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Modulação na arquitetura

A busca de uma arquitetura implica por definição na busca de uma ordenação, seja ela
mais simples ou mais complexa. Ao longo da história da arquitetura, o conceito de ordem é
quase que invariavelmente associado à geometria e mais precisamente às noções de
regularidade, repetitividade ou coordenação modular (AGUIAR, 2003).

Para que a construção civil, esteja apta à responder aos anseios da sociedade atual, é
indispensável que respeite condições como habitabilidade, funcionalidade, durabilidade,
segurança, além de características relacionadas à produtividade, construtividade, baixo custo e
desempenho ambiental (GREVEN; BALDAUF, 2007).

No âmbito da arquitetura, a coordenação modular é definida como um método de


projeto, cujos elementos construtivos são dimensionados a partir de uma unidade de medida
comum, o módulo. (FERREIRA; BREGATTO e D’AVILA, 2008).

Segundo Cirqueira, o conceito de modular está popularmente mais associado à idéia de


repetição e encaixe de elementos do que à repetição de uma medida. Um exemplo é o
mobiliário dito modular, cujos componentes idênticos encaixam-se como num jogo de Lego,
onde o encaixe das peças geraria composições diversas.

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Outro exemplo, é a Torre Cápsula de Kishokurokawa, onde cada cápsula corresponde a


uma kitchenette, encaixada à estrutura principal, podendo ser desencaixada e substituída, o que
permite ser considerada modular, mas que no entanto, não pode ser considerada
modularmente coordenada.

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Conforme descreve Boueri Filho (2008), o uso de módulos na arquitetura pode ser
encontrado desde a Antiguidade. Sabe-se que, provavelmente a partir do império de Augusto,
os romanos passaram a projetar edifícios e planejar cidades com base em uma retícula modular
dos “passus” romano, uma medida antropométrica.

Ainda na Renascença, os arquitetos utilizaram o módulo como uma função espacial,


fugindo de um simples princípio métrico, para atender a objetivos práticos da execução de
colunas ou capitéis de mármore.

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Já no século XX, Le Corbusier reviveu o interesse nas normas vitruvianas, criando o Modulor,
que se enquadra nos princípios de módulo-função, partindo da idéia da necessidade e atividades
do homem como determinante para modulação do espaço.

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Na cultura japonesa, a ordenação parte de um módulo básico definido pelo “tatame”,


uma esteira de palha de dimensões fixas, sendo que as dimensões de um cômodo são
determinadas por “multimódulos” deste.

As características do sistema modular de medidas são, segundo Mascaró (1976):

a) conter medidas funcionais e de elementos construtivos típicos;


b) ser aditiva em si mesma (por ser a construção um processo aditivo); e

c) assegurar a intercambialidade das partes mediantes a combinação das medidas múltiplas ou


submúltiplas do módulo.

Desta forma, podemos constatar a coordenação dimensional/modular como


instrumento de normalização de uma edificação ou de um projeto.

Coordenação Dimensional e Coordenação Modular


É comum o equívoco de igualar Coordenação Modular à Coordenação Dimensional, já
que ambas adotam um módulo fundamental e sistema de referência.

Até a década de 1980, cada país adotou sua medida modular, quando então as normas
internacionais definiram a medida de 100mm como módulo básico (CIRQUEIRA, 2015).

A NBR 15873:2010, define Coordenação Dimensional como a “inter-relação de medidas


de elementos e componentes construtivos e das edificações que os incorporam, usada para seu
projeto”. A mesma norma, ainda define Coordenação Modular como “coordenação dimensional
mediante o emprego do módulo básico ou de um multimódulo”.

Desta forma, uma construção modularmente coordenada será também


dimensionalmente coordenada, sendo que o contrário não necessariamente ocorrerá.

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João Filgueiras Lima, o Lelé, internacionalmente famoso por seus projetos


arquitetônicos coordenados dimensionalmente, conciliou em seu projeto “A Escola Transitória”,
o uso de painéis verticais, esquadrias, pisos, canaletas de drenagem, telhas e os sheds de
ventilação com uma malha modular, cujo módulo fundamental era de 57,25cm. Todos esses
elementos tiveram de ser fabricados sob medida (CIRQUEIRA, 2015).

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A adoção de uma medida modular qualquer, escolhida conforme conveniência,


demanda componentes cujas medidas, muitas vezes, não são encontrada no mercado da
construção civil, sendo necessária a pré fabricação.

Cirqueira (2015), ressalta que para que haja certa flexibilidade projetual, é usual a
criação de componentes proporcionais à uma medida de referência dentro do projeto,
possibilitando uma variedade de arranjos espaciais. “Costuma-se denominar esta unidade de
referência de módulo” (RIBEIRO e JR, 2003).

O módulo
A palavra “módulo” tem origem no latim modulu e, adotando a definição de Ferreira
(1999), significa:

a) medida reguladora das proporções de uma obra arquitetônica; ou

b) quantidade que se toma como unidade de qualquer medida.


Segundo a NBR 5706, “módulo é a distância entre dois planos consecutivos do sistema
que origina o reticulado espacial modular de referência” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 1977).

No livro Introdução à Coordenação Modular da construção no Brasil (2007) de Greven e


Baldauf, citam que segundo a Agência Européia para a Produtividade, o módulo desempenha
três funções essenciais:

a) é o denominador comum de todas as medidas ordenadas;

b) é o incremento unitário de toda e qualquer dimensão modular, a fim de que a soma ou a


diferença de duas dimensões modulares também seja modular; e

c) é um fator numérico , expresso em unidades do sistema de medida adotado ou a razão de


uma progressão.

Além do módulo-base, são necessários multimódulos e submódulos.

Projeto modular
O projeto modular, de acordo com o Banco Nacional da Habitação e o Instituto de
Desenvolvimento Econômico e Gerencial (1976), é baseado no sistema de referência, através do
quadriculado modular de referência.

Em seu livro Introdução à Coordenação Modular da construção no Brasil (2007) de


Greven e Baldauf, explicam que as plantas baixas, fachadas e cortes que compõem o projeto se
desenvolvem sobre o quadriculado, permitindo coordenar a posição e as dimensões do
componentes de construção.

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Por isso, para o projeto modular, deve-se procurar a melhor solução diante dos
inúmeros componentes que deverão ser considerados, atendendo da melhor forma a todas as
exigências.

Em condições particulares de projeto, pode ser conveniente a separação de reticulados


espaciais de referência por zonas não modulares, na chamada zona neutra. Trata-se de uma
zona não modular que separa reticulados modulares espaciais de referência que, por razões
construtivas ou funcionais necessitem ser separados entre.

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Quando o projeto da edificação for composto de blocos ou partes não ortogonais entre
si, usa-se a zona neutra, criando uma faixa de sobreposição dos quadriculados modulares de
referência.

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Conforme ressaltam os autores “a modulação, sendo uma ferramenta de projeto, não


poderá se superpor ao projeto arquitetônico, utilizando-se, nesses casos, a zona neutra para
compatibilizar as incongruências resultantes” (GREVEN; BALDAUF, 2007).
Uso de Contêiner na construção civil
Segundo Santos et al. (2010), a construção civil é responsável por cerca de 50% da massa
de resíduos sólidos urbanos. Para reduzir o impacto deste setor no meio ambiente devem-se
estudar métodos construtivos capazes de aproveitar materiais já disponíveis (ARAUJO, 2012).

Uma dessas soluções construtivas que utilizam-se de materiais reciclados, é a utilização


de contêineres ISSO na arquitetura, que contribui para a minimização do impacto ambiental e
contribui para o incremento da sustentabilidade das construções (CARBONARI, 2015).

Eles apresentam uma vida útil no transporte de cargas de dez a quinze anos,
sendo que após esse período entram em desuso e ficam acumulados em extensos depósitos não
operacionais nas regiões portuárias (ARAUJO, 2012). Fato que segundo Carbonari (2015), trata-
se de um problema ambiental que apresenta um potencial como recurso material para a
construção de edifícios.

Conforme Corbas (2012), o uso de contêineres nas edificações, além ser


ambientalmente correto, tem como característica marcante a economia de recursos naturais, a
geração mínima de resíduos, e a pouca intervenção no terreno para execução das fundações. É
possível transformar contêineres em diversos tipos de ambientes, tais como, residências,
escritórios, estabelecimentos comerciais, vestiários, alojamentos, entre outros.

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Observa-se uma tendência no aumento e diversificação dos projetos com contêineres


ISO, sobretudo na região sul do país, grande parte direcionado ao uso comercial. Este fato
ocorre, principalmente, devido às vantagens que este tipo de construção proporciona a este tipo
de uso, à crescente aceitação por parte da população, o aumento do número de empresas
especializadas e também à disponibilidade destes produtos nos portos marítimos da região sul
do Brasil (CARBONARI, 2015).

Da embalagem ao habitável
Deve-se lembrar no entanto, que os contêineres são projetados para o transporte de
cargas e não foram feitos para fins de habitação. Portanto, para serem utilizados na construção
de edificações, eles necessitam passar primeiramente por uma seleção técnica ainda no terminal
de contêineres, afim de avaliar risos químicos, biológicos e físicos decorrentes da carga
previamente transportada (FIGUEROLA, 2013).

Também deve ser feita uma avaliação, do estado de conservação do piso, o alinhamento
dos contêineres, de amassamentos em seu invólucro e principalmente da integridade da
estrutura (CASTILHO, 2014).

Após a seleção, o contêiner é adaptado de acordo com as características do projeto


arquitetônico, o qual, dependo de suas particularidades, pode permitir a flexibilidade
construtiva e a mobilidade da edificação.

Para tanto, é necessário verificar a forma como os contêineres serão transformados,


estruturados e acoplados, estabelecendo a configuração dos espaços internos e externos,
definindo os materiais e elementos que serão adicionados ao conjunto. (KOTNIK, 2008).
Carbonari (2015), ressalva que, além disso, é necessária uma avaliação dos aspectos
construtivos, considerando questões como o transporte e manipulação dos contêineres, visto
que em alguns casos, os custos com deslocamento do porto até o local da obra e a área
necessária para a movimentação e montagem dos módulos pode encarecer e inviabilizar a
construção.

Características dos contêineres ISO


O contêiner ISSO apresenta-se como uma caixa composta por estrutura, aberturas e
fechamentos, que definem sua volumetria paralelepipedal.

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A estrutura do contêiner é composta por quatro vigas inferiores e quatro superiores que
se conectam por meio de pilares posicionados nas quinas, formando uma armação intertravada
e rígida. Os quatro montantes são providos de cantoneiras, pelas quais são feitos o manuseio e
o travamento do conjunto.

Seus fechamentos apresentam três elementos distintos: o piso, que possui um trilho de
conexão intermediário soldado às vigas inferiores e que serve de sustentação para as placas de
compensado aparafusadas sobre toda a estrutura do chão; o painel frontal, composto por uma
porta de duas folhas; e os painéis laterais, superior e posterior, que são soldados nas vigas
perimetrais (SLAWIK et al., 2010).

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Por possuírem estrutura reforçada em aço capaz de suportar dez vezes o próprio peso,
eles permitem o agrupamente estático de até oito unidades de altura no sentido transversal e
três unidades de altura no sentido longitudinal, sem que tenham suas características estruturais
comprometidas.

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Segundo Kotnik (2008), os contêineres ISSO, apresentam características eu podem


trazer benefícios à construção de edifícios, pois são pré-fabricados, modulare, compactos,
robustos, resistentes às intempéries e podem ser transladados e instalados de modo temporal.

O caráter modular do sistema dá flexibilidades ao projeto, pois possibilita agilizar o


processo de montagem e desmontagem das edificações, além de possibilitar a construção em
etapas.

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Os tipos de contêineres ISO mais utilizados nas construções são os de 20 e 40 pés devido a sua
grande versatilidade. Uma alternativa para conseguir pé direito mais alto, é a utilização do
contêiner High Cube 40’, que apresenta as mesmas dimensões do contêiner ISSO de 40 pés, mas
com uma altura externa de 2,89m (RSCP, 2014).

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Arquitetura com contêineres ISSO
A utilização de contêineres na arquitetura passou por uma evolução histórica que teve
início com seu uso conceitual por arquitetos inovadores evoluindo até sua utilização como
alternativa de arquitetura modular produzida em série (KOTNIK, 2008).

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Segundo o autor, os primeiros projetos surgiram como manifestos arquitetônicos e


artísticos, exaltando a mobilidade e natureza cosmopolita do contêiner e mostrando que uma
única unidade era suficiente para criar um espaço habitável. Seus usuários eram chamados de
nômades urbanos. Um exemplo é a Future Shack, uma habitação emergencial móvel e adaptável
projetada pelo arquiteto Sean Godsell em 1985.

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Mais tarde, por meio da expansão das laterais dos contêineres, o espaço interno foi
ampliado. A obra denominada Mobile Dwelling Unit (MDU), projetada pela Lot-ek em 2003, é
um exemplar da adição de áreas extras ao contêiner. Caracterizada como uma unidade móvel
de habitação, suas paredes metálicas foram cortadas para gerar volumes extrudados que podem
ser deslocados, voltando a configuração inicial do contêiner possibilitando o transporte.

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Posteriormente, foram agrupados vários contêineres para produzir espaços mais


amplos, além da combinação com outros materiais de construção, resultando em projetos mais
dinâmicos e de melhor qualidade. A 12 Container House, é um exemplo, projetada pelo
arquiteto Adam Kalkin e construída em 2002 nos Estados Unidos, é uma residência de verão pré-
fabricada, composta de 12 contêineres reciclados dispostos em dois andares formando um “T”
e apoiados em uma base de concreto, e que também possui uma área envidraçada favorecendo
a iluminação natural.

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Outro exemplo é a obra Redondo Beach House, uma residência projetada pelo escritório
De Maria Design em 2007, na qual foram combinadas técnicas construtivas tradicionais e
materiais pré fabricados.

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Depois, empregaram-se outros materiais parar revestir os contêineres externamente, o


que alterou sua aparência original, mas que aumentou sua aceitação por parte do público.
Denominada Bati’ Home, a residência projetada em 2009 na França pela empresa Batiloc, é um
exemplar deste tipo de construção. Executada em três semanas, com quatro contêineres foi
revestida externamente conforme a aparência de uma casa tradicional.

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Para Kotnik (2008), os projetos atuais que utilizam contêineres ISO, não mais estão
limitados a propostas inovadoras, mas também como alternativa de uma arquitetura modular
produzida em série.
Aspectos construtivos da utilização de contêineres ISO
a) Custos e seleção
Segundo descreve Carbonari (2015), a construção com contêineres pode ser
realizada por empresas especializadas ou por iniciativa própria.
No primeiro caso o gerenciamento e administração da obra ficam a cargo da
empresa, que por ter experiência prévia no manuseio do material e maquinário, acaba
reduzindo o tempo da obra.
No segundo caso, o custo é inferior, porém, a necessidade de maquinários
especiais e mão de obra qualificada para execução de reparos e modificações nos
contêineres, podem elevar o custo da montagem.

b) Transporte e manipulação
O maquinário usado para manipulação e transporte dos contêineres, pode
interferir no fluxo viário próximo ao terreno de implantação e também no planejamento
do canteiro de obras, pois necessita de um grande espaço para sua movimentação
(FIGUEIROLA, 2013). O transporte é realizado por um caminhão convencional e o
descarregamento com guindaste ou caminhão tipo Munk.

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c) Fundações
As edificações com contêineres costumam requerer algum tipo de fundação,
que depende da geometria do projeto, da temporalidade (efêmero ou permanente) e
das propriedades geofísicas do terreno (SLAWIK et al., 2010). De acordo com o
Residential Shipping Container Primer (2014), existem três tipo básicos de fundação: o
primeiro quando é construída uma área de porão em baixo da edificação; o segundo,
quando é deixado um espaço para fiações e tubulações sob o contêiner; e o terceiro
quando o contêiner fica apoiado sobre o solo.

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Para Figueirola (2013), o terceiro é o tipo mais comum, sendo muito utilizado o
sistema de radier, as vigas baldrame e, na maioria das vezes, as sapatas isoladas de
concreto.

d) Acoplamento
O acoplamento de unidades pode ser feito por ligações permanentes do tipo
solda, ou por ligações reversíveis do tipo acoplamento ou parafusamento. Quando há
interligação de várias unidades é necessário criar juntas de dilatação (SLAWIK et al.,
2010).

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e) Aberturas
Segundo Figueirola (2013), os contêineres normalmente chegam à obra
parcialmente adaptados, com aberturas recortadas, molduras soldadas e instalações
técnicas embutidas. Os recortes geralmente são realizados nas empresas, com
máquinas de plasma e devem ser executados com precisão para posterior instalação
dos requadros, que por sua vez, devem ser realizados com o mesmo material do
contêiner afim de evitar corrosão.

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Aberturas com medidas superiores a 1/3 do comprimento do contêiner, exigem


reforço estruturais, que podem ser feitos com vigas e colunas “I”ou tubos retangulares
metálicos.

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Deve-se também verificar o melhor posicionamento e dimensionamento das


aberturas, priorizando a iluminação e ventilação natural cruzada (CARBONARI, 2015).

f) Compartimentação e revestimentos internos


As soluções mais empregadas são do tipo wood frame e steel frame, pois
possibilitam que as instalações elétricas e hidrossanitárias, e as camadas de isolamento
térmico sejam embutidas entre os fechamentos internos e externos. Os revestimentos
mais usuais são o MDF, OSB, e o gesso acartonado (RSCP, 2014).

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g) Revestimentos externos
Externamente os revestimentos mais utilizados são os painéis de argamassa
armada, chapas laminadas, lambris de madeira tipo sidding, entre outros.
Em relação à proteção da cobertura, podem ser utilizados recobrimentos de
madeira, vegetação ou polímeros, e até mesmo uma estrutura para cobertura adicional.
(CARBONARI, 2015)

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h) Instalações elétricas e hidrossanitárias


As instalações elétricas e hidrossanitárias podem ser feitas externamente, ou
internamente. No primeiro caso, devem-se levar em consideração as intempéries e no
segundo caso, é necessário que estejam previstas no projeto arquitetônico, já que
podem diminuir a área interna dos ambientes.

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i) Isolamento térmico
Trata-se de uma das maiores dificuldades na utilização dos contêineres ISO na
construção, uma vez que o aço da chapa envoltória não é um bom isolante térmico. Para
isso, podem ser utilizadas camadas de isolamento internamente e externamente.
(CARBONARI, 2015).
Segundo Figuerola (2013), os materiais mais utilizados para o isolamento
térmico são as placas de poliestireno expanido, lã de PET, lã de rocha, lã de vidro,
poliuretano extrudado, aglomerados de cortiça ou espuma de poliuretano.

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Coberturas tensionadas
Os primeiros indícios comprovados da existência de estruturas
tensionadas, segundo Oliveira (2007), são datadas de 40.000 anos, encontradas na
Ucrânia, onde são utilizados ossos e presas de mamute para sustentar peles de
animais. Os índios norte-americanos e chineses usavam tendas cônicas para se
proteger das intempéries.

Os povos nômades também se utilizavam de peles de animais como estruturas


de membrana, pois apresentavam facilidade de manuseio e transporte, como as tendas
negras dos povos nômades do Saara, Arábia e Irã, somente as peles eram carregadas,
enquanto os elementos de suporte eram abandonados. Com o tempo as peles de
animais passaram a ser substituídas por tecidos.
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As estruturas tensionadas com dimensões consideráveis e de certa sofisticação


começam a aparecer a pelo menos 2.000 anos atrás, em teatros e anfiteatros romanos,
descritos e representados arquitetonicamente, feitos de velaria produzida a partir de
linhas de tecido.
Até o século XIX, pouco se desenvolveu no campo das estruturas
tensionadas, pois não havia uma demanda e a tecnologia no fabrico de cabos tecidos e
conexões resistentes não avançava. Com a Revolução Industrial, a tenda como local
para entretenimento e diversão reaparece, em grandes dimensões, necessitando de
grande resistência e sendo produzida em massa tendo seu custo barateado.

Com a popularização dos circos nos Estados Unidos, foram


desenvolvidos conhecimentos empíricos sobre a confecção das estruturas, sendo o
conhecimento ainda utilizado nos dias de hoje pela facilidade de montagem e transporte.

Até então, as estruturas tensionadas eram relativamente oscilantes e


sua estabilidade dependente de uma combinação de cabos entrelaçados e coberturas
muito leves, necessitando de uma ancoragem pesada, o que fazia com que não fosse
tão bem aceita por engenheiros.

Em 1926, o italiano Frederico Canobbio desenvolve as bases das


tensoestruturas modernas com o projeto para uma estufa agrícola, e na década de 50,
realiza a cobertura de um circo encomendada pela família Orfei. Em 1932, em Albany,
nos Estados Unidos foi construída uma cobertura suspensa sobre silos de grãos, sua
cobertura era composta de chapas de aço formando uma curvatura simples em forma
de catenária.

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Com o final da Segunda Guerra Mundial, a tecnologia na área das
mantas estruturais se desenvolveu, trazendo benefícios no campo da luminosidade e
flexibilidade e, também, na estabilidade, não assegurada somente pelo peso, como
antes, levando-se em conta agora curvaturas acrescidas de pré-tensionameno induzido.

A obra que inicia a quebra do preconceito sofrido por este tipo de


estrutura é a cobertura suspensa com cabos de Raleigh Arena, um parque de
exposições agropecuárias na Carolina do Norte, construída por Mathew Nowicki em
1952, demonstrando as possibilidades do elemento construtivo na forma de um
parabolóide hiperbólico cobrindo uma área de aproximadamente 9.000m².

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O desenvolvimento das estruturas tensionadas recebe, em 1957,


o apoio do arquiteto e engenheiro alemão Frei Otto, com a fundação do centro de
Desenvolvimento de Construções Leves em Berlim e mais tarde, em 1964, para a
criação do Instituto de Construções Leves na Universidade de Stuttgart. Otto desenvolve
experimentações com formas leves através de modelos em escala reduzida com
materiais como o sabão (se formasse uma película de espuma entre a malha estrutural,
a estrutura estaria estável); além de cabos e membranas de elástico usadas para
tensionar.

Um dos seus primeiros projetos feitos com membrana foi um pequeno


Pavilhão Musical para a Exposição Nacional de Jardinagem em Kassel na Alemanha,
em 1955. Este deu inicio a coberturas tensionadas para as apresentações em jardins,
com estruturas em sua maioria temporárias e desmontáveis, escolhidas por serem
estruturas limpas e que tem impacto visual.

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Em 1974, o também alemão Horst Berger, trabalhando nos Estados Unidos,


surge com processos matemáticos que permitem que os experimentos de Frei Otto com
películas de sabão fossem transformados em estruturas reais de edifícios.
Em 1992, Renzo Piano também inicia o uso das membranas em suas
obras, sendo a primeira delas a Exposição “Colombo 92” em Genova na Itália, com uma
estrutura presa em mastros articulados que seguram toda a estrutura no porto.

Com o avanço da tecnologia empregada no projeto, calculo e


confecção das estruturas tensionadas, além do desenvolvimento de novos tecidos e
materiais para coberturas, as membranas passam a ser empregadas em obras de
grande porte, não mais temporárias, como aeroportos, centros de convenções e
estádios desportivos, ganhando adeptos à leveza das estruturas. Obras como o
Columbus Center em Baltimore nos Estados Unidos, 1973, da Zeidler Roberts
Partnership; o Estádio Rei Fahd na Arábia Saudita, 1985, de Geige Berger Associates
e o Millenium Dome em Londres, 2000, de Richard Rogers são algumas das obras de
destaque nas tensoestruturas.

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Arquitetura de Frei Otto

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