Você está na página 1de 1

spectadora atenta da política nacional —e sempre a postos para comentar em seu perfil no Twitter os acontecimentos do

momento—, a advogada e deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) defendeu, em entrevista à Folha, que palestras
feitas por agentes públicos como o procurador Deltan Dallagnol sejam regulamentadas.

Reportagem publicada na semana passada mostrou que o membro do Ministério Público Federal montou um plano para lucrar
com a fama proporcionada pela Operação Lava Jato. As informações constam em mensagens obtidas pelo The Intercept
Brasil e analisadas em conjunto com o jornal.

“As conversas mostram que essa é uma temática que precisa ser visitada, embora não haja ilicitude”, afirma Janaina, que foi
uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

ADVERTISING

Para ela, que também é professora da Faculdade de Direito da USP, é preciso estabelecer regras para evitar conflitos de
interesse, além de limite de remuneração. “É valor de aula, não de show, entendeu? Acho que é importante ter um
regramento.”

As mensagens que vieram a público abalam o apoio da sra. à Lava Jato? Eu continuo apoiando. A operação foi
importantíssima e trouxe muitas conquistas. Não vejo nada nas conversas que pudesse ser usado para anular inquérito,
processo ou condenação.

Acho, mas já achava antes, é que é preciso regulamentar, normatizar, as palestras de autoridades públicas. As conversas
mostram que essa é uma temática que precisa ser visitada, embora não haja ilicitude.

Acho um absurdo um ministro do Supremo poder fazer uma palestra, por exemplo, em um órgão público, como já houve
notícias, ganhando R$ 30 mil, R$ 40 mil. Ou em uma empresa privada, que tem ou pode ter demandas no Supremo,
ganhando valores astronômicos como esses.

O que a sra. propõe? Tem que ter algum tipo de limitação, um regramento. Eu não recebo por palestras, são todas gratuitas.
Para não ter nenhum tipo de conflito com o cargo público.

Tem que ter um limite, sei lá, R$ 1.500, que é o valor que a Escola da Magistratura paga, que a Escola do Ministério Público
paga. É valor de aula, não de show, entendeu?

A Folha mostrou que Dallagnol fazia planos de ganhar dinheiro com palestras a partir da fama proporcionada
pela operação. Infelizmente, isso não está proibido. Mas, pessoalmente, não me agrada esse tipo de diálogo. Acho que isso
tudo que veio à tona nos indica que é necessário regulamentar.

Você também pode gostar