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Descritores Resumo
Vibração. Perda auditiva provocada
por ruído. Ruído ocupacional. Ruído Objetivo
dos transportes. Exposição Quantificar a exposição de motoristas de ônibus à vibração de corpo-inteiro e ao
ocupacional. Vibração de corpo inteiro. ruído, e analisar a possível associação entre estes dois fatores de risco para a perda
auditiva induzida por ruído.
Métodos
Trata-se de estudo transversal onde 141 motoristas de ônibus se submeteram a exame
audiométrico. O grupo de motoristas foi estratificado internamente em subgrupos de
“expostos” e “controles”, conforme antigüidade na empresa. Foram avaliadas as
exposições ao ruído e à vibração de corpo-inteiro (VCI). Empregou-se a técnica de
regressão logística para descrever a associação entre perda auditiva induzida por ruído
(PAIR) e o conjunto de variáveis explanatórias.
Resultados
O nível de exposição semanal [LEP,w(média ± desvio-padrão)] foi de 83,6±1,9 dB(A)
para os motoristas de ônibus com motor dianteiro e de 77,0±1,1 dB(A) para aqueles que
operam veículos com motor traseiro. O valor médio da aceleração da vibração, ponderado,
foi de 0,85 m/s2. O modelo mais ajustado apontou idade (≥44; RC=2,54; IC 95%=1,15-
5,62), diabetes (RC=5,46; IC 95%=0,95-31,4) e nível de imissão sonora (≥86,8 dB(A);
RC=2,76; IC 95%=1,24-6,15) como variáveis significantes para o desenvolvimento de
PAIR. Em outro modelo analisado, a exposição à VCI foi significante.
Conclusões
Os níveis de VCI encontrados foram relevantes. Em veículos com motor dianteiro, a
exposição ao ruído é maior. Não foi observada associação entre exposição à VCI e
PAIR, nem interação com a exposição ao ruído. Outro modelo sugere a associação de
PAIR com VCI, recomendando análises posteriores.
Keywords Abstract
Vibration. Hearing loss, noise-
induced. Noise, occupational. Noise, Objective
transportation. Occupational To assess the exposure of bus drivers to noise and whole-body vibration (WBV) and
exposure. Whole-body vibration. to examine the possibility of an association between these risk factors for noise-
induced hearing loss.
Methods
A cross-sectional study was carried out among 141 bus drivers who underwent an
audiometry test. This group was classified and internally stratified in subgroups of
Correspondência para/ Correspondence to: Baseado em tese de doutorado apresentada na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, em 2002.
Luiz Felipe Silva Trabalho realizado no Departamento de Vigilância do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador.
Apresentado no 27º Congresso Internacional de Saúde Ocupacional promovido pela International Commission on
Rua Conselheiro Crispiniano, 20 8º andar
Occupational Health, em fevereiro de 2003, na cidade de Foz do Iguaçu, Brasil.
01037-000 São Paulo, SP, Brasil Recebido em 4/8/2003. Reapresentado em 17/5/2004. Aprovado em 31/5/2004.
E-mail lfelipe@usp.br
Exposição combinada: ruído e vibração Rev Saúde Pública 2005;39(1):9-17
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T0
dB(A) (1)
2
, αxw ) + 14 ( 2
) m/s2 r.m.s. (4)
∑n ×t
mica Européia7 (1986) e definido pela equação 2:
× αi
2
i i
1 m
k
LEP,w = 10 × log ∑ 10 ( EP, d) dB(A)
0,1 L
(2) αm = i =1
n m/s2 (5)
5 k =1
∑n ×t
i =1
i i
Onde (LEP,d)k são os valores do LEX para cada um dos
m ou seis dias de trabalho da semana considerada.
ni: = número de ônibus;
O procedimento de medições abrangeu 24 das 25
linhas em operação na empresa. A imissão sonora (EA), ti: = tempo médio de uso na empresa em anos;
concernente ao valor do nível de exposição e tempo
acumulado como motoristas na empresa, foi determi- αi: = soma vetorial da aceleração em m/s2.
nada por intermédio da equação 3 (Ishii et al,13 1992;
Niosh,20 1998): Obedecendo o princípio de energia equivalente,
que emprega a dependência temporal estabelecida
T
EA = Lex + 10log dB(A) (3) pela ISO-2631-111 (1985) para exposições diárias, foi
T0 calculada a dose de vibração, por meio da equação 6:
Exposição combinada: ruído e vibração Rev Saúde Pública 2005;39(1):9-17
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posição semanal médio, para os motoristas de ônibus ção (EXP). Desta forma, ocorreu o problema de
com motor na dianteira, foi de 83,6±1,9 dB(A). No colinearidade entre as duas variáveis. Selecionou-se
caso de ônibus com motor traseiro, o valor da exposi- a primeira para permanecer na análise multivariada.
ção semanal foi de 77,0±1,1 dB(A). No processo de modelagem, observou-se que dose é
variável de confusão para idade. Interações foram tes-
Os valores da exposição à VCI, somatória dos níveis tadas, no entanto sem resultados significativos.
da aceleração ponderada em freqüência, para os seis
modelos de ônibus, oscilaram entre 0,74 e 1,09 m/s2, A análise multivariada, por sua vez, gerou os se-
registrando-se valor médio ponderado de 0,85 m/s2. guintes resultados, apresentados na Tabela 2. Obser-
va-se que a exposição à VCI perdeu sua significância
A avaliação audiológica desses motoristas revelou estatística e, portanto foi excluída do modelo final.
prevalência de PAIR de 46% no grupo considerado
como exposto e de 24% no definido como não ex- Fundamentando-se neste modelo ajustado, a pro-
posto. A diferença entre as duas taxas observadas foi babilidade de ocorrência da variável dependente se
considerada estatisticamente significante (p<0,01). expressa pela seguinte equação:
Tabela 1 - Tabelas de contingência, taxas de prevalência, razões de chances não ajustadas, intervalos de confiança (IC 95%)
e o valor de p para as variáveis explanatórias para a ocorrência de perda auditiva induzida por ruído.
Variável explanatória PAIR Razão de Intervalo de confiança p
Sim Não % chances (95%)
Exposição 0,0061
Não-exposto 18 56 24,3 1,0 -
Exposto 31 36 46,3 2,68 1,31-5,48
Idade (anos) 0,0009
<44 15 55 21,4 1,0 -
≥44 34 37 47,9 3,37 1,61-7,04
Diabetes 0,0424
Sem histórico 44 90 32,8 1,0 -
Com histórico 5 2 71,4 5,11 0,95-27,4
Nível de imissão sonora [dB(A)] 0,0006
<86,8 14 54 20,6 1,0 -
≥86,8 35 38 47,9 3,55 1,68-7,49
Dose de vibração (m2/s4. anos) 0,0030
<2,16 16 54 22,9 1,0 -
≥2,16 33 38 46,5 2,93 1,42-6,06
PAIR: Perda auditiva induzida por ruído
Tabela 2 - Razões de chances ajustadas e respectivos intervalos de confiança (IC 95%) e valores de p, para as variáveis
explanatórias para a ocorrência de perda auditiva induzida por ruído.
Variável preditora Razão de chances Intervalo de confiança Coeficiente de regressão p
(95%) (β)
Tabela 3 - Razões de chances não ajustadas, e respectivos intervalos de confiança (IC 95%) e o valores de p para as variáveis
explanatórias para a ocorrência de perda auditiva induzida por ruído.
Variável preditora Razão de chances Intervalo de confiança p
(95%)
Exposição 0,0106
Não-exposto 1,0 - -
Exposto 2,61 1,24-5,49
Idade (anos) 0,0003
<35 1,0 -
35-42 3,78 0,92-15,6
≥43 8,84 2,45-31,8
Nível de imissão sonora (EA-dB(A)) 0,0255
<86,5 1,0
86,5-90,7 3,04 1,23-7,53
≥90,8 2,58 1,05-6,37
Dose de vibração (m2/s4. anos) 1,29 1,11-1,49 0,0006
Diabetes 0,0354
Sem histórico 1,0
Com histórico 5,45 1,01-29,3
Tempo de exposição prévia ao ruído (TEPR - anos) 0,0728
<9,0 1,0
≥9,0 1,.96 0,93-4,93
Outra análise foi realizada excluindo-se da amos- As notações da equação acima apresentam corres-
tra os com tempo de empresa acumulado superior a pondem a: I2: idade 35/- 43 anos; I3: idade ≥43 anos;
15 anos. Neste cenário, a variável correspondente à D: dose; EA2: exposição ao ruído 86,6/- 90,8 dB(A);
dose de VCI (dose) foi mantida como contínua, cate- EA3: exposição ao ruído ≥90,8 dB(A); DIA: histórico
gorizando as variáveis referentes à idade, nível de de diabetes.
imissão sonora (Ea),com outros pontos de corte.
Observa-se que o coeficiente do terceiro estrato
A análise univariada, a partir deste critério, produ- [EA≥90,8 dB(A)] da variável nível de exposição ao
ziu os seguintes valores, expostos na Tabela 3. ruído é negativo, gerando uma razão de chances de
0,44, ou seja, apresentando efeito de proteção.
Adotando o mesmo critério descrito anteriormente
para a construção do modelo, o resultado alcançado Algumas circunstâncias de exposição vinculadas
se apresenta na Tabela 4. ao modelo anteriormente desenvolvido são apresen-
tadas na Figura. De modo deliberado, as situações
Portanto, a aplicação deste modelo gera a seguinte que envolvem o terceiro estrato do nível de exposi-
equação: ção ao ruído não foram contempladas no gráfico,
devido ao paradoxo citado, fruto de viés de seleção.
1 As notações aplicadas são as mesmas utilizadas na
Prob(Y = 1) =
1 + e- g ( x) expressão acima.
Tabela 4 - Razões de chances ajustadas, e respectivos intervalos de confiança (IC 95%) e o valores de p, para as variáveis
explanatórias para a ocorrência de, perda auditiva induzida por ruído quando são excluídos dos motoristas com tempo ≥15
anos na função.
Variável explanatória Razão de chances Intervalo de confiança Coeficiente de regressão p
(95%) (β)
Idade (anos) 0,0389
<35 1,0 -
35-42 2,97 0,68-13,0 1,0898
≥43 5,16 1,28-20,7 1,6404
Diabetes 0,1342
Sem histórico 1,0
Com histórico 3,55 0,62-20,2 1,2659
Nível de imissão sonora (EA-dB(A)) 0,0270
<86,6 1,0
86,6-90,7 2,55 0,93-6,96 0,9354
≥90,8 0,44 0,09-2,06 - 0,8207
Dose de vibração (m2/s4. anos) 1,37 1,05-1,79 0,3150 0,0185
Teste de Hosmer-Lemeshow: p>0,468
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Outro viés expressivo, comum em estudos seccio- Por sua vez, o segundo modelo apresentado indi-
nais, associado à medição preferencial da prevalên- cou que parte da amostra de motoristas estudados,
cia do que a incidência, também teve a seu poder com tempo de empresa acumulado superior ou igual
reduzido no presente estudo, por ser persistente o a 15 anos, se comportava como “inconveniente” para
agravo estudado. a análise. A sua exclusão, objetivando contornar o
efeito do viés do sobrevivente, conferiu significân-
Influente no presente estudo foi o viés da seleção, cia para a exposição à VCI. As variáveis idade e nível
que atingiu o último modelo apresentado, pois o es- de imissão de ruído, se mantiveram significantes.
trato com maior exposição ao ruído apresentou uma Histórico de diabetes foi preservada no modelo em
razão de chances menor do que um, indicando prote- razão de ser uma variável conceitualmente importan-
ção. Trata-se naturalmente de incongruência patente, te, pelos resultados do primeiro modelo e pela litera-
provocada possivelmente pelo “viés do sobreviven- tura referida. Contudo, há uma contradição nos resul-
te” (Bernard & Fine,2 1997). O vigor deste viés na tados, pois no estrato do nível de imissão de ruído
pesquisa se deve à inclusão de somente os trabalha- superior ou igual a 90,8 dB(A), o valor da razão de
dores na ativa, não compreendendo motoristas apo- chances, inferior à unidade, indicou proteção. Nesse
sentados, os que migraram para outros empregos e os caso, ainda persistiria o viés do sobrevivente para
afastados ou inativos por outras razões este estrato.
A população da presente pesquisa foi constituída Foram testadas interações nos processos de mode-
sob as circunstâncias e as possibilidades existentes lagem, porém foram gerados resultados marginais.
em serviços de saúde. Oportuno lembrar o argumento
de Rothman22 (1986) que, na determinação da amos- Para ambos os modelos apresentados, os valores de
tra, houve outras variáveis que não cabem numa equa- p, resultantes do teste de Hosmer-Lemeshow não fo-
ção matemática. ram significantes, mostrando assim um bom ajuste.
Nos dois modelos discutidos, o tempo de empresa Efeitos à saúde produzidos por exposições com-
pôde ser tratado na modelagem, por apresentar corre- binadas entre VCI e ruído têm sido investigadas so-
lação intensa com a dose de vibração. Logo, não foi bretudo em estudos experimentais, cujo efeito ana-
possível estimar os efeitos independentes entre estas lisado tem sido a mudança temporária de limiar. A
duas variáveis. Com efeito, o tempo de empresa par- presente pesquisa, ao contrário, teve a peculiarida-
ticipa do cálculo da dose de vibração. de de ser observacional e analisar, como efeito, a
mudança permanente de limiar, representada pela
Não ficou evidenciada, no primeiro modelo, a in- PAIR. A despeito de não constatar importância total
fluência da exposição à VCI na ocorrência de PAIR, na associação da VCI com a ocorrência de PAIR,
nem interação com a exposição ao ruído, capaz de outros estudos deveriam ser desenvolvidos a partir
gerar uma mudança na magnitude do efeito analisa- do segundo modelo apresentado, encorajando o
do. A variável relacionada aos grupos de exposição empreendimento de análises posteriores, adotando
inicialmente construídos também apresentou signi- metodologias alternativas, permitindo superar os
ficância desprezível. limites aqui apresentados.
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