
ou curatelado;
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a
prática de crime doloso.
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos,
devendo ser motivadamente declarados na sentença.
PARA FRISAR:
CS – CRIME DE PRECONCEITO 33
Critério de Prevenção: CRIME DE RACISMO PRATICADO POR INTERMÉDIO DE
MENSAGENS TROCADAS EM REDE SOCIAL DA INTERNET. USUÁRIOS DOMICILIADOS EM
LOCALIDADES DISTINTAS.
Entretanto, “crime de preconceito racial previsto no art. 20 da Lei 7.716/89, praticado contra
silvícolas, não evidencia disputa sobre direitos indígenas de forma a fixar competência da JF.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 34
d) No caso de internacionalidade do delito (artigo 109, inciso V, da CF/88);
e) Art. 20, quando praticado contra indígenas em razão de disputas sobre direitos indígenas
(Art. 109, inciso XI, da CF/88), como aquelas sobre as suas terras.
ATENÇÃO: nenhum dos crimes é de competência dos JEC’s. Excepcionalmente: crime de ínfimo
potencial ofensivo: artigo 4º, §2º da Lei nº 7.716/89.
CS – CRIME DE PRECONCEITO 35